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ESTADO DE SERGIPE
POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SERGIPE
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS
Instrutor: 1ºTen QOPM J. LUIZ
Aracaju/SE, janeiro de 2006
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José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM
Instrutor do CFAP
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SUMÁRIO
Pág.
1. ARMAS DE FOGO............................................................................................... 03
1.1 Conceito...........................................................................................................03
1.2 Classificação das Armas de Fogo................................................................... 04
2. ARMAS CURTAS................................................................................................. 06
2.1 Introdução........................................................................................................ 06
2.2 Origem e Evolução.......................................................................................... 07
2.3 Características Fundamentais......................................................................... 08
3. ARMAS CURTAS.................................................................................................08
3.1 Revolver.......................................................................................................... 09
3.1.1 Introdução................................................................................................. 09
3.1.2 Classificação............................................................................................. 10
3.1.3 Principais Partes....................................................................................... 10
3.1.4 Funcionamento..........................................................................................17
3.1.5 Operação de Manejo................................................................................. 18
3.1.6 Manutenção...............................................................................................19
3.1.7 Desmontagem........................................................................................... 20
3.1.8 Limpeza e Conservação............................................................................23
4. Pistola Semi-Automática...................................................................................... 24
4.1 Introdução........................................................................................................24
4.2 Principais Componentes..................................................................................25
4.3 Sistemas de Operação....................................................................................26
4.4 Funcionamento................................................................................................27
4.5 Dispositivo de segurança................................................................................ 29
4.6 PT100 na PMSE..............................................................................................29
4.7 Classificação................................................................................................... 30
4.8 Principais Partes..............................................................................................31
4.9 Mecanismo de Segurança...............................................................................32
4.10 Operação de Manejo.....................................................................................33
4.11 Funcionamento..............................................................................................35
4.12 Manutenção...................................................................................................37
4.12.1 Desmontagem de 1º Escalão...................................................................37
4.12.2 PT100 Desmontada................................................................................. 40
4.12.3 Limpeza e Conservação.......................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 42
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1. ARMAS DE FOGO
1.1 Conceito
Para definir arma, nos valeremos de um conceito jurídico, e de um conceito
técnico. A combinação de ambos nos permitirá formar um conceito próprio.
O conceito jurídico poderia ser resumido naquele que diz que arma é todo o
artefato criado pelo homem com a finalidade de matar.
Tal conceito jurídico é visto da seguinte maneira:
Strictu Sensu - Arma é aquilo definido como tal pelo legislador. Um
exemplo, é o R-105, que define alguns instrumentos como sendo armas.
Latu Sensu - A jurisprudência é que define tal conceito. Assim arma pode
ser qualquer instrumento ou objeto utilizado para a prática de um delito.
Aqui se faz necessário diferenciar uma arma de um outro objeto utilizado
como arma para a prática de determinado delito.
Sob esta ótica, uma faca de cozinha, por exemplo, não seria uma arma, pois
a finalidade de sua construção não seria a de matar, apesar de poder ser,
eventualmente, considerada como arma em um delito em particular.
Já um punhal não deixa dúvidas quanto a sua finalidade, assim como a
espada. Da mesma forma, considerar como arma uma navalha, ou uma chave de
fenda, ou outro objeto, mesmo aqueles aproveitados diretamente da natureza, seria
enganoso, e assim procederíamos sob pena de considerarmos qualquer coisa como
arma, desde um travesseiro até o teclado do computador onde este texto foi escrito. A
maioria dos artefatos criados pelo homem pode ser utilizado para matar, mas não são
armas próprias, e sim, instrumentos para tal. Em contrapartida, somente os artefatos
criados com o fim específico de ataque ou defesa podem receber o nome de arma.
Poderíamos, além do conceito jurídico, reportarmo-nos ao conceito técnico
de arma. Este considera arma como sendo todo o objeto criado pelo homem, com a
finalidade específica de ser utilizado para ataque e/ou defesa. Podendo ser divididos
em simples e complexos.
Acreditamos que o policial deve se valer do conceito técnico sem esquecer
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o jurídico, pois ambos se complementam.
As armas de fogo constituem uma classe especial de artefatos. Foram
idealizadas, desde o início, como instrumentos lesivos que buscavam aumentar o
potencial ofensivo do ser humano. E valeram-se, também desde sua origem, da
propriedade de arremessarem projéteis para causarem seus efeitos devastadores
longe, ou à distância, de seu operador.
Definiremos, portanto, como arma de fogo, aquelas armas, construídas pelo
homem, capazes de expelir projéteis, utilizando, para tal, da força expansiva dos gases
resultantes da queima controlada de determinado tipo de propelente.
Assim, como tipos de armas, teríamos as armas Físicas, como as que se
utilizam das leis da física para seus efeitos, as Químicas, de acordo com as leis desta
ciência, as Biológicas, Radiológicas, por exemplo.
1.2 Classificação das Armas de Fogo
As armas de fogo, no geral, classificam-se da seguinte forma:
a. Quanto à alma do cano:
-lisas- que possuem a superfície interna do cano desprovida de
raiamento, agem pelo arremesso, geralmente de projéteis múltiplos, causando seus
efeitos por saturação;
-raiadas- canos providos de raias ou estrias, disparando projéteis
singulares, causando seus efeitos por precisão. Podem ser:
- de número par de raias;
- de número ímpar de raias;
- raias com rotação à direita ( destrógiras );
- raias com rotação à esquerda ( sinestrógiras ).
b. Quanto ao sistema de carregamento:
- de antecarga;
- de retrocarga.
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c. Quanto ao sistema de ignição:
- por mecha ou pavio;
- por atrito ( fechos de roda e miquelete);
- por percussão;
- elétrica.
d. Quanto ao funcionamento:
- de tiro unitário (simples ou múltipla);
- de repetição ( não automática, semi-automática ou automática ).
e. Quanto à mobilidade e ao uso:
- fixas- montadas sobre bases fixas ou suportes;
- móveis;
- em base móvel;
- semi-portáteis, possíveis de serem carregadas por dois ou mais
homens;
- portáteis, são armas que podem ser conduzidas pelo atirador,
através de uma bandoleira, possuem cano longo para o tiro a longas distâncias, e
ângulo cano-coronha superior a 150°;
- de porte, são armas compactas, geralmente manejáveis com
uma só das mãos, facilmente transportáveis em coldres próprios, servindo para o tiro a
médias e curtas distâncias, cujo ângulo cano-coronha é sensivelmente inferior a 150°.
f. Quanto ao Sistema de Refrigeração:
- a água;
- a ar;
- outros.
g. Quanto ao Calibre
- armas leves, até o calibre .50 BMG;
- armas pesadas, acima deste calibre.
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As armas de fogo possuem ainda, partes que podem ser consideradas
como essenciais, sem as quais não funcionariam. Estas podem ser divididas em partes
componentes e partes funcionais.
São partes componentes das armas de fogo:
- o aparelho arremessador;
- a carga de projeção;
- o projétil.
São partes funcionais:
- Cano, recebe a munição, o cartucho, resiste à pressão dos
gases, direciona e orienta o projétil;
- Depósito, recebe os cartuchos, podendo ser simplesmente uma
câmara, ou um depósito para vários cartuchos de munição. Resiste à pressão dos
gases, como nos revólveres;
- Mecanismo, possibilita o funcionamento da arma, e é composto
de uma série de pinos, eixos, molas e alavancas;
- Armação, chassi da arma, que lhe dá sua forma característica;
- Guarnições e Acessórios, servem de auxiliares ao transporte,
ao apoio, à visada, etc.
De uma forma ou de outra, as armas de fogo possuem estas partes
essenciais.
2. ARMAS CURTAS
2.1 Introdução
O conhecimento do armamento utilizado é um princípio do tiro de combate,
e deve ser uma regra a todos os policiais. Só se utiliza uma arma depois de conhecê-
Ia intimamente, automatizar todas as operações de manejo, dominar seus requisitos
de segurança e atirar com a mesma. Portar uma arma sem conhecê-Ia é passaporte
certo para seu uso incorreto.
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A arma curta é a principal ferramenta de trabalho do policial. Este deve
conhecê-Ia na intimidade para saber extrair dela suas máximas potencialidades. E o
homem deve estar apto à bem utilizá-Ia.
2.2 Origem e Evolução
As chamadas "armas curtas", aquelas que podiam ser portadas e utilizadas
por um só homem, tiveram sua origem nas armas longas e coletivas. A evolução se
deu de maneira que, cada vez mais, as armas pudessem ser individualizadas.
Apesar de, até certo ponto na história das armas de fogo, as armas curtas
serem apenas uma "miniatura" das armas longas, ou seja, possuírem ambas os
mesmos elementos, como cano, fechos e outros, muito semelhantes, houve um
momento em que as armas longas e curtas seguiram caminhos diferentes, cada qual
com sua evolução própria, em virtude de suas finalidades distintas.
Desde que o homem desenvolveu o primeiro "canhão de mão", iniciou a
busca da arma ideal, que pudesse ser facilmente portada, e que desse muitos disparos
(tiros) sem a necessidade de ser recarregada repetidamente. A primeira arma "de
repetição" foi, na verdade, um canhão de mão, municiado pela boca, com duas ou
mais chaminés, de modo a serem municiados e disparassem sucessivas cargas.
Começou-se a utilizar um pequeno copo metálico, a espoleta, conhecida também
como pistão.
Quando as armas de percussão por pistão se generalizaram, as armas
tornaram-se mais portáteis, surgindo assim, a idéia de fazer-se girar, em torno de um
eixo, vários canos, que eram disparados sucessivamente parecendo com o revolver,
entretanto, ao verdadeiro revólver é atribuída à invenção ao norte americano Collier,
em 21 de Novembro do ano de 1818.
Já o revólver de percussão foi inventado pelo norte americano Samuel Colt,
que na verdade, inventou e patenteou o sistema de tambor giratório, que se alinha ao
cano automaticamente, e o sistema de travamento automático do tambor. Com Colt, o
revólver, como arma curta utilizada regularmente na infantaria, atingiu seu apogeu,
com armas clássicas.
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Os revólveres sobrevivem até nossos tempos, devido a excelentes
qualidades que os fazem armas robustas, aptas para o uso diário e extremamente
confiável.
Outra variante de arma curta que também merece estudo, mesmo que
sucinto, são as pistolas semi-automáticas. Com a criação dos cartuchos metálicos de
fogo central, e com os avanços na fabricação de novas pólvoras e munições, foi
possível a criação de uma arma de repetição que utilizasse da força dos gases e do
princípio de igualdade da ação e da reação do disparo, para realizar,
automaticamente, as operações de extração do estojo deflagrado, ejeção deste para
fora da arma, carregamento da arma e engatilhamento do mecanismo de disparo.
Em 1911, o exército dos Estados Unidos adota, em substituição ao revólver
como arma de coldre, a pistola em calibre .45 ACP, fabricada pela Colt, considerada,
também, modelo de mecanismo para pistolas atualmente utilizadas.
As pistolas semi-automáticas tem demonstrado, na prática, serem armas de
combate por excelência, não ocorrendo por acaso a substituição gradual do revólver
por este tipo de arma curta.
2.3 Características Fundamentais
As armas curtas possuem características fundamentais em comum, a saber:
a. são armas de pequenas dimensões;
b. são armas leves, raramente pesando mais de 1 Kg;
c. o ângulo formado entre a coronha e o cano da arma está,
geralmente, entre 100º e 130º;
d. possuem mecanismos, na sua maioria, simples e compactos.
3. Armas Curtas na PMSE
As Armas Curtas dividem-se em duas grandes famílias: Revolver e Pistola.
A seguir, estudaremos estes dois tipos de arma curta utilizados na atividade policial.
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3.1 REVOLVER
3.1.1 Introdução
O revólver é uma arma curta
de repetição simples, sua característica
principal é ter, para um só cano, várias
câmaras de combustão, dispostas
paralelamente a um eixo comum,
girando em torno deste eixo e
apresentando-as ao cano, uma a uma, sucessivamente, em correto alinhamento.
Possui vantagens e desvantagens se comparado, por exemplo, a uma
pistola semi-automática, e vem sendo por esta, gradualmente substituído no serviço
policial, nos países de primeiro mundo e também no Brasil.
Ao lado da Pistola .40 S&W, é a arma de coldre regulamentar na
Corporação.
O revólver é uma arma rústica, podendo suportar as severas condições do
uso contínuo, sem perder suas características de funcionamento.
Remonta sua origem aos EUA, tendo sido criado pelo Cel Samuel Colt,
muito embora a idéia de uma arma com tal sistema de funcionamento fosse muito mais
antiga. Sua história passa pela própria história da colonização norte-americana, no
chamado "velho oeste".
Acompanhando por muito tempo a história de diversos países, a supremacia
do revólver como arma de defesa perdurou por muitos anos, embora seu emprego
como arma militar tenha tido seu apogeu nos primeiros anos do século XX, quando foi,
na maioria dos exércitos do mundo, substituído pela pistola semi-automática.
Contudo, ainda hoje se mantém "na ativa" no serviço policial, devido a
algumas de suas características que o manterão neste estado ainda por algum tempo.
