SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  20
Sucessos e fracassos.
Em Portugal, a Educação Ambiental (EA)
começou a ter visibilidade institucional nos anos
setenta através dos esforços desenvolvidos pela
Comissão Nacional do Ambiente, não lhe sendo
alheio o contexto internacional
Nos anos oitenta podemos considerar que existe um
vazio ao nível das políticas de ambiente e,
consequentemente, no âmbito das acções de
Educação Ambiental ressaltando como resultado
relevante a entrada de Portugal na União Europeia que
viria a impulsionar o surgimento de dois diplomas
fundamentais em 1987:

      A Lei de Bases do Ambiente
      A Lei das Associações de Defesa do Ambiente.
A Educação Ambiental (EA) desenvolve-se
particularmente durante os anos noventa onde
são visíveis um conjunto de actividades cívicas e
educativas, assim como determinações políticas a
elas associadas
Em 2001 dá-se uma reestruturação da Lei Orgânica no
Ministério do Ambiente que faz a fusão do Instituto de
Promoção Ambiental (IPAMB) com a Direcção-Geral do
Ambiente, dando origem ao Instituto do Ambiente(IA),
que agrega os serviços desses dois organismos tendo
provocado um movimento de instabilidade e contestação
por parte das associações de defesa do ambiente e de
coordenadores de projectos de Educação Ambiental nas
escolas que se vêm confrontados com a extinção das
linhas de financiamento existentes.
No Ministério da Educação têm vindo a ser introduzidas,
gradualmente, algumas referências à educação cívica e
educação para a cidadania com carácter transversal, o
que tem contribuído para a implementação de projectos
de Educação Ambiental a nível do Sistema Educativo.

Alguns destes projectos foram apoiados pelo Sistema de
Incentivos à Qualidade da Educação (SIQE), que passou
do (ex) Instituto de Inovação Educacional (IIE) para o
Departamento de Educação Básica, nos termos do
Decreto-Lei n.º 208/2002, de 17 de Outubro.
Na sequência do desaparecimento dos dois principais
organismos públicos que apoiavam projectos de
Educação Ambiental (IPAMB e IIE) encontramo-nos nos
meados da primeira década do novo milénio na
expectativa de uma Estratégia Nacional de Educação
Ambiental que teima em não sair apesar de já ter sido
anunciada publicamente e fazer parte de documentos
oficiais, tais como:
 a Lei Orgânica do Instituto do Ambiente e da
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável
(primeira versão pública).
Nos anos setenta Começou a ter visibilidade institucional Educação Ambiental (EA)


Nos anos oitenta podemos considerar que existe um vazio ao nível das políticas de
                                                                        ambiente
  Em 1987 entrada de Portugal na União Europeia
                                  surgimento de dois diplomas fundamentais :

                            A Lei de Bases de Bases do Ambiente
                            A Lei das Associações de Defesa do Ambiente.
Nos anos noventa A Educação Ambiental (EA) desenvolve-se particularmente

Em 2001 dá-se uma reestruturação da Lei Orgânica no Ministério do Ambiente
                                       provocado um movimento de instabilidade e
                                       contestação
Encontramo-nos nos meados da primeira década do novo milénio na expectativa de
                uma Estratégia Nacional de Educação Ambiental que teima em não
                sair
Alguns dos principais problemas ambientais
  portugueses:
   População a mais no litoral e a menos no interior
   desertificação de solos
   pouca eficiência energética e da água.
    “O ordenamento do território continua a ser o maior
    “calcanhar de Aquiles” da política para o sector. Os
    portugueses têm de se comportar melhor para terem
    um ambiente de maior qualidade.”
         (Francisco Ferreira, membro da Direcção da
    Associação para a Defesa da Natureza – Quercus)
Um dos mais preocupantes que continua sem
 resolução respeita ao ordenamento do território do
 país.
Portugal está excessivamente concentrado na sua
 faixa litoral, que está cada vez mais
 descaracterizada. Surgem aí problemas de
 alguma gravidade de transportes, infra-estruturas,
 trânsito e qualidade de vida, enquanto o interior se
 mantém na desertificação humana.
O nosso país é desordenado e isso tem profundas
 implicações negativas na vida dos seus cidadãos.
O problema do aumento gradual das temperaturas deve ser uma
preocupação dos responsáveis oficiais e das populações.
Em muitos locais, opta-se pela construção de barragens quando
esse não é o melhor caminho a seguir.
Por outro lado (questão do ordenamento), o país não tem a noção
exacta e correcta de qual a utilização que deve ser dada às diversas
áreas do seu território.
 É necessário determinar com rigor quais os usos do solo mais
adequados.
Estão elaborados Planos de Combate à Desertificação, que
continuam sem serem colocados em prática, sem que se
compreenda as razões disso.
Portugal tem de estar atento à evolução da situação e
precaver-se para que não se depare com problemas de
grande gravidade em termos de desertificação de solos.



