SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  24
Télécharger pour lire hors ligne
iniciativa
001.1
2012
"Existem dois dias no ano em que
        não podemos fazer nada:
            o ontem e o amanhã"
                       Mahatma Gandhi
02
INTRODUÇÃO

113/115                                                   devir| Sentimento de impotência em relação a esta
                                                          mudança avassaladora.
Um lugar, um ponto de encontro, uma oportunidade.         É uma tarefa difícil?
A ideia surgiu sob o mote da Arte como espaço vivo e      Ou será antes, e ainda no registo da saciedade, “o pão
simbólico que é também um lugar para se viver, biolo-     nosso de cada dia”, que não custa nem envergonha
gicamente claro está.                                     mostrar?
Sentíamos, alguns, a carência desta dimensão mais         Em vez de uma resposta linear, descobrimos antes ou-
completa, desta pequena grande parte da nossa Huma-       tro processo criativo.
nidade, e o apelo pela qualidade da experiência artís-    Associámos livremente tudo o que nos veio à ideia e
tica per si e da sua vivência na pluralidade – o apelo    colocámo-lo em papel.
pela dialética no discurso visual.                        O que a seguir se tenta fazer é cumprir o passo seguin-
113/115 é o espaço em que, seminalmente, eu e Si-         te:
mão Carneiro, um dos Autores incluídos nesta inicia-      Escolher o Título, fixar o Calendário e sustentar uma
tiva, estaremos a pintar, durante dois meses, pela mão,   Itinerância possível no Parque da Nações em Lisboa e
generosidade e disponibilidade de uma Mecenas das         num 2º espaço ainda em angariação, no Município de
Artes (Obrigado Margarida J).                             Cascais.
Durante este período, a pintar com a vontade e ânimo
de quem procura, ao fim de um longo jejum, de pão pa-     ''UBUNTU, how can one of us be happy if all the other
ra a boca, estaremos também a cuidar e a reabilitar o     ones are sad?''
espaço para acolher a 1ª seleção expositiva de um con-    Retirado de um diálogo entre membros de uma Tribo
junto alargado de Artistas.                               no Malawi, com evocação da cultura Xhosa.
O evento que cumulará este período de tempo é o “ban-     'UBUNTU' significa: "Eu sou porque nós somos"
quete”, e esta é uma crença que se funda na qualidade
dos Autores convidados, em que daremos saciedade a
quem está, também, assim faminto de emoção, senti-
mento, profundidade, densidade, dramatismo ou até
mesmo comicidade, “non sense”, com toda a evoca-
ção poética possível, por contraste com a realidade du-
ra e crua do momento que atravessamos.
CRISE
Um Mundo em crise. Em fim dela… no seu início…
Na verdade e em síntese, o mote é este binómio
Arte|Ser Humano enquanto criador versus Mundo em




                                                                                                                03
CONCEITO

 “ Nós, os seres humanos, tivemos a nossa origem nu-
 ma linha de primatas bípedos que é possível localizar,
 na sua existência, há cerca de uns três milhões e meio
 de anos atrás.
 Estes nossos antepassados eram seres que tinham ma-
 is ou menos o tamanho de um menino de oito anos de
 idade. Caminhavam em posição erecta, como nós, e
 devem ter tido igual capacidade para manejar e utili-
 zar o seu corpo. A sua massa cerebral andava por volta   se, a linguagem surgiu entrelaçada no emocionar,
 de um terço do volume da nossa. É possível afirmar       constituindo o conversar, e nesta origem do conversar
 que viviam em grupos relativamente pequenos de 12 a      junto com o viver surgiu o humano (...)”
 15 pessoas, incluindo jovens, adultos e bebés. Estes
 seres eram recolectores de alimentos (...)               Tradução e interpretação pontual de parágrafos retirados da obra “El Sentido
                                                          de lo Humano” de Humberto Maturana, 8ª edição, 1996, pags 250 e 251
 O modo de vida próprio destes nossos antepassados
 era, no seu fundamental, igual ao modo dos dias de ho-   Este é o texto mais interessante e provavelmente o me-
 je mas sem o uso da linguagem: vivia-se em grupos pe-    nos consensual que encontrei para fundar as pergun-
 quenos como famílias grandes; compartilhavam-se os       tas mote para o conceito expositivo de fundo:
 alimentos; vivia-se na envolvência sensual da carí-
 cia; vivia-se numa sexualidade frontal que implicava     « Se a Linguagem e o Amor são o fundamento do
 estar cara a cara um com o outro, na intimidade de um    Humano como pode a Má Moeda regular a a nossa
 encontro pessoal; e por último, possivelmente; vivia-    existência individual e coletiva? »
 se numa participação dos machos no cuidado e cria-
 ção das crianças. (...)                                  « Considerando que na Arte ocupamos livremente a
 Vamos assumir que nada se passa nos sistemas vivos       nosso lugar no Mundo pelo que, se a cada um de nós, a
 que a sua biologia não o permita e que tão pouco esta    partir do ponto em que nos posicionamos, nos fosse da-
 biologia determina o que sucede no viver, senão na es-   da a possibilidade de arremessar uma mensagem im-
 pecificação dos limites para o que é possível suceder    portante, qual seria e quais os destinatários »
 (...)
 Foi neste modo de vida, em estreita interacção sensu-    «Se nada disto te faz sentido, porque é que não
 al, com partilha do alimento, com participação dos ma-   fazes antes o que te apetece?»
 chos no cuidar das crianças, que teve origem a lingua-
 gem, como uma maneira de viver em coordenações de        Nota: o conceito na verdade está em aberto, pelo que
 coordenações de conduta consensuais, e ao originar-      se aceitam outras sugestões e contribuições :)