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3.1.2 Classificação
Quanto ao tipo...................................................................... de porte;
Quanto ao emprego.............................................................. individual;
Quanto ao funcionamento.................................................... de repetição;
Quanto ao princípio de funcionamento................................. ação muscular do atirador;
Quanto ao sistema de refrigeração....................................... a ar;
Capacidade do Tambor......................................................... 06 câmaras;
Sentido de giro do Tambor.................................................... da direita para a esquerda;
Número de raias.................................................................... 06, até 1977 e 05 a partir
desta data;
Sentido das raias................................................................... Dextrógira (para a direita);
Alça de mira........................................................................... tipo entalhe, fixa;
Massa de mira........................................................................ tipo rampa, fixa;
Calibre.................................................................................... 38 SPL (nominal);
Peso....................................................................................... 870 gramas;
Alcance máximo..................................................................... aproximadamente 1500
metros;
Alcance de utilização.............................................................. 30 metros.
3.1.3 Principais Partes
I. Armação - é a peça que serve de
suporte para os demais elementos e dá a
arma a sua forma, anatomicamente adequada
para permitir a sua empunhadura e o uso
eficiente pelo atirador.
A armação, nesta arma, é
articulada, permitindo, mediante o
deslocamento do tambor para a esquerda, a retirada de todos os cartuchos do tambor
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de uma só vez.
São partes principais da armação:
a. Consolo;
b. Ponte;
c. Mortagem;
d. Caixa do Mecanismo; e. Guarda mato;
f. Coronha.
II. Tambor - É a peça que serve de receptáculo para toda a carga que o
revólver pode conter, possuindo as câmaras de combustão.
O conjunto do tambor e do extrator, é composto das seguintes partes:
a. Tambor;
b. Mola do extrator;
c. Vareta do extrator;
d. Extrator;
e. Haste central;
f. Mola da haste central;
g. Eixo do suporte do tambor;
h. Anel do extrator;
III. Cano - Destinado unicamente a conduzir o projétil após a deflagração do
cartucho, até que ele adquira uma determinada velocidade, ao mesmo tempo em que
lhe imprime uma rotação em torno de seu eixo. De todos os componentes, é o menos
especializado, mas o mais importante na precisão da arma.
IV. Mecanismo - Constituído por peças essenciais, mediante as quais o
esforço muscular do atirador faz a arma funcionar, compreendendo os mecanismos de
disparo e repetição, articulados em conjunto.
Inicialmente constituído de inúmeras peças, as quais, recebendo a força
muscular do atirador, faziam-na funcionar. Com o passar do tempo, foi o mecanismo
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sendo aperfeiçoado, a ponto de, atualmente, ser composto de menor número de
componentes, funcionando a arma de forma melhor e mais segura do que os modelos
antigos.
As peças do mecanismo recebem, via de regra, a denominação que advém
de sua função. Assim, temos a alavanca de armar , os ressaltos e mergulhadores ,
os reténs e outras peças.
Veremos, em seguida, as peças componentes do mecanismo do revolver:
a. placa da coronha;
b. ção;
c. alavanca de armar;
d. impulsor do tambor;
e. trava do tambor;
f. placa do mecanismo;
g. gatilho;
h. impulsor do gatilho;
i. mola real e sua haste;
j. regulador da mola real.
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V. Mola Real- A forma da mola real modificou-se com a evolução da arma.
Inicialmente uma simples lâmina (até 1960) passou por mola helicoidal com dispositivo
de regulagem (até 1977), e mola helicoidal com bucha de encosto simples, sem
regulagem, que equipa a versão atual.
VI. Sistema de Percussão- Os revólveres podem ser encontrados com dois
tipos de sistemas de percussão: a percussão direta, utilizada até 1980, que consistia
em percutor oscilante solidário ao cão, e percussão indireta, a partir de 1980, utilizando
percutor flutuante embutido na armação da arma.
VII. Sistemas de Segurança
Revólveres antigos não possuem sistemas ou dispositivos que lhe garantam
segurança contra disparos indesejados ou acidentais, o que os tornam perigosos
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quando submetidos a quedas ou em caso de impacto qualquer sobre o cão, estando a
câmara, que está alinhada com o cano, municiada.
Com o passar dos anos, em virtude de inúmeros acidentes ocorridos com
aqueles que portavam armas deste tipo, o problema foi solucionado com a inclusão de
dispositivos de segurança, que os tornaram menos perigosos e, praticamente, à prova
de disparos acidentais.
Existem vários tipos de mecanismos de segurança nos revólveres,
dependendo da fase de criação de seu projeto, que se destinavam a evitar os disparas
acidentais.
O primeiro mecanismo de segurança é constituído por uma trava articulada
com o impulsor do gatilho. Com o cão desengatilhado, o calço interpõe-se entre ele e a
armação, impedindo disparos por queda ou pancada. Com o movimento do gatilho, o
dispositivo recua, liberando o impacto do percussor sobre a espoleta. O desenho da
base do cão e da parte superior do impulsor do gatilho (calço de segurança), evitava o
avanço do cão quando a arma estava em repouso.
Fase Estática Fase Dinâmica
No segundo tipo, a trava é alojada na face interna da placa do mecanismo,
também atuando da mesma forma que o anterior. O movimento da trava era
controlado por um pino que se deslocava mediante pressão sofrida pelo impulsor do
tambor, quando acionado pelo gatilho.
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Fase Estática Fase Dinâmica
O terceiro tipo de mecanismo de segurança é composto por duas peças,
uma acionada pelo impulsor do gatilho e outra, a trava propriamente dita, que é
acionada pela primeira peça.
Fase Dinâmica
Fase Estática
Estes três primeiros tipos de mecanismo de segurança apresentavam a
desvantagem de não serem acionados pelo gatilho, o que, em certas condições, pode
causar acidente (como no caso de uma queda com o cão armado).
No quarto tipo de dispositivo, introduzido a partir de 1977, a trava possui
três reentrâncias em sua região inferior, nos quais se encaixam os três dentes da
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cremalheira da trava, já sendo articulado diretamente com o gatilho. Só há a
percussão, se após a liberação do cão o gatilho permanecer acionado.
Fase Estática Fase Dinâmica
O quinto e mais recente mecanismo (1981) é o mais seguro dentre os
expostos, sendo amplamente utilizado por fabricantes de armas do mundo. Consiste
em uma barra de transferência que, ao interpor-se entre o cão e o percutor,
proporciona a deflagração. A segurança consiste no próprio formato do cão, que, com
a arma em repouso, mantém-se afastado do percutor. É este o modelo de trava que
equipa os revólveres modernos da PMSE.
Fase Estática Fase Dinâmica
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3.1.4 Funcionamento
O estudo do funcionamento do revólver se resume em analisar o processo
de engatilhamento da arma. O atirador, empunhando a arma, fará pressão sobre a
tecla do gatilho, que girando obrigará também o cão a ir à retaguarda. Ao mesmo
tempo o gatilho fará o impulsor do tambor subir e o retém deste baixar, gerando a
rotação no sentido anti-horário do tambor.
Continuando a pressão sobre a tecla do gatilho, haverá um instante em que
se desfará o contato entre o cão e o gatilho, e então o cão irá à frente por ação da
mola real e o tiro se dará no momento em que o cão bater na barra de percussão e
essa empurrar o percutor contra o cartucho que se encontra alinhado com o cano.
Quando o atirador deixa de comprimir a tecla do gatilho, este voltará à sua
posição original por ação da mola do impulsor do gatilho.
Tecnicamente, o funcionamento pode ser descrito da seguinte maneira:
a) Funcionamento em Ação Simples
O atirador, empunhando a arma, com o dedo polegar agirá sobre a crista
serrilhada do cão, e fará com que o mesmo vá para trás. Quando o cão recua, força a
mola real a curvar-se, pois a mesma encontra-se solidária ao cão. Simultaneamente, a
noz do cão levanta o dente posterior superior do gatilho, e conseqüentemente o dente
anterior baixará. Este agirá sobre o retém do tambor, que abaixará, liberando o tambor
para a rotação. O impulsor do tambor, que é articulado com o gatilho, é levantado, sua
parte superior indo ter contato com os dentes do extrator, conferindo a rotação ao
tambor. Esta rotação é limitada pelo retém do tambor, cujo ressalto se introduz num
dos alojamentos existentes no tambor, quando uma câmara fica em correto
alinhamento com o cano. O retém do tambor age desta maneira porque o dente
anterior do gatilho já havia se desconectado dele, que é levantado por ação de uma
mola. Neste momento, o dente posterior superior do gatilho conecta-se com o entalhe
da noz, mantendo o cão à retaguarda. Com a pressão no gatilho feita pelo atirador, o
cão perderá contato com o gatilho, libertando-se e, por ação da mola real, indo à
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frente. Como o gatilho permanece pressionado, o sistema de trava automática é
desativado, indo o cão chocar-se com a barra de transferência que transmite a energia
ao percutor que se choca com a espoleta do cartucho, ocasionando o disparo.
Saliento que em hipótese alguma deverá ser utilizado o tiro em ação
simples, durante as atividades de policiamento.
b) Funcionamento em Ação Dupla
É o modo correto de utilização policial da arma. Neste caso o atirador faz
pressão sobre a tecla do gatilho, que elevará seu dente posterior superior que por sua
vez, irá se apoiar na alavanca de armar, obrigando, por seu intermédio, o cão ir à
retaguarda. O dente anterior do gatilho irá agir da mesma forma que na ação simples,
assim como o impulsor do tambor girando o mesmo até alinhar corretamente a câmara
com o cano. Há um momento em que o dente posterior superior deixa de agir sobre a
alavanca de armar, perdendo o contato deste com aquela. Neste momento o cão,
liberado por ação da mola real, vai à frente percutindo a munição da forma descrita na
ação simples. Quando o atirador deixa de comprimir o gatilho, este voltará à sua
posição inicial por ação da mola e do impulsor do gatilho.
3.1.5 Operação de Manejo
As operações de manejo de um revólver podem, via de regra, ser resumidas
nas seguintes:
a. Abertura da arma- Pressiona-se o botão serrilhado existente na face (em
geral, na esquerda) da armação para frente, rebatendo-se o tambor (também, em
geral, para a esquerda);
b. Municiamento- Colocam-se os cartuchos de munição no tambor da
arma, manualmente ou com auxílio de remuniciadores rápidos ( speed loaders, jet
loaders ou outros );
c. Alimentação O revólver estará alimentado assim que o tambor for
deslocado para sua posição original, ou seja, quando o atirador fechar a arma;
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d. Carregamento - O revólver somente está carregado, no momento em
que o cartucho de munição que está alinhado com o cano, está em condições de ser
percutido. Isto se dá quando a arma está em uma das seguintes condições:
1) Quando o cão está armado, em condições de, a uma simples
pressão do gatilho, ocorrer o disparo (ação simples);
2) Quando o cão está a meio curso de engatilhamento, em condições
de ser liberado (ação dupla).
Em ambos os casos, o tambor da arma girou 1/6 de volta e colocou a
câmara seguinte em correto alinhamento com o cano;
e. Disparo- pressionando-se o gatilho, em ação simples ou dupla, o cão,
dotado ou não de percussor, deflagra o cartucho;
f. Extração e Ejeção- Após os disparos o policial aciona o botão serrilhado
para frente e desloca o tambor para o lado, abrindo a arma. Aciona-se a vareta do
extrator expulsando os estojos vazios, proporcionando condições para novo ciclo de
operações de manejo.
3.1.6 Manutenção
O revólver irá demandar um mínimo de cuidado na conservação e
manutenção do mesmo, de modo a continuarem inalteradas suas características de
funcionamento por muito tempo.
Antes de proceder à desmontagem, algumas inspeções e provas de
funcionamento devem ser realizadas, para certificar o correto funcionamento da arma.
a) Inspeção visual e manual
Antes da desmontagem para limpeza, a arma deverá ser inspecionada
quanto à sua aparência geral, suavidade de funcionamento, deficiência ou perda dos
parafusos da armação e marcações apagadas. O policial que utiliza a arma é
responsável pelo seu correto funcionamento e pelas avarias a que der causa.
- Examinar o funcionamento do cão, fazendo pressão sobre ele;
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- Examinar cuidadosamente a armação, quanto a fendas e fissuras no
local onde o cano introduz-se na armação e no tambor;
- Verificar o estado da coronha, quanto a fendas ou afrouxamento do
parafuso das placas;
- Inspecionar a massa de mira, quanto a rebarbas e desalinhamento;
- Engatilhar a arma, observando o movimento do tambor. O ressalto do
retém do tambor deve engatar em seu alojamento no tambor, caso não ocorra, há
indícios de que o impulsor do tambor esteja com defeito;
- Verificar se há ferrugem no ponto onde o gatilho penetra na armação,
o que pode ser indicativo de que o mecanismo também se ache enferrujado.
b) Provas de segurança
Periodicamente devem ser efetuadas as seguintes provas de segurança nos
revólveres:
- Com o revólver descarregado e o tambor fechado, engatilhar o cão,
mantendo-o atrás por meio do polegar. Pressionar o gatilho, soltando-o e deixando o
cão mover-se para frente, metade de seu percurso. Soltar o cão, deixando-o avançar.