O país não suportará a permanente e continuada sangria de
populações do interior para as zonas do Litoral, asfixiando
este e mantendo o primeiro com dificuldades
crescentemente maiores.
Uma das principais questões que se colocam, a
 esse nível, é a de existirem muitas entidades
 com competências na matéria.
Os resultados dos investimentos que têm sido
 realizados são muito poucos face às apostas
 que os poderes políticos afirmam empenhados
 em levar à prática.
Há estações de tratamento de águas que não
 estão a funcionar nas devidas condições.
        É uma situação que urge alterar.
Em termos legislativos, a directiva-quadro da
Água, elaborada pela União Europeia
continua por aplicar.

Em Portugal, constroem-se barragens sem
se avaliar as consequências que podem ter
para o meio ambiente e para o Homem.

Existem muitas praias fluviais,
nomeadamente nas áreas do interior do
país, cuja água não tem os níveis de
qualidade desejáveis.
   Em termos genéricos, não!
   Cerca de 85 por cento da água é utilizada para fins agrícolas
    e as perdas são de metade.
   Tal significa que há óbvios problemas muito sérios de
    eficiência.
    Os desperdícios verificam-se também na Indústria e no uso
    que os particulares fazem de um recurso como este, que é
    cada vez mais valioso.
   A mesma situação ocorre com a energia, cuja eficiência em
    Portugal é bastante diminuta.
    Muitas casas não se encontram adequadamente isoladas e
    isso leva que seja necessária mais recursos energéticos para
    as aquecer ou arrefecer.
   Há um problema de base relativo ao tipo de construção dos
    edifícios e de regulamentação legal.
   Tudo passa antes de mais, por actuar na área da
    prevenção.
   Tem de se apostar fortemente na educação ambiental,
    numa linha de promover a mudança de mentalidades
    e sobretudo de comportamentos não apenas dos
    jovens – por vezes, coloca-se um enfoque excessivo
    neste grupo – mas em todas as faixas etárias e
    sociais.
   Os problemas ambientais afectam toda a gente e é
    preciso que a população tome consciência de que
    assim é.
Registou-se uma evolução positiva do modo como os
portugueses encaram esses problemas, mas é mais
ao nível da percepção dos mesmos do que em termos
de actuações concretas.

Existe uma incoerência dos portugueses entre aquilo
que até pensam e os actos que praticam:

concordam com os automóveis fora das grandes
cidades, mas levam-nos para o local de trabalho;

em tese defendem que os resíduos sólidos devem
ser colocados nos recipientes adequados, mas
continuam a deitar lixo para as ruas, as praias e outros
locais.
É necessário incrementar as acções de fiscalização
tendentes ao respeito e cumprimento da legislação em vigor.

O elemento económico tem, igualmente, a capacidade de ser
impeditivo de comportamentos errados. Se os cidadãos
pagarem mais pela água que consomem, por exemplo, não a
desperdiçarão tanto.

O princípio do “poluidor-pagador” assume, neste âmbito, uma
função com efeitos positivos para se conseguir um maior
respeito pelo ambiente que é missão de todos defenderem.

Isto sem esquecer a relevância de se transmitir bastante
mais informação à população.
Há algumas razões para preocupação, embora a situação
  tenha vindo a evoluir de forma positiva.
Sucede que só é possível elaborar previsões com dados
  rigorosos e credíveis para um período temporal de 100 anos.
Se nesse tempo, as águas subirem 88 centímetros como poderá
  suceder, o país não desaparecerá, mas muitas das suas
  praias certamente deixarão de existir.
É um problema que não sendo actualmente grave, importa ser
  discutido aprofundadamente para que se intervenha
  atempadamente com as medidas que se concluírem ser mais
  adequadas.
É preciso estimular os portugueses a adoptarem uma
  atitude pró-activa, de actuações concretas em vez de se
  ficarem em posicionamentos meramente passivos e
  desaconselháveis por completo.
Extraído duma entrevista dada por
Francisco Ferreira, membro da
Direcção da Associação para a
Defesa da Natureza – Quercus

