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Os comportamentos do homem no trabalho podem ser
estudados sob dois ângulos:
Sistema de transformação de energia: atividades
motoras (ou musculares) de trabalho, que permitem a
transformação da energia físico-muscular em energia
mecânica de aplicação de forças, de deslocamentos, de
movimentos, de manutenção de posturas,...
Sistema de recepção e tratamento de informação:
atividades cognitivas de trabalho, que permitem a
detecção, a percepção e o tratamento das informações
recebidas do meio ambiente de trabalho.
2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
Olhos
Ouvidos
Outros
órgãos
Reconhecimento
de padrões
Membros
Posturas
Voz
Memória de
curto-termo
Memória de
longo-termo
10² BIT/S
Sub-sistema
tratamento
informação
107
BIT/S
Sub-sistema
resposta
Energiasdomeioambiente
Respostasverbaisoumotoras
Sub-sistema de estocagem
109
BIT/S
Sub-sistema
sensorial
Discriminação
Interpretação
Tomada de
decisão
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
A descrição do trabalho muscular permite
evidenciar as relações existentes entre o ser
humano e seu posto de trabalho;
Sem detalhar os aspectos histológicos e
bioquímicos, de pouco interesse para a ergonomia,
salientamos a existência dos músculos sinérgicos e
dos músculos de controle;
Os músculos sinérgicos são enganjados
principalmente nas atividades dinâmicas. Os
músculos de controle são enganjados nas
contrações prolongadas.
O tecido muscular é um tecido adaptado à
contração. Distingue-se:
A contração estática ou isométrica;
A contração dinâmica ou anisométrica.
A tensão desenvolvida ao nível da extremidade
dos tendões depende dos seguintes aspectos:
número de fibras musculares excitadas;
ângulo de articulação;
estado do músculo;
tipo de organização espacial das fibras;
cor do músculo (branca ou vermelha).
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Toda atividade profissional necessita um trabalho
muscular, mais ou menos importante, segundo as tarefas a
serem realizadas. Este trabalho muscular é necessário tanto
para a manutenção de uma simples postura, quanto para a
execução de gestos e movimentos de trabalho;
O conhecimento da fisiologia muscular é a base dos
estudos ergonômicos do homem como um sistema de
transformação de energia, onde um arranjo físico do posto
de trabalho pode diminuir os gastos energéticos e a fadiga
física produzida pela realização de uma tarefa com forte
solicitação muscular.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
PROPRIEDADES ESSENCIAIS DOS MÚSCULOS:
O músculo é constituído de um grande número de fibras
musculares (de 100.000 à 1.000.000);
Este sistema de fibras é constituído de substâncias
proteicas: a actina e a miosina;
Este sistema de fibras apresentam dois estados possíveis:
contração ou relaxamento;
Fibra contraída
Figura 2.1 - Contração e relaxamento das fibras musculares
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Fibra relaxada
actina
miosina
Figura 2.2 - Fibras musculares
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
A contração muscular depende do influxo nervoso, por
intermédio de unidades motoras (uma unidade motora é
representada por uma fibra nervosa que aciona várias
fibras musculares);
No relaxamento, poucas unidades motoras são
acionadas, apenas aquelas responsáveis pela manutenção
do tonus muscular;
Quando de uma contração muscular, ocorre um
recrutamento, maior ou menor, de unidades motoras em
função da intensidade de contração.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Atividade Muscular:
Cada fibra muscular se contrai com uma
determinada força e a força total do músculo é a
soma das forças das fibras envolvidas na
contração;
A força absoluta do músculo está na faixa de 30 à
40 N/cm2
da seção transversal de músculo. Isto
significa que um músculo com 1cm2
de seção
transversal pode suportar de 3 à 4 Kg no sentido
vertical;
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Os movimentos são comandados pelos centros
motores corticais com uma frequência de influxo
que leva a uma resposta do músculo em tétanos
perfeitos (40/s);
As intervenções dos centros motores são
conscientes, mas, na medida em que se
estabelece um condicionamento, a execução do
movimento passa ocorrer sem intervenção da
consciência (automatismo).
Figura 2.3 - Transmissão da informação
entre diversos elementos nervosos ou musculares
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Sinapse neuro-muscular
Sinapse interneuronal
Axônio
Músculo
Dendritas
Aspectos físico-químicos da atividade muscular :
Toda atividade muscular implica em um gasto de
energia. Esta energia necessária à contração muscular
é de origem química:
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
O organismo produz trabalho a partir da energia química.
A alimentação aporta os nutrientes que, uma vez
metabolizados no organismo, servirão para cobrir as
necessidades básicas e energéticas do conjunto das
células. É principalmente a partir dos glicídeos e dos
lipídeos que as necessidades energéticas serão cobertas;
Ao nível dos músculos esta cobertura se fará:
diretamente, a partir da glicose ou do
metabolismo dos ácidos graxos, segundo o tipo de
músculo;
indiretamente, a partir da fosfocreatina que se
decompõe em presença da ADP, em creatina e
ATP..
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Glicose
H2o e CO2
Ácido pirúvicoÁcido láctico
Fosfatos ricos
em energia
Com O2
Sem O2
ComO2
Regeneração
Contração muscular
Figura 2.4 - Diagrama do metabolismo energético no trabalho muscular
Fosfatos pobres
em energia
Fluxo de energia
Rotas de reação
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Segundo o músculo, o metabolismo envolvido será
diferente. Assim sendo:
Na musculatura estriada a respiração constitui a principal
fonte de energia utilizada para fosforizar a ADP por
fosforização oxidativa. As células musculares estriadas são
particularmente ricas em mitocôndrias, sede das cadeias
respiratórias de resíntese da ATP. Os músculos estriados
utilizam em geral os ácidos graxos como principal
combustível. São músculos posturais ricamente
vascularizados.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Na musculatura lisa é a glicose que constitui a principal
fonte de energia para a refosforização da ADP.
Segundo o princípio da conservação da energia, a energia
química assim gasta, é restituída sob a forma de energia
mecânica (1/4) e de energia calorífica (3/4).
Durante um trabalho muscular, ocorre produção de dejetos
metabólicos ácidos, pirúvicos e láticos, que estão na origem
da acidez observada quando de um trabalho muscular
intenso ou anaeróbico.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
O corpo humano como um sistema de alavancas:
Os músculos, ossos e juntas formam diversas alavancas
no corpo, semelhantes as alavancas mecânicas. Para cada
movimento, há pelo menos dois músculos que trabalham
antagonicamente: quando um se contrai, o outro se
distende. Por exemplo, ao dobrar o braço sobre o cotovelo,
há uma contração do bíceps e uma distensão do tríceps.
