A forte chuva em Ilhéus causou alagamentos generalizados na cidade. A urbanização e aterros de mangues ao longo dos anos reduziram a capacidade de drenagem natural da cidade. Embora sejam realizadas obras para melhorar a infraestrutura, grandes chuvas sempre causarão alagamentos temporários devido ao nível do solo estar próximo ao mar.
Fortes chuvas em Ilhéus causam alagamentos e reflexões sobre o problema histórico
1. ILHÉUS – MUITA CHUVA E MUITAS ESPECULAÇÕES.
Imagem do Google- Já houve um tempo em ilhéus que se pedia isto.
No Facebook de amigo Meclk Rabelo, travou-se uma discussão salutar sobre
estas fortes chuvas que cai em toda região, e principalmente em Ilhéus.
Sobre este assunto, direi aqui o que acontece com Ilhéus e no mundo inteiro,
com as águas pluviais, num período de mais de 24 horas sem parar, em
cidades da “acimentadas” acidentadas, pavimentadas e asfaltadas.
Nos anos 50, ainda me lembro disto, nosso Pontal não tinha uma rua sequer
pavimenta, era areia pura, na mais popular da palavra, com um lençol freático a
menos de 50 cm. E são as condições de solos de quase todo litoral brasileiro.
Ilhéus mais especificamente no centro ocorreu no passado muito aterro de
mangues. Para quem não sabe. A própria Avenida Canavieiras foi aterrada nas
mediações do IME. Do porto antigo, até as mediações da Praça Cairu, foi tudo
aterrado, eram manguezais. Foram mais de 1.000.000 de caçambas de
aterros, para se construir os armazéns e o porto, numa época de dinheiro farto
dos coronéis...
Por isso, que esses problemas nestas redondezas já duram muitas décadas. A
cidade Nova, também é areias Quartzosas Marinhas, abaixo do calçamento e
2. tudo ao nível do mar. Daí nestas fortes chuvas, acontecer estes problemas hoje
com mais intensidade. Não foi e nem será problema com pequeno espigão
construído ao lado do moinho, como pensam alguns.
O não escoamento das águas de chuva pela avenida. O problema maior foi o
recuo do mar, elevando o acúmulo de terras arenosas alguns centímetros ao
nível do mar. Portanto, é outra balela, dos entendidos de plantão condenar a
saída daquele areia para certos serviços. Isto é e foi necessário. Falar que se
um dia o mar voltar a seu nível na avenida, iria cobrar estas terras tiradas,
outra grande mentira, pois isto só se acontecer uma catástrofe em Ilhéus,
aonde o espigão viria a ser destruído por um todo, aí sim desastre total, que as
águas do mar, invadiram todas as casas da Avenida Soares Lopes.
Isto já foi tema varias vezes no Fantástico, e sempre a cidade de Santos como
parâmetro, que fez com que muita gente se mudasse de lá e seus imóveis
vendidos a preço de banana.
Ilhéus, além do mais, ainda tem como macro drenagem tubulações com um
pouco diâmetro. No último ano, de Newton Lima, foi amenizado e não
resolvido, pois, não se tem como escoar tanta água num local, com nível zero
ao mar. É só isso. Assim que São Pedro der uma trégua, em questão de 15
minutos não haverá mais águas acumuladas a este ponto, não tem jeito.
Enquanto isso, e nos contentemos, se é que pudemos, com a cimentação,
pavimentação, tão necessária nos dias hoje para se evitar maiores doenças do
passado. No Pontal, quando chovia na década de 50/60, as ruas eram uma
poça só, pois o solo saturava e não tinha mais como se infiltrar. Não tem
Engenheiro que resolva, e Melck tem toda razão.
Vejam que o bairro do Pontal está todo alagado, vítima da vida moderna e tem
que ser assim, ou alguém queria ainda morar na lama, e conviver com os
bichos de porcos, frieiras e outras doenças de águas acumuladas.
Naquela época usávamos botas (galochas) capa de chuva e guarda chuvas,
para suprir estas inconveniências. Quem acha que o saneamento básico do
Pontal vai resolver tudo, ledo engano. Vai resolver o problema do esgoto
sanitário que deixará de ir para a Baia do Pontal, que polui cada vez mais. Mas,
quanto a este problema de água pluvial, isto vai ocorrer sempre num período
como este.
Não tem poder público que segure uma ação da natureza. Quanto aos países
baixos como a Holanda, foi uma rota de sobrevivência para aproveitar as
terras, que lhes sobraram para agricultura, ou então morrer e fechar as portas.
A Holanda fica abaixo do nível do mar uns 3 metros, e foi contida pelo o avanço
da maré por barreiras, que um dia poderá, dependendo da ação da natureza
acabar com tudo, como foi o caso de uma cidade dos Estados Unidos, que não
3. me lembro de agora o nome, que estava na mesma condição, nível do mar. Um
vendaval exterminou a cidade, invadindo tudo.
Graças a DEUS que Ilhéus e muitas cidades do litoral brasileiro, isto é
passageiro. Não temos saída. Agora o que devemos fazer como cidadãos é
cumprir nossa parte não jogando lixo e muitas coisas nas vias públicas, pois
estes sim são um entrave, que veda os bueiros, e as águas demoram de
circular até o mar.
Ilhéus como Salvador, tem a cidade Alta e a cidade baixa, e nestas ocasiões de
muitas chuvas, descem dos morros os barros das encostas, (erosão) que
completam os entupimentos. A saída sem solução definitiva seria trocar ao
longo do tempo, com verbas do Governo Federal por tubulação tipo galerias,
como foi feito em Itabuna pelo PAC-1, mas mesmo assim numa época dessas,
poderíamos ter alagamentos, não tem jeito.
O que não se pode é condenar o poder público, só por condenar, por ser
oposição ou não. Num tempo muito remoto, nossas áreas centrais da cidade já
foram tudo inundado, daí resultou em aterros de alagadiços, várzeas, solos
hidromórficos, aluviais, mangues, e graças a DEUS ainda com saída para o
mar.
Nas cidades que não tem essas chances como BH, a situação é vexatória.
Aqui o que temos que fazer é patrulhar e aí sim, com o poder publico, socorrer
as vítimas que se instalam nos "pés" desses morros, por falta de moradia
decente e nas beiras dos vales e rios, pois é muito mais fácil, já que a política
pública neste sentido é caótica. Em São Paulo de nada adiantou os tais
piscinões, ao não ser como paliativos naqueles pequenos lugares, deixando
toda São Paulo, vítima do que vemos todos os dias quando desce uma chuva
apenas de duas horas, aqui já chove há tempo. E tudo indica que poderemos
ter um, 1967, 1983 de volta.
A chuva é em toda faixa leste, e oeste da Bahia. É muita água. A CEPLAC já
poderá dizer de quantos “mm” já se passou do limite esperado para o mês.
Fica nossa observação para o futuro.
José Rezende Mendonça