Contenu connexe

Tendances

14 o ambiente na união europeial
14 o ambiente na união europeial14 o ambiente na união europeial
14 o ambiente na união europeialPelo Siro
 
10 princípios subjacentes à política e legislação do ambiente
10 princípios subjacentes à política e legislação do ambiente10 princípios subjacentes à política e legislação do ambiente
10 princípios subjacentes à política e legislação do ambientePelo Siro
 
Apresentação cf 2011
Apresentação cf 2011Apresentação cf 2011
Apresentação cf 2011mlfmlopes
 
SLIDES DA 3ª SIT. DE APRENDIZAGEM - 7ª SÉRIE VOL.2
SLIDES DA 3ª SIT. DE APRENDIZAGEM - 7ª SÉRIE VOL.2SLIDES DA 3ª SIT. DE APRENDIZAGEM - 7ª SÉRIE VOL.2
SLIDES DA 3ª SIT. DE APRENDIZAGEM - 7ª SÉRIE VOL.2Tiago Rafael
 
Questões ambientais contemporâneas
Questões ambientais contemporâneasQuestões ambientais contemporâneas
Questões ambientais contemporâneasLéo Miranda
 
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio AmbienteConsorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio AmbienteJessica R.
 
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio AmbienteTexto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambientesauloflorentino
 
Aula 7ª série sit 2 vol2
Aula 7ª série sit 2 vol2Aula 7ª série sit 2 vol2
Aula 7ª série sit 2 vol2Tiago Rafael
 
História da questão ambiental
História da questão ambientalHistória da questão ambiental
História da questão ambientaldemervalm
 
Portfólio Individual Cláudia Martins
Portfólio Individual Cláudia MartinsPortfólio Individual Cláudia Martins
Portfólio Individual Cláudia MartinsSuzana Santos
 
Defesa do meio ambiente slides (1)
Defesa do meio ambiente slides (1)Defesa do meio ambiente slides (1)
Defesa do meio ambiente slides (1)Bruno Marsilli
 
Responsabilidade ecológica
Responsabilidade ecológicaResponsabilidade ecológica
Responsabilidade ecológicamluisavalente
 
O meio ambiente
O meio ambienteO meio ambiente
O meio ambientetytta
 

Tendances (20)

14 o ambiente na união europeial
14 o ambiente na união europeial14 o ambiente na união europeial
14 o ambiente na união europeial
 
10 princípios subjacentes à política e legislação do ambiente
10 princípios subjacentes à política e legislação do ambiente10 princípios subjacentes à política e legislação do ambiente
10 princípios subjacentes à política e legislação do ambiente
 
Direito ambiental
Direito ambientalDireito ambiental
Direito ambiental
 
Questão Ambiental
Questão AmbientalQuestão Ambiental
Questão Ambiental
 
Apresentação cf 2011
Apresentação cf 2011Apresentação cf 2011
Apresentação cf 2011
 
SLIDES DA 3ª SIT. DE APRENDIZAGEM - 7ª SÉRIE VOL.2
SLIDES DA 3ª SIT. DE APRENDIZAGEM - 7ª SÉRIE VOL.2SLIDES DA 3ª SIT. DE APRENDIZAGEM - 7ª SÉRIE VOL.2
SLIDES DA 3ª SIT. DE APRENDIZAGEM - 7ª SÉRIE VOL.2
 
Meio Ambiente
Meio AmbienteMeio Ambiente
Meio Ambiente
 
Questões ambientais contemporâneas
Questões ambientais contemporâneasQuestões ambientais contemporâneas
Questões ambientais contemporâneas
 
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio AmbienteConsorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
 
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio AmbienteTexto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
 
Texto623
Texto623Texto623
Texto623
 
Aula 7ª série sit 2 vol2
Aula 7ª série sit 2 vol2Aula 7ª série sit 2 vol2
Aula 7ª série sit 2 vol2
 
Aula 04
Aula 04Aula 04
Aula 04
 
História da questão ambiental
História da questão ambientalHistória da questão ambiental
História da questão ambiental
 
Portfólio Individual Cláudia Martins
Portfólio Individual Cláudia MartinsPortfólio Individual Cláudia Martins
Portfólio Individual Cláudia Martins
 
Seminário aspectos jurídicos das mudanças climáticas
Seminário   aspectos jurídicos das mudanças climáticasSeminário   aspectos jurídicos das mudanças climáticas
Seminário aspectos jurídicos das mudanças climáticas
 
Defesa do meio ambiente slides (1)
Defesa do meio ambiente slides (1)Defesa do meio ambiente slides (1)
Defesa do meio ambiente slides (1)
 
Responsabilidade ecológica
Responsabilidade ecológicaResponsabilidade ecológica
Responsabilidade ecológica
 
Questão ambiental.
Questão ambiental.Questão ambiental.
Questão ambiental.
 
