William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
Primeira aula de Astrofísica
1. 1. HISTÓRIA DA ASTRONOMIA
PIBID 2/ Física
UEL
GILBERTO C. SANZOVO
UEL/Departamento de Física
2. 1. HISTÓRIA DA ASTRONOMIA
Astronomia ramo da Ciência que se preocupa com o estudo dos fenômenos
celestes observação dos astros e a criação de teorias sobre os
seus movimentos, sua constituição, origem e evolução
mais antiga das Ciências.
Homem Primitivo em sua luta pela sobrevivência observação e tentativa
da compreensão dos fenômenos celestes
fenômenos celestes movimentos do Sol, da Lua, dos Planetas, as fases
da Lua, os eclipses, aparecimento de cometas, etc.
Com a evolução do Homem Primitivo utilização dos conhecimentos das
estrelas e demais astros para sua orientação em viagens sobre a
superfície da Terra e sobre os oceanos.
3. 1.1. Astronomia Pré-Histórica
Mais antigos registros ~ 10.000 anos
pinturas rupestres (principalmente nas cavernas)
esculturas
túmulos
gravações em pedras e construções megalíticas, etc
(agrupamentos estelares, como as Plêiades, Ursa Maior, Ursa Menor, etc)
Várias regiões da Europa conjuntos de blocos de rochas orientados, quase
sempre, na direção do nascer do Sol.
Carnac França
Callanish Escócia
Stonenhenge Inglaterra
(essas construções provam que os povos que as construíram possuiam
conhecimentos sobre os movimentos do Sol, Lua e Estrelas) 3000 aC.
Indícios de que esses povos podiam prever eclipses e fases da Lua
4. Primeiros conhecimentos movimentos do Sol, Lua e Planetas relação com
a claridade (dia) e a escuridão (noite) e com as mudanças do clima e
temperatura que estavam afetos diretamente à sua
sobrevivência.
Movimento do Sol em relação ao horizonte nossos ancestrais notaram que
após surgir no nascente (levante, oriente ou leste), o Sol descrevia uma
trajetória com o passar do tempo, alcançando um máximo de
afastamento do horizonte, e dele depois se
aproximando outra vez até desaparecer
no poente (ocaso, ocidente ou
oeste).
Surgiu, então a primeira unidade útil de tempo : o DIA
5. Eles verificaram, também que, com o passar dos dias, a trajetória do Sol ia se
modificando lentamente, afastando-se para o Norte ou para o Sul. Em
determinadas épocas, seu nascer e ocaso atingiam um máximo
afastamento para o Norte e, em outras épocas, o Sol nascia e se
punha com um afastamento máximo para o Sul.
Consequência natural os períodos de claridade e escuridão tinham diferentes
durações: em certas ocasiões as durações do dia e da noite eram iguais
(equinócios); em outras, a diferença de duração entre o dia e a noite
(nos solstícios) alcançava um valor máximo.
Equinócios a temperatura era mais amena e também o clima início
das estações da primavera e do outono.
Solstícios a temperatura aumentava (e diminuía) muito início do verão
(e inverno) .
Homem criou uma nova unidade de tempo para o seu calendário o ANO
6. Eles verificaram, também que a Lua apresentava um comportamento
semelhantes àquele do Sol em termos de movimento diário
Ela nascia e se punha sempre em pontos diferentes do horizonte alterando sua
posição para Norte ou para Sul bem mais rápido do que o Sol, voltando a nascer
no mesmo ponto a cada 28 dias, aproximadamente, enquanto que o Sol fazia isso
em cerca de 365 dias.
Verificaram também, que os afastamentos máximos da Lua com respeito ao
horizonte eram de cerca de 10º para o Norte e ~ 10º para o Sul e que assumia
aproximadamente o mesmo valor em aproximadamente 18 anos e meio.
O Homem constatou, também que, na medida em que a Lua executava o seu
movimento em relação às estrelas, ia modificando seu aspecto (fases) depois
de cerca de 29 ou 30 dias a Lua voltava a apresentar uma mesma aparência.
Estabeleceu-se uma nova unidade de tempo o MÊS
7. Eles verificaram, também que os eclipses estavam relacionados com os
movimentos do Sol e da Lua podiam ser previstos para épocas
futuras
Observação das Estrelas também se movimentavam em relação ao horizonte
mas que, ao contrário do Sol e da Lua, suas trajetórias não se
modificavam com o passar do tempo, permanecendo invariantes os seus
pontos de nascer e ocaso.
