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Universidade de São Paulo
 Departamento de Geografia
FLG 0253 - Climatologia I


   Pressão Atmosférica

   Prof. Dr. Emerson Galvani
  Laboratório de Climatologia e
      Biogeografia – LCB
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
 O ar exerce uma força sobre as
  superfícies com as quais tem
  contato. Isso ocorre devido ao
  contínuo bombardeamento das
  moléculas que compõem o ar
  contra tais superfícies.
 Torricelli em 1643 conseguiu
  medir o “peso” do ar pela primeira
  vez com um experimento simples
  que veremos a frente.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
 A pressão atmosférica em uma
  dada posição é usualmente
  definida como o peso por
  unidade de área da coluna de ar
  acima desta posição.
    Patm = Força peso / área
 No nível do mar uma coluna
  padrão de ar com base de 1 cm2
  pesa um pouco mais que 1 kg.
 Tal pressão equivaleria a uma carga
  de mais de 500 toneladas sobre um
  telhado de 50m2 .
 Por que o telhado não desaba?
  Porque a pressão do ar em qualquer
  ponto não atua apenas para baixo,
  mas é a mesma em todas as
  direções: para cima, para baixo e
  para os lados. Portanto, a pressão do
  ar por baixo do telhado contrabalança
  a pressão sobre o telhado.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
 À medida que a altitude aumenta, a
  pressão diminui, pois diminui o peso
  da coluna de ar acima. Como o ar é
  compressível, diminui também a
  densidade com a altura, o que contribui
  para diminuir ainda mais o peso da
  coluna de ar à medida que a altitude
  aumenta. Inversamente, quando a
  altitude diminui, aumenta a pressão e a
  densidade.
No ponto “A” a pressão atmosférica é menor que
em “B”, pois a coluna de ar posicionada sobre o
ponto B é maior que no ponto A. Por exemplo, a
 cidade de Santos (2 m) e São Paulo (750 m).




Patm = 700 mmHg
                                 Patm = 760 mmHg
VARIAÇÃO COM A ALTITUDE
 A variação vertical da pressão e
  densidade é muito maior que a variação
  horizontal e temporal. Para determinar a
  variação média vertical da pressão,
  consideremos uma atmosfera idealizada
  que representa a estrutura média
  horizontal e temporal da atmosfera, na
  qual as forças verticais estão em
  equilíbrio. A figura a seguir mostra a
  variação da pressão da atmosfera padrão
  com a altitude.
VARIAÇÃO COM A ALTITUDE
              A Patm é expressa
              no SI (Sistema
              Internacional) em
              kPa (quilo Pascal)
              mas pode ser
              representada
              também em:

              1 ATM = 760
              mmHg =
              1.013,3 mb =
              1.013,3 hPa =
              101,33 kPa
VARIAÇÃO DA PATM COM A ALTITUDE
Altitude (m)     Pressão Altitude (m) Pressão
               atmosférica           atmosférica
                 (mmHg)                (mmHg)
     0            760        1200        658
    200           742        1400        642
    400           724        1600        627
    600           707        1800        612
    800           695        2000        598
   1000           674        3000        527
 Para      converter    a    Pressão
  Atmosférica      (Patm)    de   mb
  (milibar) para mmHg (milímetros
  de mercúrio), considere:
 Patm = 760 mmHg
 Patm = 1013, 3 mb
 760/1013,3 = 0,75
 Ou seja de mmHg para mb basta
  dividir por 0,75 e vice-versa.
 Em regiões montanhosas as diferenças na
  pressão da superfície de um local para outro
  são devidas principalmente a diferenças de
  altitudes.