O meio ambiente
O meio ambienteO meio ambiente
O meio ambiente
 

En vedette

En vedette (20)

População
PopulaçãoPopulação
População
 
Geografia aula 01
Geografia aula 01Geografia aula 01
Geografia aula 01
 
População
PopulaçãoPopulação
População
 
Rauluk Testimony Final no pics
Rauluk Testimony Final no picsRauluk Testimony Final no pics
Rauluk Testimony Final no pics
 
2 o crescimento da população humana
2 o crescimento da população humana2 o crescimento da população humana
2 o crescimento da população humana
 
Seminário sobre população..
Seminário sobre população..Seminário sobre população..
Seminário sobre população..
 
Pirâmide etária
Pirâmide etáriaPirâmide etária
Pirâmide etária
 
Modulo 11 - População
Modulo 11 - PopulaçãoModulo 11 - População
Modulo 11 - População
 
População
PopulaçãoPopulação
População
 
Modulo 06 - Asia: continente populoso e povoado
Modulo 06 - Asia: continente populoso e povoadoModulo 06 - Asia: continente populoso e povoado
Modulo 06 - Asia: continente populoso e povoado
 
O universo
O universoO universo
O universo
 
A Terra No EspaçO
A Terra No EspaçOA Terra No EspaçO
A Terra No EspaçO
 
Modelos Geocêntrico e Heliocêntrico - Mª Madalena Baptista 7G
Modelos Geocêntrico e Heliocêntrico - Mª Madalena Baptista 7GModelos Geocêntrico e Heliocêntrico - Mª Madalena Baptista 7G
Modelos Geocêntrico e Heliocêntrico - Mª Madalena Baptista 7G
 
Pirâmides etárias
Pirâmides etáriasPirâmides etárias
Pirâmides etárias
 
Geocentrismo
GeocentrismoGeocentrismo
Geocentrismo
 
Populacao mundial
Populacao mundialPopulacao mundial
Populacao mundial
 
8º e 6º ano - 1º bimestre - Geo e heliocentrismo
8º e 6º ano - 1º bimestre - Geo e heliocentrismo8º e 6º ano - 1º bimestre - Geo e heliocentrismo
8º e 6º ano - 1º bimestre - Geo e heliocentrismo
 
Modelos do Universo
Modelos do UniversoModelos do Universo
Modelos do Universo
 
Estrutura EtáRia Da PopulaçãO
Estrutura EtáRia Da PopulaçãOEstrutura EtáRia Da PopulaçãO
Estrutura EtáRia Da PopulaçãO
 
População
PopulaçãoPopulação
População
 

Similaire à Evolução EA Portugal 70-00

Segurança ambiental 2
Segurança ambiental 2Segurança ambiental 2
Segurança ambiental 2Mayjö .
 
Ambiente jorge rodrigues_n15
Ambiente jorge rodrigues_n15Ambiente jorge rodrigues_n15
Ambiente jorge rodrigues_n15joeindio007
 
Mudanças Climáticas - Governo do Estado de SP
Mudanças Climáticas - Governo do Estado de SPMudanças Climáticas - Governo do Estado de SP
Mudanças Climáticas - Governo do Estado de SPGuellity Marcel
 
Sistema de captação e reutilização da água das chuvas
Sistema de captação e reutilização da água das chuvasSistema de captação e reutilização da água das chuvas
Sistema de captação e reutilização da água das chuvasWagner Costa Botelho
 
Manual recupareas degradadas
Manual recupareas degradadasManual recupareas degradadas
Manual recupareas degradadasMarlos Nogueira
 
Manual recuperação áreas degradadas
Manual recuperação áreas degradadasManual recuperação áreas degradadas
Manual recuperação áreas degradadasJorge Henrique Silva
 
Estado do ambiente em pt 2005 pt ppt
Estado do ambiente em pt 2005 pt pptEstado do ambiente em pt 2005 pt ppt
Estado do ambiente em pt 2005 pt pptJoão Soares
 
Plano mc final(capa) agosto 2011
Plano mc final(capa) agosto 2011Plano mc final(capa) agosto 2011
Plano mc final(capa) agosto 2011Marcelo Luiz
 
Plano mc final(capa) agosto 2011
Plano mc final(capa) agosto 2011Plano mc final(capa) agosto 2011
Plano mc final(capa) agosto 2011Marcelo Luiz
 
Segurança ambiental
Segurança ambientalSegurança ambiental
Segurança ambientalMayjö .
 