04
PROPOSTAS
                                                               PARA TÍTULO
                                                                                                           76. com e sent arte toghether
                                                                       48. see it                          77. Very "arde"!
                                                                       49. toutch it                       78. hard ideas (lolo)
                                                                       50. don´t eat it                    79. Arde ideias
                                                                                                           80. Peace and art
                                                                       51. happy minute                    81. art and constructions
                                                                       52. Molhando-se à chuva             82. Brothers and sisters art
                                                                       53. espreitadelas                   83. Art and brain
                                                                       54. Voa mas nao cái!                84. Arde e bem
                                                                       55. Meter o nariz                   85. Dificult title
                                                                       56. nothing                         86. much arte , machar te (lol)
                                                                       57. else                            87. mancharte
                                                                       58. espreita ou peek                88. fazP'Arte
                                                                       59. stalk                           89. Expressar te
                                                                       60. housewall                       90. a'RRISCA
                                                                       61. block ideas                     91. OLH alharte
                                                                       62. curiosity block                 92. Sardinha com espinha
                                                                       63. spherical block                 93. Balelarte
                                                                       64. square spherical                94. Xifonetes
                                                                       65. possibility and impossibility   95. Póarte
                                                                       66. block possibility               96. Milimétrico e palmo
                                                                       67. exact                           97. brain ideas
                                                                       68. jumped                          98. fell ideas
                                                                       69. expressamente obrigatorio       99. ideias box
                                                                       70. expressat'arte                  100. box ideas
                                                                       71. criar te                        101. why art ideas?
Nuno Quaresma                      28. Civilization                    72. brainarte                       102. Why ideas?
                                   29. 4                               73. and ar- te (and arte)
1. Daqui a nada estás a levar um   30. 3,14                                                                103. Experience and make
                                                                       74.expressar te                     104. make art ...
papo seco MAN (Money –             31. I glorified You                 75. concentr ar te limon
Authority – Need )                 Ana Raposo
2. BAD MAN (Money – Authority
– Need )                           33. Onde deixei as minhas asas?
3. No Man's Land                   34. Não gosto assim...
4. 3 Crossed Road                  35. Amo a tua mente
5. Gloria                          36. Real ou virtual?
 6. Aka                            37. azul, claro!
 7. Abba                           38.Queria conhecer-te um dia
8. Revolução                       39. Se chover vou entender
9.Revolution                       40. Fala
10.Pérola                          41. Perto
11.Bi-gode Almighty                42. Quase que te senti perto, mas
12. Semper                         estavas longe, muito longe
13. Tina… Tina                     43. je veux
14. SIR- Seu Romântico Incurável   44. O que já foi
15. Acess Denied                   45. Bananas, bolacha maria, sumo
16. Sem Acesso
17. Angústia para o Jantar         de limão e mel
18. Gaita
19. Outra vez peixe frito          Simão Carneiro
20. Standing Ovation
21. A Cigarra e a Formiga          46. Tisana
22. Branco
23. Cinzento                       Fernando Glória
24. Azul
25. Freiheit                       47. Rambóia
26. Ich und du
27. Semper Paratus                 Sara Silva




                                                                                                                                             05
LUGAR
EXPOSITIVO?
     O museu é uma instituição ocidental que expressa
     uma intenção de colecionar objetos para serem mos-
     trados. Desde a Grécia antiga encontramos referên-
     cias a coleções e instituições preocupadas com a me-
     mória, como aquela existente no Liceu de Aristóte-
     les (334 AC) ou no Mouseion.
     Criado juntamente com a Biblioteca por Ptolomeu,
     em Alexandria (séc. III AC), ambas vinculadas a Ale-     tas operações não surgem com o museu, nem com a bi-
     xandre Magno. Inicialmente estas instituições não        blioteca e nem com o arquivo, mas com a coleção, seja
     se dissociam da pesquisa e da educação e utilizam        ela qual for, e estão (as operações) muito próximas - na
     como sua matéria-prima a coleção de objetos, plan-       sua origem - com as classificações dos seres e do co-
     tas e animais da natureza. A partir de fins do século    nhecimento. Entretanto, mais do que a organização
     XVIII o museu recolhe e abriga fragmentos, objetos,      dos objetos, livros ou obras, é a motivação de seu agru-
     artefatos e obras da natureza e da cultura e os agrupa   pamento o aspeto que mais nos interessa; a ordem que
     em coleções com o propósito de expor. Essa memó-         está por trás das exposições, aquela que norteia a mon-
     ria, constituída a partir de objetos selecionados se-    tagem dos acervos, os agrupamentos das peças, sua se-
     gundo critérios de valor, não provém de um colecio-      quência, distribuição e formas de exposição. Estas
     nismo neutro ou isento, mas comprometido com o po-       ações revelam aspetos da matriz cultural de uma épo-
     der hegemônico, com as ideias e o contexto da época      ca, já que as formas de organização estão profunda-
     em que ocorre. O conceito de valor não é absoluto e      mente vinculadas a epistéme (2 ).
     varia em cada cultura e ao longo da história da huma-    Existem formas de organização diferentes para mo-
     nidade, e cada coleção traz a assinatura de sua épo-     mentos diferentes e também para culturas particula-
     ca e de seus patrocinadores.                             res. Os gabinetes de curiosidades do Renascimento e
     O museu tem, com a Biblioteca e o Arquivo, algumas       as bibliotecas da mesma época não tinham as mesmas
     características em comum: são eles os depositários       formas de organização que utilizamos hoje. Ao olhar
     da memória coletiva, o que não se resume apenas à        uma imagem de um desses gabinetes a nossa tendên-
     manutenção e conservação das coleções. Envolve           cia é a de ver um acúmulo de objetos colocados uns ao
     também a exposição desse acervo para as pessoas de       lado dos outros, sem qualquer tipo de organização, cri-
     forma a prover o rápido acesso e recuperação dos ob-     tério de agrupamento ou mesmo relação entre eles. Qu-
     jetos ou informações desejados, o que leva à neces-      al seria a ligação possível entre a pintura de uma pai-
     sidade de um trabalho interno de identificação, cata-    sagem, um peixe embalsamado e uma lâmpada a óleo?
     logação e de classificação, seja uma coleção de li-      No entanto os gabinetes possuíam formas de organiza-
     vros, de quadros ou de vasos etruscos. No entanto es-    ção bastante coerentes, mesmo que nós tenhamos difi-
                                                              culdades em identificá-las.