Se o percussor aflorar através de seu orifício na placa de obturação, o cão, o impulsor
do gatilho ou a trava automática estão defeituosos;
- Com o cão avançado, tentar girar o tambor. Se este girar, o retém do
mesmo apresenta defeito. Repetir a prova com o cão engatilhado;
- Bater o cão "em seco", observando se o percutor aflora em seu
orifício. Caso não ocorra, pode estar quebrado ou travado.
3.1.7 Desmontagem
Na desmontagem da arma, devem ser utilizadas chaves apropriadas, de
acordo com o tamanho da fenda dos parafusos, assim como deverá destinar-se o
máximo cuidado em não comprometer o acabamento ou o funcionamento da arma.
Não deverá ser empregada força na desmontagem e montagem, as peças devem ser
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encaixadas com suavidade, para que não se danifiquem.
Na manutenção do revólver, somente serão realizadas as desmontagens de
primeiro e segundo escalões. Os demais níveis devem ser deixados para pessoal
especializado, de acordo com as normas técnicas regulamentares.
Para retirar o tambor:
Retira-se o parafuso do retém do suporte do tambor. Comprime-se o botão
serrilhado para frente e rebate-se o tambor para a esquerda e o desloca para frente
até que o eixo do suporte saia do seu alojamento.
Desmontagem do tambor:
Desatarraxar a vareta do extrator retirando-a. Retirar a haste central com a
mola. Retirar o suporte do tambor. Retirar a mola e anel do extrator. Retirar o extrator.
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Desmontagem da Coronha:
Retirar o parafuso da coronha e as respectivas placas.
Placa do Mecanismo:
Retira-se os parafusos restantes que prendem a placa à armação,
levantando-a com cuidado para não empená-Ia. Utilizar, preferencialmente, uma haste
de bronze ou latão.
Mecanismo:
Dependendo do modelo da arma podemos ter como auxílio um "clipe" ou
um arame fino. Engatilhando-se a arma aparecerá um orifício na haste da mola real e
na do impulsor do gatilho, onde introduziremos esses arames, depois é só
desengatilhar. Como as hastes ficarão presas, é só retira-las juntamente com suas
respectivas molas. Retirar o impulsor do tambor. Retirar o gatilho levantando-o. A
seguir, retirar a barra de percussão e o retém do tambor.
Nos modelos antigos, retirar o impulsor do gatilho e a mola real erguendo-os,
tendo o cuidado de não deixar as molas saltarem, pois é bastante forte.
Ferrolho do Tambor:
Retirar o parafuso do botão serrilhado e retirando-o com o respectivo botão.
Levar o ferrolho para trás ao mesmo tempo em que se levanta a sua parte posterior,
tomando cuidado para que não salte a mola.
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Montagem
As peças devem ser colocadas em uma seqüência lógica de desmontagem,
de forma que para montar, basta proceder de maneira inversa à desmontagem.
3.1.8 Limpeza e Conservação
Para conservar o revólver em bom estado e assegurar o seu funcionamento,
é primordial que os mecanismos se mantenham limpos e lubrificados. Deve-se ter
particular cuidado com a armação, para evitar a ferrugem pela ação da umidade do ar
ou suor.
a) Limpeza normal
Para limpar o revólver, quando em uso, mas sem ter atirado, ou quando
armazenado, limpar toda sua parte externa, passando um pano limpo e ligeiramente
embebido em óleo mineral de boa qualidade (específico para limpeza de armas),
depois com outro pano seco, até retirar todo resíduo ou sujeira. Retirar o pó de todas
as fendas com o auxílio de uma escova pequena e limpa.
Após a limpeza minuciosa, embeber um pedaço de pano em óleo e passar
no interior do cano e das câmaras, de modo a manter uma fina película protetora.
b) Limpeza antes do tiro
Antes do tiro, devem ser tomadas as seguintes medidas, para assegurar o
funcionamento eficiente da arma:
- Limpar as partes internas do cano e câmaras com pano limpo e seco, de
modo a retirar o excesso de óleo;
- Esfregar todas as superfícies exteriores com um pano levemente
embebido em óleo retirando o pó.
c) Limpeza após o tiro
Após a instrução ou qualquer outra ocasião em que a arma tenha disparado,
a parte interna do cano e das câmaras deve ser limpas, cuidadosamente no mesmo
dia que tiver atirado. Se isso não for possível, aplicar óleo, para evitar a formação de
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ferrugem, limpando a arma obrigatoriamente após, no máximo, 24 horas decorridas do
último disparo.
Nesta limpeza, inspecionar, lubrificar e limpar todas as peças. Passar,
inicialmente, um trapo limpo, embebido em óleo, no interior das câmaras e do cano,
repetindo a operação até que os trapos saiam sem resíduos e limpos. Passar a escova
de latão no interior do cano e das câmaras, três ou quatro vezes. Repetir a operação
de passagem de um trapo limpo com óleo, até que este, saia novamente isento de
sujeira, examinando o interior do cano e das câmaras para ver se estão realmente
limpos. Passar fina camada de óleo no interior dos mesmos. Externamente, proceder
como na limpeza normal.
Em virtude do escapamento de gases resultantes da combustão, que
possuem potencial corrosivo, deve-se dispensar especial cuidado com o percutor, a
armação (abaixo da ponte e no início do cano) e demais peças que tiverem contato
com os gases.
Caso o processo para limpeza do cano e câmaras não tenha surtido o efeito
desejado, repetir a operação, principalmente a passagem da escova de latão, para a
retirada de resíduos de chumbo. Cuidar para que a haste da escova não toque a coroa
(boca) do cano da arma, o que poderia inutilizar a porção final do raiamento,
comprometendo a precisão da arma.
4. PISTOLA SEMI-AUTOMÁTICA
4.1 Introdução
Independente do tipo de
arma de coldre utilizada no serviço
policial, aquele que a porta deve ter em
mente que é necessário um
treinamento constante com a mesma,
seja ela um revólver ou uma pistola.
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A arma deve ser uma extensão do corpo do policial, e somente desta forma
ele estará habilitado a utilizá-la em combate real.
A Polícia Militar do Estado de Sergipe adquiriu a Pistola Taurus Calibre .40
S&W como arma de dotação regulamentar. Acredito numa natural evolução, onde as
vantagens deste tipo de arma serão levadas cada vez mais em consideração na
dotação de nosso armamento, em substituição gradual, mas inevitável, ao revólver.
A invenção do cartucho de munição metálico, propiciou a criação das
modernas armas de repetição, principalmente das de funcionamento semi-automático
e automático.
As armas semi-automáticas, dentre elas as pistolas, têm por princípio de
funcionamento a força que a deflagração da munição exerce sobre a culatra da
mesma, determinando o recuo desta. É esta força de recuo, que nada mais é do que a
aplicação do princípio da "ação e reação" de Newton, que faz a arma funcionar,
alimentando-a a cada ciclo de disparo.
Este tipo de arma curta teve sua origem nas experiências de Hiram Maxim,
que em 1883 acabou por criar uma arma que utilizava a ação dos gases no momento
do disparo para "ciclar" a ação e colocar outro cartucho automaticamente na câmara.
Os sistemas de operação das pistolas pouco evoluíram desde então, e
poucas alterações em seus mecanismos e sistemas de operação foram criados em
nosso tempo.
4.2 Principais Componentes
Algumas partes básicas são comuns a todas as pistolas semi-automáticas.
São elas:
1. Armação- Parte da arma que serve de suporte ao cano e ao ferrolho e,
em parte, ao mecanismo de disparo. Possui a coronha oca para servir de receptáculo
ao carregador. Geralmente é fabricada em aço, e modernamente vem sendo
construída em metais de liga leve, como o duralumínio, ou ainda, em polímeros
plásticos;
2. Cano- Contém a câmara de combustão e, a partir desta, é provido de
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raiamento;
3. Ferrolho- Peça em que é mais comum estar montado o bloco da culatra,
articulando-se com a armação por meio de nervuras ou encaixes corrediços;
4. Bloco da culatra- Sua face anterior serve de apoio à base do cartucho
de munição. Nele está montado o percutor e o extrator;
5. Mecanismo de disparo- É constituído pelo gatilho, cão, percutor, e
ainda, pelas travas de segurança;
6. Mecanismo da culatra- Compreende o bloco da culatra, o ferrolho, o
extrator, o ejetor, a mola recuperadora e o carregador.
Ferrolho Bloco Culatra Cão
Cano
Armação
4.3 Sistemas de Operação
De modo geral, os sistemas de operação e funcionamento das pistolas
semi-automáticas podem ser resumidos nos seguintes:
1. Sistema de simples recuo, ou "Blowback"- Neste sistema, o ferrolho e
o cano não são travados por ocasião do disparo, e a abertura do ferrolho se dá tão
logo sua inércia e a força da mola recuperadora sejam vencidos. É o sistema de
operação para cartuchos de baixa potência e pressão de trabalho, geralmente até o
calibre .380 ACP;
2. Sistema de recuo retardado, ou "Delayed Blowback"- Aqui o ferrolho e
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o cano da arma são travados por um espaço de tempo pré determinado, até que a
pressão da combustão da carga de projeção caia a níveis seguros e o ferrolho abra.
Utilizado em pistolas semi-automáticas em calibre superior ao .380 ACP;
3. Sistema de ferrolho operado a gás, ou "Gas Operated Bolt"- Sistema
em que o ferrolho é movido com o auxílio dos próprios gases da combustão,
geralmente utilizado em armas longas e metralhadoras, incorporando, também, algum
sistema de travamento na abertura do ferrolho, destinado a armas de grosso calibre,
usualmente em calibre superior ao .45 ACP.
Por serem os mais freqüentes em nosso meio, os dois primeiros serão
objeto de análise quanto ao funcionamento.
4.4 Funcionamento
As pistolas semi-automáticas que operam em recuo simples ou recuo
retardado, possuem o motor de seu funcionamento na força do recuo exercido
diretamente pela base do estojo de munição sobre o ferrolho da arma. Após o disparo,
novo tiro depende de novo acionamento do gatilho, nisto diferindo das armas
automáticas.
Produzido o disparo, a munição é deflagrada e na saída do projétil do cano
da arma, a pressão gerada pela queima do propelente nas placas de ar atmosférico é
aplicada diretamente sobre o ferrolho. Este recua, comprimindo a mola recuperadora,
e realizando, via de regra, as seguintes etapas:
a. retração do percutor;
b. início da extração do estojo vazio;
c. desligamento da articulação com a tecla do gatilho;
d. fim da extração;
e. ejeção do estojo vazio;
f. armação do cão ou do percutor, conforme o caso.
Findo o recuo, o ferrolho avança por ação da mola recuperadora, retomando
à posição de disparo (ferrolho fechado), levando consigo um novo cartucho à câmara
da arma. Neste ponto, ela pode ser novamente acionada, até se esgotar a munição
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disponível em seu carregador.
Logicamente, estas operações ocorrem em um espaço de tempo quase
imperceptível para o olho humano.
Os cartuchos de munição das pistolas ficam alojados verticalmente em
carregadores, que podem ser de coluna simples ou monofilares, demandando
carregadores mais estreitos, ou bifilares, ou ainda, trifilares, dependendo do número de
colunas, implicando sempre em carregadores mais volumosos.
A coronha das pistolas semi-automáticas é sempre mais espessa do que a
de um revólver de igual tamanho. Este aumento resulta em uma maior firmeza e
melhor empunhadura da arma; entretanto, devido a seu menor ângulo cano-coronha, e
pelo formato da proteção acima da empunhadura (destinada a evitar que o recuo do
cão machuque a mão do atirador), não fica no mesmo alinhamento do prolongamento
natural do braço do atirador, como nos revólveres.
Esta diferença vai implicar na necessidade de um treinamento específico
quanto ao ato de empunhá-las, especialmente para quem se vale alternada e
freqüentem entre os dois tipos de arma (revólver e pistola).
A percussão da munição das pistolas pode se dar de forma direta ou
indireta. Na percussão direta, a arma não possui cão, pois este é o próprio percutor.
Na indireta, há algum tipo de cão, mesmo embutido, que atua com a pancada
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desferida na extremidade de um percutor inerte ou flutuante, que, a seu turno, percute
a munição.
Da mesma maneira que os revólveres, as pistolas podem possuir
mecanismos de ação simples ou dupla. Dependendo do mecanismo, os disparos
subseqüentes ao primeiro poderão ser efetuados em ação simples ou dupla.
Atualmente, a maioria das pistolas é fabricada com mecanismos de ação dupla, seja
somente no primeiro disparo ou em todos.
Talvez a grande desvantagem das pistolas semi-automáticas são aquelas
que possuem somente mecanismos de ação simples, resida no fato de, após o
primeiro tiro, permanecerem engatilhadas e destravadas, o que, em mãos pouco
treinadas, pode ser motivo de risco de acidentes indesejáveis, que sempre serão
lastimados em situação de combate.