Oekobr - 2010
Oekobr - 2010Oekobr - 2010
Oekobr - 2010clarkj_s
 
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'Suellen Vitória
 

Similaire à Evolução EA Portugal 70-00 (20)

Segurança ambiental 2
Segurança ambiental 2Segurança ambiental 2
Segurança ambiental 2
 
Ambiente jorge rodrigues_n15
Ambiente jorge rodrigues_n15Ambiente jorge rodrigues_n15
Ambiente jorge rodrigues_n15
 
Mudanças Climáticas - Governo do Estado de SP
Mudanças Climáticas - Governo do Estado de SPMudanças Climáticas - Governo do Estado de SP
Mudanças Climáticas - Governo do Estado de SP
 
A9 R333 Tmp
A9 R333 TmpA9 R333 Tmp
A9 R333 Tmp
 
Poluicao ambiental
Poluicao ambientalPoluicao ambiental
Poluicao ambiental
 
Sistema de captação e reutilização da água das chuvas
Sistema de captação e reutilização da água das chuvasSistema de captação e reutilização da água das chuvas
Sistema de captação e reutilização da água das chuvas
 
Manual recupareas degradadas
Manual recupareas degradadasManual recupareas degradadas
Manual recupareas degradadas
 
Manual de RAD - SP
Manual de RAD - SPManual de RAD - SP
Manual de RAD - SP
 
Manual recuperação áreas degradadas
Manual recuperação áreas degradadasManual recuperação áreas degradadas
Manual recuperação áreas degradadas
 
Estado do ambiente em pt 2005 pt ppt
Estado do ambiente em pt 2005 pt pptEstado do ambiente em pt 2005 pt ppt
Estado do ambiente em pt 2005 pt ppt
 
Impacto ambiental
Impacto ambientalImpacto ambiental
Impacto ambiental
 
Plano mc final(capa) agosto 2011
Plano mc final(capa) agosto 2011Plano mc final(capa) agosto 2011
Plano mc final(capa) agosto 2011
 
Plano mc final(capa) agosto 2011
Plano mc final(capa) agosto 2011Plano mc final(capa) agosto 2011
Plano mc final(capa) agosto 2011
 
Segurança ambiental
Segurança ambientalSegurança ambiental
Segurança ambiental
 
oekobr
oekobroekobr
oekobr
 
Oekobr - 2010
Oekobr - 2010Oekobr - 2010
Oekobr - 2010
 
123
123123
123
 
El Cambioclimatico En Lap
El Cambioclimatico En LapEl Cambioclimatico En Lap
El Cambioclimatico En Lap
 
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
 
Educação e gestão ambiental
Educação e gestão ambientalEducação e gestão ambiental
Educação e gestão ambiental
 

Plus de Pelo Siro

Plus de Pelo Siro (20)

1195593414 substancias quimicas
1195593414 substancias quimicas1195593414 substancias quimicas
1195593414 substancias quimicas
 
11955889 121.derrames 1
11955889 121.derrames 111955889 121.derrames 1
11955889 121.derrames 1
 
1196259117 primeiros socorros
1196259117 primeiros socorros1196259117 primeiros socorros
1196259117 primeiros socorros
 
1199995673 riscos profissionais
1199995673 riscos profissionais1199995673 riscos profissionais
1199995673 riscos profissionais
 
119625756 motsser2
119625756 motsser2119625756 motsser2
119625756 motsser2
 
119999888 revisoes
119999888 revisoes119999888 revisoes
119999888 revisoes
 
119558341 123.avaliacao de_riscos
119558341 123.avaliacao de_riscos119558341 123.avaliacao de_riscos
119558341 123.avaliacao de_riscos
 