06
Notas:

1. O termo 'espaço relacional' é utilizado por Matura-
na, para quem “A autoconsciência não está no cérebro
– ela pertence ao espaço relacional que se constitui na
linguagem. “ (Maturana,1998b, p. 28).
 Também Moacir dos Anjos utiliza a expressão ao falar
do museu atual: “o Museu na contemporaneidade é
um espaço de construção de uma ideia de estar no mun-
do; o Museu é, portanto, um espaço relacional entre os
homens e as coisas” (ANJOS, s/d).
2. Epistéme, ou campo epistemológico é, para
Foucault, “onde os conhecimentos, encarados fora de
todo o critério que se refira ao seu valor universal ou às
suas formas objetivas, enraízam a sua positividade e
manifestam assim uma história que não é a da sua per-
feição crescente, mas antes a das suas condições de
possibilidade; nesta narrativa, o que deve aparecer
são, no espaço do saber, as configurações que deram lu-
gar às diversas formas do conhecimento empírico”
(FOUCAULT, 1966: 10).
In Museu: de espelho do mundo a espaço relacional , de Durval de Lara Filho, 2006
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Área
de concentração Cultura e Informação, Linha de pesquisa Mediação e Ação Cultural da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de SãoPaulo, como exigência parcial pa-
ra a obtenção do título de Mestre em Ciência da Informação, sob a orientação do Prof. Dr.
Martin Grossmann
http://www.scribd.com/doc/50085781/Museu-de-espelho-do-mundo-a-espaco-
relacional-FILHO-Durval-de-Lara




                                                                                            07
08
AUTORES

Sara Silva – Pintura, Desenho, Colagem                     duis dolore te feugait nulla facilisi. Nam liber tempor
Mário Rainha Campos – Fotografia, Performance              cum soluta nobis eleifend option congue nihil imper-
Ana Raposo – Pintura, Multimédia                           diet doming id quod mazim placerat facer possim as-
Simão Carneiro – Pintura, Desenho                          sum. Typi non habent claritatem insitam; est usus le-
Fernando Glória – Pintura, Desenho                         gentis in iis qui facit eorum claritatem. Investigatio-
Joana Escada – Desenho, Escultura                          nes demonstraverunt lectores legere me lius quod ii
Saskia Ludescher - Multimédia                              legunt saepius. Claritas est etiam processus dynami-
Simona Scotti - Multimédia                                 cus, qui sequitur mutationem consuetudium lecto-
Paulo Muiños - Fotografia                                  rum. Mirum est notare quam littera gothica, quam
Paulo Castanheira - Fotografia                             nunc putamus parum claram, anteposuerit litterarum
Ana- Fotografia                                            formas humanitatis per seacula quarta decima et quin-
Clo Bougard - Pintura                                      ta decima. Eodem modo typi, qui nunc nobis videntur
Sérgio Dantas - Multimédia                                 parum clari, fiant sollemnes in futurum.Lorem ipsum
Glória Oliveira – Desenho, Pintura                         dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit, sed diam
Diana Almeida – Desenho, Pintura                           nonummy nibh euismod tincidunt ut laoreet dolore
Filipe Belo – Escultura                                    magna aliquam erat volutpat. Ut wisi enim ad minim
Sara Livramento – Pintura                                  veniam, quis nostrud exerci tation ullamcorper susci-
Artur Simões Dias – Desenho, Pintura, Escultura            pit lobortis nisl ut aliquip ex ea commodo consequat.
Claudine Rodrigues- Desenho, Pintura                       Duis autem vel eum iriure dolor in hendrerit in vulpu-
João Silva- Pintura                                        tate velit esse molestie consequat, vel illum dolore eu
Inês Gomes- Desenho, Escultura                             feugiat nulla facilisis at vero eros et accumsan et iusto
Miguel Portelinha- Pintura, Street Art                     odio dignissim qui blandit praesent luptatum zzril de-



bh euismod tincidunt ut laoreet dolore magna aliquam            PROCURA-SE
erat volutpat. Ut wisi enim ad minim veniam, quis nos-
trud exerci tation ullamcorper suscipit lobortis nisl ut
aliquip ex ea commodo consequat. Duis autem vel
eum iriure dolor in hendrerit in vulputate velit esse
molestie consequat, vel illum dolore eu feugiat nulla
facilisis at vero eros et accumsan et iusto odio dignis-
sim qui blandit praesent luptatum zzril delenit augue



                                                           Comissária
                                                           Curator                                                09
10
AKA?

