2. Pré-industrialização
Segundo Caio Prado Junior, até a década de 1930, o
espaço geográfico foi estruturado exclusivamente ao
redor do modelo primário-exportador, fazendo com
que a configuração das atividades econômicas fosse
dispersa e com rara ou ausente interdependência
externa.
Diversos ciclos econômicos compunham o Brasil
Como as atividades econômicas estavam dispersas no
território brasileiro, se denominou em Arquipélago
Econômico Regional.
4. Impulso industrial
A industrialização brasileira passa a ser incentivada e
sistematizada com ações governamentais apenas em 1930, a
partir da crise do modelo agrário-exportador.
Com as reduções das importações e exportações, e a
diminuição de investimentos alocados no setor primário, as
atividades econômicas se voltam para as cidades,
principalmente no setor secundário.
A concentração da riqueza na Região Sudeste (Eixo Rio-São
Paulo), faz com que haja também uma concentração de
indústrias na região.
5. Como fator desta dinâmica tem a
Economia de Aglomeração:
Concentração da infraestrutura de energia,
comunicação e transportes;
Concentração de mão de obra qualificada para os
serviços febris;
Concentração de mercado consumidor;
Rede bancária desenvolvida
6. Histórico:
Até 1800 – Proibição de fábricas na colônia – Acordo
Portugal/Inglaterra
Pequena indústria de calçados, fiação etc
1800/1840 – Origem industrial brasileira
Início no RJ e MG, posteriormente São Paulo
77 estabelecimentos:
Tecelagem e ferração: Produtos manufaturados
7. 1840/1860 –
Tarifa Alves Branco: Taxas aduaneiras (30%
importação e 60% para produtos com similar nacional)
Investimento Estatal nas áreas de serviços urbanos,
comércio, bancos, indústrias
1890/1930 – Surto industrial
Início da industrialização de fato com financiamentos
estrangeiros e da cafeicultura
Com interrupções por crises externas:
I Guerra Mundial; Crise da Bolsa de NY
8. Na Era Vargas (Nacionalização da Economia) há a
substituição das importações - Criação das indústrias
de base:
- Companhia Siderúrgica Nacional;
- Companhia Vale do Rio Doce;
- Petrobrás
9. JK – A Organização do Espaço Industrial Brasileiro se
modifica com a internacionalização da economia
Entrada de capitais estrangeiros (Automobilismo)
Tripé da economia:
Capital estatal – Indústria de base e infraestrutura
(Comunicação, energia e transportes)
Capital privado – Indústria de bens de consumo não-
duráveis
Capital estrangeiro – Indústria de bens de consumo
duráveis
10. Ditadura Militar – Pautado na modernização
econômica e autoritarismo político
Milagre Econômico (1968-1973) – Taxas de crescimento
de 10% ao ano
11. Década de 1990 – Modelo Neoliberal
Processo de desregulamentação da economia:
- Flexibilização das leis trabalhistas;
- Maior abertura do mercado nacional para o
estrangeiro;
- Redução de investimentos em setores sociais;
Processo de desconcentração espacial industrial –
Guerra Fiscal
12.
13. O processo de urbanização brasileira teve seu início a partir
do processo de industrialização
1940, 31% da população brasileira vivia em áreas urbanas
Brasil era um país predominantemente rural, associados à
exportação de produtos agrícolas
Com o deslocamento de capital da área rural para a urbana
(1930), concomitantemente com a concentração fundiária e
a mecanização do campo:
Deslocamento populacional para essas áreas
17. Periodização da rede urbana na
Amazônia
Periodização espacial – Evidência de momentos
diferenciados que caracterizam o processo de
elaboração da organização espacial (Lobato Correa)
Diferenciação de tempos espaciais muito marcantes na
rede urbana da Amazônia:
Segmentos “velhos” (Ribeirinhas) e segmentos “novos”
(cidades e embriões urbanos ao longo dos grandes
eixos rodoviários).
18. A periodização da rede urbana amazônica está apoiada na
combinação desigual de:
Gênese dos núcleos urbanos;
As funções que desempenham;
A dependência a determinados produtos;
O sítio urbano;
A paisagem urbana;
A ampliação do número de centros de rede;
O padrão espacial da rede;
O papel dos diferentes agentes sociais no processo produtivo;
As articulações com os espaços exteriores à rede em questão
19. Diversos autores dizem que só existe rede urbana a
partir de determinadas características das cidades e
das relações destes fatores entre si e que o tamanho
destas redes definem sua existência ou não
20. Lobato Correa admite a existência de uma rede urbana na
Amazônia por:
Haver uma economia de mercado com uma produção que é
negociada por outra não produzida local ou regionalmente
(DTT);
Existência de pontos fixos no território onde os negócios
(serviços, comércio e atividades industriais) são realizados;
Existência de um mínimo de articulação entre os núcleos,
no âmbito de circulação
21. Períodos de urbanização amazônica:
1616/1655 - Fase inicial de implantação da cidade de Belém e
o início da conquista do território
1655/1755 – Fase caracterizada pelos fortins, aldeias
missionárias e “drogas do sertão”
1755/1785 – curta e próspera fase sob égide da Companhia
Geral do Grão-Pará e Maranhão
1785/1850 – Fase de estagnação urbana
1850 /1920 – Fase do “boom” da borracha: novos centros
urbanos emergem e os antigos se revigoram
1920/1960 – Nova fase de estagnação urbana
Pós 1960 – Rede urbana é afetada pela forte ação do capital
e do Estado – SUDAM, rodovias, projetos de colonização,
projetos agropecuários, grilagem, projetos de mineração,
SUFRAMA, hidrelétricas etc.