2146
21462146
2146
 
2079
20792079
2079
 
2080
20802080
2080
 
2064
20642064
2064
 
2061
20612061
2061
 
2060
20602060
2060
 
2032
20322032
2032
 
2031
20312031
2031
 
2019
20192019
2019
 
2018
20182018
2018
 
2017
20172017
2017
 
2015
20152015
2015
 
2014
20142014
2014
 

Evolução EA Portugal 70-00

  • 2. Em Portugal, a Educação Ambiental (EA) começou a ter visibilidade institucional nos anos setenta através dos esforços desenvolvidos pela Comissão Nacional do Ambiente, não lhe sendo alheio o contexto internacional
  • 3. Nos anos oitenta podemos considerar que existe um vazio ao nível das políticas de ambiente e, consequentemente, no âmbito das acções de Educação Ambiental ressaltando como resultado relevante a entrada de Portugal na União Europeia que viria a impulsionar o surgimento de dois diplomas fundamentais em 1987: A Lei de Bases do Ambiente A Lei das Associações de Defesa do Ambiente.
  • 4. A Educação Ambiental (EA) desenvolve-se particularmente durante os anos noventa onde são visíveis um conjunto de actividades cívicas e educativas, assim como determinações políticas a elas associadas
  • 5. Em 2001 dá-se uma reestruturação da Lei Orgânica no Ministério do Ambiente que faz a fusão do Instituto de Promoção Ambiental (IPAMB) com a Direcção-Geral do Ambiente, dando origem ao Instituto do Ambiente(IA), que agrega os serviços desses dois organismos tendo provocado um movimento de instabilidade e contestação por parte das associações de defesa do ambiente e de coordenadores de projectos de Educação Ambiental nas escolas que se vêm confrontados com a extinção das linhas de financiamento existentes.
  • 6. No Ministério da Educação têm vindo a ser introduzidas, gradualmente, algumas referências à educação cívica e educação para a cidadania com carácter transversal, o que tem contribuído para a implementação de projectos de Educação Ambiental a nível do Sistema Educativo. Alguns destes projectos foram apoiados pelo Sistema de Incentivos à Qualidade da Educação (SIQE), que passou do (ex) Instituto de Inovação Educacional (IIE) para o Departamento de Educação Básica, nos termos do Decreto-Lei n.º 208/2002, de 17 de Outubro.
  • 7. Na sequência do desaparecimento dos dois principais organismos públicos que apoiavam projectos de Educação Ambiental (IPAMB e IIE) encontramo-nos nos meados da primeira década do novo milénio na expectativa de uma Estratégia Nacional de Educação Ambiental que teima em não sair apesar de já ter sido anunciada publicamente e fazer parte de documentos oficiais, tais como: a Lei Orgânica do Instituto do Ambiente e da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (primeira versão pública).
  • 8. Nos anos setenta Começou a ter visibilidade institucional Educação Ambiental (EA) Nos anos oitenta podemos considerar que existe um vazio ao nível das políticas de ambiente Em 1987 entrada de Portugal na União Europeia surgimento de dois diplomas fundamentais : A Lei de Bases de Bases do Ambiente A Lei das Associações de Defesa do Ambiente. Nos anos noventa A Educação Ambiental (EA) desenvolve-se particularmente Em 2001 dá-se uma reestruturação da Lei Orgânica no Ministério do Ambiente provocado um movimento de instabilidade e contestação Encontramo-nos nos meados da primeira década do novo milénio na expectativa de uma Estratégia Nacional de Educação Ambiental que teima em não sair
  • 9. Alguns dos principais problemas ambientais portugueses:  População a mais no litoral e a menos no interior  desertificação de solos  pouca eficiência energética e da água. “O ordenamento do território continua a ser o maior “calcanhar de Aquiles” da política para o sector. Os portugueses têm de se comportar melhor para terem um ambiente de maior qualidade.” (Francisco Ferreira, membro da Direcção da Associação para a Defesa da Natureza – Quercus)
  • 10. Um dos mais preocupantes que continua sem resolução respeita ao ordenamento do território do país. Portugal está excessivamente concentrado na sua faixa litoral, que está cada vez mais descaracterizada. Surgem aí problemas de alguma gravidade de transportes, infra-estruturas, trânsito e qualidade de vida, enquanto o interior se mantém na desertificação humana. O nosso país é desordenado e isso tem profundas implicações negativas na vida dos seus cidadãos.