AKA
Also Known As                                           002 nq
Depois dos retornos em torno do desafio inicial para    “JAWS 1 AKA Capitalismo Financeiro não nos coma
a sugestão de títulos para a Mostra Coletiva para a     por parvos.”
qual estamos alinhados, esta foi a expressão que ma-    Técnica mista sobre tela, 50x60 cm, incompleta
is se destacou das múltiplas postuladas entre todos
durante esta primeira fase.                             003 nq
AKA, Also Known As, “Também Conhecido Por”…             “JAWS 2 AKA O Medo mata a Criatividade”
Chegou pois o momento de encetar o segundo desa-        Provavelmente a óleo sobre tela, grande formato – díp-
fio: o de criar a imagem/ conceito de Design Visual     tico … e a caminho tenho também:
para a iniciativa.
Falo de escolhas tipográficas, formatos para pagina-    003 nq
ção do catálogo (uma vez que o primeiro serve ape-      “Forçar a História a repetir-se AKA outra vez peixe fri-
nas para elencar Autores, Obras e alguns vetores ini-   to!”
ciais que nortearam o desafio para esta Coletiva),      Provavelmente a óleo sobre tela, pequeno formato
material promocional impresso, digital e Site de
Internet.                                               Na seleção constam já também outras obras que ainda
                                                        não titulei e legendei e para as quais aproveito e peço
Nesta 2ª fase da organização compete-nos passar da      esta informação.
ideia à forma, não apenas em matéria de Design e        Para quem ainda não abraçou o desafio, reitero o con-
Conceito Curatorial, mas sobretudo na produção de       vite.
Obras.
A primeira que da minha parte vos envio, na forma       Com um Abraço
de partilha e desafio, é também a primeira que dou      Nuno Quaresma
como concluída apenas com fim à adequação ao(s)
tema(s)/ reflexão deste evento.

001 nq
“O Embuste da Austeridade AKA não me toques no
pão senão temos molho”
Lápis de cor e aguarela sobre papel, 55x65 cm, Outu-
bro de 2012
… sobre o cavalete tenho o:
002 proposta exposição coletiva nq, final
002 proposta exposição coletiva nq, final
002 proposta exposição coletiva nq, final
002 proposta exposição coletiva nq, final
002 proposta exposição coletiva nq, final
002 proposta exposição coletiva nq, final

Contenu connexe

Plus de Nuno Quaresma

ArvoreDaVida_ResenhaDescritiva
ArvoreDaVida_ResenhaDescritivaArvoreDaVida_ResenhaDescritiva
ArvoreDaVida_ResenhaDescritivaNuno Quaresma
 
CeciNestPasUnePipe_NunoQuaresma.pdf
CeciNestPasUnePipe_NunoQuaresma.pdfCeciNestPasUnePipe_NunoQuaresma.pdf
CeciNestPasUnePipe_NunoQuaresma.pdfNuno Quaresma
 
Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitátia end...
Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitátia end...Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitátia end...
Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitátia end...Nuno Quaresma
 
Recensão explicativa salvator mundi nq
Recensão explicativa salvator mundi nqRecensão explicativa salvator mundi nq
Recensão explicativa salvator mundi nqNuno Quaresma
 
Revista Aka Arte om duplo sentido
Revista Aka Arte om duplo sentidoRevista Aka Arte om duplo sentido
Revista Aka Arte om duplo sentidoNuno Quaresma
 
023 a contra capa a 044 aka om lind mundo
023 a contra capa a 044  aka om lind mundo023 a contra capa a 044  aka om lind mundo
023 a contra capa a 044 aka om lind mundoNuno Quaresma
 
000 capa a 022 final aka om lind mundo
000 capa a 022 final aka om lind mundo000 capa a 022 final aka om lind mundo
000 capa a 022 final aka om lind mundoNuno Quaresma
 
Pre maquete expo aka om 2014
Pre maquete expo aka om 2014Pre maquete expo aka om 2014
Pre maquete expo aka om 2014Nuno Quaresma
 
02 pdf para demonstração mural 200 anos d. bosco
02 pdf para demonstração mural 200 anos d. bosco02 pdf para demonstração mural 200 anos d. bosco
02 pdf para demonstração mural 200 anos d. boscoNuno Quaresma
 
Final catálogo exposição coletiva aka cb arte contemp
Final catálogo exposição coletiva aka  cb arte contempFinal catálogo exposição coletiva aka  cb arte contemp
Final catálogo exposição coletiva aka cb arte contempNuno Quaresma
 
001 Porque O Amor é Eterno… MemóRia Descritiva Nuno Quaresma, N 20100180, M...
001 Porque O Amor é Eterno…  MemóRia Descritiva  Nuno Quaresma, N 20100180, M...001 Porque O Amor é Eterno…  MemóRia Descritiva  Nuno Quaresma, N 20100180, M...
001 Porque O Amor é Eterno… MemóRia Descritiva Nuno Quaresma, N 20100180, M...Nuno Quaresma
 
004 HistóRia E PráTicas Do Desenho ApresentaçãO Sobre Piranesi Nuno Quaresma
004 HistóRia E PráTicas Do Desenho ApresentaçãO Sobre Piranesi  Nuno Quaresma004 HistóRia E PráTicas Do Desenho ApresentaçãO Sobre Piranesi  Nuno Quaresma
004 HistóRia E PráTicas Do Desenho ApresentaçãO Sobre Piranesi Nuno QuaresmaNuno Quaresma
 
001 As Aventuras De Sam, A Origem
001 As Aventuras De Sam, A Origem001 As Aventuras De Sam, A Origem
001 As Aventuras De Sam, A OrigemNuno Quaresma
 
001 Projeto Escultura ArmaçãO De PêRa
001 Projeto Escultura ArmaçãO De PêRa001 Projeto Escultura ArmaçãO De PêRa
001 Projeto Escultura ArmaçãO De PêRaNuno Quaresma
 
002 As Aventuras De Sam, Teaser
002 As Aventuras De Sam, Teaser002 As Aventuras De Sam, Teaser
002 As Aventuras De Sam, TeaserNuno Quaresma
 