 Para isolar a parcela do campo de pressão que
  é devida à passagem de sistemas de tempo, é
  necessário reduzir as pressões a um nível de
  referência comum, geralmente o nível do
  mar. A correção da pressão é feita
  considerando que pressão reduz em torno de
  8 a 9 mmHg a cada 100 m ascensão
  vertical.
VARIAÇÕES HORIZONTAIS
* A pressão atmosférica difere de
  um local para outro e nem
  sempre devido a diferenças de
  altitude. Quando a redução ao
  nível do mar é efetuada, a
  pressão do ar ainda varia de um
  lugar para outro e flutua de um
  dia para outro e mesmo de hora
  em hora.
VARIAÇÕES HORIZONTAIS
*Em latitudes médias o tempo é dominado
 por uma contínua procissão de diferentes
 massas de ar que trazem junto mudanças
 na pressão atmosférica e mudanças no
 tempo. Em geral, o tempo torna-se
 tempestuoso quando a pressão cai e bom
 quando pressão sobe. Uma massa de
 ar é um volume enorme de ar que é
 relativamente uniforme
 (horizontalmente) quanto à
 temperatura e à concentração de
 vapor d’água.
VARIAÇÕES HORIZONTAIS
*Por que algumas massas de ar
 exercem maior pressão que
 outras? Uma razão são as
 diferenças na densidade do ar,
 decorrentes de diferenças na
 temperatura ou no conteúdo de
 vapor d’água, ou ambos. Via de
 regra, a temperatura tem uma
 influência muito maior sobre a
 pressão que o vapor d’ água.
 a) INFLUÊNCIA DO VAPOR D’ÁGUA
 A maior presença de vapor d’água no ar
    diminui a densidade do ar porque o
   peso molecular da água (18 kg/mol) é
   menor que o peso molecular médio do
    ar (29 kg/mol). Portanto, em iguais
  temperaturas e volumes, uma massa
     de ar mais úmida exerce menos
   pressão que uma massa de ar mais
                    seca.
   (N2=14+14 = 28, O2=16 + 16 = 32 e outros
       gases e a H2O = 2 + 16 = 18 kg/mol)
 *b) DIVERGÊNCIA E CONVERGÊNCIA
 Além das variações de pressão
  causadas por variações de temperatura
  e por variações no conteúdo de vapor
  d’água, a pressão do ar pode também
  ser influenciada por padrões de
  circulação que causam divergência ou
  convergência do ar. Suponha, por
  exemplo, que na superfície , ventos
  horizontais soprem rapidamente a partir
  de um ponto, como mostrado na figura a
  seguir (esquerda). Esta situação
  configura divergência de ar (horizontal).
 No centro, o ar descendente toma o
  lugar do ar divergente. Se a divergência
  de ar na superfície for menor que a
  descida de ar, então a densidade de ar e
  a pressão atmosférica aumentam.
Por outro lado, suponha que na superfície
  ventos horizontais soprem radialmente em
  direção a um ponto central, como na figura
  a direita. Este é um exemplo de
  convergência de ar. Se a convergência de
  ar na superfície for menor que a subida de
  ar, então a densidade de ar e a pressão
  atmosférica diminuem.
Variação diária da pressão
        atmosférica
A pressão atmosférica oscila
 entre dois máximos (as 10h e
 as 22h) e dois mínimos (4h e
     16h) na região tropical
(aproximados). Essa oscilação
    é resultado da atração
     gravitacional da lua.
Variação diária da pressão atmosférica




          Um dia            Um dia
Variação diária da pressão atmosférica


                      Passagem
                      do sistema
                        frontal.




         Estação meteorológica do LCB – USP.
Variação diária da pressão atmosférica e marés
 As marés consistem do aumento
  periódico do nível dos oceanos. São
  causadas pelas forças gravitacionais do
  Sol e, principalmente, da Lua. O Sol tem
  muito mais massa que a Lua, mas em
  compensação está muito mais distante;
  daí sua influência sobre a maré ser 1/3 da
  influência da Lua.
  De modo simplificado, a maré ocorre
  porque o nível dos oceanos se eleva um
  pouco na "direção" voltada para a Lua. A
  parte "oposta" também sofre uma
  elevação por estar mais afastada da Lua.
Variação diária da pressão atmosférica e marés