Os músculos podem funcionar de forma mais ou menos
complexa, fazendo parte de um conjunto mais amplo,
permitindo várias combinações de movimentos, como as
contrações associadas a movimentos rotacionais.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Alavanca interfixa: o apoio situa-se entre a força e a
resistência. Um exemplo típico é o tríceps. Este tipo de
alavanca é o mais adequado para transmitir velocidade e
pouca força;
Alavanca interpotente: a força é aplicada entre o ponto
de apoio e a resistência. É caso do bíceps. Este tipo de
alavanca é um dos mais comuns no corpo. Os músculos se
inserem próximos à articulação e facilitam a realização de
movimentos rápidos e amplos.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Alavanca inter-resistente: a resistência situa-se
entre o ponto de apoio e a força. É o caso dos
músculos da face posterior da perna (panturrilha),
que se ligam ao calcanhar e permitem suspender o
corpo na ponta dos pés. Este tipo de alavanca
sacrifica a velocidade para ganhar força.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é constituída de 33 vértebras,
classificadas em cinco grupos:
Vértebras cervicais (7);
Vértebras torácicas ou dorsais (12);
Vértebras lombares (5);
Vértebras sacrococcigenas (9): (5) estão fundidas e
formam o sacro e as (4) da extremidade inferior são pouco
desenvolvidas e formam o cóccix.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Das 33 vértebras, apenas 24 são flexíveis e, destas, as
que têm mais mobilidade são as cervicais e as lombares;
As vértebras dorsais estão unidas a 12 pares de costelas,
formando a caixa torácica, que limitam os movimentos;
Entre uma vértebra e outra existe um disco intervertebral
cartilaginoso. As vértebras também se conectam entre si
por ligamentos;
Os movimentos da coluna são possíveis pela compressão
e deformação dos discos e pelo deslizamento dos
ligamentos.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Figura 2.5 - A coluna vertebral
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
As principais deformações da coluna são:
Escoliose: é um desvio lateral da coluna;
Cifose: é o aumento da convexidade, acentuando-se a
curva para a frente na região torácica, correspondendo ao
corcunda;
Lordose: é um aumento da concavidade posterior da
curvatura na região cervical ou lombar, acompanhado por
uma inclinação dos quadris para a frente.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Noção de trabalho muscular:
A força muscular: é uma ação com uma direção, um
sentido e uma intensidade. Ela varia em função:
dos músculos solicitados;
das atitudes (alongamento, obliqüidade e gravidade);
dos sujeitos (sexo, idade, lateralidade, treinamento).
Noção de trabalho estático: é um trabalho sem
deslocamento aparente. Ele corresponde à contrações
musculares isométricas. Este trabalho permite a
manutenção dos segmentos ósseos numa determinada
atitude (postura, segurar um objeto,...)
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Noção de trabalho dinâmico: é um trabalho que permite
contrações anisométricas sucessivas com alternância de
relaxamentos dos músculos, como nas tarefas de martelar,
serrar, girar um volante ou caminhar.
A atividade dinâmica resulta da ação:
dos músculos sinérgicos envolvidos no início do
movimento;
dos músculos de controle que regulam o movimento em
curso da ação, permitindo assim a precisão do gesto.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
TÉCNICA DE ESTUDO - EXPLORAÇÃO FUNCIONAL DO MÚSCULO:
Medida da força muscular: é realizada com a utilização
de um dinamômetro. Assim, pode-se medir a força máxima
dos diferentes músculos que intervêm em uma atividade
profissional. Força muscular máxima é a maior força que um
sujeito pode manter constante durante um determinado
lapso de tempo (2 à 5 segundos).
Medida do trabalho muscular:
dinâmico: o trabalho é o produto da força aplicada
pelo deslocamento realizado. Ele se exprime em Joules
(1 Kgm = 9,82 J = 2,35 Cal = 0,49 ml O2 ). Mede-se por
meio de ergômetros, bicicletas ou esteiras ergométricas.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Estático: a partir do momento em que este tipo de
trabalho muscular foi definido como um trabalho sem
deslocamento, do ponto de visto físico do termo não
existe trabalho. Para avaliar a intensidade deste tipo de
atividade muscular, pode-se medir o gasto energético
que ele provoca. Entretanto, é preciso saber que esta
medida é sempre sub-avaliada.
Eletromiografia: permite avaliar a intensidade da
contração muscular. De fato, ela permite avaliar o
envolvimento do número, mais ou menos importante, de
unidades motoras no interior de cada músculo.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
CAPACIDADES DE TRABALHO DE UM MÚSCULO:
A capacidade de trabalho faz intervir: a força realizada e a
duração do esforço.
Capacidade de trabalho estático: é o produto da força
exercida (F) pelo tempo máximo ou limite (t lim), durante o qua
a força pode ser exercida.
Quando F é máxima, o tempo limite é de 2,5 à 10 s
abaixo de 20% da Fmax , a contração pode ser mantida
durante um tempo teoricamente ilimitado;
acima de 20% da Fmax , o t lim de manutenção
(aparecimento de fadiga) é função do nível de contração.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
Capacidade de trabalho dinâmico:
potência de pico: potência máxima em um
trabalho dinâmico ativo;
potência crítica: potência que pode ser
mantida sem limite de tempo.
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
SOLICITAÇÃO FISIOLÓGICA E TRABALHO MUSCULAR:
Solicitação absoluta:
A contração muscular necessita um aporte em princípios
nutritivos assegurada por adaptações vegetativas:
Vasodilatação e aumento do fluxo sangüíneo nos
músculos;.
Aceleração cardíaca e conseqüente aumento do fluxo e do
trabalho cardíaco;
Aumento da capacidade respiratória e conseqüente
aumento do fluxo de oxigênio através dos pulmões no
sentido do sangue;
2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
2.3 - Antropometria: Medidas e Aplicações
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Fisiologia do Trabalho MuscularFisiologia do Trabalho Muscular
Solicitação relativa:
Todos os sujeitos não apresentam a mesma aptidão ao
trabalho muscular;
Uma mesma carga física de trabalho não constitui uma
mesma solicitação para o organismo segundo a morfologia,
a idade, o sexo e o condicionamento, sem esquecer o
estado de saúde.
A atividade muscular se acompanha de um aumento
de gasto energético, avaliado pela medida de consumo
de O2 por calorimetria respiratória e expressa em
Kcal/min.
A DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA:
A observação direta:
Pesquisa o alcance, a repartição da atividade muscular,
o tipo e as modalidades de contração, as características
dimensionais do posto de trabalho, as conseqüências
fisiológicas e a intensidade aparente da tarefa.
A observação instrumental:
Gravação do movimento (fotografia, vídeo e crono-
ciclografia);
Análise eletromiográfica (EMG): quando de uma
contração, a ativação das fibras musculares é acionada
pelo aparecimento de um PA do músculo que se
propaga à superfície da fibra e que é detectado por meio
de eletrodos de superfície, colados sobre a pele dos
músculos estudados.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
TAREFAS MANUAIS E MOVIMENTOS DAS MÃOS
Atividade da mão e tarefa manual (figuras 2.6 e 2.7)
Importância da mão nos gestos de trabalho: grande
plasticidade mecânica, importante mobilidade dos dedos
em relação a multiplicidade de ossos, músculos e
articulações e, em relação a fineza da inervação motora
e sensitiva (tato);
A mão é um instrumento de pega e de manipulação
delicada, pois é nela que se observa uma convergência
dos efeitos resultantes da mobilização, mais ou menos
generalizada, dos membros, do tronco,...