As Aventuras De Sam, MistéRio Da Carta Perdida, Pag 1
As Aventuras De Sam, MistéRio Da Carta Perdida, Pag 1As Aventuras De Sam, MistéRio Da Carta Perdida, Pag 1
As Aventuras De Sam, MistéRio Da Carta Perdida, Pag 1Nuno Quaresma
 
Catalogo Beautiful Creation Nuno Quaresma
Catalogo Beautiful Creation Nuno QuaresmaCatalogo Beautiful Creation Nuno Quaresma
Catalogo Beautiful Creation Nuno QuaresmaNuno Quaresma
 
Plano De Aula Sagrada Familia Pop Osj Dez 2010
Plano De Aula Sagrada Familia Pop Osj Dez 2010Plano De Aula Sagrada Familia Pop Osj Dez 2010
Plano De Aula Sagrada Familia Pop Osj Dez 2010Nuno Quaresma
 
Articentro 2011 Ensinar E Aprender Duas Vezes
Articentro 2011 Ensinar E Aprender Duas VezesArticentro 2011 Ensinar E Aprender Duas Vezes
Articentro 2011 Ensinar E Aprender Duas VezesNuno Quaresma
 

Plus de Nuno Quaresma (20)

ArvoreDaVida_ResenhaDescritiva
ArvoreDaVida_ResenhaDescritivaArvoreDaVida_ResenhaDescritiva
ArvoreDaVida_ResenhaDescritiva
 
CeciNestPasUnePipe_NunoQuaresma.pdf
CeciNestPasUnePipe_NunoQuaresma.pdfCeciNestPasUnePipe_NunoQuaresma.pdf
CeciNestPasUnePipe_NunoQuaresma.pdf
 
Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitátia end...
Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitátia end...Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitátia end...
Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitátia end...
 
Recensão explicativa salvator mundi nq
Recensão explicativa salvator mundi nqRecensão explicativa salvator mundi nq
Recensão explicativa salvator mundi nq
 
Revista Aka Arte om duplo sentido
Revista Aka Arte om duplo sentidoRevista Aka Arte om duplo sentido
Revista Aka Arte om duplo sentido
 
023 a contra capa a 044 aka om lind mundo
023 a contra capa a 044  aka om lind mundo023 a contra capa a 044  aka om lind mundo
023 a contra capa a 044 aka om lind mundo
 
000 capa a 022 final aka om lind mundo
000 capa a 022 final aka om lind mundo000 capa a 022 final aka om lind mundo
000 capa a 022 final aka om lind mundo
 
Pre maquete expo aka om 2014
Pre maquete expo aka om 2014Pre maquete expo aka om 2014
Pre maquete expo aka om 2014
 
02 pdf para demonstração mural 200 anos d. bosco
02 pdf para demonstração mural 200 anos d. bosco02 pdf para demonstração mural 200 anos d. bosco
02 pdf para demonstração mural 200 anos d. bosco
 
Final catálogo exposição coletiva aka cb arte contemp
Final catálogo exposição coletiva aka  cb arte contempFinal catálogo exposição coletiva aka  cb arte contemp
Final catálogo exposição coletiva aka cb arte contemp
 
001 Porque O Amor é Eterno… MemóRia Descritiva Nuno Quaresma, N 20100180, M...
001 Porque O Amor é Eterno…  MemóRia Descritiva  Nuno Quaresma, N 20100180, M...001 Porque O Amor é Eterno…  MemóRia Descritiva  Nuno Quaresma, N 20100180, M...
001 Porque O Amor é Eterno… MemóRia Descritiva Nuno Quaresma, N 20100180, M...
 
004 HistóRia E PráTicas Do Desenho ApresentaçãO Sobre Piranesi Nuno Quaresma
004 HistóRia E PráTicas Do Desenho ApresentaçãO Sobre Piranesi  Nuno Quaresma004 HistóRia E PráTicas Do Desenho ApresentaçãO Sobre Piranesi  Nuno Quaresma
004 HistóRia E PráTicas Do Desenho ApresentaçãO Sobre Piranesi Nuno Quaresma
 
001 As Aventuras De Sam, A Origem
001 As Aventuras De Sam, A Origem001 As Aventuras De Sam, A Origem
001 As Aventuras De Sam, A Origem
 
001 Projeto Escultura ArmaçãO De PêRa
001 Projeto Escultura ArmaçãO De PêRa001 Projeto Escultura ArmaçãO De PêRa
001 Projeto Escultura ArmaçãO De PêRa
 
002 As Aventuras De Sam, Teaser
002 As Aventuras De Sam, Teaser002 As Aventuras De Sam, Teaser
002 As Aventuras De Sam, Teaser
 
As Aventuras De Sam, MistéRio Da Carta Perdida, Pag 1
As Aventuras De Sam, MistéRio Da Carta Perdida, Pag 1As Aventuras De Sam, MistéRio Da Carta Perdida, Pag 1
As Aventuras De Sam, MistéRio Da Carta Perdida, Pag 1
 
Catalogo Beautiful Creation Nuno Quaresma
Catalogo Beautiful Creation Nuno QuaresmaCatalogo Beautiful Creation Nuno Quaresma
Catalogo Beautiful Creation Nuno Quaresma
 
Pop Mag Catalogo
Pop Mag CatalogoPop Mag Catalogo
Pop Mag Catalogo
 
Plano De Aula Sagrada Familia Pop Osj Dez 2010
Plano De Aula Sagrada Familia Pop Osj Dez 2010Plano De Aula Sagrada Familia Pop Osj Dez 2010
Plano De Aula Sagrada Familia Pop Osj Dez 2010
 
Articentro 2011 Ensinar E Aprender Duas Vezes
Articentro 2011 Ensinar E Aprender Duas VezesArticentro 2011 Ensinar E Aprender Duas Vezes
Articentro 2011 Ensinar E Aprender Duas Vezes
 