Observaram que havia estrelas que nunca se escondiam no horizonte,
permanecendo visíveis todas as noites do ano, executando trajetórias
circulares em torno de um ponto comum do Céu o Polo Celeste.
Observaram que as estrelas não modificavam suas posições relativas
formavam agrupamentos ou configurações inalteráveis no tempo
as Constelações.
As constelações visíveis, próximas do horizonte leste antes do nascer do Sol , à
cada dia, à mesma hora, eram observadas mais altas no Céu, ocorrendo
o contrário com aquelas constelações e estrelas perto do horizonte oeste
descobriram, com isso, que o movimento do Sol em relação às estrelas
está inclinado em relação à direção de seu movimento diurno.
8. O Homem Primitivo também verificou a existência e o movimento dos “Errantes”
(Planetas) por entre as estrelas.
Todos esses fenômenos eram conhecidas pelo Homem Pré-histórico
sabemos isso ao analisarmos os primeiros registros históricos!
Invenção da Escrita maior desenvolvimento da Astronomia
um número muito maior de pessoas puderam ter acesso
a estes conhecimentos e, a partir deles, realizar novas
observações e descobertas, bem como tentar
criar explicações para os fenômenos
observados.
10. Observatórios da Antiguidade observatórios-templos eram, com freqüência,
transformados em locais de cultos e centros divinatórios (China, Babilônia,
Egito, Índia, Perú e México).
~ 2.500 a ~ 3.000 aC conjunto de pedras, o “Stonehenge”, construído
muito provavelmente no período neolítico, localizado em Salisbury,
na Inglaterra.
Não se sabe qual povo a construiu [Druídas , local de oferendas
e sacrifícios ] ( Era um observatório-templo ???)
O historiador S. Singh aponta uma idade ainda maior ( ~ 5.000 aC)
Possíveis interpretações
1.963 Gerald Hawkins influente estudo argumentando que o
monumento era útil para predizer eclipses e as estações do
ano usando, para tal, o alinhamento do Sol por
entre as pedras (???)
1.963 Fred Hoyle observatório representando o Sistema Solar (???)
12. Observatório-Templo da Mesopotâmia (2.000 aC) onde os terraços eram
destinados a ritos religiosos e observações astronômicas.
[Fonte: Astronomia, Rio Gráfica Editora, 1986]
13. Observatório de Chomsung Dae, Coréia estrutura simples, em forma de
colméia e uma abertura central no teto.
[Fonte: Astronomia: Uma aventura na Ciência, Edtora Globo, ano impreciso]
15. ~ 300 aC O grego Ptolomeo I Sotero construiu, na Alexandria, um observatório
Erastótenes utilizou-se desse observatório para estudar as passagens
do Sol pelo plano equatorial.
~ 140 aC Observatório da Ilha de Rhodes, construído por Hiparcus
Famoso catálogo de estrelas revisto e ampliado por Ptolomeo.
Ano de 1.260 na Pérsia, observatório construído por Hulaghu Khan.
Em 1.400 Observatório de Samarcanda (Ásia Central, atual Uzbequistão),
inaugurado pelo príncipe persa Ulagha Beigh elaboração do catálogo
de estrelas de Samarcanda.
Ano de 1.471 na Europa, Observatório de Nuremberg, projetado e construído
pelo matemático e astrônomo alemão Regiomontano.
16. 1.561 Observatório de Kassel (Alemanha) , erigido por Guilherme IV .
funcionou ativamente por mais de 30 anos durante os quais
acumulou numerosos registros de planetas.
1572 Observatório do Colégio Romano, construído pelo jesuíta Clávio (1537-
1612) observações planetárias.
8 de Agosto de 1576 Início da construção do Observatório de Tycho Brahe na
Ilha de Hveen, Dinamarca.
Observatório mais importante da era pré-telescópica.
17. Face mutável da Lua influências na Antiguidade (e atualmente ???).
A lua nova era considerada melhor ocasião para realizar empreendimentos
A lua cheia era temida como uma época em que os espíritos ficavam livres
para vaguear na Terra e causar problemas e loucuras entre as pessoas.
O termo “lunático” vem de luna, termo latino para Lua.
Imagem da Lua. [Fonte: Astronomia: Uma aventura na Ciência,
Edtora Globo, ano impreciso]
20. 1. CIVILIZAÇÃO BABILÔNICA
Início (3º Milênio aC) ;
Apogeu (entre 600 e 500 aC) ;
Declínio (no ultimo século da Era Cristã).
duração média entre duas fases lunares iguais (Lunação ou Mês Sinódico)
= 29,530641 dias (N. Annu, fins do Séc III aC);
= 29,530594 dias (A. Kidinnu, ~ 380 aC)
Valor moderno aceito para a lunação = 29,530589 dias.