  • 11. O problema do aumento gradual das temperaturas deve ser uma preocupação dos responsáveis oficiais e das populações. Em muitos locais, opta-se pela construção de barragens quando esse não é o melhor caminho a seguir. Por outro lado (questão do ordenamento), o país não tem a noção exacta e correcta de qual a utilização que deve ser dada às diversas áreas do seu território. É necessário determinar com rigor quais os usos do solo mais adequados. Estão elaborados Planos de Combate à Desertificação, que continuam sem serem colocados em prática, sem que se compreenda as razões disso.
  • 12. Portugal tem de estar atento à evolução da situação e precaver-se para que não se depare com problemas de grande gravidade em termos de desertificação de solos. O país não suportará a permanente e continuada sangria de populações do interior para as zonas do Litoral, asfixiando este e mantendo o primeiro com dificuldades crescentemente maiores.
  • 13. Uma das principais questões que se colocam, a esse nível, é a de existirem muitas entidades com competências na matéria. Os resultados dos investimentos que têm sido realizados são muito poucos face às apostas que os poderes políticos afirmam empenhados em levar à prática. Há estações de tratamento de águas que não estão a funcionar nas devidas condições. É uma situação que urge alterar.
  • 14. Em termos legislativos, a directiva-quadro da Água, elaborada pela União Europeia continua por aplicar. Em Portugal, constroem-se barragens sem se avaliar as consequências que podem ter para o meio ambiente e para o Homem. Existem muitas praias fluviais, nomeadamente nas áreas do interior do país, cuja água não tem os níveis de qualidade desejáveis.
  • 15. Em termos genéricos, não!  Cerca de 85 por cento da água é utilizada para fins agrícolas e as perdas são de metade.  Tal significa que há óbvios problemas muito sérios de eficiência.  Os desperdícios verificam-se também na Indústria e no uso que os particulares fazem de um recurso como este, que é cada vez mais valioso.  A mesma situação ocorre com a energia, cuja eficiência em Portugal é bastante diminuta.  Muitas casas não se encontram adequadamente isoladas e isso leva que seja necessária mais recursos energéticos para as aquecer ou arrefecer.  Há um problema de base relativo ao tipo de construção dos edifícios e de regulamentação legal.
  • 16. Tudo passa antes de mais, por actuar na área da prevenção.  Tem de se apostar fortemente na educação ambiental, numa linha de promover a mudança de mentalidades e sobretudo de comportamentos não apenas dos jovens – por vezes, coloca-se um enfoque excessivo neste grupo – mas em todas as faixas etárias e sociais.  Os problemas ambientais afectam toda a gente e é preciso que a população tome consciência de que assim é.
  • 17. Registou-se uma evolução positiva do modo como os portugueses encaram esses problemas, mas é mais ao nível da percepção dos mesmos do que em termos de actuações concretas. Existe uma incoerência dos portugueses entre aquilo que até pensam e os actos que praticam: concordam com os automóveis fora das grandes cidades, mas levam-nos para o local de trabalho; em tese defendem que os resíduos sólidos devem ser colocados nos recipientes adequados, mas continuam a deitar lixo para as ruas, as praias e outros locais.
  • 18. É necessário incrementar as acções de fiscalização tendentes ao respeito e cumprimento da legislação em vigor. O elemento económico tem, igualmente, a capacidade de ser impeditivo de comportamentos errados. Se os cidadãos pagarem mais pela água que consomem, por exemplo, não a desperdiçarão tanto. O princípio do “poluidor-pagador” assume, neste âmbito, uma função com efeitos positivos para se conseguir um maior respeito pelo ambiente que é missão de todos defenderem. Isto sem esquecer a relevância de se transmitir bastante mais informação à população.
  • 19. Há algumas razões para preocupação, embora a situação tenha vindo a evoluir de forma positiva. Sucede que só é possível elaborar previsões com dados rigorosos e credíveis para um período temporal de 100 anos. Se nesse tempo, as águas subirem 88 centímetros como poderá suceder, o país não desaparecerá, mas muitas das suas praias certamente deixarão de existir. É um problema que não sendo actualmente grave, importa ser discutido aprofundadamente para que se intervenha atempadamente com as medidas que se concluírem ser mais adequadas. É preciso estimular os portugueses a adoptarem uma atitude pró-activa, de actuações concretas em vez de se ficarem em posicionamentos meramente passivos e desaconselháveis por completo.
  • 20. Extraído duma entrevista dada por Francisco Ferreira, membro da Direcção da Associação para a Defesa da Natureza – Quercus