 Com a soma dos movimentos de rotação da
  Terra e a revolução da Lua em torno da
  Terra, em 24h e 50min podemos ter duas
  marés altas e duas baixas. A altura das
  marés depende de vários fatores, sendo o
  principal a fase da Lua. As fases nova e
  cheia são mais intensas porque as forças
  gravitacionais do Sol e da Lua se somam
  por estarem estes dois corpos praticamente
  alinhados. As marés são então chamadas
  de vivas. Já nas fases crescente e
  minguante ocorrem as marés mortas, por
  serem as diferenças entre a alta e a baixa
  pequenas e às vezes inexistentes.
Variação diária da pressão atmosférica
O fenômeno das marés também é
observado na parte sólida do
planeta, mas com menor
intensidade. O solo terrestre pode
elevar-se até 45 centímetros nas
fases de Lua Cheia ou Nova. Mas
nós não percebemos, pois tudo a
nossa volta levanta junto e não
temos assim uma referência.
Tábua de marés - Porto de Santos – SP
 Hora e altura
   da maré




        http://www.mar.mil.br/dhn/chm/tabuas/
Variação diária da pressão atmosférica
                e marés



                 Maré de sizígia




                  Maré de quadratura
 Marés
 A intensidade das marés é influenciada
  também pelo perfil do litoral e pelas
  correntes oceânicas. As amplitudes das
  marés têm em geral 1,5 metro, mas, em
  alguns lugares (baía de Fundy, no
  Canadá), podem chegar a 15 metros!
  As amplitudes mais altas do Brasil
  ocorrem no Maranhão, com cerca de 5
  metros.
  A atmosfera e os continentes também
  apresentam efeitos de maré. Para
  efeitos práticos, porém, a maré nos
  continentes pode ser considerada nula.
ALTAS E BAIXAS PRESSÕES
Após a redução das pressões superficiais
ao nível do mar, pode-se traçar mapas de
superfície nos quais pontos com mesma
pressão atmosférica são ligados por linhas
chamadas isóbaras (figura a seguir). As
letras A e B designam regiões com máximos
e mínimos de pressão, respectivamente. Por
razões apresentadas mais adiante uma alta é
geralmente um sistema de bom tempo (sem
chuva), enquanto uma baixa é geralmente
sistema de tempo com chuvas ou
tempestades.
Isóbaras para a América do Sul


        Onde
    estávamos no
       sábado.




                   https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/
Exemplo de condições de superfície em situação de Frente Fria
Simbologia
das cartas
 sinóticas
MEDIDAS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA
A pressão atmosférica é medida por
barômetros. Há 2 tipos básicos de
barômetros: mercúrio e aneróide. O mais
preciso é o barômetro de mercúrio,
inventado por Torricelli em 1643. Consiste
de um tubo de vidro com quase 1 m de
comprimento, fechado numa extremidade
e aberto noutra, e preenchido com
mercúrio (Hg). A pressão atmosférica
média no nível do mar mede 760 mm Hg.
MEDIDAS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA




                Barômetro de mercúrio (esquerda
                    fonte: www.inmet.gov.br)
MEDIDAS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA
O barômetro aneróide - sem líquido - é
menos preciso, porém mais portátil que o
barômetro de mercúrio. Consiste em uma
câmara de metal parcialmente com vácuo,
com uma mola no seu interior para evitar o
seu esmagamento. A câmara se comprime
quando a pressão cresce e se expande
quando a pressão diminui. Como a pressão
do ar diminui com a altitude, um barômetro
aneróide pode ser calibrado para fornecer
altitudes. Tal instrumento é um altímetro.
MEDIDAS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA




  Barômetro aneróide (esquerda) e Barógrafo
      (direita) Fonte: www.inmet.gov.br)
Barômetro e altímetro que levamos no
                campo
Universidade de São Paulo - Departamento de Geografia
                                FLG 0253: Climatologia I
                           Exercício 8 - Pressão atmosférica
4)O mapa hipotético abaixo indica os valores de pressão para distintas localidades. A
pressão está representada em mmHg (milímetros de mercúrio) e esta “reduzida ao nível
do mar”, ou seja o efeito da altitude foi corrigido. Trace as isóbaras em intervalos de 1
mmHg e identifique os centros de alta e baixa pressão. Comente sobre as possíveis
condições de tempo meteorológico nestes locais.

