SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  20
Télécharger pour lire hors ligne
A competitividade fiscal portuguesa em sede de
tributação internacional – impacto da Reforma do
IRC
“FISCALIDADE INTERNACIONAL E
COMPARADA”
OBSERVATÓRIO DA FISCALIDADE PORTUGUESA
Ricardo da Palma Borges
ricardo@rpba.pt
13 de Fevereiro de 2014, auditório Museu do Oriente (Lisboa) 1
Ordem de Exposição
1) Portugal nos rankings da competitividade fiscal
2) O Relatório da Comissão para a Reforma do IRC e o seu (omitido)
pré-consenso
3) A Fiscal Devaluation e a original proposta lusa de deslocação de parte da
Taxa Social Única do empregador para o trabalhador
4) Um sucedâneo parcial: a interacção entre Reforma do IRC e Zona Franca
da Madeira - as Domestic International Sales Corporations
5) As três condições para o sucesso da Reforma do IRC
a) Evitar a contra-reforma legislativa
b) Evitar a contra-reforma administrativa
c) Promover a coerência fiscal
2
Paying Taxes 2014 - PwC / World Bank / IFC:
Taxa de tributação: 42,3%
3
Paying Taxes 2014 - PwC / World Bank / IFC:
Horas de cumprimento fiscal: 275
4
Paying Taxes 2014 - PwC / World Bank / IFC:
Número de pagamentos: 8
5
Paying Taxes 2014 - PwC / World Bank / IFC:
Algumas conclusões essenciais
• Ranking 81 em 189 países
• Tributação empresarial agregada não especialmente atractiva
• Média de horas para cumprimento fiscal superior à mundial e
muito superior à Europeia e da OCDE (v.g. a de Espanha, com
167 horas) 6
2014 Index of Economic Freedom
Heritage Foundation
7
2014 Index of Economic Freedom / Heritage
Foundation: Algumas conclusões essenciais
• Ranking 69 em 186 países
• Liberdade fiscal abaixo da média mundial
• Estagnação da posição relativa de
Portugal
8
KPMG Corporate and Indirect Tax Survey 2012
• As taxas nominais de IRC e de IVA de Portugal estão acima da
média europeia
• As taxas de impostos sobre o rendimento das empresas
continuam a diminuir, apesar da crise financeira, ainda que a
um ritmo mais moderado, e o peso dos impostos indirectos
continua a aumentar, a nível mundial
• A moralidade fiscal, o risco reputacional e a necessidade das
empresas comunicarem a sua “contribuição tributária
agregada” 9
EY Portuguese Attractiveness Survey 2013
10
• A redução da carga fiscal como o segundo factor
mais mencionado pelos investidores estrangeiros
para a melhoria da atractividade de Portugal
Loureiro, Carlos (2008), “Evolução do sistema fiscal português: 1983 / 1995 /
2006”, in Jornadas fiscais em homenagem a William Cunningham, Cadernos
de Ciência e Técnica Fiscal n.º 205, Centro de Estudos Fiscais da
Direcção-Geral dos Impostos, Ministério das Finanças, Lisboa, pp. 131-157.
• Apontava-se nesse estudo como obstáculos principais à
competitividade do sistema fiscal nacional em 2006 os
seguintes:
– lentidão da justiça fiscal;
– frequência das alterações legislativas;
– ausência de um corpo jurisprudencial estável;
– redução sistemática das garantias dos contribuintes;
– importância do «direito circulatório da administração fiscal» e sua
deficiente divulgação;
– incertezas quanto aos regimes de sigilo fiscal e bancário;
– elevado número de obrigações declarativas a cumprir.
• Será que se mudássemos a data do estudo e o
republicássemos alguém notaria?
11
A Reforma do IRC e o seu pré-consenso
(estranhamente omitido no Relatório da
Comissão)
O ponto “4. Tributação Empresarial e Competitividade Internacional (pp. 278-309)” do
Relatório do Grupo Para o Estudo da Política Fiscal, Ministério das Finanças e da Administração
Pública, Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, 3 de Outubro de 2009, as suas 37 referências
bibliográficas e as 8 recomendações concretas:
1) O país deve apostar ainda mais na diminuição dos custos de contexto (…).
2) Importa ponderar as tendências de reforma a nível internacional que permitem enfrentar, de forma inovadora, as
restrições ao crescimento do PIB impostas pela tributação directa tradicional das empresas. - Nomeadamente: (i) o
modelo de tributação do lucro não-reinvestido;
3) Devem ser retirados ensinamentos úteis da experiência empreendida no Centro Internacional de Negócios da
Madeira (CINM) para o redesenho do sistema de incentivos ao investimento e à internacionalização da economia
portuguesa.
4) Devem ser devidamente avaliados os regimes especiais vigentes em alguns congéneres europeus que visam a
atracção de capitais e a instalação de sociedades holding e headquarters. - Designadamente: (i) amortização fiscal do
goodwill financeiro na aquisição de participações societárias; (ii) remuneração fiscal convencional do capital social;
(iii) bases de tributação específicas – boxes - para o diferencial entre os juros suportados e os juros cobrados ao nível
das sociedades de gestão de tesouraria dos grupos empresariais; (iv) regimes de propriedade intelectual e industrial,
com taxas efectivas de tributação muito reduzidas, visando a instalação de actividades tendencialmente móveis, de
carácter extroverso, e de elevado valor acrescentado.
12
A Reforma do IRC e o seu pré-consenso
(estranhamente omitido no Relatório da
Comissão)
5) Ainda ao nível dos regimes holding sugere-se, desde já, a introdução com carácter de
generalidade de regimes alargados de participation exemption para dividendos de fonte extra-
comunitária.
6) Recomenda-se o estudo de medidas fiscais que promovam a capitalização das empresas,
assegurando uma maior neutralidade entre capital próprio e capital alheio. - Para o efeito há