002 proposta exposição coletiva nq, final

  • 2.
  • 3. "Existem dois dias no ano em que não podemos fazer nada: o ontem e o amanhã" Mahatma Gandhi
  • 4. 02
  • 5. INTRODUÇÃO 113/115 devir| Sentimento de impotência em relação a esta mudança avassaladora. Um lugar, um ponto de encontro, uma oportunidade. É uma tarefa difícil? A ideia surgiu sob o mote da Arte como espaço vivo e Ou será antes, e ainda no registo da saciedade, “o pão simbólico que é também um lugar para se viver, biolo- nosso de cada dia”, que não custa nem envergonha gicamente claro está. mostrar? Sentíamos, alguns, a carência desta dimensão mais Em vez de uma resposta linear, descobrimos antes ou- completa, desta pequena grande parte da nossa Huma- tro processo criativo. nidade, e o apelo pela qualidade da experiência artís- Associámos livremente tudo o que nos veio à ideia e tica per si e da sua vivência na pluralidade – o apelo colocámo-lo em papel. pela dialética no discurso visual. O que a seguir se tenta fazer é cumprir o passo seguin- 113/115 é o espaço em que, seminalmente, eu e Si- te: mão Carneiro, um dos Autores incluídos nesta inicia- Escolher o Título, fixar o Calendário e sustentar uma tiva, estaremos a pintar, durante dois meses, pela mão, Itinerância possível no Parque da Nações em Lisboa e generosidade e disponibilidade de uma Mecenas das num 2º espaço ainda em angariação, no Município de Artes (Obrigado Margarida J). Cascais. Durante este período, a pintar com a vontade e ânimo de quem procura, ao fim de um longo jejum, de pão pa- ''UBUNTU, how can one of us be happy if all the other ra a boca, estaremos também a cuidar e a reabilitar o ones are sad?'' espaço para acolher a 1ª seleção expositiva de um con- Retirado de um diálogo entre membros de uma Tribo junto alargado de Artistas. no Malawi, com evocação da cultura Xhosa. O evento que cumulará este período de tempo é o “ban- 'UBUNTU' significa: "Eu sou porque nós somos" quete”, e esta é uma crença que se funda na qualidade dos Autores convidados, em que daremos saciedade a quem está, também, assim faminto de emoção, senti- mento, profundidade, densidade, dramatismo ou até mesmo comicidade, “non sense”, com toda a evoca- ção poética possível, por contraste com a realidade du- ra e crua do momento que atravessamos. CRISE Um Mundo em crise. Em fim dela… no seu início… Na verdade e em síntese, o mote é este binómio Arte|Ser Humano enquanto criador versus Mundo em 03
  • 6. CONCEITO “ Nós, os seres humanos, tivemos a nossa origem nu- ma linha de primatas bípedos que é possível localizar, na sua existência, há cerca de uns três milhões e meio de anos atrás. Estes nossos antepassados eram seres que tinham ma- is ou menos o tamanho de um menino de oito anos de idade. Caminhavam em posição erecta, como nós, e devem ter tido igual capacidade para manejar e utili- zar o seu corpo. A sua massa cerebral andava por volta se, a linguagem surgiu entrelaçada no emocionar, de um terço do volume da nossa. É possível afirmar constituindo o conversar, e nesta origem do conversar que viviam em grupos relativamente pequenos de 12 a junto com o viver surgiu o humano (...)” 15 pessoas, incluindo jovens, adultos e bebés. Estes seres eram recolectores de alimentos (...) Tradução e interpretação pontual de parágrafos retirados da obra “El Sentido de lo Humano” de Humberto Maturana, 8ª edição, 1996, pags 250 e 251 O modo de vida próprio destes nossos antepassados era, no seu fundamental, igual ao modo dos dias de ho- Este é o texto mais interessante e provavelmente o me- je mas sem o uso da linguagem: vivia-se em grupos pe- nos consensual que encontrei para fundar as pergun- quenos como famílias grandes; compartilhavam-se os tas mote para o conceito expositivo de fundo: alimentos; vivia-se na envolvência sensual da carí- cia; vivia-se numa sexualidade frontal que implicava « Se a Linguagem e o Amor são o fundamento do estar cara a cara um com o outro, na intimidade de um Humano como pode a Má Moeda regular a a nossa encontro pessoal; e por último, possivelmente; vivia- existência individual e coletiva? » se numa participação dos machos no cuidado e cria- ção das crianças. (...) « Considerando que na Arte ocupamos livremente a Vamos assumir que nada se passa nos sistemas vivos nosso lugar no Mundo pelo que, se a cada um de nós, a que a sua biologia não o permita e que tão pouco esta partir do ponto em que nos posicionamos, nos fosse da- biologia determina o que sucede no viver, senão na es- da a possibilidade de arremessar uma mensagem im- pecificação dos limites para o que é possível suceder portante, qual seria e quais os destinatários » (...) Foi neste modo de vida, em estreita interacção sensu- «Se nada disto te faz sentido, porque é que não al, com partilha do alimento, com participação dos ma- fazes antes o que te apetece?» chos no cuidar das crianças, que teve origem a lingua- gem, como uma maneira de viver em coordenações de Nota: o conceito na verdade está em aberto, pelo que coordenações de conduta consensuais, e ao originar- se aceitam outras sugestões e contribuições :) 04