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Pressao atmosferica

  • 1. Universidade de São Paulo Departamento de Geografia FLG 0253 - Climatologia I Pressão Atmosférica Prof. Dr. Emerson Galvani Laboratório de Climatologia e Biogeografia – LCB
  • 2. PRESSÃO ATMOSFÉRICA  O ar exerce uma força sobre as superfícies com as quais tem contato. Isso ocorre devido ao contínuo bombardeamento das moléculas que compõem o ar contra tais superfícies.  Torricelli em 1643 conseguiu medir o “peso” do ar pela primeira vez com um experimento simples que veremos a frente.
  • 3. PRESSÃO ATMOSFÉRICA  A pressão atmosférica em uma dada posição é usualmente definida como o peso por unidade de área da coluna de ar acima desta posição. Patm = Força peso / área  No nível do mar uma coluna padrão de ar com base de 1 cm2 pesa um pouco mais que 1 kg.
  • 4.  Tal pressão equivaleria a uma carga de mais de 500 toneladas sobre um telhado de 50m2 .  Por que o telhado não desaba? Porque a pressão do ar em qualquer ponto não atua apenas para baixo, mas é a mesma em todas as direções: para cima, para baixo e para os lados. Portanto, a pressão do ar por baixo do telhado contrabalança a pressão sobre o telhado.
  • 5. PRESSÃO ATMOSFÉRICA  À medida que a altitude aumenta, a pressão diminui, pois diminui o peso da coluna de ar acima. Como o ar é compressível, diminui também a densidade com a altura, o que contribui para diminuir ainda mais o peso da coluna de ar à medida que a altitude aumenta. Inversamente, quando a altitude diminui, aumenta a pressão e a densidade.
  • 6. No ponto “A” a pressão atmosférica é menor que em “B”, pois a coluna de ar posicionada sobre o ponto B é maior que no ponto A. Por exemplo, a cidade de Santos (2 m) e São Paulo (750 m). Patm = 700 mmHg Patm = 760 mmHg
  • 7. VARIAÇÃO COM A ALTITUDE  A variação vertical da pressão e densidade é muito maior que a variação horizontal e temporal. Para determinar a variação média vertical da pressão, consideremos uma atmosfera idealizada que representa a estrutura média horizontal e temporal da atmosfera, na qual as forças verticais estão em equilíbrio. A figura a seguir mostra a variação da pressão da atmosfera padrão com a altitude.
  • 8. VARIAÇÃO COM A ALTITUDE A Patm é expressa no SI (Sistema Internacional) em kPa (quilo Pascal) mas pode ser representada também em: 1 ATM = 760 mmHg = 1.013,3 mb = 1.013,3 hPa = 101,33 kPa
  • 9. VARIAÇÃO DA PATM COM A ALTITUDE Altitude (m) Pressão Altitude (m) Pressão atmosférica atmosférica (mmHg) (mmHg) 0 760 1200 658 200 742 1400 642 400 724 1600 627 600 707 1800 612 800 695 2000 598 1000 674 3000 527
  • 10.  Para converter a Pressão Atmosférica (Patm) de mb (milibar) para mmHg (milímetros de mercúrio), considere:  Patm = 760 mmHg  Patm = 1013, 3 mb  760/1013,3 = 0,75  Ou seja de mmHg para mb basta dividir por 0,75 e vice-versa.
  • 11.  Em regiões montanhosas as diferenças na pressão da superfície de um local para outro são devidas principalmente a diferenças de altitudes.  Para isolar a parcela do campo de pressão que é devida à passagem de sistemas de tempo, é necessário reduzir as pressões a um nível de referência comum, geralmente o nível do mar. A correção da pressão é feita considerando que pressão reduz em torno de 8 a 9 mmHg a cada 100 m ascensão vertical.
  • 12. VARIAÇÕES HORIZONTAIS * A pressão atmosférica difere de um local para outro e nem sempre devido a diferenças de altitude. Quando a redução ao nível do mar é efetuada, a pressão do ar ainda varia de um lugar para outro e flutua de um dia para outro e mesmo de hora em hora.