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Figura 2.6 - Atividade da mão e tarefa manual:
adaptações de empunhadura em função da anatomia da mão.
desfavorável modificada
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Os movimentos manuais:
Os movimentos especificamente manuais:
Envolvem atividades de manipulação com imobilização
do tronco, dos braços, dos ante-braços. Esses
movimentos são encontrados em tarefas finas e
delicadas como micro-soldagem, desenho decorativo em
cerâmica, relojoaria, micro-eletrônica.
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Figura 2.7 - Três posições de
preensão especificamente
manuais. Os valores referem-se
as forças nos dedos.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Os movimentos não especificamente manuais:
Envolvem um certo número de segmentos corporais:
mobilização do ante-braço, do braço e, às vezes, de
movimentos de acompanhamento do tronco. Esta
mobilização é necessária à aplicação de força e a
realização eficaz do gesto de trabalho, como por
exemplo em tarefas de aperto de parafusos de maiores
dimensões, conforme figura 2.8.
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Figura 2.8 - Movimentos não especificamente manuais.
Envolvimento do tronco, do
braço e do antebraço, além , é
claro, da mão, para a realização
do gesto de trabalho
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
A análise das tarefas manuais:
Uma tarefa manual pode ser definida como sendo
constituída de uma ou mais seqüências de movimentos,
específicos e não específicos, comportando exigências
cumulativas de precisão, velocidade e/ou força;
Diversos estudos foram realizados na indústria, com o
objetivo de racionalizar e quantificar as atividades
gestuais desenvolvidas pelos trabalhadores, dando
origem à vários métodos de análise e de medida dos
tempos e movimentos.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Os movimentos gestuais dirigidos:
Hierarquia muscular e gestos:
segundo as características da atividade manual, a
musculatura utilizada será totalmente diversa:
Os movimentos delicados (atividades específicas de
pequenas manipulações, por exemplo) mobilizam a
musculatura fina;
Em contrapartida, as atividades não especificamente
manuais, mobilizam uma musculatura mais robusta
(necessidade de mobilização de segmento de membro
mais pesado);
A boa coordenação desses dois tipos de musculatura
faz do gesto de trabalho um movimento dirigido.
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Tipos de gestos em função dos circuitos empregados:
Os gestos voluntários:
São os gestos realizados de forma consciente pelo
sujeito e que envolve o córtex cerebral. Como todos os
gestos, eles subentendem uma interação entre a força
muscular e a força gravitacional. Eles podem ser:
Gestos voluntários subentendidos:
São gestos lentos, tensos, operados por contração
dos músculos sinérgicos e de controle, que
trabalham em sentido opostos.
A duração desses gestos é igual à soma do tempo
de reação, da duração do movimento primário
(deslocamento do membro superior) e da duração do
movimento secundário (ajustamento final do gesto);
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Gestos voluntários balísticos:
São gestos mais econômicos em termos energéticos,
eles são muito mais rápidos e a ação simultânea dos
músculos sinérgicos e de controle é bastante reduzida.
A duração desses gestos é igual à soma do tempo de
reação e do tempo de movimento primário, e o ajuste
final é reduzido quase a nada.
Este tipo de gesto é utilizado, por exemplo, em caso
de perigo, quando de uma parada brusca de uma
máquina em funcionamento. O movimento balístico
termina, então, sobre o botão vermelho de parada de
urgência, que está localizado, normalmente, ao lado do
painel de comando das máquinas e equipamentos, cujo
diâmetro é aproximadamente o da palma da mão.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Os gestos automáticos ou automático-voluntários:
São os gestos que correspondem às atividades motoras
que envolvem um nível de integração sub-cortical. Pode
ser observado em trabalhadores experientes. Um
exemplo de atividade automática-voluntária é dado pela
análise do comportamento operativo de um motorista
quando da condução de um veículo em uma rua
bastante conhecida.
Os gestos reflexos:
São gestos que correspondem a circuitos reflexos bem
conhecidos, do ponto de vista fisiológico. Este tipo de
gesto ocorre, por exemplo, em caso de perigo para a
integridade física corporal do sujeito: reação à choque,
calor, gesto de proteção do rosto.
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
A classificação dos gestos em função do tipo de tarefa:
A tarefa de ajustamento contínuo:
Este tipo de tarefa é caracterizada pela necessidade de
ajustar, a cada instante, a ação motora a seu objetivo.
As informações vindo do ambiente de trabalho e
variando de forma aleatória, exigem uma resposta
motora contínua e permanentemente corrigida. Por
exemplo, a condução de um automóvel e o corte de
determinados materiais segundo um traçado pré-
determinado.
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
A tarefa de ajustamento descontínuo:
Este tipo de tarefa é caracterizada pelo fato de que a
necessidade de ajustar a ação motora ao seu objetivo não
ocorre a todo instante. As informações provenientes do
ambiente de trabalho são independentes da natureza da
resposta motora precedente. Entram neste tipo de tarefa
aquelas que comportam uma única e mesma ação (por
exemplo: girar um botão com duas posições) e aquelas que
comportam uma seqüência de gestos, mais ou menos
isolados (por exemplo: digitação, onde após um erro o
digitador pode perfeitamente continuar a digitar o texto)
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Classificação em função da cinemática do gesto:
Cadeia articulada (ou cinemática) é um sistema de
segmentos móveis ligados entre si por meio de
articulações;
Cadeia articulada aberta: quando nenhuma resistência
exterior apreciável não se opõe ao movimento de sua
extremidade distal;
Cadeia articulada fechada: uma cadeia cuja extremidade
distal encontra uma resistência exterior que impede ou
limita seu movimento livre. Neste caso três possibilidades
podem ocorrer: a parte distal se move, apesar da
resistência (esforço dinâmico); a parte próxima se desloca
em relação a parte distal imobilizada; nenhum movimento
ocorre (esforço estático)
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
A aprendizagem:
A aprendizagem de um trabalho consiste em criar
circuitos sensório-motores preferenciais que, na medida
em que vão sendo elaborados, tendem a se tornar cada
vez menos conscientes;
Neste sentido, o endereço gestual máximo é obtido
quando este circuito torna-se perfeitamente automático;
O gesto pode, então, ser executado em um nível sub-
cortical e o nível cortical intervêm somente para criar a
concentração necessária à realização da tarefa;
Dois processos neuro-fisiológicos concorrem à
aprendizagem: o processo central e o periférico.
OS FATORES QUE INFLUENCIAM OS GESTOS:
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Processo central:
Estabelecimento de planos de cooperação muscular,
por meio da criação de vias neuro-fisiológicas
particulares;
Nota-se ao nível dos gestos uma diminuição
progressiva dos movimentos acessórios (diminuição das
co-contrações) dos grupos musculares cuja intervenção
é útil à atividade considerada;
Objetivamente, isto se traduz por um gesto fácil e
simples com um sujeito experiente, em oposição à um
gesto hesitante e contraído com um sujeito aprendiz.
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Processo periférico:
Adaptação fisiológica cardio-respiratória, muscular,
desenvolvimento do tato. Por exemplo: ao nível
muscular observa-se um aumento da força e da
velocidade de execução.
