1. ILHÉUS – DINHEIRO SOBRANDO E TERRA FALTANDO
Época de eleição é a época melhor para se conseguir e falar de promessas
vans. E o Brasil tem uma grande vantagem, pois têm eleições a cada dois
anos. Uma para se eleger o prefeito e os vereadores e outra para se eleger o
presidente, deputados, e senadores. Então é um prato cheio para rolarem
verbas e promessas para todo lado.
Projetos engavetados há anos surgem do nada e para nada, e a maioria do vai
na onda. Tudo é festa, notícias, reuniões, viagens, abraços, fotografias, etc.
Quem gosta mesmo são os meios de comunicações, que veem engordar seus
jornais, rádios, TVs, blogs, sites, gráficas, com tanta fanfarra com o dinheiro
público.
Quem vem acompanhando as últimas notícias por certo já se deram conta, que
retornaram notícias de anos passados como: Dragagem do Porto do Cacau,
Duplicação da BR-415, Aeroporto Internacional, Ponte Ilhéus/Pontal,
Saneamento da Zona Sul (Pontal), Reestruturação da feira do malhado,
Restauração do General Ozório, Porto Sul, Ferrovia Leste/Oeste e por aí vai.
Quem não se lembra de que há nove anos o então candidato a governador da
Bahia o Sr. Paulo Souto, que concorria exatamente com o Sr. Jacques Wagner,
2. num de seus suspiros antes da morte, no programa eleitoral gratuito, prometeu
a duplicação da BR-415, logo no ano seguinte como também a estrada
Ilhéus/Canavieiras, chegando a afirmar que os projetos estavam prontos e
verbas alocadas. No caso da BR-415, o projeto contemplava o outro lado do
Rio Cachoeira.
E aí? Perdeu as eleições. Projeto sumiu e a verba, se é que tinha foi pelo
espaço. Passaram-se oito anos, o projeto todo amassado, amarelado e
empoeirado, resurge das cinzas e a verba com uma verba mais gorda, já está
aí para começar, e só resta um detalhezinho com o IBAMA, e outros órgãos e
ONGs, que são os donos de tudo neste Brasil.
Os nossos governantes adoram isto, pois quando não querem realizar as
obras, estes órgãos são quem pagam o pato. Pois não tem sentido custear
estas ONGs, que só atrapalham na maioria das vezes um bom andamento das
obras, e com menos dinheiro público e num prazo bem menor.
Mas, vamos lá. Como pode um governador que está se despedindo e mal com
Ilhéus, prometer uma coisa, que nem mesmo ele sabe se seu candidato será
eleito, e mesmo que seja eleito vai seguir sua cartilha. Pois, neste mundo
político o que não falta são traíras. E se for eleito tem mais quatro anos ou até
mesmo oito anos, se reeleito for para realizar estas obras. Tudo vai depender
de momentos políticos. Por isto não é novidade para ninguém, isto ocorre há
anos com todos os governantes.
As mesmas situações vão ser com a nova ponte, aeroporto, etc. Por outro lado,
o governo federal faz também das suas. Primeiro a grande placa para início
das obras da orla sul, que até hoje está lá parada, e afirma que ficava ali na
beira da praia, próximo da AFC, já fechou suas portas.
Quem viaja ou mora no Pontal, também já está cansado de ver uma placa
colocada no aeroporto, sobre a reforma do terminal de passageiros. A data
para iniciar já se foi pelos ares, nos aviões que descem aqui em pleno sol, pois
com chuva fina, nem isso é possível, aqui em Ilhéus. A data da conclusão é pra
semana, dia 14, e aí como fica? Ficando! Novo aditivo ao contrato com novos
valores e tudo começa lá pra maio/junho, período ideal para que a cidade
perceba as obras e compensem aos artistas da política em outubro, votando
neles, pois o espetáculo vai começar, onde os palhaços somos nós, mas um
dia o circo pega fogo ou a casa cai.
Na contramão de tudo isso Ilhéus só vem perdendo seu espaço físico.
Apareceram os índios que estavam deitados em berços esplêndidos e pediram
suas terras de volta e tudo indica que vão obter, estas coisas demoram, mas
saem, e aí Ilhéus perderá mais ou menos 25% do seu território.
3. E para nossa surpresa ao ler a 3ª edição do livro “MINHA ILHÉUS” do amigo
José Nazal Soub, me deparo que Ilhéus perdera aproximadamente mais 15%
do seu território, agora para: Itabuna, Uma, Buerarema, Itajuípe e com maior
amplitude para Uruçuca. Com Itajuípe houve uma troca, tipo “cala boca”, que
não representa nem 0,0001% do município.
Para nós, foi surpresa, pois o que sabíamos é que tudo ainda dependia de
aprovação na Câmara Legislativa Estadual em Salvador. Mas, o amigo Nazal
colocou como oficial, já a partir de 2013 esta nova poligonal do município, que
4. era bem diferente de 2010, segundo seus mapas publicados nas páginas 45 e
47 do livro.
O que nos chamou atenção é que Itabuna não ganhou a parada na região do
Atacadão e Makro, na BR- 415, mas ganhou seu quinhão um pouco mais a
baixa na região do Serrado em direção ao distrito do Japu.
Pelo coqui que elaboramos baseado nos mapas do Zé Nazal, fica mais fácil
entender a perda.
E agora José? Ou melhor, e agora Jabes? Já se vão 40% da área do município
pelos ares e os outros 60% serão de quem? Vêm aí novas propostas de áreas
para preservação ambiental e outros pacotes bem sugestivos.
Portanto, este ano vão sobrar verbas do Estado e da União para Ilhéus, deitar
e rolar e terras que irão sumir pelos ventos que sopram de Salvador e Brasília.
José Rezende Mendonça