  • 13. VARIAÇÕES HORIZONTAIS *Em latitudes médias o tempo é dominado por uma contínua procissão de diferentes massas de ar que trazem junto mudanças na pressão atmosférica e mudanças no tempo. Em geral, o tempo torna-se tempestuoso quando a pressão cai e bom quando pressão sobe. Uma massa de ar é um volume enorme de ar que é relativamente uniforme (horizontalmente) quanto à temperatura e à concentração de vapor d’água.
  • 14. VARIAÇÕES HORIZONTAIS *Por que algumas massas de ar exercem maior pressão que outras? Uma razão são as diferenças na densidade do ar, decorrentes de diferenças na temperatura ou no conteúdo de vapor d’água, ou ambos. Via de regra, a temperatura tem uma influência muito maior sobre a pressão que o vapor d’ água.
  • 15.  a) INFLUÊNCIA DO VAPOR D’ÁGUA  A maior presença de vapor d’água no ar diminui a densidade do ar porque o peso molecular da água (18 kg/mol) é menor que o peso molecular médio do ar (29 kg/mol). Portanto, em iguais temperaturas e volumes, uma massa de ar mais úmida exerce menos pressão que uma massa de ar mais seca.  (N2=14+14 = 28, O2=16 + 16 = 32 e outros gases e a H2O = 2 + 16 = 18 kg/mol)
  • 16.  *b) DIVERGÊNCIA E CONVERGÊNCIA  Além das variações de pressão causadas por variações de temperatura e por variações no conteúdo de vapor d’água, a pressão do ar pode também ser influenciada por padrões de circulação que causam divergência ou convergência do ar. Suponha, por exemplo, que na superfície , ventos horizontais soprem rapidamente a partir de um ponto, como mostrado na figura a seguir (esquerda). Esta situação configura divergência de ar (horizontal).
  • 17.  No centro, o ar descendente toma o lugar do ar divergente. Se a divergência de ar na superfície for menor que a descida de ar, então a densidade de ar e a pressão atmosférica aumentam. Por outro lado, suponha que na superfície ventos horizontais soprem radialmente em direção a um ponto central, como na figura a direita. Este é um exemplo de convergência de ar. Se a convergência de ar na superfície for menor que a subida de ar, então a densidade de ar e a pressão atmosférica diminuem.
  • 18.
  • 19. Variação diária da pressão atmosférica A pressão atmosférica oscila entre dois máximos (as 10h e as 22h) e dois mínimos (4h e 16h) na região tropical (aproximados). Essa oscilação é resultado da atração gravitacional da lua.
  • 20. Variação diária da pressão atmosférica Um dia Um dia
  • 21. Variação diária da pressão atmosférica Passagem do sistema frontal. Estação meteorológica do LCB – USP.
  • 22.
  • 23. Variação diária da pressão atmosférica e marés  As marés consistem do aumento periódico do nível dos oceanos. São causadas pelas forças gravitacionais do Sol e, principalmente, da Lua. O Sol tem muito mais massa que a Lua, mas em compensação está muito mais distante; daí sua influência sobre a maré ser 1/3 da influência da Lua. De modo simplificado, a maré ocorre porque o nível dos oceanos se eleva um pouco na "direção" voltada para a Lua. A parte "oposta" também sofre uma elevação por estar mais afastada da Lua.
  • 24. Variação diária da pressão atmosférica e marés  Com a soma dos movimentos de rotação da Terra e a revolução da Lua em torno da Terra, em 24h e 50min podemos ter duas marés altas e duas baixas. A altura das marés depende de vários fatores, sendo o principal a fase da Lua. As fases nova e cheia são mais intensas porque as forças gravitacionais do Sol e da Lua se somam por estarem estes dois corpos praticamente alinhados. As marés são então chamadas de vivas. Já nas fases crescente e minguante ocorrem as marés mortas, por serem as diferenças entre a alta e a baixa pequenas e às vezes inexistentes.