4.5 Dispositivos de Segurança
As pistolas semi-automáticas são equipadas com mecanismos para evitar
os disparos acidentais. Estas travas podem ser automáticas ou manuais. As primeiras
travam a arma automaticamente, ao deixar-se de pressionar a coronha da mesma
(sistema de armadilha), enquanto as segundas são acionadas por alavancas ou
comandos montados externamente na armação ou no bloco da culatra, ambas
impedem o avanço do percutor quando acionadas.
4.6 PT100 na PMSE
A maioria das pistolas
utilizadas pela Corporação é a PT 100,
outros modelos foram adquiridos
entretanto, pela semelhança,
estudaremos em particular a PT 100.
Sendo uma arma cujo
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mecanismo trabalha no primeiro tiro em ação dupla, e nos subseqüentes em ação
simples, a PT 100 é uma pistola robusta, segura e precisa, que vem preencher a
lacuna existente na Corporação.
A Pistola PT-100 Cal .40 S&W , é uma arma semi-automática que funciona
pela ação dos gases sobre o ferrolho, e com um sistema de trancamento mecânico. A
percussão é exercida por um sistema tipo "percussor lançado", e depende
exclusivamente da vontade do atirador para cada disparo.
A pistola é alimentada por carregador metálico, tipo cofre, com capacidade
para 12 ou 10 cartuchos, além do cartucho que pode ser introduzido diretamente na
câmara.
4.7 Classificação
Nomenclatura.................................................................... Taurus PT 100
Quanto ao tipo................................................................... de porte
Quanto ao emprego........................................................... individual
Quanto ao funcionamento.................................................. de repetição semi-
automática
Quanto ao princípio de funcionamento.............................. ação dos gases no
ferrolho
Quanto ao sistema de refrigeração................................... a ar
Carregamento................................................................... retrocarga
Carregador........................................................................ metálico, tipo cofre
Capacidade do carregador............................................... 12 ou 10 cartuchos
Sentido da alimentação.................................................... de baixo para cima
Número de raias............................................................... 6 (seis)
Sentido............................................................................. dextrógiras
Alça de mira..................................................................... fixa, entalhe em "U"
Massa de mira................................................................. tipo lâmina, fixa
Calibre............................................................................. .40 S&W
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4.8 Principais Partes
a. Armação
b. Cano
c. Conjunto do Ferrolho
d. Cão, Ejetor e Impulsor da Trava do Percutor
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4.9 Mecanismo de Segurança
A pistola TAURUS modelo PT-100 possui o mecanismo de segurança
composto das seguintes partes, funcionando da maneira que segue:
Fase Estática Fase Dinâmica
A Trava do Percutor (4) bloqueia permanentemente o mesmo (5) em seu
avanço à frente, impedindo disparos acidentais por queda da arma. Esta trava
somente é liberada no estágio final do acionamento da tecla do gatilho (1), liberando
seu avanço à frente tão logo este receba o impacto do cão (6). A liberação se dá
através da cadeia de movimentos formada pelo gatilho (1), tirante do gatilho (2),
impulsor e trava do percussor (3), e trava do percutor (4).
Como visto, a pistola em estudo possui quatro mecanismos de segurança:
a. Mecanismo de Segurança Manual- O mecanismo de segurança manual
consiste em um conjunto de peças que fazem parte do conjunto da armação. Estas
peças são a tecla de segurança direita, tecla de segurança esquerda com pino de
fixação, e mola do mergulhador. Quando as teclas de segurança são deslocadas, por
iniciativa do atirador, para a posição travada (superior), o eixo existente na tecla
bloqueia a armadilha, não permitindo o acionamento do mecanismo de disparo tanto
em ação simples como em dupla ação, além de bloquear o ferrolho impedindo seu
movimento à retaguarda;
b. Mecanismo de Trava do Percutor- O mecanismo de trava do percutor
consiste em um conjunto de peças que fazem parte dos conjuntos do ferrolho e
armação. Estas peças são a trava do percutor, sua mola e mergulhador, no ferrolho, e
o impulsor da trava do percutor na armação. Quando o gatilho é acionado, por
iniciativa do atirador, o tirante do gatilho aciona o impulsor da trava do percutor que,
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por sua vez, imprime movimento à trava do mesmo liberando-o.
c. Mecanismo de Segurança do Cão- O cão é dotado de três montas:
segurança, engatilhamento e monta do desarmador. Quando na monta de segurança
ou monta do desarmador, o cão fica impedido de entrar em contato com o percussor
em caso de queda. Para haver a percussão no caso do cão estar na monta de
segurança, há a necessidade de atuação do atirador premendo completamente o
gatilho ou deslocando o cão à retaguarda. No caso do cão estar na monta do
engatilhamento, há a necessidade do atirador baixar a(s) teclas(s) de segurança para
a posição horizontal e premer o gatilho.
d. Mecanismo do Desarmador do Cão- Uma vez a arma engatilhada,
travada ou não, se em dado momento o atirador não deseje mais dispará-Ia, basta que
seja acionado o "Desarmador do Cão", pressionando qualquer uma das teclas do
registro de segurança para baixo.
4.10 Operação de Manejo
Por manejo compreende-se o conjunto de operações necessárias ao
funcionamento da arma. Como já foi falado as pistolas semi-automáticas possuem
manejo semelhante por isso, estudaremos a operação de manejo da PT100, que são
as seguintes:
a. Municiamento do carregador- Coloque os cartuchos no carregador,
pressionando-os para baixo e para trás;
b. Alimentação da arma- Coloque o carregador na armação, assegurando-
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se que ele fique preso por seu retém. Não golpear o carregador, pois poderá danificar
seu retém comprometendo seu funcionamento e conseqüentemente o da arma;
c. Carregamento da arma- Com a arma empunhada pela mão forte, e o
dedo fora do gatilho, acione o ferrolho para trás, até seu batente, e solte-o. Este
movimento posiciona um cartucho na câmara da arma, em condições de tiro.
d. Travar/Destravar a arma- Acionar a tecla da trava de segurança manual
para cima (travar) ou para baixo (destravar);
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e. Atirar- pressionar a tecla do gatilho, com a arma destravada, após a
colocação de um cartucho na câmara. O primeiro tiro será dado em ação dupla, e os
demais em ação simples;
f. Remuniciar/recarregar a arma- Após o último tiro, o ferrolho permanece
recuado, preso por seu retém. Acionar o retém do carregador, soltando-o. Colocar
outro carregador municiado. Liberar o ferrolho acionando seu retém para baixo. Em
seu movimento à frente, o ferrolho novamente coloca um cartucho intacto na câmara;
g. Descarregar e desalimentar a arma- Com o cano voltado para uma
direção segura, pressione o desarmador do cão para baixo, fazendo com que o cão
desengatilhe, voltando para sua posição de repouso. Retire o carregador acionando
seu retém desalimentando-a. Acione o ferrolho para trás, certificando-se de que o
cartucho que estava na câmara foi devidamente removido. Repita a verificação e
exame visual da câmara.
4.11 Funcionamento
A pistola TAURUS PT-100 pode ter seu funcionamento descrito da seguinte
maneira:
a) Posição Inicial;
A arma está carregada e é executado um disparo.
b) Recuo do Ferrolho;
A pressão desenvolvida pela deflagração da carga de projeção age em
todos os sentidos, e força o projétil para frente e ao sair, o ferrolho para a retaguarda.
Graças ao mecanismo de trancamento, a abertura do ferrolho se efetua somente após
a pressão interna do cano da arma baixar para números seguros, evitando que ocorra
um mau funcionamento da arma. O ferrolho, no seu recuo, imprime movimento ao cão
no sentido de engatilhamento, comprimindo sua mola, a qual o lançará à frente quando
houver um novo disparo intencional. Simultaneamente, desconecta o tirante do gatilho
da armadilha que, indo à retaguarda, impõe que o cão permaneça engatilhado. O
recuo é limitado quando o alojamento da guia da mola recuperadora atinge o batente
existente na armação, estando, neste momento, a mola recuperadora no seu máximo
de compressão.
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b.1. Extração
A pressão dos gases obriga o recuo do ferrolho. A função do extrator
consiste em extrair o estojo vazio da câmara após o disparo ou um estojo intacto por
incidente de tiro ou no momento do descarregamento da arma.
b.2. Ejeção
No momento em que o alojamento do culote do cartucho no ferrolho se
encontra, aproximadamente, a dois terços do curso total do recuo deste, o estojo entra
em contato com o ejetor, que o obriga a girar em torno da garra do extrator e o projeta
para fora da arma.
b.3. Apresentação do cartucho
Continuando seu movimento para a retaguarda, o ferrolho ultrapassa o
carregador. Os cartuchos do carregador, não estando mais seguros pelo ferrolho, se
elevam pela ação da mola do carregador no transportador, até que o cartucho de cima
seja limitado pelas abas do carregador, dando-se, então, a apresentação deste
cartucho.
b.4. Engatilhamento
Ainda no recuo, o ferrolho aciona o tirante do gatilho no sentido de
desconectar o mecanismo de disparo, liberando, assim, a armadilha para reter o cão,
por monta específica na sua posição "engatilhado".
c) Avanço do ferrolho
O ferrolho é impelido para frente, por ação da mola recuperadora, deixando
retido na armadilha, pela monta específica, o cão e deixando desativado o mecanismo
de disparo, por ação do tirante do gatilho ora desconectado da armadilha.
c.1. Carregamento e fechamento
Continuando seu avanço, o ferrolho empurra o cartucho apresentado no
carregador para frente. Em seu movimento, a ogiva do projétil encontra a rampa de
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acesso existente no cano. Esta orienta o projétil para a câmara, desprendendo-se,
assim, o cartucho das abas do carregador, e ficando o ferrolho "fechado" sobre a parte
posterior do cano.
c.2. Trancamento
A partir deste ponto, o ferrolho empurra também o cano para frente, e obriga
o bloco de trancamento a subir em uma rampa, específica, na armação, imprimindo a
aletas do bloco, movimento de ascensão e determinando que elas se alojem nos
entalhes laterais do ferrolho, efetuando-se, assim, o trancamento da arma;
d. Desengatilhamento
A ação do dedo sobre a tecla do gatilho, no sentido de suavizar a pressão
exercida, faz com que ele retome à frente e conecte novamente o tirante do gatilho na
armadilha, deixando a arma, novamente, em condições de tiro.
Exercendo-se novamente pressão no gatilho, o tirante deste aciona a
armadilha no sentido de liberar o cão que, sob a ação de sua mola, é lançado para
frente, indo golpear o percutor inercial que está inserido no ferrolho. Simultaneamente,
o mesmo tirante do gatilho aciona o impulsor da trava do percutor, que, por sua vez,
aciona a trava do mesmo, inserida no ferrolho, destravando-o.
e. Percussão
O cão transmite ao percutor inercial a energia que fará detonar a espoleta
do cartucho, que está inserido na câmara, provocando a deflagração da carga de
projeção e a repetição do ciclo da arma, se o atirador assim o desejar.
4.12 Manutenção
4.12.1 Desmontagem de 1º escalão
O policial que utiliza a arma é o responsável direto pelos cuidados de sua
manutenção básica. Isto inclui a proteção contra as intempéries e o uso diuturno, bem
como a manutenção de 1º escalão. Os demais níveis de manutenção devem,
obrigatoriamente, ser deixados para pessoal especializado.
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Para desmontar a PT-100:
a. retirar o carregador, acionando seu retém, próximo ao guarda mato;
b. Acionar o ferrolho até o final de seu curso, inspecionando a câmara;
c. Com o ferrolho fechado, pressionar o retém da alavanca de
desmontagem, girando-a para baixo;
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d. Deslizar o conjunto ferrolho/cano para frente, até liberá-Io da armação;
e. Comprimir a guia da mola recuperadora, levantando-a com sua Haste
retirando do ferrolho;
f. Retirar o cano deslocando-o para cima e retaguarda;
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4.12.2 PT 100 Desmontada
Ferrolho
Haste Mola Recuperadora
Bloco de Trancamento Cano
Alavanca de Desmontagem Ejetor Tecla de Segurança Cão
Guarda Matos
Tecla do Gatilho
Retém do Ferrolho
Retém do Carregador
Montagem
As peças são colocadas em uma seqüência de desmontagem, de forma que
a montagem seja de forma inversa. Na montagem devemos ainda, levar em
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consideração que devemos manter abaixado o impulsor da trava de segurança, para
que o conjunto do ferrolho não venha danificá-la.
3.12.3 Limpeza e Conservação
a. Antes de qualquer operação de manutenção e limpeza da arma, certificar-
se de que a pistola esteja desmuniciada e descarregada;
b. Em intervalos regulares, desmontar a arma da forma já vista, limpando-a
e retirando os resíduos de pólvora das partes desmontadas, aplicando óleo leve para
armamento;
c. Quando exposta à umidade excessiva, areia, condensação, imersão em
água ou outras condições adversas, limpar o mecanismo, desmontando-o até o 1°
escalão, e retirando os corpos estranhos que ali se encontrem;
d. As armas devem ser armazenadas em local seco, sem variações bruscas
de temperatura e em suportes adequados;
e. Não lubrificar a arma em excesso durante sua limpeza. Evitar o excesso
de óleo no interior do cano e no carregador.