duas vias possíveis, eventualmente conciliáveis: (i) desagravamentos estruturais e permanentes
na remuneração convencional do capital social (…); e (ii) restrições aos custos de
endividamento das empresas, tendência que se detecta a nível europeu, e de que é exemplo
emblemático o sistema alemão de dedutibilidade fiscal dos juros indexada ao EBITDA (lucro antes
da dedução de juros, impostos e depreciações).
7) Devem ser estudadas medidas específicas de incentivo ao IDE em Portugal por parte de PMEs
estrangeiras - porventura reconsiderando-se os limiares de aplicação do regime de benefícios
fiscais contratuais, pensados para projectos de maior dimensão -, bem como à
internacionalização das PMEs portuguesas.
8) Por fim, recomenda-se o estudo das formas técnicas mais adequadas de ultrapassar (…) a) A
falta de neutralidade e simetria no tratamento em IRC das mais-valias e menos-valias na
alienação de partes sociais. b) Deve ser reponderada a tributação territorial de certos
serviços, prestados por não-residentes a sujeitos passivos de IRC.
13
A Fiscal Devaluation e a original proposta lusa de deslocação de
parte da Taxa Social Única do empregador para o trabalhador
“Fiscal Devaluation – Can It Help To Boost Competitiveness?”, Isabell Koske,
OECD Economics Department Working Paper No. 1089, ECO/WKP(2013)81,
02-Oct-2013, www.oecd.org: a vingança póstuma do Dr. António Borges (not
related)?
14
A batalha entre os sistemas fiscais (tendo por palco o GATT:
Domestic International Sales Corporations / a OMC: Foreign
Sales Corporations 1 e 2 / Extraterritorial Income Exclusion)
• Na medida em que os EUA confiam para as suas receitas fiscais em elevados
impostos directos e reduzidos impostos indirectos, sendo a opção da Comunidade
Europeia a contrária, pode-se estabelecer a seguinte matriz descritiva da
tributação e do respectivo nível comparativo global, para as vendas domésticas e
internacionais (assumindo que ambos reembolsam os seus exportadores dos
impostos indirectos):
15
EUA CE GLOBAL
Origem EUA /
Destino CE
Directa elevada Indirecta elevada Elevado
Origem EUA /
Destino EUA
Directa elevada /
Indirecta reduzida
N / A Médio
Origem CE /
Destino EUA
Indirecta reduzida Directa reduzida Reduzido
Origem CE /
Destino CE
N / A Directa reduzida /
Indirecta elevada
Médio
Um sucedâneo parcial: a interacção entre Reforma do IRC e Zona Franca da Madeira
– as nossas Domestic International Sales Corporations (incentivo à
exportação de bens e serviços transaccionáveis)
• Na medida em que não obstam à subsistência das isenções na ZFM as
aquisições por empresas aí instaladas a residentes no restante território
português – problema que se reconduz tão-somente à disciplina dos
preços de transferência – existe,
– pela conjugação das reduções de taxa do artigo 36.º do EBF,
– com a eliminação da dupla tributação económica do artigo 51.º do Código do
IRC,
– não invalidada sequer pelas regras de transparência fiscal internacional do
artigo 66.º deste último Código,
um enorme potencial para que, directamente, as entidades ali instaladas se
comportem – de um ponto de vista de concorrência fiscal e comercial
internacional, que não necessariamente o da sua ilicitude à luz das regras da
OMC - como as nossas domestic international sales corporations ou,
indirectamente, que sirvam de trampolim para a detenção de verdadeiras
foreign sales corporations.
16
17
Evitar a contra-reforma legislativa
• O consenso parlamentar PSD / PS / CDS-PP na
aprovação da reforma do IRC é inovador e um
bom augúrio!
• Mas isso não nos garante contra a tentação do
PS introduzir as suas diferenças de perspectiva
numa próxima legislatura…
18
Evitar a contra-reforma administrativa
• Os governos passam e as administrações tributárias
ficam
– O exemplo das Directoras do Centro de Estudos Fiscais
(Janeiro de 2001-Dezembro de 2011), dos Serviços do IRS
(Abril de 2001-Dezembro de 2013) e do IRC (Junho de
2004-até hoje);
– No mesmo período houve 5 Secretários de Estado dos
Assuntos Fiscais…
• A teoria da escolha pública e a política fiscal da
burocracia vs. a escolha democrática e o
pensamento estratégico.
19
Promover a coerência fiscal
O exemplo de Malta (mas
poderia ser o da Holanda ou
da Irlanda):
(a lei pouco muda e quando
muda fá-lo consistentemente
no sentido da promoção da
competitividade fiscal)
• Regimes Holding / Trading +
• Regimes vários de eliminação da
dupla tributação internacional +
• Regimes favoráveis para iates, navios
e aviões +
• Individual Investor Programme +
• Reconhecimento dos trusts +
• Existência de fundações familiares +
O exemplo de Portugal
(ciclotimismo fiscal):
• Regime de Residentes Fiscais Não
Habituais (2009) + vs. 4 anos para
emitir as primeiras liquidações de IRS
dos mesmos (2013) -
• Regime dos vistos gold (2012) + vs.
Imposto do Selo sobre imóveis com
VPT igual ou superior a 1 milhão de
Euros (2012) -
• Revogação do regime de isenção de
IRC na tributação de dividendos pagos
a não residentes por sociedades na
ZFM (2012) - vs. Participation
Exemption geral em IRC (2014) e
alargamento retroactivo de certos
benefícios fiscais na ZFM (2013) +
A competitividade fiscal portuguesa em sede de
tributação internacional – impacto da Reforma do
IRC
“FISCALIDADE INTERNACIONAL E
COMPARADA”
OBSERVATÓRIO DA FISCALIDADE PORTUGUESA
Ricardo da Palma Borges
ricardo@rpba.pt
13 de Fevereiro de 2014, auditório Museu do Oriente (Lisboa) 20
Obrigado pela vossa atenção!

