Este documento apresenta o primeiro encontro de uma série de quatro encontros para discutir as eleições de 2014 no Brasil. O encontro incentiva os participantes a refletirem sobre a política no Brasil, incluindo desafios como desigualdade, corrupção e meio ambiente, para que possam votar de forma consciente e cristã.
2. Apresentação
Queridos irmãos e irmãs,
Para mim, na missão de bispo diocesano, é uma ocasião significativa
apresentar este material para que nossas Comunidades, espalhadas nas mais
diversas regiões da cidade, reflitam ao longo desta campanha eleitoral de 2014.
Material este, preparado com tanta dedicação pelo grupo de Fé e Política da nossa
diocese.
Esclareço que não existe contradição entre fé e política. A nossa atuação
nas eleições, durante a campanha e durante o acompanhamento dos eleitos, será
genuinamente cristã. O momento do voto, de apertar os números dos candidatos,
deve ser uma ocasião de dar um autêntico testemunho cristão. Recordo o alerta do
papa Francisco ao dizer: “Uma fé autêntica – que nunca é cômoda e individualista
– comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores,
deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ele...” (A Alegria do
Evangelho 182-183).
Tenho clareza que sem sonhos não existem mudanças na sociedade. Por
isso, nossa Cartilha apresenta algumas indicações formativas para mudar o modo
de pensar e fazer política no Brasil. Nela não encontramos nomes de Partidos nem
de candidatos (as), pois não queremos ferir a liberdade das pessoas. Encontramos,
sim, várias indicações sobre o Brasil que queremos fundamentadas no espírito
cristão e cidadão.
Na Cartilha há uma recorrente insistência: Democracia não é somente
escolher quem vai governar ou propor leis, mas é também ter participação na
condução do ato de governar, propor, fiscalizar e denunciar, quando for necessário.
Lembrem-se dessas sete dicas, que ofereço, de antemão:
1. “Ficha Limpa” não é projeto, é lei,
2. Sonhar com uma sociedade justa e fraterna é virtude,
3. Veja no candidato idéias que defendam a vida,
4. Veja no candidato projetos de inclusão social,
5. Veja no candidato projetos para a Cultura da Paz,
6. Veja no candidato projetos em relação à sustentabilidade do planeta,
7. Veja no candidato atitudes no combate às formas de corrupção.
Queira Deus que sejam frutuosas tantas reflexões e orações pelo “Brasil
que queremos”. Parabenizo e rezo pelos animadores e animadoras dos grupos.
Tenho certeza que realizarão encontros com diálogos de altíssimo nível no
fortalecimento da consciência democrática.
Fiquem com Deus,
+Edmilson Amador Caetano, O.Cist.
Bispo diocesano de Guarulhos
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3. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
PRIMEIRO ENCONTRO
VER
Tema: Ver como anda a política no Brasil
Personagens: Jesus na sinagoga de Nazaré
Texto: Lc 4,1-16
Palavras-chaves: Espírito Santo, Missão, pobres, cegos, liberdade, ano da
graça do Senhor, Brasil que queremos.
Perspectiva: Compreender que tudo ao nosso redor é política, mas que
existe um espaço comum e exigente: o voto. Por meio do voto elegemos
pessoas para nos representar no exercício do poder.
“O espírito do Senhor me ungiu e me enviou para anunciar....
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4. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
1. Preparar o ambiente
• Colocar no centro a Bíblia, vela, flores e um quadro do Santo
Padroeiro da família ou da comunidade.
• Escrever numa cartolina o tema do encontro
2. Acolhida
Dirigente: Como irmãos e irmãs, acolhemos a presença de Deus em
nosso meio: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo...
Dirigente: Este ano, a Igreja do Brasil nos convida a refletir e
aprofundar o valor do nosso voto. Votaremos para os cargos de
Presidente, Governador, Senadores, Deputados Federal e Estadual. São
pessoas nas quais depositaremos nossa confiança de nos representar na
administração dos interesses públicos. Em clima de alegria, vamos nos
apresentar, dizendo nossos nomes, pois iremos estar juntos nestas quatro
semanas. (Em clima de alegria todos se abraçam dando as boas-vindas).
Dirigente: Deus se faz presente todas as vezes que estendemos a mão às
pessoas que estão ao nosso redor e quando acolhemos a mão que nos é
estendida. Na certeza de que o projeto de Deus é a vida partilhada:
Nossa alegria é saber que um dia todo este povo se libertará;
Pois Jesus Cristo é o Senhor do mundo, nossa esperança realizará. (bis)
O Cristo veio libertar os pobres e ser cristão é ser libertador;
Nascemos livres pra crescer na vida,
Não pra ser pobres, nem viver na dor. (bis)
Vendo no mundo tanta coisa errada, a gente pensa em desanimar;
Mas quem tem fé sempre está com Cristo.
Tem esperança e força pra lutar. (bis)
3. Motivando a conversa
Leitora ou leitor 1: Em outubro de 2014, vamos mais uma vez,
manifestar nossa cidadania por meio do voto. Elegeremos: presidente,
governadores, deputados federais e estaduais, parte dos senadores.