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Referências Bibliográficas
Oliveira-Gomes-Flores. Tiro de Combate Policial. Uma Abordagem Técnica. 4ª
edição. Ed. São Cristóvão.2001.
Revista Magnum, (Periódicos). Ed. Magnum. São Paulo. 1986 à 1995.
Revista Hunter. (Periódicos). Ed. Fittipaldi. São Paulo. 1992 à 1996.

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  • 1. ESTADO DE SERGIPE POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SERGIPE CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS Instrutor: 1ºTen QOPM J. LUIZ Aracaju/SE, janeiro de 2006
  • 2. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 2 SUMÁRIO Pág. 1. ARMAS DE FOGO............................................................................................... 03 1.1 Conceito...........................................................................................................03 1.2 Classificação das Armas de Fogo................................................................... 04 2. ARMAS CURTAS................................................................................................. 06 2.1 Introdução........................................................................................................ 06 2.2 Origem e Evolução.......................................................................................... 07 2.3 Características Fundamentais......................................................................... 08 3. ARMAS CURTAS.................................................................................................08 3.1 Revolver.......................................................................................................... 09 3.1.1 Introdução................................................................................................. 09 3.1.2 Classificação............................................................................................. 10 3.1.3 Principais Partes....................................................................................... 10 3.1.4 Funcionamento..........................................................................................17 3.1.5 Operação de Manejo................................................................................. 18 3.1.6 Manutenção...............................................................................................19 3.1.7 Desmontagem........................................................................................... 20 3.1.8 Limpeza e Conservação............................................................................23 4. Pistola Semi-Automática...................................................................................... 24 4.1 Introdução........................................................................................................24 4.2 Principais Componentes..................................................................................25 4.3 Sistemas de Operação....................................................................................26 4.4 Funcionamento................................................................................................27 4.5 Dispositivo de segurança................................................................................ 29 4.6 PT100 na PMSE..............................................................................................29 4.7 Classificação................................................................................................... 30 4.8 Principais Partes..............................................................................................31 4.9 Mecanismo de Segurança...............................................................................32 4.10 Operação de Manejo.....................................................................................33 4.11 Funcionamento..............................................................................................35 4.12 Manutenção...................................................................................................37 4.12.1 Desmontagem de 1º Escalão...................................................................37 4.12.2 PT100 Desmontada................................................................................. 40 4.12.3 Limpeza e Conservação.......................................................................... 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 42
  • 3. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 3 1. ARMAS DE FOGO 1.1 Conceito Para definir arma, nos valeremos de um conceito jurídico, e de um conceito técnico. A combinação de ambos nos permitirá formar um conceito próprio. O conceito jurídico poderia ser resumido naquele que diz que arma é todo o artefato criado pelo homem com a finalidade de matar. Tal conceito jurídico é visto da seguinte maneira: Strictu Sensu - Arma é aquilo definido como tal pelo legislador. Um exemplo, é o R-105, que define alguns instrumentos como sendo armas. Latu Sensu - A jurisprudência é que define tal conceito. Assim arma pode ser qualquer instrumento ou objeto utilizado para a prática de um delito. Aqui se faz necessário diferenciar uma arma de um outro objeto utilizado como arma para a prática de determinado delito. Sob esta ótica, uma faca de cozinha, por exemplo, não seria uma arma, pois a finalidade de sua construção não seria a de matar, apesar de poder ser, eventualmente, considerada como arma em um delito em particular. Já um punhal não deixa dúvidas quanto a sua finalidade, assim como a espada. Da mesma forma, considerar como arma uma navalha, ou uma chave de fenda, ou outro objeto, mesmo aqueles aproveitados diretamente da natureza, seria enganoso, e assim procederíamos sob pena de considerarmos qualquer coisa como arma, desde um travesseiro até o teclado do computador onde este texto foi escrito. A maioria dos artefatos criados pelo homem pode ser utilizado para matar, mas não são armas próprias, e sim, instrumentos para tal. Em contrapartida, somente os artefatos criados com o fim específico de ataque ou defesa podem receber o nome de arma. Poderíamos, além do conceito jurídico, reportarmo-nos ao conceito técnico de arma. Este considera arma como sendo todo o objeto criado pelo homem, com a finalidade específica de ser utilizado para ataque e/ou defesa. Podendo ser divididos em simples e complexos. Acreditamos que o policial deve se valer do conceito técnico sem esquecer
  • 4. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 4 o jurídico, pois ambos se complementam. As armas de fogo constituem uma classe especial de artefatos. Foram idealizadas, desde o início, como instrumentos lesivos que buscavam aumentar o potencial ofensivo do ser humano. E valeram-se, também desde sua origem, da propriedade de arremessarem projéteis para causarem seus efeitos devastadores longe, ou à distância, de seu operador. Definiremos, portanto, como arma de fogo, aquelas armas, construídas pelo homem, capazes de expelir projéteis, utilizando, para tal, da força expansiva dos gases resultantes da queima controlada de determinado tipo de propelente. Assim, como tipos de armas, teríamos as armas Físicas, como as que se utilizam das leis da física para seus efeitos, as Químicas, de acordo com as leis desta ciência, as Biológicas, Radiológicas, por exemplo. 1.2 Classificação das Armas de Fogo As armas de fogo, no geral, classificam-se da seguinte forma: a. Quanto à alma do cano: -lisas- que possuem a superfície interna do cano desprovida de raiamento, agem pelo arremesso, geralmente de projéteis múltiplos, causando seus efeitos por saturação; -raiadas- canos providos de raias ou estrias, disparando projéteis singulares, causando seus efeitos por precisão. Podem ser: - de número par de raias; - de número ímpar de raias; - raias com rotação à direita ( destrógiras ); - raias com rotação à esquerda ( sinestrógiras ). b. Quanto ao sistema de carregamento: - de antecarga; - de retrocarga.
  • 5. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 5 c. Quanto ao sistema de ignição: - por mecha ou pavio; - por atrito ( fechos de roda e miquelete); - por percussão; - elétrica. d. Quanto ao funcionamento: - de tiro unitário (simples ou múltipla); - de repetição ( não automática, semi-automática ou automática ). e. Quanto à mobilidade e ao uso: - fixas- montadas sobre bases fixas ou suportes; - móveis; - em base móvel; - semi-portáteis, possíveis de serem carregadas por dois ou mais homens; - portáteis, são armas que podem ser conduzidas pelo atirador, através de uma bandoleira, possuem cano longo para o tiro a longas distâncias, e ângulo cano-coronha superior a 150°; - de porte, são armas compactas, geralmente manejáveis com uma só das mãos, facilmente transportáveis em coldres próprios, servindo para o tiro a médias e curtas distâncias, cujo ângulo cano-coronha é sensivelmente inferior a 150°. f. Quanto ao Sistema de Refrigeração: - a água; - a ar; - outros. g. Quanto ao Calibre - armas leves, até o calibre .50 BMG; - armas pesadas, acima deste calibre.
  • 6. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 6 As armas de fogo possuem ainda, partes que podem ser consideradas como essenciais, sem as quais não funcionariam. Estas podem ser divididas em partes componentes e partes funcionais. São partes componentes das armas de fogo: - o aparelho arremessador; - a carga de projeção; - o projétil. São partes funcionais: - Cano, recebe a munição, o cartucho, resiste à pressão dos gases, direciona e orienta o projétil; - Depósito, recebe os cartuchos, podendo ser simplesmente uma câmara, ou um depósito para vários cartuchos de munição. Resiste à pressão dos gases, como nos revólveres; - Mecanismo, possibilita o funcionamento da arma, e é composto de uma série de pinos, eixos, molas e alavancas; - Armação, chassi da arma, que lhe dá sua forma característica; - Guarnições e Acessórios, servem de auxiliares ao transporte, ao apoio, à visada, etc. De uma forma ou de outra, as armas de fogo possuem estas partes essenciais. 2. ARMAS CURTAS 2.1 Introdução O conhecimento do armamento utilizado é um princípio do tiro de combate, e deve ser uma regra a todos os policiais. Só se utiliza uma arma depois de conhecê- Ia intimamente, automatizar todas as operações de manejo, dominar seus requisitos de segurança e atirar com a mesma. Portar uma arma sem conhecê-Ia é passaporte certo para seu uso incorreto.
  • 7. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 7 A arma curta é a principal ferramenta de trabalho do policial. Este deve conhecê-Ia na intimidade para saber extrair dela suas máximas potencialidades. E o homem deve estar apto à bem utilizá-Ia. 2.2 Origem e Evolução As chamadas "armas curtas", aquelas que podiam ser portadas e utilizadas por um só homem, tiveram sua origem nas armas longas e coletivas. A evolução se deu de maneira que, cada vez mais, as armas pudessem ser individualizadas. Apesar de, até certo ponto na história das armas de fogo, as armas curtas serem apenas uma "miniatura" das armas longas, ou seja, possuírem ambas os mesmos elementos, como cano, fechos e outros, muito semelhantes, houve um momento em que as armas longas e curtas seguiram caminhos diferentes, cada qual com sua evolução própria, em virtude de suas finalidades distintas. Desde que o homem desenvolveu o primeiro "canhão de mão", iniciou a busca da arma ideal, que pudesse ser facilmente portada, e que desse muitos disparos (tiros) sem a necessidade de ser recarregada repetidamente. A primeira arma "de repetição" foi, na verdade, um canhão de mão, municiado pela boca, com duas ou mais chaminés, de modo a serem municiados e disparassem sucessivas cargas. Começou-se a utilizar um pequeno copo metálico, a espoleta, conhecida também como pistão. Quando as armas de percussão por pistão se generalizaram, as armas tornaram-se mais portáteis, surgindo assim, a idéia de fazer-se girar, em torno de um eixo, vários canos, que eram disparados sucessivamente parecendo com o revolver, entretanto, ao verdadeiro revólver é atribuída à invenção ao norte americano Collier, em 21 de Novembro do ano de 1818. Já o revólver de percussão foi inventado pelo norte americano Samuel Colt, que na verdade, inventou e patenteou o sistema de tambor giratório, que se alinha ao cano automaticamente, e o sistema de travamento automático do tambor. Com Colt, o revólver, como arma curta utilizada regularmente na infantaria, atingiu seu apogeu, com armas clássicas.
  • 8. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 8 Os revólveres sobrevivem até nossos tempos, devido a excelentes qualidades que os fazem armas robustas, aptas para o uso diário e extremamente confiável. Outra variante de arma curta que também merece estudo, mesmo que sucinto, são as pistolas semi-automáticas. Com a criação dos cartuchos metálicos de fogo central, e com os avanços na fabricação de novas pólvoras e munições, foi possível a criação de uma arma de repetição que utilizasse da força dos gases e do princípio de igualdade da ação e da reação do disparo, para realizar, automaticamente, as operações de extração do estojo deflagrado, ejeção deste para fora da arma, carregamento da arma e engatilhamento do mecanismo de disparo. Em 1911, o exército dos Estados Unidos adota, em substituição ao revólver como arma de coldre, a pistola em calibre .45 ACP, fabricada pela Colt, considerada, também, modelo de mecanismo para pistolas atualmente utilizadas. As pistolas semi-automáticas tem demonstrado, na prática, serem armas de combate por excelência, não ocorrendo por acaso a substituição gradual do revólver por este tipo de arma curta. 2.3 Características Fundamentais As armas curtas possuem características fundamentais em comum, a saber: a. são armas de pequenas dimensões; b. são armas leves, raramente pesando mais de 1 Kg; c. o ângulo formado entre a coronha e o cano da arma está, geralmente, entre 100º e 130º; d. possuem mecanismos, na sua maioria, simples e compactos. 3. Armas Curtas na PMSE As Armas Curtas dividem-se em duas grandes famílias: Revolver e Pistola. A seguir, estudaremos estes dois tipos de arma curta utilizados na atividade policial.
  • 9. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 9 3.1 REVOLVER 3.1.1 Introdução O revólver é uma arma curta de repetição simples, sua característica principal é ter, para um só cano, várias câmaras de combustão, dispostas paralelamente a um eixo comum, girando em torno deste eixo e apresentando-as ao cano, uma a uma, sucessivamente, em correto alinhamento. Possui vantagens e desvantagens se comparado, por exemplo, a uma pistola semi-automática, e vem sendo por esta, gradualmente substituído no serviço policial, nos países de primeiro mundo e também no Brasil. Ao lado da Pistola .40 S&W, é a arma de coldre regulamentar na Corporação. O revólver é uma arma rústica, podendo suportar as severas condições do uso contínuo, sem perder suas características de funcionamento. Remonta sua origem aos EUA, tendo sido criado pelo Cel Samuel Colt, muito embora a idéia de uma arma com tal sistema de funcionamento fosse muito mais antiga. Sua história passa pela própria história da colonização norte-americana, no chamado "velho oeste". Acompanhando por muito tempo a história de diversos países, a supremacia do revólver como arma de defesa perdurou por muitos anos, embora seu emprego como arma militar tenha tido seu apogeu nos primeiros anos do século XX, quando foi, na maioria dos exércitos do mundo, substituído pela pistola semi-automática. Contudo, ainda hoje se mantém "na ativa" no serviço policial, devido a algumas de suas características que o manterão neste estado ainda por algum tempo.