Contenu connexe

Tendances

Uwu solutions - Negócios na Madeira
Uwu solutions - Negócios na MadeiraUwu solutions - Negócios na Madeira
Uwu solutions - Negócios na MadeiraUWU Solutions, Lda.
 
0 Sistema Fiscal Português Ipca Barcelos Jan 2009
0 Sistema Fiscal Português  Ipca Barcelos Jan  20090 Sistema Fiscal Português  Ipca Barcelos Jan  2009
0 Sistema Fiscal Português Ipca Barcelos Jan 2009JL Saldanha Sanches
 
Proposta de simplificação tributária - FEDERAMINAS
Proposta de simplificação tributária - FEDERAMINASProposta de simplificação tributária - FEDERAMINAS
Proposta de simplificação tributária - FEDERAMINASRoberto Dias Duarte
 
Comercio exterior
Comercio exteriorComercio exterior
Comercio exterioralbumina
 
Cartilha sobre Reforma Tributária - Ministério da Fazenda - 2008
Cartilha sobre Reforma Tributária - Ministério da Fazenda - 2008Cartilha sobre Reforma Tributária - Ministério da Fazenda - 2008
Cartilha sobre Reforma Tributária - Ministério da Fazenda - 2008Roberto Dias Duarte
 
Comercio internacional regular 7 instituições intervenientes no comércio ex...
Comercio internacional regular 7   instituições intervenientes no comércio ex...Comercio internacional regular 7   instituições intervenientes no comércio ex...
Comercio internacional regular 7 instituições intervenientes no comércio ex...Felipe Leo
 
Irpj Lucro Presumido Regime de Caixa
Irpj Lucro Presumido  Regime de CaixaIrpj Lucro Presumido  Regime de Caixa
Irpj Lucro Presumido Regime de CaixaAdemir Staub
 
Parecer perito assistente ocultado
Parecer perito assistente ocultadoParecer perito assistente ocultado
Parecer perito assistente ocultadoRaimundo Aben Athar
 
Direito TributáRio E Sistema Fiscal Angolano
Direito TributáRio E Sistema Fiscal AngolanoDireito TributáRio E Sistema Fiscal Angolano
Direito TributáRio E Sistema Fiscal AngolanoNgouabi Salvador
 
Planejamento Tributário - Plano de fiscalização do fisco nacional para 2019
Planejamento Tributário - Plano de fiscalização do fisco nacional para  2019Planejamento Tributário - Plano de fiscalização do fisco nacional para  2019
Planejamento Tributário - Plano de fiscalização do fisco nacional para 2019Carlos Rocha
 
Classificação fiscal de Mercadorias e Incoterms - Logistica Internacional
Classificação fiscal de Mercadorias e Incoterms - Logistica InternacionalClassificação fiscal de Mercadorias e Incoterms - Logistica Internacional
Classificação fiscal de Mercadorias e Incoterms - Logistica InternacionalAndrea Fiuza
 
Noções Básicas de Comércio Exterior
Noções Básicas de Comércio ExteriorNoções Básicas de Comércio Exterior
Noções Básicas de Comércio ExteriorAna Maria Walcher
 
RI 162 - Escolha de Sofia - Arrecadação ou Desenvolvimento?
RI 162 - Escolha de Sofia - Arrecadação ou Desenvolvimento?RI 162 - Escolha de Sofia - Arrecadação ou Desenvolvimento?
RI 162 - Escolha de Sofia - Arrecadação ou Desenvolvimento?Roberto Goldstajn
 