• Descoberta do Ciclo de Saros (= 223 meses sinódicos = 18 anos e 11,3 dias)
Uma das mais significativas contribuições do povo
babilônico marca intervalo entre eclípses completamente
idênticos.
21. • Observação mais antiga de um eclipse solar 15 junho de 763 aC
(a periodicidade dos eclipses já era conhecida no Séc III aC).
• Confecção do calendário lunar (1 ano era constituído de 12 meses de 30 dias).
Para corrigir a defasagem com respeito à duração do ano solar
(365,25 d), eles adicionavam 1 mês a mais, de vez em
quando.
A partir de 383 aC eles passaram a adicionar 7 meses a cada 19 anos
criando o chamado Ano Luni-solar.
• Divisão do dia a partir do por do Sol. Até 1.760 aC conhecia-se a sua divisão em
24 horas .
• Constelações mais importantes receberam suas denominações no 3º Milênio aC.
A Moderna Astronomia adotou a maioria desses nomes para designar as
constelações zodiacais.
22. 2. CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA
• Ao contrário da civilização babilônica, os egípcios adotaram o calendário solar.
No 4º Milênio aC eles já sabiam que o ano solar continha 365 dias, com 12
meses de 30 dias e 5 dias complementares.
• Início do ano egípcio Ortho-helíaco de Sirius; ou seja, pela data da sua
primeira aparição após o período de invisibilidade.
• Esse fato coincidia com o início das cheias do rio Nilo.
Observações posteriores revelaram um atraso equivalente a 1 dia a cada
4 anos, de modo que o ortho-helíaco e as cheias do Nilo não
coincidiram em um período de 1.400 anos (Período Sothíaco).
• Constelações estelares divisão zodiacal em 36 decanos, cada qual regido
por divindades particulares.
23. Foto aérea das pirâmides de Gizé. tirada de um balão, por Eduard Spelterini,
em 21/11/1904). [Fonte: http://pt.wikipedia.com ].
24. 3. CIVILIZAÇÃO CHINESA
• A história da astronomia chinesa desde o 3º Milênio aC foi compilada na obra
“Calendário de 3 ciclos”, de Liu HSIN.
• O antigo calendário chinês é parecido com o babilônico e é conhecido desde o
Séc II aC. Era Luni-solar com ciclos bisextos de 19 anos.
• Os astrônomos da corte chinesa observaram fenômenos celestes
extraordinários, cuja descrição conhecemos até hoje. Essas “Crônicas
Astronômicas” representam uma valiosa fonte de investigação
uma vez que elas confirmam a aparição de novas estrelas,
de cometas, etc.
• Fins do 3o Milênio aC os astrônomos Hi e Ho foram condenados à morte por
descuido de suas obrigações ao não anunciarem, com tempo hábil, o
início de um eclipse solar que marcava, para o povo chinês, o
início de certos cultos importantes.
25. Imagem mostrando a esfera celeste da China Antiga
(Fonte: J. Horvartt, in “O ABCD da Astronomia e Astrofísica” , 2008)
26. 4. CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA E AMÉRICA CENTRAL
• Do 3º ao 4º Milênio aC, os Maias tiveram um enorme desenvolvimento
astronômico . Muitas de suas observações são conhecidas até hoje
(p.ex., o eclipse lunar de 15 fevereiro de 3.379 aC).
Eles conheciam com grande precisão, os períodos sinódicos dos planetas, a
periodicidade dos eclípses, etc.
• O calendário maia tem início possivelmente em 8 de junho de 8.498 aC.
A partir daí se contava com as seguintes unidades:
1 kin = 1 dia; 1 uinal = 20 kin; 1 tun = 18 uinal; 1 katun = 20 tun, e
1 baktun = 20 katun ou 144.000 dias.
Eles reconheciam o ano de 365 dias (com 18 meses de 20 dias e 1 mês
intercalado de 5 dias) e o período tzolkin equivalente a 260 kin.
27. • No Perú, a Astronomia Inca teve grande desenvolvimento. Eles conheciam o
período sinódico dos planetas com exatidão admirável. Segundo R.