Pensando na necessidade de uma boa preparação para esta missão, as
pastorais sociais da Igreja Católica no Brasil decidiram oferecer
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5. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
algumas sugestões para todos os cristãos. Pois como disse o Papa
Francisco, respondendo a um jovem, durante a Jornada Mundial:
“Envolver-se na política é uma obrigação de todo cristão”.
Dirigente: Essa eleição de outubro tem um significado especial: é a
primeira vez que iremos voltar às urnas depois das manifestações de
junho e julho de 2013. Na época milhares de pessoas ocuparam as ruas e
praças exigindo melhores serviços de transporte, educação e saúde de
qualidade. Gritaram contra os políticos corruptos. Manifestaram
insatisfação quanto ao modo que políticos eleitos exercem o poder. O
Papa Paulo VI afirmava que “ A política é uma forma sublime do
exercício da caridade”. A Igreja Católica no Brasil valoriza a política e
a tem em alta estima porque o cristianismo deve evangelizar a totalidade
da vida humana.
Leitora ou leitor 2: A política se ocupa de leis e de medidas concretas
que afetam diretamente a vida de milhões de pessoas, não apenas um
grupo, mas a totalidade dos membros de uma cidade, estado ou nação.
Assim, na medida em que a política pode propiciar o bem-estar a todos,
ela não deixa de ser um exercício de amor e de justiça: “Felizes os que
têm fome e sede de justiça”.
4. Inspiração de uma leitura bíblica
Dirigente: Vamos acolher a Palavra de Deus e nos deixar envolver pela
alegria de Deus, que sempre vem ao nosso encontro. Cantemos:
Dá-nos um coração grande para amar.
Dá-nos um coração forte para lutar.
Leitor ou leitora 3: Ler Lucas 4, 16-21
Dirigente: Para conversar
a) Como Jesus apresenta sua missão?
b) O que significa a expressão: “O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres'.
c) Quais relações existem entre Jesus e nossa tarefa nas próximas
eleições?
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6. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
5. Iluminando o texto bíblico: um apoio para o grupo
Leitor ou leitora 4: A prática do amor, da misericórdia, da solidariedade
e da justiça estão na origem da missão de Jesus. Como um homem do seu
tempo, Jesus se deparou com as situações de pobreza reinante na região
da Galileia. Andou, compartilhou sonhos de uma vida melhor com os
grupos de pobres, coxos, pessoas consideradas “afastadas da graça de
Deus” como afirmavam os sacerdotes e doutores da lei de sua época. O
evangelho de Lucas insiste que a libertação dos pobres não será possível
sem a transformação das estruturas sociais injustas. De acordo com este
evangelho, a missão de Jesus reflete-se em nossa missão: propor
mudanças significativas no modo de exercer o poder. Pessoas que
possam realmente trabalhar para o Brasil que queremos.
6. Lembrando alguns fatos do Brasil: um apoio para o grupo
Dirigente: Vamos olhar um breve retrato do Brasil que temos:
Leitor ou leitora 1: Notamos algumas conquistas nos últimos dez anos.
Vejamos: 28 milhões de brasileiros deixaram a extrema miséria e
pobreza. Passaram a ganhar e a comprar mais. A renda familiar
melhorou. Um dos fatores importantes para isso foi o aumento real do
salário-mínimo – acima da inflação. Outro fator foi o programa de
transferência de renda para famílias extremamente pobres, o Bolsa-família.
A taxa de desemprego vem caindo. Outros fatores foram ações
governamentais na região nordestina, através do financiamento de
cisternas para as famílias na região: mais de 400 mil foram construídas
e ajudaram a enfrentar a seca que castigou duramente a região.
Leitor ou leitora 2: Mas nem tudo é maravilha. Há muitos desafios que
devemos olhar nestas eleições. Faltam políticas públicas mais firmes.
Leitor ou leitora 3: Para saber para quem o governo trabalha basta ver
para onde seguem partes dos recursos arrecadados pelo governo: Os
gastos com a dívida pública é enorme. Vejamos esses dados: 40 % do
orçamento de tudo que o governo arrecadou, em 2013 foi para o
pagamento de juros, rolagem da dívida, junto aos bancos., enquanto que
somente 5% foi destinado para a saúde e menos de 4% para a educação.
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7. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
Leitor ou leitora 2: Se o gasto do governo é maior com setores privados
– bancos e empresários – é evidente que faltam recursos para um
transporte de qualidade, saúde, educação e saneamento básico.
Leitor ou leitora 4: Há outro projetos que seguem em ritmo de câmera-lenta.
Vale a pena listá-los: 1) Lentidão na reforma agrária. Os grandes
proprietários se beneficiam com a lentidão da justiça na desapropriação
e de quebra contratam pistoleiros para ameaçar e matar as lideranças
dos indígenas e quilombolas e dos sem-terra; 2). A terra urbana como
capital especulativo: Nos centros urbanos os terrenos se valorizam,
enquanto os pobres seguem residindo ou buscando um lugar nas
periferias das cidades. Não há uma reforma urbana que beneficie os
pobres; 3) As privatizações: Do governo Collor, passando pelo governo
de Fernando Henrique, até o governo Lula e Dilma tudo segue sendo
privatizado: portos, rodovias, aeroportos, ferrovias. Agora teveram
início os leilões das áreas do pré-sal, no campo de Libra.