Relações económicas com o exterior
Relações económicas com o exteriorRelações económicas com o exterior
Relações económicas com o exteriorNuno Sousa
 
Lucro real - Aprenda como calcular este imposto
Lucro real - Aprenda como calcular este impostoLucro real - Aprenda como calcular este imposto
Lucro real - Aprenda como calcular este impostoLuizGustavoPereiraGo1
 
SISCOMEX - Sistema de Comércio Exterior
SISCOMEX - Sistema de Comércio ExteriorSISCOMEX - Sistema de Comércio Exterior
SISCOMEX - Sistema de Comércio ExteriorKelvin Felipe
 

Tendances (20)

Uwu solutions - Negócios na Madeira
Uwu solutions - Negócios na MadeiraUwu solutions - Negócios na Madeira
Uwu solutions - Negócios na Madeira
 
0 Sistema Fiscal Português Ipca Barcelos Jan 2009
0 Sistema Fiscal Português  Ipca Barcelos Jan  20090 Sistema Fiscal Português  Ipca Barcelos Jan  2009
0 Sistema Fiscal Português Ipca Barcelos Jan 2009
 
Proposta de simplificação tributária - FEDERAMINAS
Proposta de simplificação tributária - FEDERAMINASProposta de simplificação tributária - FEDERAMINAS
Proposta de simplificação tributária - FEDERAMINAS
 
Noções Básicas de Comercio Exterior
Noções Básicas de Comercio Exterior Noções Básicas de Comercio Exterior
Noções Básicas de Comercio Exterior
 
Comercio exterior
Comercio exteriorComercio exterior
Comercio exterior
 
Cartilha sobre Reforma Tributária - Ministério da Fazenda - 2008
Cartilha sobre Reforma Tributária - Ministério da Fazenda - 2008Cartilha sobre Reforma Tributária - Ministério da Fazenda - 2008
Cartilha sobre Reforma Tributária - Ministério da Fazenda - 2008
 
Comercio internacional regular 7 instituições intervenientes no comércio ex...
Comercio internacional regular 7   instituições intervenientes no comércio ex...Comercio internacional regular 7   instituições intervenientes no comércio ex...
Comercio internacional regular 7 instituições intervenientes no comércio ex...
 
Irpj Lucro Presumido Regime de Caixa
Irpj Lucro Presumido  Regime de CaixaIrpj Lucro Presumido  Regime de Caixa
Irpj Lucro Presumido Regime de Caixa
 
Parecer perito assistente ocultado
Parecer perito assistente ocultadoParecer perito assistente ocultado
Parecer perito assistente ocultado
 
Direito TributáRio E Sistema Fiscal Angolano
Direito TributáRio E Sistema Fiscal AngolanoDireito TributáRio E Sistema Fiscal Angolano
Direito TributáRio E Sistema Fiscal Angolano
 
Planejamento Tributário - Plano de fiscalização do fisco nacional para 2019
Planejamento Tributário - Plano de fiscalização do fisco nacional para  2019Planejamento Tributário - Plano de fiscalização do fisco nacional para  2019
Planejamento Tributário - Plano de fiscalização do fisco nacional para 2019
 
Classificação fiscal de Mercadorias e Incoterms - Logistica Internacional
Classificação fiscal de Mercadorias e Incoterms - Logistica InternacionalClassificação fiscal de Mercadorias e Incoterms - Logistica Internacional
Classificação fiscal de Mercadorias e Incoterms - Logistica Internacional
 
Posição Conjunta da AEP, AIP e CIP
Posição Conjunta da AEP, AIP e CIPPosição Conjunta da AEP, AIP e CIP
Posição Conjunta da AEP, AIP e CIP
 
Noções Básicas de Comércio Exterior
Noções Básicas de Comércio ExteriorNoções Básicas de Comércio Exterior
Noções Básicas de Comércio Exterior
 
RI 162 - Escolha de Sofia - Arrecadação ou Desenvolvimento?
RI 162 - Escolha de Sofia - Arrecadação ou Desenvolvimento?RI 162 - Escolha de Sofia - Arrecadação ou Desenvolvimento?
RI 162 - Escolha de Sofia - Arrecadação ou Desenvolvimento?
 
Ng1 dr1
Ng1 dr1Ng1 dr1
Ng1 dr1
 
Relações económicas com o exterior
Relações económicas com o exteriorRelações económicas com o exterior
Relações económicas com o exterior
 
Lucro real - Aprenda como calcular este imposto
Lucro real - Aprenda como calcular este impostoLucro real - Aprenda como calcular este imposto
Lucro real - Aprenda como calcular este imposto
 
Conferência sobre “O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais”
Conferência sobre “O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais”Conferência sobre “O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais”
Conferência sobre “O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais”
 
SISCOMEX - Sistema de Comércio Exterior
SISCOMEX - Sistema de Comércio ExteriorSISCOMEX - Sistema de Comércio Exterior
SISCOMEX - Sistema de Comércio Exterior
 

Similaire à RPBA - A competitividade fiscal portuguesa em sede de tributação internacional - 13.2.2014