  • 25. Variação diária da pressão atmosférica O fenômeno das marés também é observado na parte sólida do planeta, mas com menor intensidade. O solo terrestre pode elevar-se até 45 centímetros nas fases de Lua Cheia ou Nova. Mas nós não percebemos, pois tudo a nossa volta levanta junto e não temos assim uma referência.
  • 26.
  • 27. Tábua de marés - Porto de Santos – SP Hora e altura da maré http://www.mar.mil.br/dhn/chm/tabuas/
  • 28. Variação diária da pressão atmosférica e marés Maré de sizígia Maré de quadratura
  • 29.  Marés  A intensidade das marés é influenciada também pelo perfil do litoral e pelas correntes oceânicas. As amplitudes das marés têm em geral 1,5 metro, mas, em alguns lugares (baía de Fundy, no Canadá), podem chegar a 15 metros! As amplitudes mais altas do Brasil ocorrem no Maranhão, com cerca de 5 metros. A atmosfera e os continentes também apresentam efeitos de maré. Para efeitos práticos, porém, a maré nos continentes pode ser considerada nula.
  • 30. ALTAS E BAIXAS PRESSÕES Após a redução das pressões superficiais ao nível do mar, pode-se traçar mapas de superfície nos quais pontos com mesma pressão atmosférica são ligados por linhas chamadas isóbaras (figura a seguir). As letras A e B designam regiões com máximos e mínimos de pressão, respectivamente. Por razões apresentadas mais adiante uma alta é geralmente um sistema de bom tempo (sem chuva), enquanto uma baixa é geralmente sistema de tempo com chuvas ou tempestades.
  • 31. Isóbaras para a América do Sul Onde estávamos no sábado. https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/
  • 32. Exemplo de condições de superfície em situação de Frente Fria
  • 34. MEDIDAS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA A pressão atmosférica é medida por barômetros. Há 2 tipos básicos de barômetros: mercúrio e aneróide. O mais preciso é o barômetro de mercúrio, inventado por Torricelli em 1643. Consiste de um tubo de vidro com quase 1 m de comprimento, fechado numa extremidade e aberto noutra, e preenchido com mercúrio (Hg). A pressão atmosférica média no nível do mar mede 760 mm Hg.
  • 35. MEDIDAS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA Barômetro de mercúrio (esquerda fonte: www.inmet.gov.br)
  • 36. MEDIDAS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA O barômetro aneróide - sem líquido - é menos preciso, porém mais portátil que o barômetro de mercúrio. Consiste em uma câmara de metal parcialmente com vácuo, com uma mola no seu interior para evitar o seu esmagamento. A câmara se comprime quando a pressão cresce e se expande quando a pressão diminui. Como a pressão do ar diminui com a altitude, um barômetro aneróide pode ser calibrado para fornecer altitudes. Tal instrumento é um altímetro.
  • 37. MEDIDAS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA Barômetro aneróide (esquerda) e Barógrafo (direita) Fonte: www.inmet.gov.br)
  • 38. Barômetro e altímetro que levamos no campo
  • 39. Universidade de São Paulo - Departamento de Geografia FLG 0253: Climatologia I Exercício 8 - Pressão atmosférica 4)O mapa hipotético abaixo indica os valores de pressão para distintas localidades. A pressão está representada em mmHg (milímetros de mercúrio) e esta “reduzida ao nível do mar”, ou seja o efeito da altitude foi corrigido. Trace as isóbaras em intervalos de 1 mmHg e identifique os centros de alta e baixa pressão. Comente sobre as possíveis condições de tempo meteorológico nestes locais.