Na prática, para a aprendizagem, na medida em que
se necessita uma forte concentração mental e motora, é
desejável, ao menos no início, que as seções sejam
curtas e repetitivas.
A análise do trabalho pelo futuro operador é um
elemento importante para a descrição e a compreensão
das operações elementares que serão em seguida
repetidas.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Os estereótipos mentais:
DEFINIÇÃO:
A aprendizagem de uma profissão, assim como o
projeto de uma máquina ou de um posto de trabalho,
deve respeitar os estereótipos mentais;
Estereótipo é a tendência que um sujeito tem de
atingir uma certa reação dos aparelhos que ele utiliza
quando ele age sobre um comando, assim como o
significado que ele tem tendência a dar na interpretação
de uma informação lida sobre um painel, por exemplo;
Identifica-se dois tipos de estereótipos mentais: os
universais e os culturais.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Os estereótipos universais:
Existem determinados estereótipos, universalmente aceitos,
que podem ser caracterizados qualitativa e
quantitativamente.
Noção qualitativa:
A noção qualitativa está relacionada com a ação motora
realizada. Por exemplo: quando uma alavanca é puxada
de sua posição central para a direita ou para frente,
espera-se que a agulha de um painel que visualize esta
ação, gire no sentido horário ou para cima, conforme
figura 2.8.
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Figura 2.8 - Esteriótipos universais: noção qualitativa
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Noção quantitativa:
Sobre uma escala graduada horizontal o zero está a
esquerda;
Sobre uma escala graduada vertical o zero está em
baixo;
Nestes dois casos, um aumento do parâmetro que se
estuda, deverá se traduzir, respectivamente, por um
deslocamento da esquerda para a direita, e de baixo
para cima, conforme figura 2.9.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
Figura 2.9 - Esteriótipos universais: noção quantitativa
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
Os estereótipos culturais:
São estereótipos adquiridos em função de nosso ambiente
cultural, não sendo portanto universalmente aceitos;
O exemplo mais típico está relacionado a estratégia de
leitura e da influência desta estratégia sobre os erros na
visualização de um quadro sinótico, conforme figura 2.10;
Os métodos eletro-oculográficos permitem estudar os
movimentos do globo ocular, durante uma leitura ou durante
a exploração de um quadro de comando.
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
45,5% 29%
14% 11,5%
Erro 95%
Erro
14%
Figura 2.10 - Esteriótipos culturais: erro na leitura de um quadro sinótico
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO
O tremor:
Consiste em uma oscilação concomitante ao esforço
aplicado, desenvolvido para conservar a posição ou a
direção fixada do gesto.
O tremor diminui com a aprendizagem, em caso de
trabalho com atrito ou se o membro superior for apoiado
(se isto for possível), assim como se o corpo for bem
equilibrado.
O tremor aumenta em caso de fadiga, quando se faz
um esforço para não tremer ou em caso de emoção.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
Considerações gerais:
A postura é a organização no espaço dos diferentes
segmentos corporais. Ela é o suporte da busca e das
tomadas de informações para a ação do sujeito;
A postura é então, principalmente, determinada:
pelas características e exigências da tarefa;
pelas condicionantes internas: formas fisiológicas e
biomecânicas de manutenção do equilíbrio;
pelas características do meio ambiente de
trabalho.
Nenhuma postura de trabalho é neutra. Nenhuma “má
postura” é adotada “livremente” pelo sujeito, mas é
resultado de um compromisso entre os pontos citados.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
Elementos fisiológicos e biomecânicos da manutenção postural:
Condição da manutenção do equilíbrio:
A manutenção do equilíbrio implica que uma certa
parte da massa muscular estabiliza o corpo numa
postura lhe permitindo evitar a queda;
Um sujeito em pé, e sem outro ponto de apoio, está
em equilíbrio se a projeção vertical do seu centro de
gravidade estiver dentro do polígono de sustentação;
No caso do sujeito utilizar um apoio (por exemplo
uma cadeira), os pontos de apoio entram na
determinação do polígono de sustentação.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
Modificação do equilíbrio:
Todo desvio do CG dos segmentos corporais, em
relação à linha de gravidade e ao polígono de
sustentação, necessita o emprego de forças musculares
de manutenção da posição. A posição da projeção do
CG não é, então, em postura em pé fixa, mas varia em
função do estado do sujeito (idade, sexo, fadiga,
álcool,...);
A manutenção do equilíbrio é assegurada
principalmente pela contração dos músculos posturais
sob o controle de estruturas nervosas que recebem
informações diversas (labirínticas, visuais e táteis,..).
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
Modificação do equilíbrio:
Manutenção postural estática:
Na criança, a manutenção do equilíbrio é instável. Com a
aprendizagem ela se estabiliza até próximo dos 60 anos. A
partir daí ocorre uma degradação;
A amplitude dos reajustamentos posturais pode ser
evidenciada por estático-fisiometria;
A manutenção do equilíbrio utiliza, de forma preponderante,
as informações de origem visual. No caso de variação da
“vertical subjetiva” ou do deslocamento de uma parte do campo
visual, a manutenção postural sofre modificações e o risco de
queda aumenta.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
Modificação do equilíbrio:
Perturbação postural:
Em caso de desequilíbrio do corpo, as mesmas modalidades
sensoriais são utilizadas, com prioridade para as informações
visuais em relação às vestibulares e às cinestésicas. Com os
cegos a situação é diferente porque a hierarquia sensorial é
modificada;
O envelhecimento diminui a adaptação da resposta muscular
que permite evitar a queda;
O tipo de tarefa e o treinamento modificam a performance do
sujeito;
Em situação real, as estratégias empregadas pelos sujeitos,
graças à experiência, também melhoram a performance.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
Características das principais posturas de trabalho:
Existe uma variedade considerável de posturas de
trabalho (72 segundo método OWAS);
Tentativas de classificação em vista de uma avaliação;
Limites posturais:
Um deslocamento, mesmo fraco, de um segmento
corporal, pode modificar a estabilidade da postura e as
contrações musculares estáticas do equilíbrio;
A duração da manutenção de uma postura imóvel é
um fator essencial de avaliação do constrangimento
postural.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
Os principais métodos de avaliação postural:
Medida do custo energético (ver figuras 2.11 e 2.12):
A contração estática dos músculos não leva à um
considerável aumento do consumo de oxigênio;
Os efeitos hemodinâmicos e biomecânicos não
aparecem em termos de custo energético.