2014 04-estudo-sobre-ordenamento-juridico-tributário-português
2014 04-estudo-sobre-ordenamento-juridico-tributário-português2014 04-estudo-sobre-ordenamento-juridico-tributário-português
2014 04-estudo-sobre-ordenamento-juridico-tributário-portuguêsJanuário Esteves
 
Declaração-renda-pessoa_juridica.(11)98950-3543
Declaração-renda-pessoa_juridica.(11)98950-3543Declaração-renda-pessoa_juridica.(11)98950-3543
Declaração-renda-pessoa_juridica.(11)98950-3543IMPOSTO RENDA DECLARAÇÃO
 
Economia Internacional - José Augusto Coelho Fernandes - Diretor-executivo da...
Economia Internacional - José Augusto Coelho Fernandes - Diretor-executivo da...Economia Internacional - José Augusto Coelho Fernandes - Diretor-executivo da...
Economia Internacional - José Augusto Coelho Fernandes - Diretor-executivo da...Confederação Nacional da Indústria
 
Painel Escrituração Contábil Fiscal 2015
Painel Escrituração Contábil Fiscal 2015Painel Escrituração Contábil Fiscal 2015
Painel Escrituração Contábil Fiscal 2015Edgar Gonçalves
 
Mobilização das Receitas Domésticas através da Tributação em Moçambique
Mobilização das Receitas Domésticas através da Tributação em MoçambiqueMobilização das Receitas Domésticas através da Tributação em Moçambique
Mobilização das Receitas Domésticas através da Tributação em MoçambiqueUNU-WIDER
 
Newsletter 1 - Reforma do IRC
Newsletter 1 - Reforma do IRCNewsletter 1 - Reforma do IRC
Newsletter 1 - Reforma do IRCLuís Abreu
 
Aula do dia 13 11 -contabilidade
Aula do dia 13 11 -contabilidadeAula do dia 13 11 -contabilidade
Aula do dia 13 11 -contabilidadeFernanda Moreira
 
Aula do dia 13 11 -contabilidade
Aula do dia 13 11 -contabilidadeAula do dia 13 11 -contabilidade
Aula do dia 13 11 -contabilidadeFernanda Moreira
 
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Ev...
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Ev...A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Ev...
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Ev...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
EC 87/15 – Convênio 93 – As novas regras para recolhimento do ICMS nas vendas...
EC 87/15 – Convênio 93 – As novas regras para recolhimento do ICMS nas vendas...EC 87/15 – Convênio 93 – As novas regras para recolhimento do ICMS nas vendas...
EC 87/15 – Convênio 93 – As novas regras para recolhimento do ICMS nas vendas...E-Commerce Brasil
 
Impostos Diferidos – Apresentação com notas
Impostos Diferidos – Apresentação com notasImpostos Diferidos – Apresentação com notas
Impostos Diferidos – Apresentação com notasHugo Leite
 
Reforma fiscal 2014: impacto no regime fiscal da Madeira
Reforma fiscal 2014: impacto no regime fiscal da MadeiraReforma fiscal 2014: impacto no regime fiscal da Madeira
Reforma fiscal 2014: impacto no regime fiscal da MadeiraNEWCO Corporate Services
 
Beneficios fiscais reforma fiscal irc 12_nov
Beneficios fiscais reforma fiscal irc 12_novBeneficios fiscais reforma fiscal irc 12_nov
Beneficios fiscais reforma fiscal irc 12_novDianova
 
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugal
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugalEstudo do impacto económico do capital de risco em portugal
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugalManuel Fernandes
 
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Be...
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Be...A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Be...
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Be...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
uws9zbcss7myeemfyuc4-signature-8af3e9c209666add5af19192a05d461c7e9cda506f4c02...
uws9zbcss7myeemfyuc4-signature-8af3e9c209666add5af19192a05d461c7e9cda506f4c02...uws9zbcss7myeemfyuc4-signature-8af3e9c209666add5af19192a05d461c7e9cda506f4c02...
uws9zbcss7myeemfyuc4-signature-8af3e9c209666add5af19192a05d461c7e9cda506f4c02...Pedro Luis Moraes
 
Cenário Político Tributário da América Latina
Cenário Político Tributário da América LatinaCenário Político Tributário da América Latina
Cenário Político Tributário da América LatinaRoberto Dias Duarte
 

Similaire à RPBA - A competitividade fiscal portuguesa em sede de tributação internacional - 13.2.2014 (20)

2014 04-estudo-sobre-ordenamento-juridico-tributário-português
2014 04-estudo-sobre-ordenamento-juridico-tributário-português2014 04-estudo-sobre-ordenamento-juridico-tributário-português
2014 04-estudo-sobre-ordenamento-juridico-tributário-português
 
Declaração-renda-pessoa_juridica.(11)98950-3543
Declaração-renda-pessoa_juridica.(11)98950-3543Declaração-renda-pessoa_juridica.(11)98950-3543
Declaração-renda-pessoa_juridica.(11)98950-3543
 
Economia Internacional - José Augusto Coelho Fernandes - Diretor-executivo da...
Economia Internacional - José Augusto Coelho Fernandes - Diretor-executivo da...Economia Internacional - José Augusto Coelho Fernandes - Diretor-executivo da...
Economia Internacional - José Augusto Coelho Fernandes - Diretor-executivo da...
 