MULLER & L. LOCKE, as anotações encontradas assinalavam 115,8
dias para Mercúrio, 584,8 d para Vênus e 398,88 d para
Júpiter (Os valores modernos são 115,88, 583,92
e 398,88 dias, respectivamente).
• Calendário inca: 365 dias divididos em 12 meses de 30 dias (+ 5 dias
intercalados).
ASTECAS (México)
Matemática com base no número 20 (vinte)
Conhecimento sobre a duração do ano (365 dias divididos em 18 meses
de 20 dias cada)
Sabiam determinar, com precisão, os solstícios .
Fases e eclipses da Lua.
Reconheciam as posições de diversas constelações, tais como
Plêiades e Ursa Maior (ou Grande Ursa).
Conheciam, com precisão, a revolução de Vênus.
28. Edifício em forma de observatório conhecido como “El Caracol”, Yucatan, México.
Conhecido desde o Século 13 da era cristã, foi construído durante o ápice da
civilização Maia. [Fonte: http://pt.wikipedia.com ]
29. Pedra Asteca ou esfera representativa do Calendário Asteca mostrando as
estações e os movimentos das estrelas e dos planetas
[Fonte: NASA Exploration: To the edge of the Universe, 1986]
30. 5. CIVILIZAÇÃO GREGA
Cultura grega desenvolvimento intenso da Astronomia.
No início a Terra era visualizada como possuindo a forma de um disco em
cujo centro achava-se o Olimpo e, no seu entorno, estavam os oceanos
e o mar universal.
Com o tempo, ganhou força a idéia de uma Terra esférica. Entre as principais
evidências, destacavam-se:
observação dos navios ao se aproximarem ou se afastarem da costa;
o fato de que a sombra da Terra que cai sobre a Lua nos eclipses é
sempre circular (Aristóteles, 384-322 aC), e
as diferentes alturas dos astros quando observados simultaneamente,
no horizonte, de diferentes lugares.
PITÁGORAS (DE SAMOS ) [ ~ 540 aC ]
Utilizando sua paixão pela Matemática, demonstrou que os números e as
equações podiam ser usadas na formulação de teorias científicas.
31. ANAXÁGORAS [ ~ 500 – ~ 425 aC ]
Sol tocha incandescente muito maior do que o Peloponeso.
DEMÓCRITO [ ~ 460 – ~ 370 aC ]
afirmava que a Via Láctea consistia de um número muito grande de
estrelas.
ARISTÓTELES (DE ESTAGIRA) [ ~ 384 a ~ 322 aC ]
• Influenciou os rumos da Ciência por mais de 2.000 anos.
• Explicou que as fases da Lua dependem do quanto da parte da face iluminada
pelo Sol está voltada para a Terra.
• Explicou os eclipses: um eclipse do Sol ocorre quando a Lua passa entre a Terra
e o Sol; um eclipse da Lua acontece quando ela está na sombra da Terra.
• Aristóteles argumentou a favor da esfericidade da Terra através da observação
de que a sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar é sempre
arredondada.
• Universo esférico e a Terra, também esférica e imóvel achava-se no lugar mais
privilegiado: o centro desse Universo. Os astros, considerados esféricos,
imaculados e inalteráveis, moviam-se uniformemente em torno
da Terra descrevendo trajetórias circulares, suportadas
por esferas de cristal.
32. • Com esse modelo, a Terra era rodeada sucessivamente por esferas que
suportavam a Lua, Mercúrio, Vênus, o Sol, Marte, Júpiter e Saturno.
Por fim, encontrava-se a esfera das estrelas fixas realizando uma
volta por dia em torno da Terra.
• Esse modelo de Universo de Aristóteles era movido por uma força motriz
necessária ao movimento de todas as esferas. As esferas tinham contacto
entre si de modo que o movimento da esfera das estrelas fixas era
transmitido de esfera a esfera e determinava o
movimento dos planetas, até a esfera da Lua.
ARISTARCO (DE SAMOS) [ ~ 310 a ~ 230 aC ]
• Filósofo grego com idéias muito avançadas para o seu tempo
• Ao que tudo indica, foi o primeiro a sugerir que a Terra possui, ao mesmo
tempo, movimento de rotação diário em torno de seu eixo, e movimento
de translação em torno do Sol, demorando 1 ano para percorrer
esse movimento.
• Aristarco também acreditava que a órbita da Terra em torno do Sol não
representava mais que um ponto, comparado com a dimensão da esfera
das estrelas fixas.
33. ERASTÓTENES (DE CIRENE) [ 276 – 200 aC ]
• Ocupou cargo de bibliotecário-chefe em Alexandria (posto acadêmico de
maior prestígio no mundo antigo)
• Utilizando a altura do Sol como base de medida, encontrou 7,2o para a
distância angular entre Siena (atual Assuã, sul do Egito) e Alexandria.
Segundo suas medições, a distância entre as 2 cidades era de 5.000 estádios.
Com isso, ele encontrou o perímetro da Terra como sendo
(5.000 x 360o)/ 7,2º = 250.000 estádios = 39.250 km.
(valor atual ~ 40.100 km)
(1 estádio olímpico= distância padrão em que eram disputadas as corridas = 185 m)
(1 estádio egípcio = 157 m).
Importante: Independentemente do resultado obtido (2% de erro) , vale
salientar que Erastótenes desenvolveu um meio científico de medir a
dimensão da Terra.
34. Esquema de Erastótenes para cálculo da dimensão da Terra
(Fonte: S. Singh, in “Big Bang” , 2008)
35. • Comparou o tamanho da sombra projetada pela Terra sobre a Lua, em um
eclipse lunar, para verificar que o diâmetro da Lua era ¼ do diâmetro
da Terra que ele mesmo havia determinado .
A diâmetro da Lua , 3.200 km, segundo Erastótenes
(Fonte: S. Singh, in “Big Bang” , 2008)
36. • Deduziu a distância até a Lua a partir da sua dimensão. Com um braço esticado
ele notou que a Lua ficava totalmente encoberta pelo tamanho da unha
do seu dedo indicador.
• Verificou que a proporção entre a altura da unha e o comprimento do braço
era, aproximadamente a mesma existente entre o diâmetro da Lua e sua
distância até a Terra. Como o comprimento do braço é 100 vezes
maior que o tamanho da unha, a distância até a Lua é cerca de
100 vezes o seu diâmetro.
Distância até a Lua , 320.000 km, na visão de Erastótenes
(Fonte: S. Singh, in “Big Bang” , 2008)
37. • Deduziu a distância até o Sol usando o fato de que a Terra, a Lua e o Sol
formam um triângulo reto quando a Lua se encontra na metade de sua
fase. Na meia-Lua, mediu o ângulo formado entre a Terra, a Lua
e o Sol e, usando trigonometria, encontrou a distância
entre a Terra e o Sol.
Distância Terra-Sol, segundo a visão de Erastótenes
(Fonte: S. Singh, in “Big Bang” , 2008)
38. • Erastótenes deduziu um ângulo equivalente a 87o . Como a distância
Terra-Lua, por ele determinada, foi 320.000 km ele encontrou:
dTS = 320.000 km/cos(87o) = 611.400 km
• Sabemos, atualmente que o ângulo vale 89,85o . Como a distância (média)
Terra-Lua vale 384.400 km encontramos:
dTS = 384.400 km/cos(89,85o) = 146.800.000 km
• Salientamos novamente os resultados obtidos pelo grego não é importante
e sim o seu raciocínio lógico com base na trigonometria.
39. HIPARCUS (DE NICÉIA) [ 160 - 125 aC ]
• Foi, provavelmente, o maior astrônomo da Era pré-cristã.
Construiu um observatório na Ilha de Rhodes onde fez observações
por mais de 40 anos.
Compilou um catálogo que dispunha a posição e o brilho (magnitude
aparente) de 850 estrelas.
na escala de Hiparcus, a magnitude estelar era dividida em 6 categorias,
sendo que as estrelas de primeira magnitude eram as mais brilhantes e
aquelas de magnitude 6 eram as mais fracas, visíveis a olho nu.
Deduziu a direção correta dos pólos celestes e o movimento de precessão da
Terra
variação da direção do eixo de rotação da Terra em virtude da influência
gravitacional da Lua e do Sol, que leva cerca de 26.000 anos para
completar um ciclo.
40. CLAUDIO PTOLOMEO [ ~ 87 – 170 dC]
Compilou todo o conhecimento astronômico de sua época em 13 tomos
conhecidos como “ Mathematik Syntaxis” ou “ Megale Syntaxis”.
Na Europa , a sua obra ficou conhecida com a denominação
arábica “Almagesto”.
De acordo com o Almagesto, os 7 planetas, entre os quais também figuravam a
Terra e a Lua, moviam-se sobre 7 esferas em torno da Terra, que
ocupava o centro do sistema.
De dentro para fora sucediam-se a Lua, Mercúrio, Vênus, o Sol, Marte,
Júpiter e Saturno.