Leitor ou leitora 1: No desejo de conhecer o Brasil que temos, oportuno
anotar o funcionamento do sistema tributário. No Brasil os que mais
pagam impostos são os pobres e não os donos de grandes fortunas.
Impera o chamado sistema regressivo. Isto é: a maior parte dos impostos
recai sobre o consumo e não sobre a renda. Sem contar que a legislação
permite uma série de atalhos para bancos e empresas violarem a Receita
Federal.
Leitor ou leitora 2: Para enriquecer nossa conversa, não podemos
deixar de olhar o funcionamento da grande mídia no Brasil. A mídia –
rede de TV, sistema de rádio, telefonia, jornal – segue na mão de poucas
famílias e sem nenhum interesse de denunciar ou promover os reais
problemas da população mais pobre. Há mais de vinte anos os setores da
sociedade reivindicam a democratização dos meios de comunicação.
Leitor ou leitora 3: Vamos anotar a gravidade da situação ambiental. O
atual modelo de desenvolvimento está levando a um aumento do
aquecimento do nosso planeta Terra. Para se ganhar dinheiro vale tudo:
destruição das florestas, poluição das águas, envenenamento dos
alimentos, intoxicação do solo. Este modelo econômico desconsidera o
mínimo de respeito com o meio ambiente.
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8. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
Leitor ou leitora 1: E por fim,a atuação dos cristãos na política, ganha
especial importância na fiscalização dos poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário. O monitoramento dos poderes públicos deve ser feito pela
defesa dos valores éticos, pelo combate à corrupção e pela luta contra a
violência em suas diversas manifestações.
7. Conversando sobre o Brasil que temos
Dirigente
Antes de partir, vamos a uma conversa para aprofundar o nosso VER,
com esses informes citados:
a) O que pensamos sobre as manifestações de junho e julho de 2013 no
Brasil?
b) Para as eleições deste ano, os programas dos partidos levam em
consideração os desafios apontados?
c) Quais as luzes e sombras que percebemos olhando o nosso Brasil?
8. Gesto concreto.
Vamos acompanhar e anotar os programas de notícias. Quais deles
abordarão os temas apontados em suas reportagens?
9. Bênção final
Dirigente: Que o Deus da vida, como deu forças para Jesus anunciar o
Reino de Deus, esteja conosco ao longo desta semana. O Senhor esteja
conosco nos trabalhos, nos estudos, nas atividades familiares, nas
viagens. Ele que é o Deus da ternura e do amor derrame sobre nós as suas
bênçãos.
Todos/as: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Hino da Família: Abençoa Senhor as Famílias, Amém.
Abençoa Senhor a minha também (bis).
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9. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
SEGUNDO ENCONTRO
Julgar
Tema: Julgar o andamento da política no Brasil
Personagens: Jesus diante dos poderes de sua época
Texto: Mt 13,24-30
Palavras-chaves: Reino de Deus, saber esperar, discernimento para separar
os bons dos maus políticos, olhar os sinais dos tempos
Perspectiva: Compreender que tudo ao nosso redor é política. Saber que
nem tudo está perdido na vida pública. Dar importância ao voto. Eis que
chega o tempo de mudar e separar o joio do trigo.
“O Reino de Deus é comparado ao homem que semeou boa semente...”
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10. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
1- Preparar o ambiente
Colocar no centro a Bíblia, vela, flores e um quadro do Santo Padroeiro
da família ou da comunidade. Não esquecer de providenciar o
documento do papa Francisco “Alegria do Evangelho”.
Escrever numa cartolina o tema do encontro
2- Acolhida
Dirigente:
Como irmãos e irmãs, saudemo-nos uns aos outros com um forte abraço.
Iniciamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.....
Dirigente: No primeiro encontro tivemos a lição de VER a realidade, o
nosso Brasil, nosso Estado e nossa Cidade....Neste encontro temos o
dever de olhar dentro de nossa fé, nossa igreja, nosso evangelho e julgar
se estamos realmente vivendo o projeto de Cristo.
Vivemos dentro de um Sistema Econômico e Político do TER, onde
consumir é a medida que faz “cada um ser melhor que o outro”.
3- Fatos que ajudam o Julgar:
Leitora ou leitor 1: Diante da realidade consumista que vivemos onde o
que importa é o TER; a pessoa humana com seus talentos, carismas e
sonhos acaba ficando de lado, à margem da sociedade. Não podemos
esquecer que o voto consciente é uma importante ferramenta para mudar
este modelo injusto. Por qual motivo? Vejamos!
Leitora ou leitor 2: Este ano vamos ter eleições para governo federal e
estaduais, deputados e senadores. Quais valores queremos que eles
defendam?
Sabemos pela nossa realidade, que só vai ocorrer soluções para as
populações mais pobres, se se unirem e pressionarem os governantes,
isto é comprovado. Basta lembrar que em julho do ano passado, bastou o
povo ir às ruas e muitas leis foram aprovadas, mas que com o passar dos
meses não saíram do papel.
Leitora ou leitor 3: Lembro que meu pai sempre falava: “político no
Brasil é que nem feijão: Só funciona na pressão”.
