Este documento discute a ergonomia e sua classificação. Distingue entre análise ergonômica e intervenção ergonômica. Classifica a ergonomia em termos de objeto, objetivo, contexto e dimensão. Discute a ergonomia da produção, ergonomia do produto, ergonomia de concepção, ergonomia de correção, e classifica a ergonomia em macro, meso e micro. O objetivo final da ergonomia é adequar o trabalho ao homem para melhorar suas condições e saúde no
1. Introdução
Distinguimos na prática da Ergonomia duas fases: uma primeira, chamada
de ANÁLISE ERGONÕMICA e, a segunda, denominada de
INTERVENÇAO ERGONÓMICA, entendendo-se que:
Análise Ergonómica consiste na identificação e compreensão das relações existentes entre
as condições organizacionais técnicas, sociais e humanas que determinam a actividade de
trabalho e os efeitos desta sobre o operador e o sistema produtivo.
Intervenção Ergonómica consiste na operacionaIização de planos de acção
resultantes da análise ergonómica. Pode situar-se a diferentes domínios de
actuação: concepção e/ou reformulação, formação profissional, higiene,
segurança e saúde ocupacional.
2. Classificação em Ergonomia
Numa empresa ou organização, em que a competitividade e a força
do mercado onde esta opera, são parâmetros fundamentais de
Gestão, a Ergonomia é uma das as áreas de formação passíveis
de lhe acrescentar valor.
Assim, modalidades de intervenção ergonómica serão diferentes,
em termos de objecto, objectivo, contexto e dimensão da
intervenção.
3. É Objecto
No que respeita ao objecto de intervenção, podemos distinguir:
a Ergonomia de Produção;
a Ergonomia do Produto.
A Ergonomia da Produção está vocacionada para a procura
das condições de trabalho adequadas, em termos
organizacionais, de posto e ambiente de trabalho, adaptados às
características e capacidades dos trabalhadores.
A Ergonomia do Produto, centra-se na área de estudos e
pesquisas, colaborando com o sector comercial, em estudos
de mercado; com o sector de produção, na avaliação dos
custos da produção e na definição da sua finalidade; e com
outros sectores da concepção do produto, desde o "design"
ao controlo da qualidade.
4. É Objectivo
Quanto ao objectivo, fala-se em:
Ergonomia de Concepção,
Ergonomia de Correcção.
A Ergonomia de Concepção permite agir desde a
fase inicial, sobre um produto ou posto de trabalho,
criando condições de trabalho adaptadas e
perspectivadas no sentido da eficácia, da segurança
e do conforto.
A Ergonomia de Correcção dá resposta às
inadaptações, que se traduzem por problemas na
segurança e no conforto dos trabalhadores, ou na
qualidade e quantidade da produção.
5. É Contexto
Seja qual for o objecto ou o objectivo, a
intervenção ergonómica desenvolve-se
nos mais variados contextos, tais como:
industrias, hospitais, escolas,
transportes, construção e obras
públicas, etc.
6. É Dimensão
Numa perspectiva de dimensão da intervenção, podemos classificar a Ergonomia em Macro,
Meso e Micro:
A Macro-Ergonomia considera o sistema integral Homem-Máquina, ou seja, uma
organização cujas componentes são os Homens e as Máquinas, trabalhando em conjunto
para alcançar um fim comum, estando ligadas por uma rede de comunicações;
A Meso-Ergonomia centra-se sobre um utensílio ou uma máquina, estudando a
interdependência entre os dispositivos metrológicos e os indicadores, as alavancas de
comando e de regulação, assim como, a sua disposição em função da velocidade e da
sucessão das operações;
A Micro-Ergonomia estuda os diversos elementos específicos de uma situação de trabalho,
tais como, a insonorização de uma máquina, a iluminação de uma sala de trabalho
informatizado, etc.
Deste modo, a Ergonomia tem uma acção concreta sobre melhoria das condições de trabalho
em geral, promovendo a saúde do trabalhador. Contribuindo para a diminuição de
absentismos por acidentes de trabalho e doenças profissionais, a Ergonomia procura manter
e/ou aumentar a qualidade e, consequentemente, a produtividade.
7. CONCLUSÃO
“Proceder à adequação do trabalho ao Homem e
não do Homem ao trabalho.”
O objectivo da ergonomia é, por excelência, a
aplicação dos princípios ergonómicos a fim de
optimizar a compatibilidade entre o homem, a
máquina e o ambiente físico de trabalho, através do
equilíbrio entre as exigências das tarefas e das
máquinas e as características anatómicas,
fisiológicas, cognitivas e percepto-motoras assim
como a capacidade de processamento da informação
humana.