22. Fundação de Belém (1616-1655)
Belém surge na necessidade de criação de um núcleo
urbano como ponto de defesa territorial e de
penetração e conquista do território no séc. XV.
Caso de São Luís foi Similar (1612/1615).
23. Fortins, aldeias missionárias e as
“drogas do sertão” (1655-1755)
Portugal perde os mercados produtores de especiarias
do Oriente e organiza uma procura, coleta e comércio
de especiarias.
Organização essa apoiada em fortins, aldeias
missionárias e mão de obra indígena
24.
25. As aldeias missionárias foram criadas ora próximas às
aldeias indígenas, ora próximo aos fortins
(principalmente às margens do rio Amazonas).
Aldeias constituíram-se no embrião da rede urbana
comandada por Belém
Núcleo articulado do tipo dendrítico.
Como eram os jesuítas que lideravam a produção de
subsistência e a obtenção de “drogas do sertão” pelos
índios não houve um beneficiamento da burguesia, do
Estado português e dos ingleses.
26. Companhia Geral do Grão-Pará e
Maranhão (1755-1785)
Transferência (1751) da capital de São Luís para Belém
Imposição do fim do poder eclesiástico, aldeias
missionárias passam a ter caráter laico
Doação de sesmarias para colonos e soldados e
expansão dos cultivos de Cacau, café, fumo etc
Belém se torna capital político-administrativa de toda
a Amazônia
Surto de desenvolvimento com construções do palácio
do governo e igrejas
27. Estagnação da vida urbana (Fim de
XVII- Metade de XIX)
Revolução Industrial e a imposição a Portugal de um
comércio internacional livre, fora de controles
monopolistas de empresas protegidas pelo Estado
Extinção da Companhia Geral do Grão-Pará e
Maranhão (1778)
Fim da procura de produtos tropicais pelo mercado
externo
Diminuição e estagnação de núcleos urbanos
28. Expansão do extrativismo da borracha
e da rede urbana (1850-1920)
1850 – Boom do extrativismo da borracha pela
utilização de pneumáticos, primeiro de bicicletas e
posteriormente de automóveis
1890 – 90% da produção mundial da borracha
1853 – Companhia das Navegações e Comércio do
Amazonas
Navegação a vapor
29. Com a escassez de mão de obra, a imigração foi a
solução natural
1850/1870 – Migração Paraense
1877/1880 – Migração nordestina (Grande seca)
Capitais estrangeiros e nacionais investidos na
modernização e ampliação do transporte
Criação de firmas ligadas ao comércio e ao transporte
de borracha (Importadoras/exportadoras)
Relação de “aviamento” (financiadora/atravessador)
30. Não há produção de gêneros alimentícios, por falta de
mão de obra
Grande crescimento e proliferação de núcleos urbanos
por toda Amazônia
Manaus – beneficiada pela Borracha
Disputa regional entre Manaus e Belém por maior
produção
31. Com os lucros e taxas da borracha o Estado investiu em
melhorias no espaço urbano de Manaus e Belém (1851-
1920):
36,3% dos investimentos totais – sistema viária urbano;
8,5% - iluminação e força;
8,4% - canais, portos e barragens;
5,6% - rodovias e pontes;
5,2% - igrejas
32. Estagnação econômica e os efeitos na rede urbana
(1920-1960)
1873/1876 - Ingleses plantam seringueiras em Ceilão e
Singapura
1911/1920 – Produção asiática supera a brasileira:
1890 – 90%
1915 – 12%
1929 – 2%
33. Passa a ser permitido a agricultura de subsistência nos
seringais
Êxodo dos seringais
1940 – Belém e Manaus com 60% da população urbana
(30% da população total)
34. A “fronteira do capital” e as
transformações na rede urbana (1960)
A rede urbana é afetada pela forte ação do capital
1960 – Surge um conjunto de transformações
incorporando a Amazônia ao processo de expansão
capitalista do país
Variedade de agentes, propósitos e conflitos
35. Surgimento das “Company town”
Núcleo implantado por uma grande empresa industrial
que controla tudo o que ali se passa.