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11. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
Leitora ou leitor 1: Outra forma encontrada, e que vem crescendo não
só no nosso país, é a Economia Solidária, como alternativa de outro
modelo de desenvolvimento, onde o ponto central é o ser humano e não o
dinheiro, o capital. Pessoas produzem em cooperação com as outras, sem
hierarquia e sem distinções e, desta forma, conseguem sustentar suas
famílias. Alguém, entre nós já ouviu falar deste tipo de economia?
Quem sabe de onde ela vem? Quem pode participar?
Leitora ou leitor 2: Outra solução ou alternativa é encontrarmos
políticos éticos, que não entram em negociatas, e que estão
comprometidos com o bem comum. Isto só poderá acontecer se os
mesmos permitirem que seus mandatos sejam participativos, sejam
acompanhados por aqueles que nele confiaram ao votar. Cabe-nos atuar
de modo que as decisões não saiam de sua cabeça, mas representem de
fato a comunidade que o elegeu.
Dirigente:
Oportuno cochichar um pouco sobre essas propostas: O que acham
delas? São viáveis? Já conheciam? Querem sugerir outras?
Aprendendo com o Evangelho de Jesus
Dirigente:
Vamos ver de perto o modo de Jesus agir. Quais dicas podemos aprender
com o Evangelho? Vamos ler Mt 13,24-30. (Antes do bate-papo sobre o
texto de Mateus, o animador ou animadora pode propor o canto Igreja é
Povo que se organiza).
4- Cinco dicas para compreender o texto:
1) As parábolas foram um modo todo especial de Jesus ensinar os mistérios
do Reino de Deus. Elas não querem dar uma resposta direta, mas fazer os
ouvintes de Jesus pensar e tomar uma atitude diante da construção do
Reino.
2) Nesta parábola, mais uma vez Jesus consegue nos surpreender. Fomos
acostumados a pensar que o Reino de Deus é o trigo bem guardado no
celeiro, depois de ter sido queimado todo o joio. Jesus diz que não. O
Reino dos Céus está sendo construído, não podemos nos omitir. O Reino
já chegou. Ele já está presente em nossas vidas!
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12. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
3) Outra dica, a parábola nos ensina que só olhar para frente pode ser uma
tentação muito perigosa. Olhar o hoje com os olhos do amanhã, além de
ser uma ilusão, pode levar a decisões equivocadas e erradas. É preciso ter
paciência e as vezes isso nos falta.
4) O Reino de Deus não é futuro, mas processo. Por isso que Jesus alerta a
não arrancar o joio, manda deixar os dois crescerem juntos. A parábola
nos ajuda a enxergar o Reino no meio do conflito, misturado com a terra,
com a massa.
5) É uma pena debatermos política apenas em época de eleição. Mas esse
tempo é uma boa oportunidade para separar os bons dos maus. Isso exige
de nós discernimento, inteligência para ver as qualidades de alguns e as
leviandades de outros.
Dirigente: Voltemos a falar do Brasil que queremos. O que podemos
propor?
Animador divide em grupos de 2 ou 3 pessoas (depende do tamanho do
grupo), cada grupo lê e discute uma letra (a,b,c,d,..k) e depois expõe
para o grupo maior.
a) Que promova uma reforma política com a participação do povo e que as
decisões sejam compartilhadas com os cidadãos e cidadãs como: as
questões econômicas, impacto ambiental, privatizações, que o poder
judiciário possa ser controlado pela sociedade.
b) Que reveja o modelo econômico estabelecido, supere o neoliberalismo,
o modelo neodesenvolvimentista, centrados no capital financeiro
(principalmente o especulativo). Construa um modelo econômico
centrado nas pessoas, na realização de seus direitos, em harmonia com a
natureza, superando a crise ecológica, que este novo modelo esteja a
serviço da VIDA.
c) Que se realize uma auditoria da dívida pública, conforme exigência de
nossa Constituição. Essa dívida e os juros afastam os países das
possibilidades viáveis da sua economia, e os cidadãos do seu real poder
de compra. Oportuno ler este parágrafo da carta do papa Francisco:
“Uma reforma financeira que tivesse em conta a ética exigiria uma
vigorosa mudança de atitude por parte dos dirigentes políticos, a quem
exorto a enfrentar este desafio com determinação e clarividência, sem
esquecer naturalmente a especificidade de cada contexto. O dinheiro
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13. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
deve servir, e não governar! O Papa ama a todos, ricos e pobres, mas tem
a obrigação, em nome de Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar
os pobres, respeitá-los e promovê-los. Exorto-vos a uma solidariedade
desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética
própria ao ser humano” (A alegria do Evangelho, parágrafo 58).
d) Que sejam os megaprojetos em execução que estão destruindo o habitat
dos povos indígenas, quilombolas, das populações ribeirinhas e o meio
ambiente. Aos futuros megaprojetos sejam feitas amplas consultas
(plebiscitos) à população.
e) Que o próximo governo assuma compromisso de investir nas energias
renováveis, principalmente na energia solar, caminhando assim para
acabar com o uso de energias prejudiciais ao meio ambiente e perigosa
para a vida.
f) Que realize de fato a Reforma Agrária, prometida e até o momento não
realizada, reforma estrutural necessária para acabar com a concentração
de terras (poder). Hoje 1% dos proprietários detém mais de 50% das
terras cultiváveis do país. Que a reforma consiga democratizar o uso da
terra para quem nela produz para atender ao mercado interno,
diminuindo assim a desigualdade e a fome.
g) Que promova a Reforma Urbana, com cidades para as pessoas e não para
carros. Que a mobilidade seja feita garantindo transportes públicos
decentes para todos. Que se promovam projetos para acabar com a
poluição sonora, ar, estresse e excesso de engarrafamentos.
h) Que se democratizem os meios de comunicação, seja quebrado o atual
oligopólio que favorece a um pequeno grupo que vê nos meios de
comunicação uma maneira de enriquecer e não de informar a sociedade e
respeitar seus direitos.
i) Que se universalizem os Direitos Humanos, políticos, civis,
econômicos, sociais, culturais, religiosos e ambientais. Que sejam
garantidos, independente de ser uma pessoa pobre ou rica, um bom
sistema de saúde, de educação, de transporte, de saneamento básico e de
segurança pública.
j) Que sejam valorizados trabalhadores e trabalhadoras promovendo a
redução da jornada de trabalho, sem redução do salário, permitindo
ampliar a garantia de emprego.
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14. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
k) Que haja ética na Política, especialmente por aqueles que pretendem se
dedicar ao serviço da sociedade, do bem comum, do serviço público.
“Dos agentes políticos em cargos executivos exige-se a conduta ética
[....]. Dos agentes políticos, no parlamento, deva-se esperar uma ação
correta de fiscalização e legislação que não passe por uma simples
presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo”.
Após a partilha, a animadora ou animador encaminha a conclusão do
encontro.
5- Gesto concreto.
Reflexão para casa:
1. Como nos colocamos diante das palavras do Papa Francisco?
2. O Estado que temos é de todos e para todos?
3. Qual o papel do governo estadual e dos senadores?
6- Benção final
Dirigente: Que o Deus da vida, como deu forças para Jesus anunciar o
Reino de Deus, esteja conosco ao longo desta semana. O Senhor esteja
conosco para sermos construtoras e construtores do Reino. Que nos
esforcemos a agir com inteligência e entendimento, com os dons do
Espírito Santo. Ele que é o Deus da ternura e do amor derrame sobre nós
as suas bênçãos.
Todos/as: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Canto final : Cálix Bento.
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Ó Deus salve o oratório
Ó Deus salve o oratório
Onde Deus fez a morada
Oiá, meu Deus,
onde Deus fez a morada, oiá
Onde mora o calix bento
Onde mora o calix bento
E a hóstia consagrada
Óiá, meu Deus,
e a hóstia consagrada, oiá
De Jessé nasceu a vara
De Jessé nasceu a vara
E da vara nasceu a flor
Oiá, meu Deus,
da vara nasceu a flor, oiá
E da flor nasceu Maria
E da flor nasceu Maria
De Maria o Salvador
Oiá, meu Deus,
de Maria o Salvador, oiá
15. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
TERCEIRO ENCONTRO
Agir
Tema: Agir na busca do Brasil que queremos
Personagens: Jesus indica o que fazer: ser fermento na massa
Texto: Mateus 13,31-33
Palavras-chaves: Missão, atuação no mundo, busca os sinais do Reino,
imitadores de Jesus Cristo.
Perspectiva: Compreender que todo homem e toda mulher são sujeitos da
construção de um mundo melhor. A força do voto está no ato de acompanhar
e propor ações para uma sociedade mais justa e solidária.
“O fermento foi misturado com a farinha, e tudo ficou fermentado”.
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16. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
1- Preparar o ambiente
• Colocar no centro a Bíblia, vela, flores e um quadro do Santo
Padroeiro da família ou da comunidade. Providenciar a carta do
papa Francisco “
2- Acolhida
Dirigente: Motivação para a oração de abertura:
Leitora ou leitor 1:
Leitora ou leitor 2:
Dirigente: Com as palavras de Jesus e de nossos bispos, vamos iniciar
nosso encontro de hoje, cantando: Em nome do Pai, em nome do
Filho, em nome do Espírito Santo estamos aqui.....
3- Motivando a conversa de hoje
Leitora ou leitor
Alegria do Evangelho”. Espalhar pelo ambiente
revistas, jornais com notícias sobre a política, a realidade da cidade etc.
“Indo e vindo,
trevas e luz/ Tudo é graça, Deus nos conduz”.
“Nem todo aquele que diz: 'Senhor, Senhor!'
entrará no Reino dos Céus, mas aquele que põe em prática a vontade
de meu Pai que está nos céus” (Mt 7, 21)
“Os católicos versados em política, e devidamente
firmes na fé e na doutrina cristã, não recusem cargos públicos se
puderem com uma digna administração prover o bem comum e ao
mesmo tempo abrir caminho para o Evangelho” (Apostolicam
Actuositatem, AA 14).
Dirigente: Em nosso primeiro encontro, procuramos identificar o
mundo em que vivemos, com suas luzes e trevas, com as conquistas e
avanços, mas também as mazelas e os grandes problemas presentes em
nosso País, nosso Estado, nosso Município e nosso Bairro. No nosso
segundo encontro, fomos buscar motivos para julgar essa realidade a
partir de nossa Fé, à Luz da Bíblia e dos Documentos da Igreja.
1: Hoje queremos nos comprometer com a ação
necessária para transformar a nossa realidade, para sermos fermento
na massa!!!!
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17. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
Leitora ou leitor
2: E temos um grande desafio: as eleições 2014! E
esse desafio é importante não apenas porque presidente, deputados,
senadores e governadores influenciam diretamente em nossas vidas
mas porque está em jogo também o projeto político, social e
econômico para o Brasil.
Leitor ou leitora 3: A grande pergunta que devemos fazer é: Que
projeto de Brasil nos temos? Que projeto? Para responder a essas
perguntas, temos que pensar o que queremos mudar. Para responder a
essas perguntas, temos que pensar o que queremos mudar. Como fazer?
• preparando-nos para as eleições de modo crítico
• discutindo em grupo, em comunidade
• refletindo sobre como contribuir para as mudanças
• debatendo com os candidatos e questionando-os
• conhecendo as propostas em disputa.
4- Inspiração de uma leitura bíblica
Dirigente: Vale a pena perceber o modo de atuar de Jesus. Hoje,
vamos ler e meditar uma outra parábola, jeito especial de Jesus se
comunicar.
Leitora: evangelho de Mateus 13,31-33
: Grão e fermento são duas imagens que
Leitora ou leitor 1
concretizam a catequese de Jesus sobre o Reino de Deus plantado no
coração da história humana.
: Jesus apresenta dois personagens: homem e
Leitora ou leitor 2
mulher. Não fala de sacerdotes, reis, políticos. Nada. Somente um
homem que lança a semente e uma mulher que põe fermento na
massa.
: A semente de mostarda mostra a força do
Leitora ou leitor 3
anúncio. Precisamos reconhecer a força do Reino no início das
pequenas coisas. Esta semente já tem a força que irá levar para o
futuro feliz, segundo a vontade de Pai.
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18. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
Leitora ou leitor 1
fermento e grande quantidade de massa. O anuncio do reino atua
discretamente na história, mas é possuidor de um poder de
transformação incalculável. As discípulas e discípulos são portadores
dessa força transformadora.
Dirigente: Penso que podemos entoar um canto, antes de continuar
nossa conversa sobre o Agir. (Escolha de uma canção conhecida do
grupo)
5- Pistas para o Agir
Dirigente: Mas o cristão não pode jamais aceitar que sua participação
como cidadão se resuma ao momento do voto!
Como cristãos, devemos nos ocupar de todo e qualquer espaço que
permita contribuir na construção de outra política. Nosso horizonte deve
ir além das eleições. É a construção de uma sociedade mais justa.
Leitora ou leitor 3
“O grande risco do mundo atual, com a múltipla e avassaladora oferta
de consumo, é a tristeza individualista que brota do coração comodista e
mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da
consciência isolada” (Alegria do Evangelho, n.2).
6- Em busca de uma ação que seja coletiva
Leitora ou leitor
: A parábola do fermento revela o contraste: pouco
: Vejamos o que nos diz sobre isso o papa Francisco:
1: As transformações que necessitamos só podem ser
realizadas se nossa ação acontecer de forma organizada, em conjunto
com outros homens e mulheres que anseiam pela construção de uma
sociedade justa, de um novo Estado, de uma verdadeira democracia, de
um país onde a política seja efetivamente um serviço ao bem comum.
Dirigente: Este momento que antecede as eleições é muito propício para
promover debates com os candidatos(as) para que possam apresentar
suas propostas e, a partir daí,analisarmos as condições de ocupar o
cargo, se entendem ou não do que vão fazer e, acima de tudo, a motivação
do(a) candidato(a) que deseja pleitear um cargo.
Leitora ou leitor 2: Não podemos esquecer da necessidade de se
constituir e aperfeiçoar instrumentos de participação democrática no
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19. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
Município, no Estado e no País. A participação deve ser permanente, e
não apenas na época das eleições. Temos que exigir e construir
instrumentos permanentes de participação democrática. Vejamos o que
disseram nossos bispos: “A democracia representativa não esgota todas
as formas de vivência democrática. Outras ações devem ser
acrescentadas, para que o povo possa exercer plenamente o seu ser
político”.
7- Reforma política urgente
Dirigente: As manifestações de junho e julho, no ano passado,
jogaram muita luz sobre os problemas do sistema político brasileiro.
Os bispos, profeticamente já chamavam atenção para este assunto no
Documento 91, onde conclamavam toda a sociedade a trabalhar por
uma Reforma política do Estado com a participação de todos. Em um
dos temas, nos lembravam: “A causa fundamental da corrupção em
nosso país está no financiamento das campanhas eleitorais e dos
partidos políticos por empresas privadas, bancos empreiteiras e
grandes empresas”.
Leitora ou leitor 1: Aqueles que são eleitos – governos ou
parlamentares – terminam por levar à frente as políticas que os
financiadores querem e não aquelas que são reivindicadas pelos
eleitores. O financiamento empresarial privado vem corrompendo
governos e parlamentares que se tornam servidores dos interesses dessas
empresas. Por isso, a proibição do financiamento de campanha por
empresas privadas e substituí-lo por financiamento público é a
providência mais urgente para acabar com a corrupção.
Cristãos e cristãs: há muito que fazer!