RPBA - O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais - Um guia detalhado sobre...
RPBA - O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais - Um guia detalhado sobre...RPBA - O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais - Um guia detalhado sobre...
RPBA - O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais - Um guia detalhado sobre...
 
Painel Escrituração Contábil Fiscal 2015
Painel Escrituração Contábil Fiscal 2015Painel Escrituração Contábil Fiscal 2015
Painel Escrituração Contábil Fiscal 2015
 
Mobilização das Receitas Domésticas através da Tributação em Moçambique
Mobilização das Receitas Domésticas através da Tributação em MoçambiqueMobilização das Receitas Domésticas através da Tributação em Moçambique
Mobilização das Receitas Domésticas através da Tributação em Moçambique
 
Newsletter 1 - Reforma do IRC
Newsletter 1 - Reforma do IRCNewsletter 1 - Reforma do IRC
Newsletter 1 - Reforma do IRC
 
Aula do dia 13 11 -contabilidade
Aula do dia 13 11 -contabilidadeAula do dia 13 11 -contabilidade
Aula do dia 13 11 -contabilidade
 
Aula do dia 13 11 -contabilidade
Aula do dia 13 11 -contabilidadeAula do dia 13 11 -contabilidade
Aula do dia 13 11 -contabilidade
 
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Ev...
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Ev...A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Ev...
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Ev...
 
Guia Fiscal 2016
Guia Fiscal 2016Guia Fiscal 2016
Guia Fiscal 2016
 
EC 87/15 – Convênio 93 – As novas regras para recolhimento do ICMS nas vendas...
EC 87/15 – Convênio 93 – As novas regras para recolhimento do ICMS nas vendas...EC 87/15 – Convênio 93 – As novas regras para recolhimento do ICMS nas vendas...
EC 87/15 – Convênio 93 – As novas regras para recolhimento do ICMS nas vendas...
 
Impostos Diferidos – Apresentação com notas
Impostos Diferidos – Apresentação com notasImpostos Diferidos – Apresentação com notas
Impostos Diferidos – Apresentação com notas
 
Reforma fiscal 2014: impacto no regime fiscal da Madeira
Reforma fiscal 2014: impacto no regime fiscal da MadeiraReforma fiscal 2014: impacto no regime fiscal da Madeira
Reforma fiscal 2014: impacto no regime fiscal da Madeira
 
Beneficios fiscais reforma fiscal irc 12_nov
Beneficios fiscais reforma fiscal irc 12_novBeneficios fiscais reforma fiscal irc 12_nov
Beneficios fiscais reforma fiscal irc 12_nov
 
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugal
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugalEstudo do impacto económico do capital de risco em portugal
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugal
 
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Be...
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Be...A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Be...
A difícil reforma tributária: desafios políticos, conceituais e práticos - Be...
 
Aula1 slide 55
Aula1 slide 55Aula1 slide 55
Aula1 slide 55
 
uws9zbcss7myeemfyuc4-signature-8af3e9c209666add5af19192a05d461c7e9cda506f4c02...
uws9zbcss7myeemfyuc4-signature-8af3e9c209666add5af19192a05d461c7e9cda506f4c02...uws9zbcss7myeemfyuc4-signature-8af3e9c209666add5af19192a05d461c7e9cda506f4c02...
uws9zbcss7myeemfyuc4-signature-8af3e9c209666add5af19192a05d461c7e9cda506f4c02...
 
Cenário Político Tributário da América Latina
Cenário Político Tributário da América LatinaCenário Político Tributário da América Latina
Cenário Político Tributário da América Latina
 

RPBA - A competitividade fiscal portuguesa em sede de tributação internacional - 13.2.2014