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
1 2 3 4 5
0
0,1
5
0,2
10
0,3
15
0,4
20
0,5
25
Kcal/min
puls/min
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•



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
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•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Figura 2.11 - Custo fisiológico de diferentes posturas
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHODorsoBraçosPernas
Exemplos:
Código 127
215
327
1. Reto 2. Inclinado
3. Reto e
torcido
4. Inclinado
e torcido
1. Dois
braços
para baixo
2. Um
braço para
cima
3. Dois
braços
para cima
1. Duas
pernas
retas
2. Uma
perna
reta
3. Duas
pernas
flexionadas
4. Uma
perna
flexionada
5. Uma
perna
ajoelhada
6. Deslocamento
com pernas
7. Duas
pernas
suspensas
Figura 2.12 - Classificação das diferentes posturas, segundo Método OWAS
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO
Figura 2.13 - Consumo de energia no lazer. Os valores dão o consumo médio de energia
em minutos para os homens em Kcal/min. Para as mulheres (10 a 20% menos)
2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional

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Comportamentos humanos no trabalho e fisiologia muscular

  • 1. Os comportamentos do homem no trabalho podem ser estudados sob dois ângulos: Sistema de transformação de energia: atividades motoras (ou musculares) de trabalho, que permitem a transformação da energia físico-muscular em energia mecânica de aplicação de forças, de deslocamentos, de movimentos, de manutenção de posturas,... Sistema de recepção e tratamento de informação: atividades cognitivas de trabalho, que permitem a detecção, a percepção e o tratamento das informações recebidas do meio ambiente de trabalho. 2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
  • 2. 2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS Olhos Ouvidos Outros órgãos Reconhecimento de padrões Membros Posturas Voz Memória de curto-termo Memória de longo-termo 10² BIT/S Sub-sistema tratamento informação 107 BIT/S Sub-sistema resposta Energiasdomeioambiente Respostasverbaisoumotoras Sub-sistema de estocagem 109 BIT/S Sub-sistema sensorial Discriminação Interpretação Tomada de decisão
  • 3. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular A descrição do trabalho muscular permite evidenciar as relações existentes entre o ser humano e seu posto de trabalho; Sem detalhar os aspectos histológicos e bioquímicos, de pouco interesse para a ergonomia, salientamos a existência dos músculos sinérgicos e dos músculos de controle; Os músculos sinérgicos são enganjados principalmente nas atividades dinâmicas. Os músculos de controle são enganjados nas contrações prolongadas.
  • 4. O tecido muscular é um tecido adaptado à contração. Distingue-se: A contração estática ou isométrica; A contração dinâmica ou anisométrica. A tensão desenvolvida ao nível da extremidade dos tendões depende dos seguintes aspectos: número de fibras musculares excitadas; ângulo de articulação; estado do músculo; tipo de organização espacial das fibras; cor do músculo (branca ou vermelha). 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 5. Toda atividade profissional necessita um trabalho muscular, mais ou menos importante, segundo as tarefas a serem realizadas. Este trabalho muscular é necessário tanto para a manutenção de uma simples postura, quanto para a execução de gestos e movimentos de trabalho; O conhecimento da fisiologia muscular é a base dos estudos ergonômicos do homem como um sistema de transformação de energia, onde um arranjo físico do posto de trabalho pode diminuir os gastos energéticos e a fadiga física produzida pela realização de uma tarefa com forte solicitação muscular. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 6. PROPRIEDADES ESSENCIAIS DOS MÚSCULOS: O músculo é constituído de um grande número de fibras musculares (de 100.000 à 1.000.000); Este sistema de fibras é constituído de substâncias proteicas: a actina e a miosina; Este sistema de fibras apresentam dois estados possíveis: contração ou relaxamento; Fibra contraída Figura 2.1 - Contração e relaxamento das fibras musculares 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular Fibra relaxada actina miosina
  • 7. Figura 2.2 - Fibras musculares 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 8. A contração muscular depende do influxo nervoso, por intermédio de unidades motoras (uma unidade motora é representada por uma fibra nervosa que aciona várias fibras musculares); No relaxamento, poucas unidades motoras são acionadas, apenas aquelas responsáveis pela manutenção do tonus muscular; Quando de uma contração muscular, ocorre um recrutamento, maior ou menor, de unidades motoras em função da intensidade de contração. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 9. Atividade Muscular: Cada fibra muscular se contrai com uma determinada força e a força total do músculo é a soma das forças das fibras envolvidas na contração; A força absoluta do músculo está na faixa de 30 à 40 N/cm2 da seção transversal de músculo. Isto significa que um músculo com 1cm2 de seção transversal pode suportar de 3 à 4 Kg no sentido vertical; 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 10. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular Os movimentos são comandados pelos centros motores corticais com uma frequência de influxo que leva a uma resposta do músculo em tétanos perfeitos (40/s); As intervenções dos centros motores são conscientes, mas, na medida em que se estabelece um condicionamento, a execução do movimento passa ocorrer sem intervenção da consciência (automatismo).
  • 11. Figura 2.3 - Transmissão da informação entre diversos elementos nervosos ou musculares 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular Sinapse neuro-muscular Sinapse interneuronal Axônio Músculo Dendritas
  • 12. Aspectos físico-químicos da atividade muscular : Toda atividade muscular implica em um gasto de energia. Esta energia necessária à contração muscular é de origem química: 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular O organismo produz trabalho a partir da energia química. A alimentação aporta os nutrientes que, uma vez metabolizados no organismo, servirão para cobrir as necessidades básicas e energéticas do conjunto das células. É principalmente a partir dos glicídeos e dos lipídeos que as necessidades energéticas serão cobertas;