Dirigente: Ouçamos o que disse há muito tempo o papa Paulo VI:
“É tarefa própria do fiel leigo anunciar o Evangelho comum exemplar
testemunho de vida, radicado em Cristo e vivido nas realidades
temporais: família, compromisso profissional no âmbito do trabalho,
da cultura, da ciência e da pesquisa; exercício das responsabilidades
sociais, econômicas, políticas.
Todas as realidades humanas seculares, pessoais e sociais, ambientes e
situações históricas, estruturas e instituições, são o lugar próprio do
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20. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
viver e do agir dos cristãos leigos”.
Leitor ou leitora 1: O período eleitoral deve ser um momento especial à
participação dos cristãos, de quem se espera uma atuação consciente no
processo decisório sobre aqueles que conduzirão a coisa pública.
Leitor ou leitora 2: Para além das urnas, deve-se proceder ao rigoroso
acompanhamento do trabalho dos eleitos. E tudo isso exige cuidado na
preparação ao exercício do poder, que, leigos e leigas devem assumir,
especialmente quando são chamados a tais encargos pela confiança dos
cidadãos.
8- Cidadania como prática pastoral
Dirigente: Por isso, nossa tarefa é avançar no sentido de criar grupos e
espaços permanentes, com a consolidação de práticas pastorais
condizentes, ou seja, uma prática contínua e consolidada, como a
Pastoral e a Escola de Fé e Política Diocesanas.
9- Gesto concreto.
Dirigente: Antes do término do nosso encontro de hoje, gostaria de
destacar algumas ações já organizadas pelas comunidades católicas e
outras entidades:
10- Orientações para uma ação pastoral de conjunto permanente:
1. Formação dos cristãos e cristãs para que assumam como sujeitos
políticos junto aos demais e que tenham uma prática cidadã;
2. Reflexão e estudo que levem à elaboração de materiais formativos e
informativos no que diz respeito à prática da cidadania, aos
acontecimentos do momento, principalmente no âmbito do município;
3. Formação e participação de Comissões de Acompanhamento do
Legislativo ou do Executivo, bem como nos conselhos de cidadania
anteriormente citados;
4. Divulgação da prática da democracia participativa no município, seus
avanços e seus problemas;
5. Informação sobre as práticas dos agentes políticos;
6. Apoio e acompanhamento dos eleitos.
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21. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
11- Para saber, se inteirar e participar:
Leitor ou leitora 1: A Coalização pela Reforma Política Democrática e
Eleições Limpas, promovida por mais de noventa movimentos sociais,
pastorais e entidades da sociedade civil (entre as quais a CNBB e a
OAB), apresentou em 2013 um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para
o qual estão sendo coletadas um milhão e meio de assinaturas. O projeto
contempla os seguintes itens:
1. Afastamento do poder econômico das eleições;
2. Adoção do sistema eleitoral em dois turnos: primeiro, o voto dado ao
partido (valorizando os seus projetos de governo); segundo, o voto nos
candidatos de uma lista formada democraticamente;
3. Valorização da alternância de gênero nas listas dos/as candidatos/as;
4. Favorecimento do uso dos mecanismos de democracia direta, através da
regulamentação do artigo 14 da nossa Constituição: Projeto de Lei de
Iniciativa Popular, Referendos e Plebiscitos.
Leitor ou leitora 2: Outra iniciativa foi tomada: vários movimentos
sociais e entidades da sociedade civil se articularam para organizar um
Plebiscito popular, tendo como tema a aprovação de uma Assembleia
Constituinte Exclusiva para elaborar a Reforma Política.
12- Benção final
a
Dirigente: Que o Deus da vida, como deu forças para Jesus anunciar o
Reino de Deus, esteja conosco ao longo de nossas atividades. O Senhor
esteja conosco nos trabalhos, nos estudos, nas atividades familiares, nas
viagens. Ele que é o Deus da ternura e do amor derrame sobre nós as suas
bênçãos.
13- Canto: Pelas estradas da vida
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Pelas estradas da vida,
nunca sozinhos estás, contigo
pelo caminho Santa Maria vai.
Ó vem conosco, vem caminhar
Santa Maria vem! (bis)
Mesmo que digam os homens:
“tu nada podes mudar!” Luta por
um mundo novo, de unidade e paz
Se pelo mundo os homens, sem
conhecer-se vão, não negues nunca
a tua mão, a quem te encontrar.
Se parecer tua vida inútil
caminhar, lembra que abres
caminho, outros te seguirão.
22. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
Celebração de encerramento
Um Novo Mundo, uma Nova Sociedade
Acolhida e saudação inicial (espontânea).
Pode-se entoar um canto, também. Ex.: O Profeta (“Tenho que gritar, tenho
que arriscar, ai de mim se não o faço...”) ou outro, conhecido do Grupo ou da
Comunidade.
Um grito a favor da vida
A – Prezados irmãos e irmãs, com os olhos iluminados pela luz de
Jesus Cristo, podemos e queremos contemplar o mundo, a
história, a nossa sociedade brasileira com todos os nossos
limites e as nossas conquistas.
T – Fomos criados para viver a liberdade gloriosa de filhos e
filhas de Deus.
L1 – Conhecer Jesus Cristo pela fé é nossa alegria, segui-lo é uma
graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o
Senhor nos confiou ao nos escolher e nos chamar.