A Terra não ocupava o centro exato de cada órbita; ou seja, as órbitas planetárias
eram excêntricas. Somente o Sol e a Lua moviam-se em círculos; os demais
planetas percorriam epiciclos cujos centros deslizavam sobre outro círculo
conhecido como deferente.
41. • Apesar de complexo, o Sistema Geocêntrico de Ptolomeo previa as posições
e os movimentos aparentes de todos os planetas conhecidos com erro
máximo de 1 grau.
• O modelo foi utilizado durante 13 séculos. Manteve-se sem contestação até
o Século XVI.
Algumas críticas Afonso X, rei de Castela e Leão (1.221 – 1.284)
“ Se o Senhor Todo-poderoso me tivesse consultado antes de
iniciar a Criação, certamente eu teria recomendado
alguma coisa mais simples”
Nicole d´Oresme, Capelão de Carlos V da França
declarou abertamente que a idéia de um Universo centrado
na Terra ainda não tinha sido completamente
comprovada
Cardeal Nicolau de Cusa (Alemanha, Séc. XV) sugeriu que a Terra não
era o centro do Universo . Evitou sugerir que o Sol ocupasse esse
lugar.
42. O modelo geocêntrico de Ptolomeo
(Fonte: J. Herrmann, in “Astronomy Atlaes” , 1973)
44. NICOLAU COPÉRNICO (Mikolaj Kopernik) [1473 – 1543]
• Nascido de uma próspera família polonesa, Copérnico foi nomeado
cônego da Catedral de Frauemburgo devido à influência de seu tio
(Lucas), que era bispo de Ermland.
• Estudou Direito e Medicina na Itália. Na Polônia, especializou-se em
Economia (reforma monetária).
• Era apaixonado por Astronomia. Admirava Ptolomeo mas achava seu
sistema geocêntrico muito complexo.
• Como cônego, suas principais atribuições eram agir como médico de seu tio
e seu secretário particular. Sobrava-lhe muito tempo para se dedicar
à Astronomia.
• Publicou, em 1543, a obra “De revolutionibus orbium coelestium” ou “Das
revoluções dos corpos celestes”, estabelecendo as bases do sistema
heliocêntrico. Faleceu naquele mesmo ano, vitima hemorragia
cerebral ,não chegando a manusear a obra publicada.
45. • Os 7 axiomas da Teoria Heliocêntrica :
1. Os corpos celestes não compartilham de um centro comum.
2. O centro da Terra não é o centro do Universo.
3. O ponto central do Universo fica perto do Sol.
4. A distância Terra-Sol é insignificante quando comparada com a distância às
estrelas.
5. O movimento diário aparente das estrelas é o resultado da rotação da Terra
em torno de seu próprio eixo.
6. A seqüência anual aparente de movimento do Sol é o resultado de uma
revolução da Terra em torno dele. Todos os planetas giram em torno do
Sol.
7. O movimento retrógrado aparente de alguns planetas é o resultado da
nossa posição como observadores em uma Terra móvel.
Os axiomas de Copérnico são notáveis em todos os seus aspectos: A Terra e
os outros planetas giram em torno do Sol. Isso explica as órbitas
planetárias retrógradas , enquanto que a incapacidade de
qualquer paralaxe se deve ao fato das estrelas
estarem localizadas à grandes distâncias.
47. TYCHO BRAHE [1546 – 1601]
• Proveniente da nobreza dinamarquesa, Tycho ganhou fama por dois motivos:
1. Em 1566 envolveu-se com um duelo com seu primo (Manderup) por causa de
uma previsão astrológica. Tycho previra a morte de um soberano
otomano sem saber que ele já havia morrido 6 meses antes.
A briga culminou com um duelo de espadas onde seu
nariz foi cortado ao meio e sua testa marcada.
A partir de então, ele passou a usar um nariz falso, colado, feito de ligas
de cobre, prata e ouro.
2. Tycho elevou a Astronomia Observacional a um nível de precisão incrível.
Com o auxílio de sextantes e quadrantes, determinou a órbita de
Marte.
Além das órbitas planetárias construiu um catálogo de estrelas com
precisão de 1/30 de graus (2´ de arco).
(Talvez toda essa precisão fosse conseguida pela facilidade que tinha em
remover seu nariz postiço para melhor alinhar a vista com o objeto na
linha de visada).
48. • Tycho tinha , à sua disposição, o Observatório de Uranibourg construído por
Frederico II (o observatório chegava a consumir cerca de 5% do PIB da
Dinamarca, anualmente).
Biblioteca, fábrica de papel, gráfica, laboratório alquímico , prisão
(para servos rebeldes), além de um observatório dispondo de
sextantes e quadrantes para observação .
1588 Publicou “De mundi aetheri reentioribus phoenomeris” (À respeito de
novos fenômenos no mundo etéreo). No modelo de Tycho, todos os
planetas orbitam o Sol que, por sua vez, orbita a Terra.
Ainda em 1588 migrou para Praga onde foi nomeado matemático imperial de
Rodolfo II.
Acolheu, como assistente, Johannes Kepler, um excelente matemático.
A dupla Brahe-Kepler foi perfeita: Brahe havia compilado o melhor
catálogo de observações astronômicas e Kepler se mostraria,
com o tempo, como sendo um excelente interprete
desses resultados observacionais.
1601 em jantar oferecido pelo barão de Rosenberg , bebeu com o excesso
costumeiro. Quando chegou em casa, passou a ter febres e alternar
períodos de inconsciência e delírios falecendo dias depois.
49. JOHANNES KEPLER [1571 – 1630]
• Com a morte de Tycho, Kepler passou a ocupar o cargo de Astrônomo da Corte Imperial de
Praga .
• Analisou as observações catalogadas por Tycho e, em 1609, publicou “ Astronomia nova” (A
nova astronomia) com as duas primeiras leis do movimento planetário (a lei da
elípse e a lei das áreas). A terceira lei de Kepler aparece na obra
“Harmonices mundi” (Mundo harmonioso), publicado em 1619.
• De acordo com Kepler, Copérnico falhava nos seguintes axiomas:
1. Os planetas movem-se em círculos perfeitos.
2. Os planetas movem-se com velocidades constantes.
3. O Sol localiza-se no centro dessas órbitas.
• Kepler expôs os erros de Copérnico ao mostrar que:
1. Os planetas movem-se em órbitas elípticas, não em círculos perfeitos.
2. Ao longo dessas órbitas, as velocidades planetárias variam constantemente.
3. O Sol não se localiza, exatamente, no centro dessas órbitas.
• Embora simples, elegante e preciso nas previsão das órbitas planetárias, a grande maioria
dos filósofos, astrônomos e líderes da Igreja aceitou que era um bom modelo para
se fazer cálculos. Mas continuou com a firme crença de que a Terra
estava localizada no centro do Universo.
50. • Em 1610, um amigo (von Wackenfels) deu a Kepler a notícia mais empolgante até então
recebida: na Itália, Galileo estava usando um novo instrumento de medidas que
explorava, em detalhes, os corpos celestes. Dessas observações, Galileo havia
armazenado evidências que concluíam que Aristarco, Copérnico e Kepler estavam
corretos em afirmar que o Sol estava no centro do Universo.
Primeira e Segunda Leis: das órbitas elípticas e das velocidades planetárias (um raio-
vetor que se estenda desde o Sol até o planeta varre áreas iguais em iguais
intervalos de tempo).
51. Movimentos real e aparente dos planetas. [Fonte: Astronomia: Uma Aventura na
Ciência, Editora Globo, 1987]
52. GALILEO GALILEI [1564 – 1642]
• Considerado o pai da Ciência Moderna, Galileo desempenhou um papel
fundamental para a consolidação do modelo heliocêntrico através das
observações astronômicas
• 1609 Aperfeiçoou o instrumento óptico de Hans Lippershey criando uma
luneta cuja capacidade de ampliação alcançava 20x.
• Contribuições mais significativas:
Leis de queda livre dos corpos
Lei das oscilações dos pêndulos
observou as manchas solares
descobriu as 4 principais luas de Júpiter
observou as fases de Vênus
detectou as irregularidades (relevo) da Lua
53. Luneta de Galileo em exposição em Florença (ITA).
[Fonte: www.wikipedia.com]
1610 Publicação dos resultados observacionais na obra “Siderius nuncius”
1616 compareceu pela primeira vez ante a Inquisição Romana foi proibido
de continuar defendendo o modelo heliocêntrico sob pena de
excomunhão e exílio.
54. Mapas mostrando as irregularidades na superfície lunar, de acordo com as
observações de Galileo [Fonte: S. Singh, in “Big Bang” , 2008]
Interpretação das principais observações astronômicas de Galileo:
A Lua não era perfeita, imaculada.
A Terra não era perfeita, imaculada,
O Sol não era perfeito, imaculado.
55. Observadas com regularidades, as manchas solares permitiam concluir que o
Sol rotacionava em torno de um eixo próprio. Sendo assim, Terra e Lua
também poderiam ter movimentos de rotação
Ao observar Vênus, Galileo pode concluir que ele não emitia luz própria de modo
que, tal como a Terra, Vênus reflete a luz do Sol.
Ao observar, em 07 de janeiro de 1610, 3 “estrelinhas “ em movimento de rotação
(mais tarde, observou a quarta) em torno de Júpiter, Galileo concluiu que eram
seus satélites naturais. Os astros podiam, afinal, girar em torno de outro
astro que não fosse a Terra. Não havia objeção ao heliocentrismo
uma vez que Júpiter e suas luas constituiam um Sistema
Solar miniaturizado.
Todas essas conclusões motivaram Galileo ao confrontamento com a
Igreja Romana
56. Ao publicar “Dialogo sobre dois Sistemas”, Galileo teve mais problemas com a
Inquisição. Foi obrigado a se exilar em sua casa, em Arcetri.
“Diálogo” foi acrescentado ao “Index Librorum Prohibitorum”.
Frente à Inquisição, Galileo afirmou: “A Sagrada Escritura destina-se a ensinar
aos homens como ir para o Céu e não como o Céu funciona”.
Faleceu em 1637, exilado e cego , provavelmente em virtude de glaucoma
produzido pelas observações solares.
57. ISAAC NEWTON [1642 – 1727]
• Nascimento em circunstâncias trágicas: seu pai morrera alguns meses antes
e sua mãe casara-se novamente com uma pessoa de 63 anos que recusou
aceitá-lo em sua casa. Newton foi criado por seus avós , tornando-se
uma pessoa amargurada, isolada e, às vezes, cruel.
• 1696 foi nomeado diretor da Casa da Moeda Inglesa implacável na caça
aos falsificadores de moedas que estavam levando o país à falência. Newton
introduziu moedas com bordas estriadas, muito difíceis de serem
falsificadas. Com essa medida, Newton recuperou o poderio
financeiro daquele império.
• 1997 A moeda britânica de 2 libras tinha a inscrição “De pé, sobre ombros de
Gigantes” , uma homenagem a Newton quando escreveu essa frase para seu
“amigo” , Robert Hooke. A história ensina que Newton reconhecia
seu próprio sucesso graças aos trabalhos de gigantes
como Pitágoras e Galileo.
Para S. Singh, a frase fazia alusão velada e ofensiva à corcunda de Hooke e
seu andar curvado.
58. • Contribuições mais significativas:
Criação do Cálculo Diferencial e Integral.
Leis da Cinemática e Dinâmica dos Corpos.
Criação do telescópio refletor.
Teoria de Gravitação Universal e bases da Mecânica Celeste.
• 1687 publicou a obra “Philosophiae naturalis principia mathematica”
(Princípios Matemáticos de Filosofia Natural)
[algumas dessas contribuições serão aplicadas durante o nosso Curso]
59. • Algumas conseqüências para a Astronomia do trabalho de Newton
E. Halley determinou a órbita precisa do Cometa de 1682 e previu
retornos.
1755 I. Kant atribuiu à gênese do Sistema Planetário, um processo
mecânico.
1788 J. L. Lagrange estudou o problema de três corpos.
1799 P. S. Laplace publicou, em “Mecânica Celeste”, a invariabilidade do
semi-eixo maior das órbitas planetárias.
Leverrier & Adams previram a existência de Netuno, com base em um
estudo das perturbações na órbita de Urano
1846 Observatório de Berlin confirma a observação do planeta Netuno.
60. 1844 F. W. Bessel prevê a existência de uma companheira para Sirius ao
estudar perturbações em sua órbita.
1862 Descoberta a “companheira” de Sirius.
J. Dollong desenvolvimento e construção das lentes acromáticas,
aperfeiçoadas por J. Fraunhoffer (1787-1826) na Alemanha.
W. Hershell (1738 – 1822) talvez o maior de todos os construtores de
telescópios refletores.
Estudo de Nebulosas e Aglomerados Estelares.
Estatística estelar da Via Láctea.
Descobrimento de novos satélites naturais dos planetas do SS.
1838 W. Strüve determina a primeira paralaxe de uma estrela fixa.
1859 R. W. Bunsen e G. R. Kirchhoff técnicas da análise espectral
61. Segunda Metade do Século XIX Introdução da fotografia e dos métodos
fotométricos às observações astronômicas.