  • 13. Ao nível dos músculos esta cobertura se fará: diretamente, a partir da glicose ou do metabolismo dos ácidos graxos, segundo o tipo de músculo; indiretamente, a partir da fosfocreatina que se decompõe em presença da ADP, em creatina e ATP.. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 14. Glicose H2o e CO2 Ácido pirúvicoÁcido láctico Fosfatos ricos em energia Com O2 Sem O2 ComO2 Regeneração Contração muscular Figura 2.4 - Diagrama do metabolismo energético no trabalho muscular Fosfatos pobres em energia Fluxo de energia Rotas de reação 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 15. Segundo o músculo, o metabolismo envolvido será diferente. Assim sendo: Na musculatura estriada a respiração constitui a principal fonte de energia utilizada para fosforizar a ADP por fosforização oxidativa. As células musculares estriadas são particularmente ricas em mitocôndrias, sede das cadeias respiratórias de resíntese da ATP. Os músculos estriados utilizam em geral os ácidos graxos como principal combustível. São músculos posturais ricamente vascularizados. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 16. Na musculatura lisa é a glicose que constitui a principal fonte de energia para a refosforização da ADP. Segundo o princípio da conservação da energia, a energia química assim gasta, é restituída sob a forma de energia mecânica (1/4) e de energia calorífica (3/4). Durante um trabalho muscular, ocorre produção de dejetos metabólicos ácidos, pirúvicos e láticos, que estão na origem da acidez observada quando de um trabalho muscular intenso ou anaeróbico. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 17. O corpo humano como um sistema de alavancas: Os músculos, ossos e juntas formam diversas alavancas no corpo, semelhantes as alavancas mecânicas. Para cada movimento, há pelo menos dois músculos que trabalham antagonicamente: quando um se contrai, o outro se distende. Por exemplo, ao dobrar o braço sobre o cotovelo, há uma contração do bíceps e uma distensão do tríceps. Os músculos podem funcionar de forma mais ou menos complexa, fazendo parte de um conjunto mais amplo, permitindo várias combinações de movimentos, como as contrações associadas a movimentos rotacionais. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 18. Alavanca interfixa: o apoio situa-se entre a força e a resistência. Um exemplo típico é o tríceps. Este tipo de alavanca é o mais adequado para transmitir velocidade e pouca força; Alavanca interpotente: a força é aplicada entre o ponto de apoio e a resistência. É caso do bíceps. Este tipo de alavanca é um dos mais comuns no corpo. Os músculos se inserem próximos à articulação e facilitam a realização de movimentos rápidos e amplos. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 19. Alavanca inter-resistente: a resistência situa-se entre o ponto de apoio e a força. É o caso dos músculos da face posterior da perna (panturrilha), que se ligam ao calcanhar e permitem suspender o corpo na ponta dos pés. Este tipo de alavanca sacrifica a velocidade para ganhar força. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 20. COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é constituída de 33 vértebras, classificadas em cinco grupos: Vértebras cervicais (7); Vértebras torácicas ou dorsais (12); Vértebras lombares (5); Vértebras sacrococcigenas (9): (5) estão fundidas e formam o sacro e as (4) da extremidade inferior são pouco desenvolvidas e formam o cóccix. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 21. Das 33 vértebras, apenas 24 são flexíveis e, destas, as que têm mais mobilidade são as cervicais e as lombares; As vértebras dorsais estão unidas a 12 pares de costelas, formando a caixa torácica, que limitam os movimentos; Entre uma vértebra e outra existe um disco intervertebral cartilaginoso. As vértebras também se conectam entre si por ligamentos; Os movimentos da coluna são possíveis pela compressão e deformação dos discos e pelo deslizamento dos ligamentos. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 22. Figura 2.5 - A coluna vertebral 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 23. As principais deformações da coluna são: Escoliose: é um desvio lateral da coluna; Cifose: é o aumento da convexidade, acentuando-se a curva para a frente na região torácica, correspondendo ao corcunda; Lordose: é um aumento da concavidade posterior da curvatura na região cervical ou lombar, acompanhado por uma inclinação dos quadris para a frente. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 24. Noção de trabalho muscular: A força muscular: é uma ação com uma direção, um sentido e uma intensidade. Ela varia em função: dos músculos solicitados; das atitudes (alongamento, obliqüidade e gravidade); dos sujeitos (sexo, idade, lateralidade, treinamento). Noção de trabalho estático: é um trabalho sem deslocamento aparente. Ele corresponde à contrações musculares isométricas. Este trabalho permite a manutenção dos segmentos ósseos numa determinada atitude (postura, segurar um objeto,...) 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 25. Noção de trabalho dinâmico: é um trabalho que permite contrações anisométricas sucessivas com alternância de relaxamentos dos músculos, como nas tarefas de martelar, serrar, girar um volante ou caminhar. A atividade dinâmica resulta da ação: dos músculos sinérgicos envolvidos no início do movimento; dos músculos de controle que regulam o movimento em curso da ação, permitindo assim a precisão do gesto. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 26. TÉCNICA DE ESTUDO - EXPLORAÇÃO FUNCIONAL DO MÚSCULO: Medida da força muscular: é realizada com a utilização de um dinamômetro. Assim, pode-se medir a força máxima dos diferentes músculos que intervêm em uma atividade profissional. Força muscular máxima é a maior força que um sujeito pode manter constante durante um determinado lapso de tempo (2 à 5 segundos). Medida do trabalho muscular: dinâmico: o trabalho é o produto da força aplicada pelo deslocamento realizado. Ele se exprime em Joules (1 Kgm = 9,82 J = 2,35 Cal = 0,49 ml O2 ). Mede-se por meio de ergômetros, bicicletas ou esteiras ergométricas. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 27. Estático: a partir do momento em que este tipo de trabalho muscular foi definido como um trabalho sem deslocamento, do ponto de visto físico do termo não existe trabalho. Para avaliar a intensidade deste tipo de atividade muscular, pode-se medir o gasto energético que ele provoca. Entretanto, é preciso saber que esta medida é sempre sub-avaliada. Eletromiografia: permite avaliar a intensidade da contração muscular. De fato, ela permite avaliar o envolvimento do número, mais ou menos importante, de unidades motoras no interior de cada músculo. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 28. CAPACIDADES DE TRABALHO DE UM MÚSCULO: A capacidade de trabalho faz intervir: a força realizada e a duração do esforço. Capacidade de trabalho estático: é o produto da força exercida (F) pelo tempo máximo ou limite (t lim), durante o qua a força pode ser exercida. Quando F é máxima, o tempo limite é de 2,5 à 10 s abaixo de 20% da Fmax , a contração pode ser mantida durante um tempo teoricamente ilimitado; acima de 20% da Fmax , o t lim de manutenção (aparecimento de fadiga) é função do nível de contração. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 29. Capacidade de trabalho dinâmico: potência de pico: potência máxima em um trabalho dinâmico ativo; potência crítica: potência que pode ser mantida sem limite de tempo. 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 30. SOLICITAÇÃO FISIOLÓGICA E TRABALHO MUSCULAR: Solicitação absoluta: A contração muscular necessita um aporte em princípios nutritivos assegurada por adaptações vegetativas: Vasodilatação e aumento do fluxo sangüíneo nos músculos;. Aceleração cardíaca e conseqüente aumento do fluxo e do trabalho cardíaco; Aumento da capacidade respiratória e conseqüente aumento do fluxo de oxigênio através dos pulmões no sentido do sangue; 2.2 - Fisiologia do Trabalho Muscular
  • 31. 2.3 - Antropometria: Medidas e Aplicações
  • 32. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional Fisiologia do Trabalho MuscularFisiologia do Trabalho Muscular Solicitação relativa: Todos os sujeitos não apresentam a mesma aptidão ao trabalho muscular; Uma mesma carga física de trabalho não constitui uma mesma solicitação para o organismo segundo a morfologia, a idade, o sexo e o condicionamento, sem esquecer o estado de saúde. A atividade muscular se acompanha de um aumento de gasto energético, avaliado pela medida de consumo de O2 por calorimetria respiratória e expressa em Kcal/min.