T – Deus conta com cada um de nós para a construção de uma
sociedade mais justa e fraterna.
L2 – Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com
Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus e
nosso Salvador, chegue a todos os homens e mulheres
preocupados com o presente e o futuro de nosso país.
T – Buscamos um novo Mundo, uma nova Sociedade!
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L1 – Desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de
Jesus Cristo mestre e Senhor, chegue a todos os que estão se
preparando para votar nessas Eleições.
T– Com muita disposição, queremos seguir o apelo do
Evangelho e a orientação da Igreja.
Palavra de Deus
A – O desconhecimento e o não cumprimento de nossos deveres
políticos é uma forma de omissão. A comunhão com Cristo é
garantia de vida e nosso interesse por eleições mais
conscientes e responsáveis nos leva a uma maior comunhão
com nossos irmãos nesse momento da vida de nosso país.
T – A palavra de Deus é palavra de vida e salvação.
Canto de acolhida da Palavra
L1 – Evangelho de Jesus Cristo narrado por São João (10, 7-15).
Palavra da Salvação.
T – Glória a vós, Senhor.
Reflexão
A – Acabamos de ouvir Jesus dizer:
T – “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em
abundância”.
L1 – O anúncio do Evangelho é sempre uma renovação do gesto
criador de Deus que nos criou para a vida em abundância, a
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vida plena. Mas ainda vemos em nosso país muitos sinais de
sofrimento e morte e, diante disso, não podemos ficar
indiferentes e insensíveis, não podemos nos calar.
T – “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas
ovelhas. O mercenário, que não é pastor (...) quando vê o
lobo chegar, abandona as ovelhas e foge...”
L2 – “... a política implica numa enorme responsabilidade. Da
ação de cada político vai depender a sorte de muitas pessoas
para melhorar suas condições de vida ou não”. (...) “... o
compromisso político é uma expressão qualificada e exigente
do compromisso cristão a serviço da vida...”
T – Somos responsáveis uns pelos outros e pelo destino de
nosso país.
L1 – “A busca do bem comum; o exercício do poder como serviço
ao outro; a busca da justiça com uma atenção particular para
com as situações de desigualdade, de pobreza e sofrimento; a
urgência de repensar a economia.”
T – A falta de responsabilidade política é uma negação da
fraternidade e leva a erros que prejudicam milhões de
pessoas em nosso país.
L2 – “As eleições deste ano de 2014 são importantes não só
porque Presidente, Deputados, Senadores e Governadores
têm uma incidência muito grande na vida da população, mas
porque está em jogo também o projeto político, social e
econômico para o Brasil.”
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T – Para as eleições de outubro devemos nos mobilizar para
que esse projeto possa envolver e comprometer mais os
candidatos(as) e os eleitores(as).
L1 – “Desta forma, temos que pensar o que queremos mudar:
preparando-nos para as eleições de modo crítico; discutindo
em grupo, em comunidade; refletindo sobre como contribuir
para as mudanças; debatendo com os candidatos e
questionando-os; conhecendo as propostas em disputa.”
T – “O cristão deve ocupar todo e qualquer espaço que lhe
permita, pautado por sua fé e esperança, contribuir na
construção de outra política, firmada nos valores éticos de
promoção e defesa da vida”.
Partilhando a vida
A – Vamos partilhar o que cada um de nós espera que Deus ajude a
transformar, ou melhorar, nessas Eleições que se aproximam.
O caminho de conversão
A – Ficamos escandalizados quando vemos os muitos casos de
corrupção, de descaso público e outros que assolam o nosso
país, atingindo milhões de cidadãos e cidadãs, sobretudo
trabalhadores, enfermos, idosos, mulheres, jovens, e crianças.
T – A luz do Evangelho ainda não dissipou todas as trevas do
mau comportamento político brasileiro.
L1 – “Só podemos conseguir as necessárias transformações se a
nossa ação acontecer de forma organizada, em conjunto com
outros homens e mulheres que, sentindo as mesmas angústias
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26. DIOCESE DE GUARULHOS Celebração - Eleições 2014
frente à situação presente, anseiam pela construção de uma
sociedade justa, de um novo Estado, de uma verdadeira
democracia, de um país onde a política seja efetivamente um
serviço ao bem comum.”
T – O caminho da conversão é feito de uma escolha renovada
a cada dia e a cada eleição.
L2 – “Mas não basta o voto. Devemos ter a consciência de que –
embora o voto constitua um momento privilegiado de
participação cidadã numa democracia representativa – está
longe de encerrar a responsabilidade cristã. Para além das
urnas, deve-se proceder ao rigoroso acompanhamento do
trabalho dos eleitos.”
T – “Acomodar-se não condiz com o batismo cristão. Ao
contrário, a Igreja propõe que seus filhos cresçam na fé e se
insiram no mundo, transformando-o corajosamente”.
(Papa Francisco)
Final
(Lembrar os nomes dos candidatos católicos que já estão
atuando e os que vão disputar as próximas eleições, rezando
por eles e pelas eleições. De acordo com o momento,
aconselha-se expor o Santíssimo Sacramento e fazer um
momento de adoração). Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai...
(Cântico final e abraço da paz)
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28. O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não
ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos
políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do
feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do
remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e
estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe
o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a
prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os
bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto
e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht