O documento discute o livre arbítrio e como ele pode ser exercido de forma consciente e responsável com base em valores e princípios eternos, citando filósofos como Kant e ensinamentos de Jesus Cristo.
1. Grupo Espírita João Cabete
Santos/SP
LIVRE ARBÍTRIO
“Fé inabalável só o é a que pode
encarar frente a frente a razão, em
todas as épocas da Humanidade.”
Allan Kardec
2. Livre arbítrio é a “possibilidade
de decidir, escolher em função
da própria vontade, isenta de
qualquer condicionamento,
motivo ou causa determinante”.
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
A liberdade de agir está
condicionada, portanto, à
VONTADE.
3. Desde os tempos mais remotos
o livre-arbítrio constitui objeto de
análise e de debates,
transformando-se em questão
central na história da filosofia e
na história da ciência,
pois o conceito de livre-arbítrio
tem implicações religiosas,
morais, psicológicas e científicas.
4. Já que a vontade é tão
importante, vamos consultar
Kant, um filósofo alemão, que
viveu no século XVIII:
Kant explica que toda vontade
pressupõe uma deliberação da
razão,
distinta dos desejos,
soberana em relação a eles.
5. Toda deliberação racional
implica dois elementos:
de um lado, a finalidade, isto é, o
que queremos quando
deliberamos;
e de outro, o motivo, ou, como se
diz: a razão de termos deliberado
daquela maneira.
6. O motivo que permite identificar,
em qualquer deliberação, uma
boa vontade é o que Kant
denomina “sentido do dever”.
Ou seja, só age com boa
vontade aquele que age por
dever.
7. A boa vontade não é desejo.
É deliberação racional.
Portanto, podemos deliberar
racionalmente no mesmo sentido
do desejo.
Ou, na sua contramão.
8. Somente o ser que possui:
•livre arbítrio;
•responsabilidade;
•razão;
•consciência;
•e vontade;
consegue deliberar na
contramão do desejo, do instinto.
9. A moral em Kant pressupõe um
agir desinteressado.
O desinteresse seria sua primeira
grande característica.
A boa vontade racional,
respeitadora de um dever para
além dos apetites e dos interesses
pessoais, pressupõe uma
liberdade frente aos mesmos.
10. Eis um segundo traço relevante
da moral kantiana.
Para poder ser desinteressada,
primeiro traço já destacado,
a vontade tem que ser livre.
Já que o assunto é tão
importante, não podemos deixar
de consultar Emmanuel:
11.
12. Determinismo x liberdade
Em nossa experiência terrestre,
estão juntas, todo o tempo:
•as obrigações fatais;
•e as decisões independentes.
13. O Espírito se encontra,
temporariamente, submetido a
deveres inevitáveis, mas
dispõe de livre-arbítrio para:
•melhorar ou;
•comprometer qualquer situação.
14.
15. Nossa consciência nos indica
que devemos seguir a Lei do
Bem.
Entretanto, se é uma lei, onde
estaria o livre-arbítrio?
16. O livre-arbítrio é concedido a
todas as criaturas conscientes,
porquanto:
“A cada Espírito será dado o que
lhe cabe receber, conforme as
próprias obras.”
17. O Criador, porém, não é autor de
violência.
Por isso, até mesmo ante a Lei
do Bem, a pessoa humana
dispõe de três opções distintas:
18. •poderemos seguir a lei do Bem;
•parar na senda evolutiva, de
modo a não segui-la;
•ou afastarmo-nos dela pelos
despenhadeiros do mal.
Os que observam a Lei do Bem
se encaminham para as Esferas
Superiores;
19. Os que preferem descansar em
caminho, por vezes se demoram
muito tempo na inércia,
retomando a marcha com muitas
dificuldades para a readaptação
às tarefas da jornada;
20. E, aqueles que se distanciam
voluntariamente, nos terrenos
escorregadios do desequilíbrio,
muitas vezes, gastam séculos,
presos nos princípios de causa e
efeito,
até que, um dia, deliberem
aceitar a própria renovação…
21. Vou optar por seguir a lei do
Bem, me encaminhando assim,
para as Esferas Superiores.
Ótima decisão mas, como?
22. Utilizando-me do livre arbítrio,
garantido por Deus,
vou acionar a vontade,
dominando assim os apetites e
os interesses pessoais.
Desse modo vou, aos poucos,
desenvolvendo as virtudes
exemplificadas por Jesus.
23. É uma questão de:
•Conscientização;
•Tomada de resolução;
•Bom ânimo;
•Fé inabalável;
•Renúncia;
•e Humildade.
24. Como tenho utilizado meu livre
arbítrio?
Todos os dias, quase o tempo
todo, somos obrigados a
deliberar.
Entre o estímulo e a resposta
encontra-se a liberdade de
escolha do ser humano.
25. Necessitamos tomar decisões,
algumas irrelevantes outras
muito importantes.
Você utiliza teu livre arbítrio
baseado em valores!
Os valores adotados por você
são os mesmos que a grande
maioria das pessoas adota?
26. Você permite que tuas decisões
sejam significativamente influen-
ciadas pela moda, pela mídia?
Ou você se utiliza da tua
consciência para definir os
valores a serem consultados nos
momentos de tomada de
decisão?
27. Se esses valores, consciente-
mente definidos por você, forem
valores baseados em princípios
fundamentais, princípios imutá-
veis, eternos; então você nunca
se sentirá inseguro, você estará
conquistando:
a verdadeira paz de Espírito.
28. Os princípios são guias para a
conduta humana, cujo valor
permanente foi comprovado.
Exemplos desses princípios:
29. •princípio da imparcialidade, a
partir do qual se desenvolveu
toda a noção de justiça e
igualdade;
•princípio da integridade e da
honestidade;
•princípio da dignidade humana;
•etc.
30. Para garantir que o exercício do
teu livre arbítrio (tuas decisões)
sempre respeitará esses valores
baseados em princípios
fundamentais, você deverá se
utilizar da VONTADE.
Antes dos exemplos, vamos a
mais algumas recomendações
de Emmanuel:
31.
32. Vigia o que você pensa, fala e
faz, com o dever de estender o
bem para os outros, quanto se te
faça possível e
vai entender o lugar em que você
se encontra na própria
conscientização.
33. Você é livre para empreendi-
mentos diversos como sejam:
•fazer o bem aos semelhantes,
desinteressadamente;
•suportar incompreensões e
afrontas, sem revide;
•praticar a paciência em todas as
situações difíceis;
34. •aguardar a tua vez nas filas,
sem reclamações;
•compreender os momentos
críticos dos companheiros, sem
reprová-los quando pareçam
irresponsáveis;
•auxiliar sempre a fim de que se
faça o melhor;
35. •trabalhar sem queixa;
•servir, com a alegria de quem
cumpre um dever;
•agradecer aos que te amparam
na vida sem esquecer as
palavras que te expressam o
reconhecimento com o sorriso da
gratidão.
36. Agora sim vamos aos exemplos
de como empreender nossos
melhores esforços para:
•Utilizar a consciência para
definir os valores a serem
consultados nos momentos de
tomada de decisão;
37. •Basear esses valores em
princípios fundamentais,
princípios imutáveis, eternos;
•Utilizar o livre arbítrio em função
desses valores;
•Valer-se da vontade para
efetivamente cumprir o desafio
do item anterior.
38.
39. Situação:
Surgem opositores a um projeto
meu.
Atitude baseada no senso comum:
Destruir dos opositores.
Princípio base dos valores a
serem consultados para o efetivo
exercício do livre arbítrio:
Solidariedade / Altruísmo.
41. Situação:
Dificuldades, cansaço, desânimo.
Atitude baseada no senso comum:
Acomodar-se, como puder.
Princípio base dos valores a
serem consultados para o efetivo
exercício do livre arbítrio:
Bom ânimo / Disposição.
42. Atitude resultante:
•fortalecer a Fé;
•orar;
•buscar auxílio;
•acionar a força de vontade.
Ensinamento (Jesus) relacionado:
“Levanta-te e anda”
43. Situação:
Parente difícil; desafetos no
ambiente de trabalho; filho.
Atitude baseada no senso comum:
renegar os que nos incomodam.
Princípio base dos valores a
serem consultados para o efetivo
exercício do livre arbítrio:
Compaixão / Serenidade
45. Situação:
Desejo de plena liberdade.
Irritação com as privações.
Atitude baseada no senso comum:
Fazer o que desejar.
Princípio base dos valores a
serem consultados para o efetivo
exercício do livre arbítrio:
Responsabilidade / Disciplina
46. Atitude resultante:
•reconhecer os próprios erros;
•conversar com pessoas maduras,
espiritualizadas e sensatas;
•disciplinar a mente.
Ensinamento (Jesus) relacionado:
“Não peques mais”
47. Situação:
Apego à posse.
Segurança baseada na propriedade.
Atitude baseada no senso comum:
Juntar o máximo que conseguir,
nunca é demais. Priorizar o ter.
Princípio base dos valores a serem
consultados para o efetivo exercício
do livre arbítrio:
Desapego / Mamon a serviço de Deus
49. Situação:
Sente-se injustiçado, desprestigiado.
Atitude baseada no senso comum:
Não levar desaforo para casa.
Exigir privilégios, vantagens.
Princípio base dos valores a serem
consultados para o efetivo exercício
do livre arbítrio:
Indulgência / humildade
50. Atitude resultante:
•Fazer valer os próprios direitos,
com sensatez, sem prejudicar;
•Perdoar;
•Reconhecer os direitos alheios.
Ensinamento (Jesus) relacionado:
“Perdoa sempre”
“Ora pelos que te perseguem e
caluniam”.
51.
52. Bem compreendido, mas sobretudo
bem sentido, o Espiritismo leva aos
resultados, que caracterizam o
verdadeiro Espírita, como o Cristão
verdadeiro,
pois que um o mesmo é que outro.
ESE - Capítulo XVII - Sede perfeitos - Os bons Espíritas
53. O Espiritismo não institui uma nova
moral; apenas facilita aos homens a
inteligência e a prática da moral do
Cristo,
facultando fé inabalável e
esclarecida aos que duvidam ou
vacilam.
ESE - Capítulo XVII - Sede perfeitos - Os bons Espíritas
54. Reconhece-se o verdadeiro espírita
pela sua transformação moral e pelos
esforços que emprega para domar
suas inclinações más.
Enquanto um se contenta com o seu
horizonte limitado, outro, que
apreende alguma coisa de melhor, se
esforça por desligar-se dele e sempre
o consegue, se tem firme a vontade.
ESE - Capítulo XVII - Sede perfeitos - Os bons Espíritas
55. Obras Básicas da DE (Allan Kardec):
• O Livro dos Espíritos;
• O Evangelho Segundo o Espiritismo;
• O Livro dos Médiuns;
• O Céu e o Inferno;
• A Gênese.
• O Que é Espiritismo;
• Obras Póstumas.