  • 10. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 10 3.1.2 Classificação Quanto ao tipo...................................................................... de porte; Quanto ao emprego.............................................................. individual; Quanto ao funcionamento.................................................... de repetição; Quanto ao princípio de funcionamento................................. ação muscular do atirador; Quanto ao sistema de refrigeração....................................... a ar; Capacidade do Tambor......................................................... 06 câmaras; Sentido de giro do Tambor.................................................... da direita para a esquerda; Número de raias.................................................................... 06, até 1977 e 05 a partir desta data; Sentido das raias................................................................... Dextrógira (para a direita); Alça de mira........................................................................... tipo entalhe, fixa; Massa de mira........................................................................ tipo rampa, fixa; Calibre.................................................................................... 38 SPL (nominal); Peso....................................................................................... 870 gramas; Alcance máximo..................................................................... aproximadamente 1500 metros; Alcance de utilização.............................................................. 30 metros. 3.1.3 Principais Partes I. Armação - é a peça que serve de suporte para os demais elementos e dá a arma a sua forma, anatomicamente adequada para permitir a sua empunhadura e o uso eficiente pelo atirador. A armação, nesta arma, é articulada, permitindo, mediante o deslocamento do tambor para a esquerda, a retirada de todos os cartuchos do tambor
  • 11. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 11 de uma só vez. São partes principais da armação: a. Consolo; b. Ponte; c. Mortagem; d. Caixa do Mecanismo; e. Guarda mato; f. Coronha. II. Tambor - É a peça que serve de receptáculo para toda a carga que o revólver pode conter, possuindo as câmaras de combustão. O conjunto do tambor e do extrator, é composto das seguintes partes: a. Tambor; b. Mola do extrator; c. Vareta do extrator; d. Extrator; e. Haste central; f. Mola da haste central; g. Eixo do suporte do tambor; h. Anel do extrator; III. Cano - Destinado unicamente a conduzir o projétil após a deflagração do cartucho, até que ele adquira uma determinada velocidade, ao mesmo tempo em que lhe imprime uma rotação em torno de seu eixo. De todos os componentes, é o menos especializado, mas o mais importante na precisão da arma. IV. Mecanismo - Constituído por peças essenciais, mediante as quais o esforço muscular do atirador faz a arma funcionar, compreendendo os mecanismos de disparo e repetição, articulados em conjunto. Inicialmente constituído de inúmeras peças, as quais, recebendo a força muscular do atirador, faziam-na funcionar. Com o passar do tempo, foi o mecanismo
  • 12. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 12 sendo aperfeiçoado, a ponto de, atualmente, ser composto de menor número de componentes, funcionando a arma de forma melhor e mais segura do que os modelos antigos. As peças do mecanismo recebem, via de regra, a denominação que advém de sua função. Assim, temos a alavanca de armar , os ressaltos e mergulhadores , os reténs e outras peças. Veremos, em seguida, as peças componentes do mecanismo do revolver: a. placa da coronha; b. ção; c. alavanca de armar; d. impulsor do tambor; e. trava do tambor; f. placa do mecanismo; g. gatilho; h. impulsor do gatilho; i. mola real e sua haste; j. regulador da mola real.
  • 13. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 13 V. Mola Real- A forma da mola real modificou-se com a evolução da arma. Inicialmente uma simples lâmina (até 1960) passou por mola helicoidal com dispositivo de regulagem (até 1977), e mola helicoidal com bucha de encosto simples, sem regulagem, que equipa a versão atual. VI. Sistema de Percussão- Os revólveres podem ser encontrados com dois tipos de sistemas de percussão: a percussão direta, utilizada até 1980, que consistia em percutor oscilante solidário ao cão, e percussão indireta, a partir de 1980, utilizando percutor flutuante embutido na armação da arma. VII. Sistemas de Segurança Revólveres antigos não possuem sistemas ou dispositivos que lhe garantam segurança contra disparos indesejados ou acidentais, o que os tornam perigosos
  • 14. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 14 quando submetidos a quedas ou em caso de impacto qualquer sobre o cão, estando a câmara, que está alinhada com o cano, municiada. Com o passar dos anos, em virtude de inúmeros acidentes ocorridos com aqueles que portavam armas deste tipo, o problema foi solucionado com a inclusão de dispositivos de segurança, que os tornaram menos perigosos e, praticamente, à prova de disparos acidentais. Existem vários tipos de mecanismos de segurança nos revólveres, dependendo da fase de criação de seu projeto, que se destinavam a evitar os disparas acidentais. O primeiro mecanismo de segurança é constituído por uma trava articulada com o impulsor do gatilho. Com o cão desengatilhado, o calço interpõe-se entre ele e a armação, impedindo disparos por queda ou pancada. Com o movimento do gatilho, o dispositivo recua, liberando o impacto do percussor sobre a espoleta. O desenho da base do cão e da parte superior do impulsor do gatilho (calço de segurança), evitava o avanço do cão quando a arma estava em repouso. Fase Estática Fase Dinâmica No segundo tipo, a trava é alojada na face interna da placa do mecanismo, também atuando da mesma forma que o anterior. O movimento da trava era controlado por um pino que se deslocava mediante pressão sofrida pelo impulsor do tambor, quando acionado pelo gatilho.
  • 15. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 15 Fase Estática Fase Dinâmica O terceiro tipo de mecanismo de segurança é composto por duas peças, uma acionada pelo impulsor do gatilho e outra, a trava propriamente dita, que é acionada pela primeira peça. Fase Dinâmica Fase Estática Estes três primeiros tipos de mecanismo de segurança apresentavam a desvantagem de não serem acionados pelo gatilho, o que, em certas condições, pode causar acidente (como no caso de uma queda com o cão armado). No quarto tipo de dispositivo, introduzido a partir de 1977, a trava possui três reentrâncias em sua região inferior, nos quais se encaixam os três dentes da
  • 16. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 16 cremalheira da trava, já sendo articulado diretamente com o gatilho. Só há a percussão, se após a liberação do cão o gatilho permanecer acionado. Fase Estática Fase Dinâmica O quinto e mais recente mecanismo (1981) é o mais seguro dentre os expostos, sendo amplamente utilizado por fabricantes de armas do mundo. Consiste em uma barra de transferência que, ao interpor-se entre o cão e o percutor, proporciona a deflagração. A segurança consiste no próprio formato do cão, que, com a arma em repouso, mantém-se afastado do percutor. É este o modelo de trava que equipa os revólveres modernos da PMSE. Fase Estática Fase Dinâmica
  • 17. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 17 3.1.4 Funcionamento O estudo do funcionamento do revólver se resume em analisar o processo de engatilhamento da arma. O atirador, empunhando a arma, fará pressão sobre a tecla do gatilho, que girando obrigará também o cão a ir à retaguarda. Ao mesmo tempo o gatilho fará o impulsor do tambor subir e o retém deste baixar, gerando a rotação no sentido anti-horário do tambor. Continuando a pressão sobre a tecla do gatilho, haverá um instante em que se desfará o contato entre o cão e o gatilho, e então o cão irá à frente por ação da mola real e o tiro se dará no momento em que o cão bater na barra de percussão e essa empurrar o percutor contra o cartucho que se encontra alinhado com o cano. Quando o atirador deixa de comprimir a tecla do gatilho, este voltará à sua posição original por ação da mola do impulsor do gatilho. Tecnicamente, o funcionamento pode ser descrito da seguinte maneira: a) Funcionamento em Ação Simples O atirador, empunhando a arma, com o dedo polegar agirá sobre a crista serrilhada do cão, e fará com que o mesmo vá para trás. Quando o cão recua, força a mola real a curvar-se, pois a mesma encontra-se solidária ao cão. Simultaneamente, a noz do cão levanta o dente posterior superior do gatilho, e conseqüentemente o dente anterior baixará. Este agirá sobre o retém do tambor, que abaixará, liberando o tambor para a rotação. O impulsor do tambor, que é articulado com o gatilho, é levantado, sua parte superior indo ter contato com os dentes do extrator, conferindo a rotação ao tambor. Esta rotação é limitada pelo retém do tambor, cujo ressalto se introduz num dos alojamentos existentes no tambor, quando uma câmara fica em correto alinhamento com o cano. O retém do tambor age desta maneira porque o dente anterior do gatilho já havia se desconectado dele, que é levantado por ação de uma mola. Neste momento, o dente posterior superior do gatilho conecta-se com o entalhe da noz, mantendo o cão à retaguarda. Com a pressão no gatilho feita pelo atirador, o cão perderá contato com o gatilho, libertando-se e, por ação da mola real, indo à
  • 18. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 18 frente. Como o gatilho permanece pressionado, o sistema de trava automática é desativado, indo o cão chocar-se com a barra de transferência que transmite a energia ao percutor que se choca com a espoleta do cartucho, ocasionando o disparo. Saliento que em hipótese alguma deverá ser utilizado o tiro em ação simples, durante as atividades de policiamento. b) Funcionamento em Ação Dupla É o modo correto de utilização policial da arma. Neste caso o atirador faz pressão sobre a tecla do gatilho, que elevará seu dente posterior superior que por sua vez, irá se apoiar na alavanca de armar, obrigando, por seu intermédio, o cão ir à retaguarda. O dente anterior do gatilho irá agir da mesma forma que na ação simples, assim como o impulsor do tambor girando o mesmo até alinhar corretamente a câmara com o cano. Há um momento em que o dente posterior superior deixa de agir sobre a alavanca de armar, perdendo o contato deste com aquela. Neste momento o cão, liberado por ação da mola real, vai à frente percutindo a munição da forma descrita na ação simples. Quando o atirador deixa de comprimir o gatilho, este voltará à sua posição inicial por ação da mola e do impulsor do gatilho. 3.1.5 Operação de Manejo As operações de manejo de um revólver podem, via de regra, ser resumidas nas seguintes: a. Abertura da arma- Pressiona-se o botão serrilhado existente na face (em geral, na esquerda) da armação para frente, rebatendo-se o tambor (também, em geral, para a esquerda); b. Municiamento- Colocam-se os cartuchos de munição no tambor da arma, manualmente ou com auxílio de remuniciadores rápidos ( speed loaders, jet loaders ou outros ); c. Alimentação O revólver estará alimentado assim que o tambor for deslocado para sua posição original, ou seja, quando o atirador fechar a arma;
  • 19. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 19 d. Carregamento - O revólver somente está carregado, no momento em que o cartucho de munição que está alinhado com o cano, está em condições de ser percutido. Isto se dá quando a arma está em uma das seguintes condições: 1) Quando o cão está armado, em condições de, a uma simples pressão do gatilho, ocorrer o disparo (ação simples); 2) Quando o cão está a meio curso de engatilhamento, em condições de ser liberado (ação dupla). Em ambos os casos, o tambor da arma girou 1/6 de volta e colocou a câmara seguinte em correto alinhamento com o cano; e. Disparo- pressionando-se o gatilho, em ação simples ou dupla, o cão, dotado ou não de percussor, deflagra o cartucho; f. Extração e Ejeção- Após os disparos o policial aciona o botão serrilhado para frente e desloca o tambor para o lado, abrindo a arma. Aciona-se a vareta do extrator expulsando os estojos vazios, proporcionando condições para novo ciclo de operações de manejo. 3.1.6 Manutenção O revólver irá demandar um mínimo de cuidado na conservação e manutenção do mesmo, de modo a continuarem inalteradas suas características de funcionamento por muito tempo. Antes de proceder à desmontagem, algumas inspeções e provas de funcionamento devem ser realizadas, para certificar o correto funcionamento da arma. a) Inspeção visual e manual Antes da desmontagem para limpeza, a arma deverá ser inspecionada quanto à sua aparência geral, suavidade de funcionamento, deficiência ou perda dos parafusos da armação e marcações apagadas. O policial que utiliza a arma é responsável pelo seu correto funcionamento e pelas avarias a que der causa. - Examinar o funcionamento do cão, fazendo pressão sobre ele;
  • 20. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 20 - Examinar cuidadosamente a armação, quanto a fendas e fissuras no local onde o cano introduz-se na armação e no tambor; - Verificar o estado da coronha, quanto a fendas ou afrouxamento do parafuso das placas; - Inspecionar a massa de mira, quanto a rebarbas e desalinhamento; - Engatilhar a arma, observando o movimento do tambor. O ressalto do retém do tambor deve engatar em seu alojamento no tambor, caso não ocorra, há indícios de que o impulsor do tambor esteja com defeito; - Verificar se há ferrugem no ponto onde o gatilho penetra na armação, o que pode ser indicativo de que o mecanismo também se ache enferrujado. b) Provas de segurança Periodicamente devem ser efetuadas as seguintes provas de segurança nos revólveres: - Com o revólver descarregado e o tambor fechado, engatilhar o cão, mantendo-o atrás por meio do polegar. Pressionar o gatilho, soltando-o e deixando o cão mover-se para frente, metade de seu percurso. Soltar o cão, deixando-o avançar. Se o percussor aflorar através de seu orifício na placa de obturação, o cão, o impulsor do gatilho ou a trava automática estão defeituosos; - Com o cão avançado, tentar girar o tambor. Se este girar, o retém do mesmo apresenta defeito. Repetir a prova com o cão engatilhado; - Bater o cão "em seco", observando se o percutor aflora em seu orifício. Caso não ocorra, pode estar quebrado ou travado. 3.1.7 Desmontagem Na desmontagem da arma, devem ser utilizadas chaves apropriadas, de acordo com o tamanho da fenda dos parafusos, assim como deverá destinar-se o máximo cuidado em não comprometer o acabamento ou o funcionamento da arma. Não deverá ser empregada força na desmontagem e montagem, as peças devem ser
  • 21. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 21 encaixadas com suavidade, para que não se danifiquem. Na manutenção do revólver, somente serão realizadas as desmontagens de primeiro e segundo escalões. Os demais níveis devem ser deixados para pessoal especializado, de acordo com as normas técnicas regulamentares. Para retirar o tambor: Retira-se o parafuso do retém do suporte do tambor. Comprime-se o botão serrilhado para frente e rebate-se o tambor para a esquerda e o desloca para frente até que o eixo do suporte saia do seu alojamento. Desmontagem do tambor: Desatarraxar a vareta do extrator retirando-a. Retirar a haste central com a mola. Retirar o suporte do tambor. Retirar a mola e anel do extrator. Retirar o extrator.
  • 22. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 22 Desmontagem da Coronha: Retirar o parafuso da coronha e as respectivas placas. Placa do Mecanismo: Retira-se os parafusos restantes que prendem a placa à armação, levantando-a com cuidado para não empená-Ia. Utilizar, preferencialmente, uma haste de bronze ou latão. Mecanismo: Dependendo do modelo da arma podemos ter como auxílio um "clipe" ou um arame fino. Engatilhando-se a arma aparecerá um orifício na haste da mola real e na do impulsor do gatilho, onde introduziremos esses arames, depois é só desengatilhar. Como as hastes ficarão presas, é só retira-las juntamente com suas respectivas molas. Retirar o impulsor do tambor. Retirar o gatilho levantando-o. A seguir, retirar a barra de percussão e o retém do tambor. Nos modelos antigos, retirar o impulsor do gatilho e a mola real erguendo-os, tendo o cuidado de não deixar as molas saltarem, pois é bastante forte. Ferrolho do Tambor: Retirar o parafuso do botão serrilhado e retirando-o com o respectivo botão. Levar o ferrolho para trás ao mesmo tempo em que se levanta a sua parte posterior, tomando cuidado para que não salte a mola.
  • 23. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 23 Montagem As peças devem ser colocadas em uma seqüência lógica de desmontagem, de forma que para montar, basta proceder de maneira inversa à desmontagem. 3.1.8 Limpeza e Conservação Para conservar o revólver em bom estado e assegurar o seu funcionamento, é primordial que os mecanismos se mantenham limpos e lubrificados. Deve-se ter particular cuidado com a armação, para evitar a ferrugem pela ação da umidade do ar ou suor. a) Limpeza normal Para limpar o revólver, quando em uso, mas sem ter atirado, ou quando armazenado, limpar toda sua parte externa, passando um pano limpo e ligeiramente embebido em óleo mineral de boa qualidade (específico para limpeza de armas), depois com outro pano seco, até retirar todo resíduo ou sujeira. Retirar o pó de todas as fendas com o auxílio de uma escova pequena e limpa. Após a limpeza minuciosa, embeber um pedaço de pano em óleo e passar no interior do cano e das câmaras, de modo a manter uma fina película protetora. b) Limpeza antes do tiro Antes do tiro, devem ser tomadas as seguintes medidas, para assegurar o funcionamento eficiente da arma: - Limpar as partes internas do cano e câmaras com pano limpo e seco, de modo a retirar o excesso de óleo; - Esfregar todas as superfícies exteriores com um pano levemente embebido em óleo retirando o pó. c) Limpeza após o tiro Após a instrução ou qualquer outra ocasião em que a arma tenha disparado, a parte interna do cano e das câmaras deve ser limpas, cuidadosamente no mesmo dia que tiver atirado. Se isso não for possível, aplicar óleo, para evitar a formação de
  • 24. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 24 ferrugem, limpando a arma obrigatoriamente após, no máximo, 24 horas decorridas do último disparo. Nesta limpeza, inspecionar, lubrificar e limpar todas as peças. Passar, inicialmente, um trapo limpo, embebido em óleo, no interior das câmaras e do cano, repetindo a operação até que os trapos saiam sem resíduos e limpos. Passar a escova de latão no interior do cano e das câmaras, três ou quatro vezes. Repetir a operação de passagem de um trapo limpo com óleo, até que este, saia novamente isento de sujeira, examinando o interior do cano e das câmaras para ver se estão realmente limpos. Passar fina camada de óleo no interior dos mesmos. Externamente, proceder como na limpeza normal. Em virtude do escapamento de gases resultantes da combustão, que possuem potencial corrosivo, deve-se dispensar especial cuidado com o percutor, a armação (abaixo da ponte e no início do cano) e demais peças que tiverem contato com os gases. Caso o processo para limpeza do cano e câmaras não tenha surtido o efeito desejado, repetir a operação, principalmente a passagem da escova de latão, para a retirada de resíduos de chumbo. Cuidar para que a haste da escova não toque a coroa (boca) do cano da arma, o que poderia inutilizar a porção final do raiamento, comprometendo a precisão da arma. 4. PISTOLA SEMI-AUTOMÁTICA 4.1 Introdução Independente do tipo de arma de coldre utilizada no serviço policial, aquele que a porta deve ter em mente que é necessário um treinamento constante com a mesma, seja ela um revólver ou uma pistola.
  • 25. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 25 A arma deve ser uma extensão do corpo do policial, e somente desta forma ele estará habilitado a utilizá-la em combate real. A Polícia Militar do Estado de Sergipe adquiriu a Pistola Taurus Calibre .40 S&W como arma de dotação regulamentar. Acredito numa natural evolução, onde as vantagens deste tipo de arma serão levadas cada vez mais em consideração na dotação de nosso armamento, em substituição gradual, mas inevitável, ao revólver. A invenção do cartucho de munição metálico, propiciou a criação das modernas armas de repetição, principalmente das de funcionamento semi-automático e automático. As armas semi-automáticas, dentre elas as pistolas, têm por princípio de funcionamento a força que a deflagração da munição exerce sobre a culatra da mesma, determinando o recuo desta. É esta força de recuo, que nada mais é do que a aplicação do princípio da "ação e reação" de Newton, que faz a arma funcionar, alimentando-a a cada ciclo de disparo. Este tipo de arma curta teve sua origem nas experiências de Hiram Maxim, que em 1883 acabou por criar uma arma que utilizava a ação dos gases no momento do disparo para "ciclar" a ação e colocar outro cartucho automaticamente na câmara. Os sistemas de operação das pistolas pouco evoluíram desde então, e poucas alterações em seus mecanismos e sistemas de operação foram criados em nosso tempo. 4.2 Principais Componentes Algumas partes básicas são comuns a todas as pistolas semi-automáticas. São elas: 1. Armação- Parte da arma que serve de suporte ao cano e ao ferrolho e, em parte, ao mecanismo de disparo. Possui a coronha oca para servir de receptáculo ao carregador. Geralmente é fabricada em aço, e modernamente vem sendo construída em metais de liga leve, como o duralumínio, ou ainda, em polímeros plásticos; 2. Cano- Contém a câmara de combustão e, a partir desta, é provido de
  • 26. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 26 raiamento; 3. Ferrolho- Peça em que é mais comum estar montado o bloco da culatra, articulando-se com a armação por meio de nervuras ou encaixes corrediços; 4. Bloco da culatra- Sua face anterior serve de apoio à base do cartucho de munição. Nele está montado o percutor e o extrator; 5. Mecanismo de disparo- É constituído pelo gatilho, cão, percutor, e ainda, pelas travas de segurança; 6. Mecanismo da culatra- Compreende o bloco da culatra, o ferrolho, o extrator, o ejetor, a mola recuperadora e o carregador. Ferrolho Bloco Culatra Cão Cano Armação 4.3 Sistemas de Operação De modo geral, os sistemas de operação e funcionamento das pistolas semi-automáticas podem ser resumidos nos seguintes: 1. Sistema de simples recuo, ou "Blowback"- Neste sistema, o ferrolho e o cano não são travados por ocasião do disparo, e a abertura do ferrolho se dá tão logo sua inércia e a força da mola recuperadora sejam vencidos. É o sistema de operação para cartuchos de baixa potência e pressão de trabalho, geralmente até o calibre .380 ACP; 2. Sistema de recuo retardado, ou "Delayed Blowback"- Aqui o ferrolho e
  • 27. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 27 o cano da arma são travados por um espaço de tempo pré determinado, até que a pressão da combustão da carga de projeção caia a níveis seguros e o ferrolho abra. Utilizado em pistolas semi-automáticas em calibre superior ao .380 ACP; 3. Sistema de ferrolho operado a gás, ou "Gas Operated Bolt"- Sistema em que o ferrolho é movido com o auxílio dos próprios gases da combustão, geralmente utilizado em armas longas e metralhadoras, incorporando, também, algum sistema de travamento na abertura do ferrolho, destinado a armas de grosso calibre, usualmente em calibre superior ao .45 ACP. Por serem os mais freqüentes em nosso meio, os dois primeiros serão objeto de análise quanto ao funcionamento. 4.4 Funcionamento As pistolas semi-automáticas que operam em recuo simples ou recuo retardado, possuem o motor de seu funcionamento na força do recuo exercido diretamente pela base do estojo de munição sobre o ferrolho da arma. Após o disparo, novo tiro depende de novo acionamento do gatilho, nisto diferindo das armas automáticas. Produzido o disparo, a munição é deflagrada e na saída do projétil do cano da arma, a pressão gerada pela queima do propelente nas placas de ar atmosférico é aplicada diretamente sobre o ferrolho. Este recua, comprimindo a mola recuperadora, e realizando, via de regra, as seguintes etapas: a. retração do percutor; b. início da extração do estojo vazio; c. desligamento da articulação com a tecla do gatilho; d. fim da extração; e. ejeção do estojo vazio; f. armação do cão ou do percutor, conforme o caso. Findo o recuo, o ferrolho avança por ação da mola recuperadora, retomando à posição de disparo (ferrolho fechado), levando consigo um novo cartucho à câmara da arma. Neste ponto, ela pode ser novamente acionada, até se esgotar a munição
  • 28. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 28 disponível em seu carregador. Logicamente, estas operações ocorrem em um espaço de tempo quase imperceptível para o olho humano. Os cartuchos de munição das pistolas ficam alojados verticalmente em carregadores, que podem ser de coluna simples ou monofilares, demandando carregadores mais estreitos, ou bifilares, ou ainda, trifilares, dependendo do número de colunas, implicando sempre em carregadores mais volumosos. A coronha das pistolas semi-automáticas é sempre mais espessa do que a de um revólver de igual tamanho. Este aumento resulta em uma maior firmeza e melhor empunhadura da arma; entretanto, devido a seu menor ângulo cano-coronha, e pelo formato da proteção acima da empunhadura (destinada a evitar que o recuo do cão machuque a mão do atirador), não fica no mesmo alinhamento do prolongamento natural do braço do atirador, como nos revólveres. Esta diferença vai implicar na necessidade de um treinamento específico quanto ao ato de empunhá-las, especialmente para quem se vale alternada e freqüentem entre os dois tipos de arma (revólver e pistola). A percussão da munição das pistolas pode se dar de forma direta ou indireta. Na percussão direta, a arma não possui cão, pois este é o próprio percutor. Na indireta, há algum tipo de cão, mesmo embutido, que atua com a pancada
  • 29. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 29 desferida na extremidade de um percutor inerte ou flutuante, que, a seu turno, percute a munição. Da mesma maneira que os revólveres, as pistolas podem possuir mecanismos de ação simples ou dupla. Dependendo do mecanismo, os disparos subseqüentes ao primeiro poderão ser efetuados em ação simples ou dupla. Atualmente, a maioria das pistolas é fabricada com mecanismos de ação dupla, seja somente no primeiro disparo ou em todos. Talvez a grande desvantagem das pistolas semi-automáticas são aquelas que possuem somente mecanismos de ação simples, resida no fato de, após o primeiro tiro, permanecerem engatilhadas e destravadas, o que, em mãos pouco treinadas, pode ser motivo de risco de acidentes indesejáveis, que sempre serão lastimados em situação de combate. 4.5 Dispositivos de Segurança As pistolas semi-automáticas são equipadas com mecanismos para evitar os disparos acidentais. Estas travas podem ser automáticas ou manuais. As primeiras travam a arma automaticamente, ao deixar-se de pressionar a coronha da mesma (sistema de armadilha), enquanto as segundas são acionadas por alavancas ou comandos montados externamente na armação ou no bloco da culatra, ambas impedem o avanço do percutor quando acionadas. 4.6 PT100 na PMSE A maioria das pistolas utilizadas pela Corporação é a PT 100, outros modelos foram adquiridos entretanto, pela semelhança, estudaremos em particular a PT 100. Sendo uma arma cujo
  • 30. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 30 mecanismo trabalha no primeiro tiro em ação dupla, e nos subseqüentes em ação simples, a PT 100 é uma pistola robusta, segura e precisa, que vem preencher a lacuna existente na Corporação. A Pistola PT-100 Cal .40 S&W , é uma arma semi-automática que funciona pela ação dos gases sobre o ferrolho, e com um sistema de trancamento mecânico. A percussão é exercida por um sistema tipo "percussor lançado", e depende exclusivamente da vontade do atirador para cada disparo. A pistola é alimentada por carregador metálico, tipo cofre, com capacidade para 12 ou 10 cartuchos, além do cartucho que pode ser introduzido diretamente na câmara. 4.7 Classificação Nomenclatura.................................................................... Taurus PT 100 Quanto ao tipo................................................................... de porte Quanto ao emprego........................................................... individual Quanto ao funcionamento.................................................. de repetição semi- automática Quanto ao princípio de funcionamento.............................. ação dos gases no ferrolho Quanto ao sistema de refrigeração................................... a ar Carregamento................................................................... retrocarga Carregador........................................................................ metálico, tipo cofre Capacidade do carregador............................................... 12 ou 10 cartuchos Sentido da alimentação.................................................... de baixo para cima Número de raias............................................................... 6 (seis) Sentido............................................................................. dextrógiras Alça de mira..................................................................... fixa, entalhe em "U" Massa de mira................................................................. tipo lâmina, fixa Calibre............................................................................. .40 S&W
  • 31. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 31 4.8 Principais Partes a. Armação b. Cano c. Conjunto do Ferrolho d. Cão, Ejetor e Impulsor da Trava do Percutor
  • 32. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 32 4.9 Mecanismo de Segurança A pistola TAURUS modelo PT-100 possui o mecanismo de segurança composto das seguintes partes, funcionando da maneira que segue: Fase Estática Fase Dinâmica A Trava do Percutor (4) bloqueia permanentemente o mesmo (5) em seu avanço à frente, impedindo disparos acidentais por queda da arma. Esta trava somente é liberada no estágio final do acionamento da tecla do gatilho (1), liberando seu avanço à frente tão logo este receba o impacto do cão (6). A liberação se dá através da cadeia de movimentos formada pelo gatilho (1), tirante do gatilho (2), impulsor e trava do percussor (3), e trava do percutor (4). Como visto, a pistola em estudo possui quatro mecanismos de segurança: a. Mecanismo de Segurança Manual- O mecanismo de segurança manual consiste em um conjunto de peças que fazem parte do conjunto da armação. Estas peças são a tecla de segurança direita, tecla de segurança esquerda com pino de fixação, e mola do mergulhador. Quando as teclas de segurança são deslocadas, por iniciativa do atirador, para a posição travada (superior), o eixo existente na tecla bloqueia a armadilha, não permitindo o acionamento do mecanismo de disparo tanto em ação simples como em dupla ação, além de bloquear o ferrolho impedindo seu movimento à retaguarda; b. Mecanismo de Trava do Percutor- O mecanismo de trava do percutor consiste em um conjunto de peças que fazem parte dos conjuntos do ferrolho e armação. Estas peças são a trava do percutor, sua mola e mergulhador, no ferrolho, e o impulsor da trava do percutor na armação. Quando o gatilho é acionado, por iniciativa do atirador, o tirante do gatilho aciona o impulsor da trava do percutor que,
  • 33. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 33 por sua vez, imprime movimento à trava do mesmo liberando-o. c. Mecanismo de Segurança do Cão- O cão é dotado de três montas: segurança, engatilhamento e monta do desarmador. Quando na monta de segurança ou monta do desarmador, o cão fica impedido de entrar em contato com o percussor em caso de queda. Para haver a percussão no caso do cão estar na monta de segurança, há a necessidade de atuação do atirador premendo completamente o gatilho ou deslocando o cão à retaguarda. No caso do cão estar na monta do engatilhamento, há a necessidade do atirador baixar a(s) teclas(s) de segurança para a posição horizontal e premer o gatilho. d. Mecanismo do Desarmador do Cão- Uma vez a arma engatilhada, travada ou não, se em dado momento o atirador não deseje mais dispará-Ia, basta que seja acionado o "Desarmador do Cão", pressionando qualquer uma das teclas do registro de segurança para baixo. 4.10 Operação de Manejo Por manejo compreende-se o conjunto de operações necessárias ao funcionamento da arma. Como já foi falado as pistolas semi-automáticas possuem manejo semelhante por isso, estudaremos a operação de manejo da PT100, que são as seguintes: a. Municiamento do carregador- Coloque os cartuchos no carregador, pressionando-os para baixo e para trás; b. Alimentação da arma- Coloque o carregador na armação, assegurando-
  • 34. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 34 se que ele fique preso por seu retém. Não golpear o carregador, pois poderá danificar seu retém comprometendo seu funcionamento e conseqüentemente o da arma; c. Carregamento da arma- Com a arma empunhada pela mão forte, e o dedo fora do gatilho, acione o ferrolho para trás, até seu batente, e solte-o. Este movimento posiciona um cartucho na câmara da arma, em condições de tiro. d. Travar/Destravar a arma- Acionar a tecla da trava de segurança manual para cima (travar) ou para baixo (destravar);
  • 35. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 35 e. Atirar- pressionar a tecla do gatilho, com a arma destravada, após a colocação de um cartucho na câmara. O primeiro tiro será dado em ação dupla, e os demais em ação simples; f. Remuniciar/recarregar a arma- Após o último tiro, o ferrolho permanece recuado, preso por seu retém. Acionar o retém do carregador, soltando-o. Colocar outro carregador municiado. Liberar o ferrolho acionando seu retém para baixo. Em seu movimento à frente, o ferrolho novamente coloca um cartucho intacto na câmara; g. Descarregar e desalimentar a arma- Com o cano voltado para uma direção segura, pressione o desarmador do cão para baixo, fazendo com que o cão desengatilhe, voltando para sua posição de repouso. Retire o carregador acionando seu retém desalimentando-a. Acione o ferrolho para trás, certificando-se de que o cartucho que estava na câmara foi devidamente removido. Repita a verificação e exame visual da câmara. 4.11 Funcionamento A pistola TAURUS PT-100 pode ter seu funcionamento descrito da seguinte maneira: a) Posição Inicial; A arma está carregada e é executado um disparo. b) Recuo do Ferrolho; A pressão desenvolvida pela deflagração da carga de projeção age em todos os sentidos, e força o projétil para frente e ao sair, o ferrolho para a retaguarda. Graças ao mecanismo de trancamento, a abertura do ferrolho se efetua somente após a pressão interna do cano da arma baixar para números seguros, evitando que ocorra um mau funcionamento da arma. O ferrolho, no seu recuo, imprime movimento ao cão no sentido de engatilhamento, comprimindo sua mola, a qual o lançará à frente quando houver um novo disparo intencional. Simultaneamente, desconecta o tirante do gatilho da armadilha que, indo à retaguarda, impõe que o cão permaneça engatilhado. O recuo é limitado quando o alojamento da guia da mola recuperadora atinge o batente existente na armação, estando, neste momento, a mola recuperadora no seu máximo de compressão.
  • 36. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 36 b.1. Extração A pressão dos gases obriga o recuo do ferrolho. A função do extrator consiste em extrair o estojo vazio da câmara após o disparo ou um estojo intacto por incidente de tiro ou no momento do descarregamento da arma. b.2. Ejeção No momento em que o alojamento do culote do cartucho no ferrolho se encontra, aproximadamente, a dois terços do curso total do recuo deste, o estojo entra em contato com o ejetor, que o obriga a girar em torno da garra do extrator e o projeta para fora da arma. b.3. Apresentação do cartucho Continuando seu movimento para a retaguarda, o ferrolho ultrapassa o carregador. Os cartuchos do carregador, não estando mais seguros pelo ferrolho, se elevam pela ação da mola do carregador no transportador, até que o cartucho de cima seja limitado pelas abas do carregador, dando-se, então, a apresentação deste cartucho. b.4. Engatilhamento Ainda no recuo, o ferrolho aciona o tirante do gatilho no sentido de desconectar o mecanismo de disparo, liberando, assim, a armadilha para reter o cão, por monta específica na sua posição "engatilhado". c) Avanço do ferrolho O ferrolho é impelido para frente, por ação da mola recuperadora, deixando retido na armadilha, pela monta específica, o cão e deixando desativado o mecanismo de disparo, por ação do tirante do gatilho ora desconectado da armadilha. c.1. Carregamento e fechamento Continuando seu avanço, o ferrolho empurra o cartucho apresentado no carregador para frente. Em seu movimento, a ogiva do projétil encontra a rampa de
  • 37. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 37 acesso existente no cano. Esta orienta o projétil para a câmara, desprendendo-se, assim, o cartucho das abas do carregador, e ficando o ferrolho "fechado" sobre a parte posterior do cano. c.2. Trancamento A partir deste ponto, o ferrolho empurra também o cano para frente, e obriga o bloco de trancamento a subir em uma rampa, específica, na armação, imprimindo a aletas do bloco, movimento de ascensão e determinando que elas se alojem nos entalhes laterais do ferrolho, efetuando-se, assim, o trancamento da arma; d. Desengatilhamento A ação do dedo sobre a tecla do gatilho, no sentido de suavizar a pressão exercida, faz com que ele retome à frente e conecte novamente o tirante do gatilho na armadilha, deixando a arma, novamente, em condições de tiro. Exercendo-se novamente pressão no gatilho, o tirante deste aciona a armadilha no sentido de liberar o cão que, sob a ação de sua mola, é lançado para frente, indo golpear o percutor inercial que está inserido no ferrolho. Simultaneamente, o mesmo tirante do gatilho aciona o impulsor da trava do percutor, que, por sua vez, aciona a trava do mesmo, inserida no ferrolho, destravando-o. e. Percussão O cão transmite ao percutor inercial a energia que fará detonar a espoleta do cartucho, que está inserido na câmara, provocando a deflagração da carga de projeção e a repetição do ciclo da arma, se o atirador assim o desejar. 4.12 Manutenção 4.12.1 Desmontagem de 1º escalão O policial que utiliza a arma é o responsável direto pelos cuidados de sua manutenção básica. Isto inclui a proteção contra as intempéries e o uso diuturno, bem como a manutenção de 1º escalão. Os demais níveis de manutenção devem, obrigatoriamente, ser deixados para pessoal especializado.
  • 38. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 38 Para desmontar a PT-100: a. retirar o carregador, acionando seu retém, próximo ao guarda mato; b. Acionar o ferrolho até o final de seu curso, inspecionando a câmara; c. Com o ferrolho fechado, pressionar o retém da alavanca de desmontagem, girando-a para baixo;
  • 39. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 39 d. Deslizar o conjunto ferrolho/cano para frente, até liberá-Io da armação; e. Comprimir a guia da mola recuperadora, levantando-a com sua Haste retirando do ferrolho; f. Retirar o cano deslocando-o para cima e retaguarda;
  • 40. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 40 4.12.2 PT 100 Desmontada Ferrolho Haste Mola Recuperadora Bloco de Trancamento Cano Alavanca de Desmontagem Ejetor Tecla de Segurança Cão Guarda Matos Tecla do Gatilho Retém do Ferrolho Retém do Carregador Montagem As peças são colocadas em uma seqüência de desmontagem, de forma que a montagem seja de forma inversa. Na montagem devemos ainda, levar em
  • 41. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 41 consideração que devemos manter abaixado o impulsor da trava de segurança, para que o conjunto do ferrolho não venha danificá-la. 3.12.3 Limpeza e Conservação a. Antes de qualquer operação de manutenção e limpeza da arma, certificar- se de que a pistola esteja desmuniciada e descarregada; b. Em intervalos regulares, desmontar a arma da forma já vista, limpando-a e retirando os resíduos de pólvora das partes desmontadas, aplicando óleo leve para armamento; c. Quando exposta à umidade excessiva, areia, condensação, imersão em água ou outras condições adversas, limpar o mecanismo, desmontando-o até o 1° escalão, e retirando os corpos estranhos que ali se encontrem; d. As armas devem ser armazenadas em local seco, sem variações bruscas de temperatura e em suportes adequados; e. Não lubrificar a arma em excesso durante sua limpeza. Evitar o excesso de óleo no interior do cano e no carregador.
  • 42. ____________________________________________________________________________________________________ José Luiz Ferreira dos Santos- 1ºTen QOPM Instrutor do CFAP 42 Referências Bibliográficas Oliveira-Gomes-Flores. Tiro de Combate Policial. Uma Abordagem Técnica. 4ª edição. Ed. São Cristóvão.2001. Revista Magnum, (Periódicos). Ed. Magnum. São Paulo. 1986 à 1995. Revista Hunter. (Periódicos). Ed. Fittipaldi. São Paulo. 1992 à 1996.