Tem o papel de ser local de residência da força de
trabalho (classista) e local de trabalho
Ex: Heveicultura da Ford (Fordlândia)
36. 1970 – Plano de Integração Nacional (PIN) e INCRA
Projetos de colonização dirigida ao longo da
Transamazônica
Incorporação da Amazônia ao mercado de consumo de
produtos industrializados e de matérias primas
(Cuiabá-Santarém, Brasília-Porto Velho BR364, Belém-
Brasília)
37. 1968 – Comitê de Coordenadas dos Estudos
Energéticos da Amazônia, da Companhia de Pesquisas
e Recursos Minerais (CPRM) e o Projeto RADAM
(1970)
Possibilitou a avaliação de recursos naturais da
Amazônia que alterou a rede urbana
Construção de hidrelétricas e mineração em grande
escala
38. 1967 - Superintendência da Zona Franca de Manaus
(SUFRAMA)
Implantação de um distrito industrial que suscitou
repercussões na rede urbana
39. Acarretou:
Urbanização concentrada
1960 – População urbana das capitais -> 62,1% do total
Ascensão de Manaus à categoria metropolitana
1970/1980 – População dobra de tamanho
1960/1980 – População ocupada cresce 10 vezes
40.
41. A ampliação do trabalho assalariado na cidade e,
sobretudo, no campo ocorreu tardiamente no Nordeste em
relação às demais regiões desenvolvidas do país.
Assim, um elemento inibidor à modernização de um
sistema produtivo e uma conseqüente consolidação de um
mercado regional de bens industriais
A população nordestina sempre foi mão de obra migrante,
desde o início da urbanização e industrialização brasileira
42.
43. É a partir da década de 1970, com a implantação dos
pólos industriais, o espaço nordestino passa a se
integrar às regiões mais desenvolvidas como produtor
de insumos básicos, estabelecendo novas articulações
com os processos e com a dinâmica do país
Atualmente vem se consolidando no Nordeste um
processo de urbanização de rapidez e intensidade
significativas.
44. Crescimento econômico e desenvolvimento social
descontínuo e heterogêneos
Atualmente, a partir da identificação de novas
tendências e de peculiaridades manifestas no contexto
do Nordeste, evidenciam-se alguns macroeixos
econômicos no âmbito da região.
45. A combinação de:
- Formas de ocupação do espaço
- Especificidades decorrentes das características histórico-
culturais
- Diferenciações associadas à disponibilidade de recursos
naturais
Resultaram numa acentuada heterogeneidade dentro da
própria região.
Tais distinções resultaram numa expansão e numa
ocupação do espaço que se deu do litoral em direção ao
oeste
(Manuel Correia Andrade, 1979).
46. Ainda que o processo de urbanização tenha se
consolidado e se generalizado em toda a Região
Nordeste é possível distinguir três grandes eixos de
arranjos produtivos dentro da região:
(1) Litorâneo
(2) Central
(3) Oeste.
47. 1. Eixo Litorâneo – Antecedentes
Rede Urbana não integrada – resultante do mercado
exterior; primeiras vilas-portos
Economia agro-exportadora – cidades não são “lugares
de produção”
Privilegiado por investimentos em infraestruturas
(Consolidação RMs – Fortaleza, Recife e Salvador)
Tanto ao mercado exterior (na época colonial), quanto
ao mercado interno (atualmente)
48. 2. Eixo Central – Antecedentes
Abrange cerca de 40% do território e 30% da
população
Caracterizado pelo complexo latifúndio-minifúndio
(Celso Furtado)
Cultura do Algodão (Mercado externo)
49. Concentração fundiária e expansão da atividade de
pecuária
Expansão de culturas que requerem mão de obra
qualificada
Adoção de técnicas produtivas poupadoras de mão de
obra (Auxiliando a migração)
50. 3. Eixo Oeste
Processo de ocupação lento, incipiente e de mais baixa
estruturação
Baixa densidade demográfica (<3hab/km²)
distribuídos em 40% do NE, cerca de 15% da população
NE
Subordinação da atividade local à indústria externa
Pecuária ultra-extensiva (Piauí), extrativismo vegetal e
agricultura de subsistência
51. Cerrados baianos – uma das áreas mais dinâmicas da
atualidade
Influência de Carajás: atração de mão de obra
Crescimento de núcleos urbanos regionais
52.
53. Região Metropolitana de Recife
(1970)
2ª do Nordeste
Vem diminuindo o ritmo de industrialização por:
- término do período de incentivos fiscais
- intensa guerra fiscal e de oferta de infra-estrutura,
entre os estados e os municípios
54. Comporta os seguintes pólos:
- pólo de bebidas (Suape, Igarassu e Itapissuma);
- pólo eletroeletrônico (PARQTEL – Curado)
- pólo de cerâmica (Cabo e Ipojuca);
- pólo químico (Cabo e Ipojuca);
- pólo têxtil (Ipojuca, Paulista e Camaragibe) e
- pólo médico (Ilha do Leite/Recife).
55. Região Metropolitana de Salvador
(1980)
Crescimento econômico elevado pelos complexos
Petroquímico, siderurgia de cobre, produção de
madeira, papel e celulose, agroindústria de alimentos e
atualmente do turismo
Concentra 80% da indústria de transformação do
estado
¼ do PIB estadual
56. Região Metropolitana de Fortaleza
(1996)
Complexo Industrial têxtil
Setor terciário abrange 70% da PEA
57. Empreendimentos na RM de Fortaleza
- aeroporto internacional;
- complexo industrial e portuário de Pecém;
- metrô de Fortaleza;
- siderúrgica cearense e
- gasoduto Guamaré.