  • 7. PROPOSTAS PARA TÍTULO 76. com e sent arte toghether 48. see it 77. Very "arde"! 49. toutch it 78. hard ideas (lolo) 50. don´t eat it 79. Arde ideias 80. Peace and art 51. happy minute 81. art and constructions 52. Molhando-se à chuva 82. Brothers and sisters art 53. espreitadelas 83. Art and brain 54. Voa mas nao cái! 84. Arde e bem 55. Meter o nariz 85. Dificult title 56. nothing 86. much arte , machar te (lol) 57. else 87. mancharte 58. espreita ou peek 88. fazP'Arte 59. stalk 89. Expressar te 60. housewall 90. a'RRISCA 61. block ideas 91. OLH alharte 62. curiosity block 92. Sardinha com espinha 63. spherical block 93. Balelarte 64. square spherical 94. Xifonetes 65. possibility and impossibility 95. Póarte 66. block possibility 96. Milimétrico e palmo 67. exact 97. brain ideas 68. jumped 98. fell ideas 69. expressamente obrigatorio 99. ideias box 70. expressat'arte 100. box ideas 71. criar te 101. why art ideas? Nuno Quaresma 28. Civilization 72. brainarte 102. Why ideas? 29. 4 73. and ar- te (and arte) 1. Daqui a nada estás a levar um 30. 3,14 103. Experience and make 74.expressar te 104. make art ... papo seco MAN (Money – 31. I glorified You 75. concentr ar te limon Authority – Need ) Ana Raposo 2. BAD MAN (Money – Authority – Need ) 33. Onde deixei as minhas asas? 3. No Man's Land 34. Não gosto assim... 4. 3 Crossed Road 35. Amo a tua mente 5. Gloria 36. Real ou virtual? 6. Aka 37. azul, claro! 7. Abba 38.Queria conhecer-te um dia 8. Revolução 39. Se chover vou entender 9.Revolution 40. Fala 10.Pérola 41. Perto 11.Bi-gode Almighty 42. Quase que te senti perto, mas 12. Semper estavas longe, muito longe 13. Tina… Tina 43. je veux 14. SIR- Seu Romântico Incurável 44. O que já foi 15. Acess Denied 45. Bananas, bolacha maria, sumo 16. Sem Acesso 17. Angústia para o Jantar de limão e mel 18. Gaita 19. Outra vez peixe frito Simão Carneiro 20. Standing Ovation 21. A Cigarra e a Formiga 46. Tisana 22. Branco 23. Cinzento Fernando Glória 24. Azul 25. Freiheit 47. Rambóia 26. Ich und du 27. Semper Paratus Sara Silva 05
  • 8. LUGAR EXPOSITIVO? O museu é uma instituição ocidental que expressa uma intenção de colecionar objetos para serem mos- trados. Desde a Grécia antiga encontramos referên- cias a coleções e instituições preocupadas com a me- mória, como aquela existente no Liceu de Aristóte- les (334 AC) ou no Mouseion. Criado juntamente com a Biblioteca por Ptolomeu, em Alexandria (séc. III AC), ambas vinculadas a Ale- tas operações não surgem com o museu, nem com a bi- xandre Magno. Inicialmente estas instituições não blioteca e nem com o arquivo, mas com a coleção, seja se dissociam da pesquisa e da educação e utilizam ela qual for, e estão (as operações) muito próximas - na como sua matéria-prima a coleção de objetos, plan- sua origem - com as classificações dos seres e do co- tas e animais da natureza. A partir de fins do século nhecimento. Entretanto, mais do que a organização XVIII o museu recolhe e abriga fragmentos, objetos, dos objetos, livros ou obras, é a motivação de seu agru- artefatos e obras da natureza e da cultura e os agrupa pamento o aspeto que mais nos interessa; a ordem que em coleções com o propósito de expor. Essa memó- está por trás das exposições, aquela que norteia a mon- ria, constituída a partir de objetos selecionados se- tagem dos acervos, os agrupamentos das peças, sua se- gundo critérios de valor, não provém de um colecio- quência, distribuição e formas de exposição. Estas nismo neutro ou isento, mas comprometido com o po- ações revelam aspetos da matriz cultural de uma épo- der hegemônico, com as ideias e o contexto da época ca, já que as formas de organização estão profunda- em que ocorre. O conceito de valor não é absoluto e mente vinculadas a epistéme (2 ). varia em cada cultura e ao longo da história da huma- Existem formas de organização diferentes para mo- nidade, e cada coleção traz a assinatura de sua épo- mentos diferentes e também para culturas particula- ca e de seus patrocinadores. res. Os gabinetes de curiosidades do Renascimento e O museu tem, com a Biblioteca e o Arquivo, algumas as bibliotecas da mesma época não tinham as mesmas características em comum: são eles os depositários formas de organização que utilizamos hoje. Ao olhar da memória coletiva, o que não se resume apenas à uma imagem de um desses gabinetes a nossa tendên- manutenção e conservação das coleções. Envolve cia é a de ver um acúmulo de objetos colocados uns ao também a exposição desse acervo para as pessoas de lado dos outros, sem qualquer tipo de organização, cri- forma a prover o rápido acesso e recuperação dos ob- tério de agrupamento ou mesmo relação entre eles. Qu- jetos ou informações desejados, o que leva à neces- al seria a ligação possível entre a pintura de uma pai- sidade de um trabalho interno de identificação, cata- sagem, um peixe embalsamado e uma lâmpada a óleo? logação e de classificação, seja uma coleção de li- No entanto os gabinetes possuíam formas de organiza- vros, de quadros ou de vasos etruscos. No entanto es- ção bastante coerentes, mesmo que nós tenhamos difi- culdades em identificá-las. 06