  • 33. A DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA: A observação direta: Pesquisa o alcance, a repartição da atividade muscular, o tipo e as modalidades de contração, as características dimensionais do posto de trabalho, as conseqüências fisiológicas e a intensidade aparente da tarefa. A observação instrumental: Gravação do movimento (fotografia, vídeo e crono- ciclografia); Análise eletromiográfica (EMG): quando de uma contração, a ativação das fibras musculares é acionada pelo aparecimento de um PA do músculo que se propaga à superfície da fibra e que é detectado por meio de eletrodos de superfície, colados sobre a pele dos músculos estudados. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 34. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO TAREFAS MANUAIS E MOVIMENTOS DAS MÃOS Atividade da mão e tarefa manual (figuras 2.6 e 2.7) Importância da mão nos gestos de trabalho: grande plasticidade mecânica, importante mobilidade dos dedos em relação a multiplicidade de ossos, músculos e articulações e, em relação a fineza da inervação motora e sensitiva (tato); A mão é um instrumento de pega e de manipulação delicada, pois é nela que se observa uma convergência dos efeitos resultantes da mobilização, mais ou menos generalizada, dos membros, do tronco,... 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 35. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Figura 2.6 - Atividade da mão e tarefa manual: adaptações de empunhadura em função da anatomia da mão. desfavorável modificada 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 36. Os movimentos manuais: Os movimentos especificamente manuais: Envolvem atividades de manipulação com imobilização do tronco, dos braços, dos ante-braços. Esses movimentos são encontrados em tarefas finas e delicadas como micro-soldagem, desenho decorativo em cerâmica, relojoaria, micro-eletrônica. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Figura 2.7 - Três posições de preensão especificamente manuais. Os valores referem-se as forças nos dedos. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 37. Os movimentos não especificamente manuais: Envolvem um certo número de segmentos corporais: mobilização do ante-braço, do braço e, às vezes, de movimentos de acompanhamento do tronco. Esta mobilização é necessária à aplicação de força e a realização eficaz do gesto de trabalho, como por exemplo em tarefas de aperto de parafusos de maiores dimensões, conforme figura 2.8. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 38. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional Figura 2.8 - Movimentos não especificamente manuais. Envolvimento do tronco, do braço e do antebraço, além , é claro, da mão, para a realização do gesto de trabalho
  • 39. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO A análise das tarefas manuais: Uma tarefa manual pode ser definida como sendo constituída de uma ou mais seqüências de movimentos, específicos e não específicos, comportando exigências cumulativas de precisão, velocidade e/ou força; Diversos estudos foram realizados na indústria, com o objetivo de racionalizar e quantificar as atividades gestuais desenvolvidas pelos trabalhadores, dando origem à vários métodos de análise e de medida dos tempos e movimentos. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 40. Os movimentos gestuais dirigidos: Hierarquia muscular e gestos: segundo as características da atividade manual, a musculatura utilizada será totalmente diversa: Os movimentos delicados (atividades específicas de pequenas manipulações, por exemplo) mobilizam a musculatura fina; Em contrapartida, as atividades não especificamente manuais, mobilizam uma musculatura mais robusta (necessidade de mobilização de segmento de membro mais pesado); A boa coordenação desses dois tipos de musculatura faz do gesto de trabalho um movimento dirigido. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 41. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Tipos de gestos em função dos circuitos empregados: Os gestos voluntários: São os gestos realizados de forma consciente pelo sujeito e que envolve o córtex cerebral. Como todos os gestos, eles subentendem uma interação entre a força muscular e a força gravitacional. Eles podem ser: Gestos voluntários subentendidos: São gestos lentos, tensos, operados por contração dos músculos sinérgicos e de controle, que trabalham em sentido opostos. A duração desses gestos é igual à soma do tempo de reação, da duração do movimento primário (deslocamento do membro superior) e da duração do movimento secundário (ajustamento final do gesto); 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 42. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Gestos voluntários balísticos: São gestos mais econômicos em termos energéticos, eles são muito mais rápidos e a ação simultânea dos músculos sinérgicos e de controle é bastante reduzida. A duração desses gestos é igual à soma do tempo de reação e do tempo de movimento primário, e o ajuste final é reduzido quase a nada. Este tipo de gesto é utilizado, por exemplo, em caso de perigo, quando de uma parada brusca de uma máquina em funcionamento. O movimento balístico termina, então, sobre o botão vermelho de parada de urgência, que está localizado, normalmente, ao lado do painel de comando das máquinas e equipamentos, cujo diâmetro é aproximadamente o da palma da mão. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 43. Os gestos automáticos ou automático-voluntários: São os gestos que correspondem às atividades motoras que envolvem um nível de integração sub-cortical. Pode ser observado em trabalhadores experientes. Um exemplo de atividade automática-voluntária é dado pela análise do comportamento operativo de um motorista quando da condução de um veículo em uma rua bastante conhecida. Os gestos reflexos: São gestos que correspondem a circuitos reflexos bem conhecidos, do ponto de vista fisiológico. Este tipo de gesto ocorre, por exemplo, em caso de perigo para a integridade física corporal do sujeito: reação à choque, calor, gesto de proteção do rosto. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 44. A classificação dos gestos em função do tipo de tarefa: A tarefa de ajustamento contínuo: Este tipo de tarefa é caracterizada pela necessidade de ajustar, a cada instante, a ação motora a seu objetivo. As informações vindo do ambiente de trabalho e variando de forma aleatória, exigem uma resposta motora contínua e permanentemente corrigida. Por exemplo, a condução de um automóvel e o corte de determinados materiais segundo um traçado pré- determinado. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 45. A tarefa de ajustamento descontínuo: Este tipo de tarefa é caracterizada pelo fato de que a necessidade de ajustar a ação motora ao seu objetivo não ocorre a todo instante. As informações provenientes do ambiente de trabalho são independentes da natureza da resposta motora precedente. Entram neste tipo de tarefa aquelas que comportam uma única e mesma ação (por exemplo: girar um botão com duas posições) e aquelas que comportam uma seqüência de gestos, mais ou menos isolados (por exemplo: digitação, onde após um erro o digitador pode perfeitamente continuar a digitar o texto) OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 46. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Classificação em função da cinemática do gesto: Cadeia articulada (ou cinemática) é um sistema de segmentos móveis ligados entre si por meio de articulações; Cadeia articulada aberta: quando nenhuma resistência exterior apreciável não se opõe ao movimento de sua extremidade distal; Cadeia articulada fechada: uma cadeia cuja extremidade distal encontra uma resistência exterior que impede ou limita seu movimento livre. Neste caso três possibilidades podem ocorrer: a parte distal se move, apesar da resistência (esforço dinâmico); a parte próxima se desloca em relação a parte distal imobilizada; nenhum movimento ocorre (esforço estático) 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 47. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO A aprendizagem: A aprendizagem de um trabalho consiste em criar circuitos sensório-motores preferenciais que, na medida em que vão sendo elaborados, tendem a se tornar cada vez menos conscientes; Neste sentido, o endereço gestual máximo é obtido quando este circuito torna-se perfeitamente automático; O gesto pode, então, ser executado em um nível sub- cortical e o nível cortical intervêm somente para criar a concentração necessária à realização da tarefa; Dois processos neuro-fisiológicos concorrem à aprendizagem: o processo central e o periférico. OS FATORES QUE INFLUENCIAM OS GESTOS: 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 48. Processo central: Estabelecimento de planos de cooperação muscular, por meio da criação de vias neuro-fisiológicas particulares; Nota-se ao nível dos gestos uma diminuição progressiva dos movimentos acessórios (diminuição das co-contrações) dos grupos musculares cuja intervenção é útil à atividade considerada; Objetivamente, isto se traduz por um gesto fácil e simples com um sujeito experiente, em oposição à um gesto hesitante e contraído com um sujeito aprendiz. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 49. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Processo periférico: Adaptação fisiológica cardio-respiratória, muscular, desenvolvimento do tato. Por exemplo: ao nível muscular observa-se um aumento da força e da velocidade de execução. Na prática, para a aprendizagem, na medida em que se necessita uma forte concentração mental e motora, é desejável, ao menos no início, que as seções sejam curtas e repetitivas. A análise do trabalho pelo futuro operador é um elemento importante para a descrição e a compreensão das operações elementares que serão em seguida repetidas. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 50. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Os estereótipos mentais: DEFINIÇÃO: A aprendizagem de uma profissão, assim como o projeto de uma máquina ou de um posto de trabalho, deve respeitar os estereótipos mentais; Estereótipo é a tendência que um sujeito tem de atingir uma certa reação dos aparelhos que ele utiliza quando ele age sobre um comando, assim como o significado que ele tem tendência a dar na interpretação de uma informação lida sobre um painel, por exemplo; Identifica-se dois tipos de estereótipos mentais: os universais e os culturais. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 51. Os estereótipos universais: Existem determinados estereótipos, universalmente aceitos, que podem ser caracterizados qualitativa e quantitativamente. Noção qualitativa: A noção qualitativa está relacionada com a ação motora realizada. Por exemplo: quando uma alavanca é puxada de sua posição central para a direita ou para frente, espera-se que a agulha de um painel que visualize esta ação, gire no sentido horário ou para cima, conforme figura 2.8. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 52. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Figura 2.8 - Esteriótipos universais: noção qualitativa 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 53. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Noção quantitativa: Sobre uma escala graduada horizontal o zero está a esquerda; Sobre uma escala graduada vertical o zero está em baixo; Nestes dois casos, um aumento do parâmetro que se estuda, deverá se traduzir, respectivamente, por um deslocamento da esquerda para a direita, e de baixo para cima, conforme figura 2.9. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 54. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO Figura 2.9 - Esteriótipos universais: noção quantitativa 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 55. Os estereótipos culturais: São estereótipos adquiridos em função de nosso ambiente cultural, não sendo portanto universalmente aceitos; O exemplo mais típico está relacionado a estratégia de leitura e da influência desta estratégia sobre os erros na visualização de um quadro sinótico, conforme figura 2.10; Os métodos eletro-oculográficos permitem estudar os movimentos do globo ocular, durante uma leitura ou durante a exploração de um quadro de comando. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 56. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO 45,5% 29% 14% 11,5% Erro 95% Erro 14% Figura 2.10 - Esteriótipos culturais: erro na leitura de um quadro sinótico 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 57. OS GESTOS DE TRABALHOOS GESTOS DE TRABALHO O tremor: Consiste em uma oscilação concomitante ao esforço aplicado, desenvolvido para conservar a posição ou a direção fixada do gesto. O tremor diminui com a aprendizagem, em caso de trabalho com atrito ou se o membro superior for apoiado (se isto for possível), assim como se o corpo for bem equilibrado. O tremor aumenta em caso de fadiga, quando se faz um esforço para não tremer ou em caso de emoção. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 58. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO Considerações gerais: A postura é a organização no espaço dos diferentes segmentos corporais. Ela é o suporte da busca e das tomadas de informações para a ação do sujeito; A postura é então, principalmente, determinada: pelas características e exigências da tarefa; pelas condicionantes internas: formas fisiológicas e biomecânicas de manutenção do equilíbrio; pelas características do meio ambiente de trabalho. Nenhuma postura de trabalho é neutra. Nenhuma “má postura” é adotada “livremente” pelo sujeito, mas é resultado de um compromisso entre os pontos citados. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 59. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO Elementos fisiológicos e biomecânicos da manutenção postural: Condição da manutenção do equilíbrio: A manutenção do equilíbrio implica que uma certa parte da massa muscular estabiliza o corpo numa postura lhe permitindo evitar a queda; Um sujeito em pé, e sem outro ponto de apoio, está em equilíbrio se a projeção vertical do seu centro de gravidade estiver dentro do polígono de sustentação; No caso do sujeito utilizar um apoio (por exemplo uma cadeira), os pontos de apoio entram na determinação do polígono de sustentação. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 60. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO Modificação do equilíbrio: Todo desvio do CG dos segmentos corporais, em relação à linha de gravidade e ao polígono de sustentação, necessita o emprego de forças musculares de manutenção da posição. A posição da projeção do CG não é, então, em postura em pé fixa, mas varia em função do estado do sujeito (idade, sexo, fadiga, álcool,...); A manutenção do equilíbrio é assegurada principalmente pela contração dos músculos posturais sob o controle de estruturas nervosas que recebem informações diversas (labirínticas, visuais e táteis,..). 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 61. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO Modificação do equilíbrio: Manutenção postural estática: Na criança, a manutenção do equilíbrio é instável. Com a aprendizagem ela se estabiliza até próximo dos 60 anos. A partir daí ocorre uma degradação; A amplitude dos reajustamentos posturais pode ser evidenciada por estático-fisiometria; A manutenção do equilíbrio utiliza, de forma preponderante, as informações de origem visual. No caso de variação da “vertical subjetiva” ou do deslocamento de uma parte do campo visual, a manutenção postural sofre modificações e o risco de queda aumenta. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 62. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO Modificação do equilíbrio: Perturbação postural: Em caso de desequilíbrio do corpo, as mesmas modalidades sensoriais são utilizadas, com prioridade para as informações visuais em relação às vestibulares e às cinestésicas. Com os cegos a situação é diferente porque a hierarquia sensorial é modificada; O envelhecimento diminui a adaptação da resposta muscular que permite evitar a queda; O tipo de tarefa e o treinamento modificam a performance do sujeito; Em situação real, as estratégias empregadas pelos sujeitos, graças à experiência, também melhoram a performance. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 63. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO Características das principais posturas de trabalho: Existe uma variedade considerável de posturas de trabalho (72 segundo método OWAS); Tentativas de classificação em vista de uma avaliação; Limites posturais: Um deslocamento, mesmo fraco, de um segmento corporal, pode modificar a estabilidade da postura e as contrações musculares estáticas do equilíbrio; A duração da manutenção de uma postura imóvel é um fator essencial de avaliação do constrangimento postural. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 64. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO Os principais métodos de avaliação postural: Medida do custo energético (ver figuras 2.11 e 2.12): A contração estática dos músculos não leva à um considerável aumento do consumo de oxigênio; Os efeitos hemodinâmicos e biomecânicos não aparecem em termos de custo energético. 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 65. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO 1 2 3 4 5 0 0,1 5 0,2 10 0,3 15 0,4 20 0,5 25 Kcal/min puls/min • • • • • • • • • • •           • • • • • • • • • • • Figura 2.11 - Custo fisiológico de diferentes posturas 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 66. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHODorsoBraçosPernas Exemplos: Código 127 215 327 1. Reto 2. Inclinado 3. Reto e torcido 4. Inclinado e torcido 1. Dois braços para baixo 2. Um braço para cima 3. Dois braços para cima 1. Duas pernas retas 2. Uma perna reta 3. Duas pernas flexionadas 4. Uma perna flexionada 5. Uma perna ajoelhada 6. Deslocamento com pernas 7. Duas pernas suspensas Figura 2.12 - Classificação das diferentes posturas, segundo Método OWAS 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional
  • 67. AS POSTURAS DE TRABALHOAS POSTURAS DE TRABALHO Figura 2.13 - Consumo de energia no lazer. Os valores dão o consumo médio de energia em minutos para os homens em Kcal/min. Para as mulheres (10 a 20% menos) 2.4 - Biomecânica Ocupacional2.4 - Biomecânica Ocupacional