  • 1. A competitividade fiscal portuguesa em sede de tributação internacional – impacto da Reforma do IRC “FISCALIDADE INTERNACIONAL E COMPARADA” OBSERVATÓRIO DA FISCALIDADE PORTUGUESA Ricardo da Palma Borges ricardo@rpba.pt 13 de Fevereiro de 2014, auditório Museu do Oriente (Lisboa) 1
  • 2. Ordem de Exposição 1) Portugal nos rankings da competitividade fiscal 2) O Relatório da Comissão para a Reforma do IRC e o seu (omitido) pré-consenso 3) A Fiscal Devaluation e a original proposta lusa de deslocação de parte da Taxa Social Única do empregador para o trabalhador 4) Um sucedâneo parcial: a interacção entre Reforma do IRC e Zona Franca da Madeira - as Domestic International Sales Corporations 5) As três condições para o sucesso da Reforma do IRC a) Evitar a contra-reforma legislativa b) Evitar a contra-reforma administrativa c) Promover a coerência fiscal 2
  • 3. Paying Taxes 2014 - PwC / World Bank / IFC: Taxa de tributação: 42,3% 3
  • 4. Paying Taxes 2014 - PwC / World Bank / IFC: Horas de cumprimento fiscal: 275 4
  • 5. Paying Taxes 2014 - PwC / World Bank / IFC: Número de pagamentos: 8 5
  • 6. Paying Taxes 2014 - PwC / World Bank / IFC: Algumas conclusões essenciais • Ranking 81 em 189 países • Tributação empresarial agregada não especialmente atractiva • Média de horas para cumprimento fiscal superior à mundial e muito superior à Europeia e da OCDE (v.g. a de Espanha, com 167 horas) 6
  • 7. 2014 Index of Economic Freedom Heritage Foundation 7
  • 8. 2014 Index of Economic Freedom / Heritage Foundation: Algumas conclusões essenciais • Ranking 69 em 186 países • Liberdade fiscal abaixo da média mundial • Estagnação da posição relativa de Portugal 8
  • 9. KPMG Corporate and Indirect Tax Survey 2012 • As taxas nominais de IRC e de IVA de Portugal estão acima da média europeia • As taxas de impostos sobre o rendimento das empresas continuam a diminuir, apesar da crise financeira, ainda que a um ritmo mais moderado, e o peso dos impostos indirectos continua a aumentar, a nível mundial • A moralidade fiscal, o risco reputacional e a necessidade das empresas comunicarem a sua “contribuição tributária agregada” 9
  • 10. EY Portuguese Attractiveness Survey 2013 10 • A redução da carga fiscal como o segundo factor mais mencionado pelos investidores estrangeiros para a melhoria da atractividade de Portugal
  • 11. Loureiro, Carlos (2008), “Evolução do sistema fiscal português: 1983 / 1995 / 2006”, in Jornadas fiscais em homenagem a William Cunningham, Cadernos de Ciência e Técnica Fiscal n.º 205, Centro de Estudos Fiscais da Direcção-Geral dos Impostos, Ministério das Finanças, Lisboa, pp. 131-157. • Apontava-se nesse estudo como obstáculos principais à competitividade do sistema fiscal nacional em 2006 os seguintes: – lentidão da justiça fiscal; – frequência das alterações legislativas; – ausência de um corpo jurisprudencial estável; – redução sistemática das garantias dos contribuintes; – importância do «direito circulatório da administração fiscal» e sua deficiente divulgação; – incertezas quanto aos regimes de sigilo fiscal e bancário; – elevado número de obrigações declarativas a cumprir. • Será que se mudássemos a data do estudo e o republicássemos alguém notaria? 11
  • 12. A Reforma do IRC e o seu pré-consenso (estranhamente omitido no Relatório da Comissão) O ponto “4. Tributação Empresarial e Competitividade Internacional (pp. 278-309)” do Relatório do Grupo Para o Estudo da Política Fiscal, Ministério das Finanças e da Administração Pública, Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, 3 de Outubro de 2009, as suas 37 referências bibliográficas e as 8 recomendações concretas: 1) O país deve apostar ainda mais na diminuição dos custos de contexto (…). 2) Importa ponderar as tendências de reforma a nível internacional que permitem enfrentar, de forma inovadora, as restrições ao crescimento do PIB impostas pela tributação directa tradicional das empresas. - Nomeadamente: (i) o modelo de tributação do lucro não-reinvestido; 3) Devem ser retirados ensinamentos úteis da experiência empreendida no Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) para o redesenho do sistema de incentivos ao investimento e à internacionalização da economia portuguesa. 4) Devem ser devidamente avaliados os regimes especiais vigentes em alguns congéneres europeus que visam a atracção de capitais e a instalação de sociedades holding e headquarters. - Designadamente: (i) amortização fiscal do goodwill financeiro na aquisição de participações societárias; (ii) remuneração fiscal convencional do capital social; (iii) bases de tributação específicas – boxes - para o diferencial entre os juros suportados e os juros cobrados ao nível das sociedades de gestão de tesouraria dos grupos empresariais; (iv) regimes de propriedade intelectual e industrial, com taxas efectivas de tributação muito reduzidas, visando a instalação de actividades tendencialmente móveis, de carácter extroverso, e de elevado valor acrescentado. 12
  • 13. A Reforma do IRC e o seu pré-consenso (estranhamente omitido no Relatório da Comissão) 5) Ainda ao nível dos regimes holding sugere-se, desde já, a introdução com carácter de generalidade de regimes alargados de participation exemption para dividendos de fonte extra- comunitária. 6) Recomenda-se o estudo de medidas fiscais que promovam a capitalização das empresas, assegurando uma maior neutralidade entre capital próprio e capital alheio. - Para o efeito há duas vias possíveis, eventualmente conciliáveis: (i) desagravamentos estruturais e permanentes na remuneração convencional do capital social (…); e (ii) restrições aos custos de endividamento das empresas, tendência que se detecta a nível europeu, e de que é exemplo emblemático o sistema alemão de dedutibilidade fiscal dos juros indexada ao EBITDA (lucro antes da dedução de juros, impostos e depreciações). 7) Devem ser estudadas medidas específicas de incentivo ao IDE em Portugal por parte de PMEs estrangeiras - porventura reconsiderando-se os limiares de aplicação do regime de benefícios fiscais contratuais, pensados para projectos de maior dimensão -, bem como à internacionalização das PMEs portuguesas. 8) Por fim, recomenda-se o estudo das formas técnicas mais adequadas de ultrapassar (…) a) A falta de neutralidade e simetria no tratamento em IRC das mais-valias e menos-valias na alienação de partes sociais. b) Deve ser reponderada a tributação territorial de certos serviços, prestados por não-residentes a sujeitos passivos de IRC. 13
  • 14. A Fiscal Devaluation e a original proposta lusa de deslocação de parte da Taxa Social Única do empregador para o trabalhador “Fiscal Devaluation – Can It Help To Boost Competitiveness?”, Isabell Koske, OECD Economics Department Working Paper No. 1089, ECO/WKP(2013)81, 02-Oct-2013, www.oecd.org: a vingança póstuma do Dr. António Borges (not related)? 14
  • 15. A batalha entre os sistemas fiscais (tendo por palco o GATT: Domestic International Sales Corporations / a OMC: Foreign Sales Corporations 1 e 2 / Extraterritorial Income Exclusion) • Na medida em que os EUA confiam para as suas receitas fiscais em elevados impostos directos e reduzidos impostos indirectos, sendo a opção da Comunidade Europeia a contrária, pode-se estabelecer a seguinte matriz descritiva da tributação e do respectivo nível comparativo global, para as vendas domésticas e internacionais (assumindo que ambos reembolsam os seus exportadores dos impostos indirectos): 15 EUA CE GLOBAL Origem EUA / Destino CE Directa elevada Indirecta elevada Elevado Origem EUA / Destino EUA Directa elevada / Indirecta reduzida N / A Médio Origem CE / Destino EUA Indirecta reduzida Directa reduzida Reduzido Origem CE / Destino CE N / A Directa reduzida / Indirecta elevada Médio
  • 16. Um sucedâneo parcial: a interacção entre Reforma do IRC e Zona Franca da Madeira – as nossas Domestic International Sales Corporations (incentivo à exportação de bens e serviços transaccionáveis) • Na medida em que não obstam à subsistência das isenções na ZFM as aquisições por empresas aí instaladas a residentes no restante território português – problema que se reconduz tão-somente à disciplina dos preços de transferência – existe, – pela conjugação das reduções de taxa do artigo 36.º do EBF, – com a eliminação da dupla tributação económica do artigo 51.º do Código do IRC, – não invalidada sequer pelas regras de transparência fiscal internacional do artigo 66.º deste último Código, um enorme potencial para que, directamente, as entidades ali instaladas se comportem – de um ponto de vista de concorrência fiscal e comercial internacional, que não necessariamente o da sua ilicitude à luz das regras da OMC - como as nossas domestic international sales corporations ou, indirectamente, que sirvam de trampolim para a detenção de verdadeiras foreign sales corporations. 16
  • 17. 17 Evitar a contra-reforma legislativa • O consenso parlamentar PSD / PS / CDS-PP na aprovação da reforma do IRC é inovador e um bom augúrio! • Mas isso não nos garante contra a tentação do PS introduzir as suas diferenças de perspectiva numa próxima legislatura…
  • 18. 18 Evitar a contra-reforma administrativa • Os governos passam e as administrações tributárias ficam – O exemplo das Directoras do Centro de Estudos Fiscais (Janeiro de 2001-Dezembro de 2011), dos Serviços do IRS (Abril de 2001-Dezembro de 2013) e do IRC (Junho de 2004-até hoje); – No mesmo período houve 5 Secretários de Estado dos Assuntos Fiscais… • A teoria da escolha pública e a política fiscal da burocracia vs. a escolha democrática e o pensamento estratégico.
  • 19. 19 Promover a coerência fiscal O exemplo de Malta (mas poderia ser o da Holanda ou da Irlanda): (a lei pouco muda e quando muda fá-lo consistentemente no sentido da promoção da competitividade fiscal) • Regimes Holding / Trading + • Regimes vários de eliminação da dupla tributação internacional + • Regimes favoráveis para iates, navios e aviões + • Individual Investor Programme + • Reconhecimento dos trusts + • Existência de fundações familiares + O exemplo de Portugal (ciclotimismo fiscal): • Regime de Residentes Fiscais Não Habituais (2009) + vs. 4 anos para emitir as primeiras liquidações de IRS dos mesmos (2013) - • Regime dos vistos gold (2012) + vs. Imposto do Selo sobre imóveis com VPT igual ou superior a 1 milhão de Euros (2012) - • Revogação do regime de isenção de IRC na tributação de dividendos pagos a não residentes por sociedades na ZFM (2012) - vs. Participation Exemption geral em IRC (2014) e alargamento retroactivo de certos benefícios fiscais na ZFM (2013) +
  • 20. A competitividade fiscal portuguesa em sede de tributação internacional – impacto da Reforma do IRC “FISCALIDADE INTERNACIONAL E COMPARADA” OBSERVATÓRIO DA FISCALIDADE PORTUGUESA Ricardo da Palma Borges ricardo@rpba.pt 13 de Fevereiro de 2014, auditório Museu do Oriente (Lisboa) 20 Obrigado pela vossa atenção!