  • 9. Notas: 1. O termo 'espaço relacional' é utilizado por Matura- na, para quem “A autoconsciência não está no cérebro – ela pertence ao espaço relacional que se constitui na linguagem. “ (Maturana,1998b, p. 28). Também Moacir dos Anjos utiliza a expressão ao falar do museu atual: “o Museu na contemporaneidade é um espaço de construção de uma ideia de estar no mun- do; o Museu é, portanto, um espaço relacional entre os homens e as coisas” (ANJOS, s/d). 2. Epistéme, ou campo epistemológico é, para Foucault, “onde os conhecimentos, encarados fora de todo o critério que se refira ao seu valor universal ou às suas formas objetivas, enraízam a sua positividade e manifestam assim uma história que não é a da sua per- feição crescente, mas antes a das suas condições de possibilidade; nesta narrativa, o que deve aparecer são, no espaço do saber, as configurações que deram lu- gar às diversas formas do conhecimento empírico” (FOUCAULT, 1966: 10). In Museu: de espelho do mundo a espaço relacional , de Durval de Lara Filho, 2006 Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Área de concentração Cultura e Informação, Linha de pesquisa Mediação e Ação Cultural da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de SãoPaulo, como exigência parcial pa- ra a obtenção do título de Mestre em Ciência da Informação, sob a orientação do Prof. Dr. Martin Grossmann http://www.scribd.com/doc/50085781/Museu-de-espelho-do-mundo-a-espaco- relacional-FILHO-Durval-de-Lara 07
  • 10. 08
  • 11. AUTORES Sara Silva – Pintura, Desenho, Colagem duis dolore te feugait nulla facilisi. Nam liber tempor Mário Rainha Campos – Fotografia, Performance cum soluta nobis eleifend option congue nihil imper- Ana Raposo – Pintura, Multimédia diet doming id quod mazim placerat facer possim as- Simão Carneiro – Pintura, Desenho sum. Typi non habent claritatem insitam; est usus le- Fernando Glória – Pintura, Desenho gentis in iis qui facit eorum claritatem. Investigatio- Joana Escada – Desenho, Escultura nes demonstraverunt lectores legere me lius quod ii Saskia Ludescher - Multimédia legunt saepius. Claritas est etiam processus dynami- Simona Scotti - Multimédia cus, qui sequitur mutationem consuetudium lecto- Paulo Muiños - Fotografia rum. Mirum est notare quam littera gothica, quam Paulo Castanheira - Fotografia nunc putamus parum claram, anteposuerit litterarum Ana- Fotografia formas humanitatis per seacula quarta decima et quin- Clo Bougard - Pintura ta decima. Eodem modo typi, qui nunc nobis videntur Sérgio Dantas - Multimédia parum clari, fiant sollemnes in futurum.Lorem ipsum Glória Oliveira – Desenho, Pintura dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit, sed diam Diana Almeida – Desenho, Pintura nonummy nibh euismod tincidunt ut laoreet dolore Filipe Belo – Escultura magna aliquam erat volutpat. Ut wisi enim ad minim Sara Livramento – Pintura veniam, quis nostrud exerci tation ullamcorper susci- Artur Simões Dias – Desenho, Pintura, Escultura pit lobortis nisl ut aliquip ex ea commodo consequat. Claudine Rodrigues- Desenho, Pintura Duis autem vel eum iriure dolor in hendrerit in vulpu- João Silva- Pintura tate velit esse molestie consequat, vel illum dolore eu Inês Gomes- Desenho, Escultura feugiat nulla facilisis at vero eros et accumsan et iusto Miguel Portelinha- Pintura, Street Art odio dignissim qui blandit praesent luptatum zzril de- bh euismod tincidunt ut laoreet dolore magna aliquam PROCURA-SE erat volutpat. Ut wisi enim ad minim veniam, quis nos- trud exerci tation ullamcorper suscipit lobortis nisl ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis autem vel eum iriure dolor in hendrerit in vulputate velit esse molestie consequat, vel illum dolore eu feugiat nulla facilisis at vero eros et accumsan et iusto odio dignis- sim qui blandit praesent luptatum zzril delenit augue Comissária Curator 09
  • 12. 10
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18. AKA? AKA Also Known As 002 nq Depois dos retornos em torno do desafio inicial para “JAWS 1 AKA Capitalismo Financeiro não nos coma a sugestão de títulos para a Mostra Coletiva para a por parvos.” qual estamos alinhados, esta foi a expressão que ma- Técnica mista sobre tela, 50x60 cm, incompleta is se destacou das múltiplas postuladas entre todos durante esta primeira fase. 003 nq AKA, Also Known As, “Também Conhecido Por”… “JAWS 2 AKA O Medo mata a Criatividade” Chegou pois o momento de encetar o segundo desa- Provavelmente a óleo sobre tela, grande formato – díp- fio: o de criar a imagem/ conceito de Design Visual tico … e a caminho tenho também: para a iniciativa. Falo de escolhas tipográficas, formatos para pagina- 003 nq ção do catálogo (uma vez que o primeiro serve ape- “Forçar a História a repetir-se AKA outra vez peixe fri- nas para elencar Autores, Obras e alguns vetores ini- to!” ciais que nortearam o desafio para esta Coletiva), Provavelmente a óleo sobre tela, pequeno formato material promocional impresso, digital e Site de Internet. Na seleção constam já também outras obras que ainda não titulei e legendei e para as quais aproveito e peço Nesta 2ª fase da organização compete-nos passar da esta informação. ideia à forma, não apenas em matéria de Design e Para quem ainda não abraçou o desafio, reitero o con- Conceito Curatorial, mas sobretudo na produção de vite. Obras. A primeira que da minha parte vos envio, na forma Com um Abraço de partilha e desafio, é também a primeira que dou Nuno Quaresma como concluída apenas com fim à adequação ao(s) tema(s)/ reflexão deste evento. 001 nq “O Embuste da Austeridade AKA não me toques no pão senão temos molho” Lápis de cor e aguarela sobre papel, 55x65 cm, Outu- bro de 2012 … sobre o cavalete tenho o: