Este documento técnico discute a compensação reativa e correção do fator de potência. Aborda conceitos básicos de eletricidade, fator de potência, causas e consequências de baixo fator de potência, métodos para correção, tipos de correção, capacitores de potência e tarifação de energia elétrica.
2. E S T A P U B L I C A Ç Ã O T É C N I C A É D E P R O P R I E D A D E A U T O R A L D E R I C A R D O P R A D O
T A M I E T T I , S E N D O V E T A D A A D I S T R I B U I Ç Ã O , R E P R O D U Ç Ã O T O T A L O U P A R C I A L
D E S E U C O N T E Ú D O S O B Q U A I S Q U E R F O R M A S O U Q U A I S Q U E R M E I O S
( E L E T R Ô N I C O , M E C Â N I C O , G R A V A Ç Ã O , F O T O C Ó P I A , D I S T R I B U I Ç Ã O N A W E B O U
O U T R O S ) S E M P R É V I A A U T O R I Z A Ç Ã O , P O R E S C R I T O , D O P R O P R I E T Á R I O D O
D I R E I T O A U T O R A L .
R E S E R V A D O S T O D O S O S D I R E I T O S .
T O D A S A S D E M A I S M A R C A S E D E N O M I N A Ç Õ E S C O M E R C I A I S S Ã O D E
P R O P R I E D A D E S D E S E U S R E S P E C T I V O S T I T U L A R E S .
E D I T O R A Ç Ã O E L E T R Ô N I C A :
R E V I S Ã O :
R I C A R D O P . T A M I E T T I
TAMIETTI, Ricardo Prado.
Compensação reativa e a correção do fator de potência – uma
visão da engenharia de projetos/ Ricardo Prado Tamietti – Belo
Horizonte, MG: Engeweb, 2007.
I S B N 8 5 - 9 0 5 4 1 0 - 1 - 2
Inclui bibliografia
1. Engenharia. 2. Compensação reativa. 3. Correção do fator de
potência.
E S T A P U B L I C A Ç Ã O T É C N I C A É M A N T I D A R E V I S A D A E A T U A L I Z A D A P A R A
D O W N L O A D N O S I T E W W W . E N G E W E B . E N G . B R .
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3. SOBRE O AUTOR
Ricardo Prado Tamietti
Graduado sem Engenharia Elétrica pela UFMG em 1994, onde também concluiu os
cursos de pós-graduação em Engenharia de Telecomunicações e em Sistemas de
Energia Elétrica com ênfase em Qualidade de Energia. Sócio-diretor da VERT
Engenharia. Engenheiro e consultor da COBRAPI desde 1994, com grande
experiência na elaboração, coordenação e gerenciamento de projetos de instalações
elétricas industriais e sistemas prediais, tendo atuado nas áreas de educação
corporativa, desenvolvimento de engenharia, sistema de gestão da qualidade,
engenharia de projetos, planejamento e controle, gerenciamento de contratos, de
projetos e de equipes técnicas de eletricidade. Auditor especializado em sistema de
gestão da qualidade para empresas de engenharia, segundo prescrições da ABNT
NBR ISO 9001. Membro da Comissão de Estudos CE-064.01 da ABNT/CB-03 -
Comitê de Eletricidade da ABNT. Autor de livros, softwares e artigos técnicos na área
de instalações elétricas. Na área acadêmica, atua como Coordenador técnico e
docente de cursos de pós-graduação lato sensu direcionados ao ensino da engenharia
de projetos industriais em diversas universidades do país.
Mantém na internet a loja virtual www.engeweb.eng.br, uma editora multimídia
especializada na produção e distribuição de conteúdos autorais e informativos – tanto
de criação própria quanto de autores parceiros – sob a forma de cursos e e-books
(livros digitais) para a área de engenharia.
contato: tamietti@vertengenharia.com.br
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13. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
Capítulo
IConceitos básicos
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 1
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1 Conceitos básicos
Sumário do capítulo
1.1 ENERGIA ELÉTRICA
1.2 TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA
1.2.1 Análise de circuitos em corrente contínua (CC) e alternada (CA)
1.3 ELEMENTOS DE UM CIRCUITO ELÉTRICO
1.3.1 Resistência
1.3.2 Indutância
1.3.3 Capacitância
1.3.4 Impedância
1.4 POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA
1.4.1 Potência complexa
1.4.2 Medição de energia
É extremamente importante
estabelecer, logo de início, uma linguagem
comum, de forma que a comunicação de
cada termo a ser utilizado seja bastante
clara. Cada nova “quantidade” introduzida
deve ser apresentada. É o que chamamos de
unidades de medida. Para podermos
interpretar uma grandeza mensurável, é
necessário o conhecimento tanto de um
número quanto uma unidade, como, por
exemplo “10 metros”.
Neste livro será utilizado o Sistema
Internacional de Unidades (SI), conforme
descrito pela Resolução Conmetro 01/82,
sendo de uso compulsório no Brasil. Este
sistema é formado por sete unidades básicas
(metro, kilograma, segundo, ampère, kelvin,
mol e candela) e duas unidades
suplementares (radiano e esterradiano). A
combinação destas estabelece várias outras
unidades, chamadas de unidades derivadas.
As unidades de medidas, bem como as suas
grafias, símbolos e prefixos, estão
apresentadas no Anexo A e serão
introduzidas no momento da definição de
cada termo técnico ao longo dos capítulos.
1.1 Energia elétrica
Energia é a capacidade de produzir
trabalho e apresenta-se sob várias formas:
Energia térmica;
Energia mecânica;
Energia elétrica;
Energia química;
Energia atômica, etc.
Uma das mais importantes
características da energia é a possibilidade
de sua transformação de uma forma para
outra. Por exemplo: a energia térmica pode
ser convertida em energia mecânica
(motores de explosão), energia química em
energia elétrica (pilhas), etc. Entretanto, na
maioria das formas em que a energia se
apresenta, ela não pode ser transportada, ela
tem que ser utilizada no mesmo local em que
é produzida.
Na realidade, a energia elétrica é
invisível. O que percebemos são seus
efeitos, tais como:
Luz;
Calor;
Choque elétrico, etc.
A energia elétrica é uma forma de
energia que pode ser transportada com
facilidade, ao contrário de outras formas de
energia.
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 2
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1.2 Tensão e corrente elétrica
Nos materiais condutores, como os fios,
existem partículas invisíveis chamadas
elétrons livres, que estão em constante
movimento de forma desordenada.
Para que estes elétrons livres passem a
se movimentar de forma ordenada nos fios, é
necessário ter uma força que os empurre em
uma mesma direção. A esta força é dado o
nome de potencial elétrico ou tensão
elétrica (U), e sua unidade de medida é o
volt [V]. Na verdade, o que faz com que os
elétrons se movimentem é a diferença de
potencial (tensão) entre dois pontos no fio,
ou seja, uma diferença entre as
concentrações de elétrons (carga elétrica).
Esse movimento ordenado dos elétrons
livres, provocado pela ação da diferença de
potencial (tensão), forma uma corrente de
elétrons. Essa corrente ordenada de elétrons
livres (ou seja, carga “Q” em movimento) por
unidade de tempo (t) é chamada de corrente
elétrica (I), e sua unidade de medida é o
ampère [A], definido como a “corrente
elétrica invariável que, mantida em dois
condutores retilíneos, paralelos, de
comprimento infinito e área de seção
transversal desprezível e situados no vácuo
a 1 metro de distância do outro, produz entre
esses condutores uma força igual a 2 x 10-7
newtons por metro de comprimento desses
condutores”.
t
Q
I
Δ
= (1.1)
onde:
I = Corrente elétrica, em ampère [A];
Q = carga elétrica, em coulomb [C];
Δt = intervalo de tempo, em segundo [s].
Desta forma, pode-se dizer que a
intensidade da corrente é caracterizada pelo
número de elétrons livres que atravessa uma
determinada seção do condutor na unidade
de tempo.
Figura 1.1 Fluxo de elétrons através da seção de um
condutor.
Para fazermos idéia do comportamento
da corrente elétrica, podemos compará-la
com uma instalação hidráulica, interpretando
o fornecimento de energia elétrica a uma
carga como sendo realizado por um
“bombeamento de carga elétrica”.
A pressão que a água faz depende da
altura do reservatório (analogia com a
energia elétrica: tensão). A quantidade de
água que flui pelo cano por unidade de
tempo, ou seja, a vazão d’água, expressa em
m3
/s (analogia com a energia elétrica:
corrente) vai depender desta pressão e do
diâmetro do cano (analogia com a energia
elétrica: resistência).
Observe a pilha da figura 1.2. A energia
química faz com que as cargas positivas
(prótons) e as negativas (elétrons) se
concentrem em extremidades opostas (polos
positivo e negativo), estabelecendo uma
tensão elétrica U entre elas. Adicionalmente,
como as duas extremidades da pilha estão
interligadas por um condutor, a tensão
elétrica obriga os elétrons livres do circuito a
fluirem do polo negativo para o positivo. Este
fluxo ordenado de elétrons, como vimos, é a
corrente elétrica.
+
-
Pilha
IU
Figura 1.2 Tensão e corrente elétrica.
- -
- - -
-
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 3
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1.2.1 Análise de circuitos em corrente
contínua (CC) e alternada (CA)
A figura 1.3, letra (a), mostra a
representação gráfica da tensão e corrente
contínuas (CC), onde se vê que suas
intensidades não variam ao longo do tempo.
No entanto, exceto para aplicações
muito específicas (equipamentos movidos à
bateria, na maior parte), as instalações
elétricas (geração, transmissão, distribuição
e utilização) são feitas sob tensão e corrente
alternadas (CA). Como mostra a letra (b) da
mesma figura, as intensidades da tensão e
da corrente alternadas variam ao longo do
tempo, comportando-se, graficamente, por
exemplo, como uma curva de característica
trigonométrica do tipo senoidal.
Importante:
Em análise de circuitos, é comum distinguir-
se as quantidades constantes das variáveis
com o tempo, pelo emprego de letras
maiúsculas para as constantes (contínuas) e
minúsculas para as variáveis (alternadas).
Denomina-se período da tensão e da
corrente alternadas o tempo “T”, medido em
segundos, necessário para que suas
intensidades "percorram" a onda senoidal,
isto é: irem de zero até o máximo positivo,
voltarem a zero, irem até o mínimo negativo
e, por fim, retornarem novamente a zero.
O número de períodos por segundo que
a tensão e a corrente alternadas perfazem é
denominado frequência, medido em hertz
[Hz] e designado pela letra “f”. No Brasil, a
frequência é padronizada em 60Hz, ou seja,
a tensão (e a corrente) se inverte 60 vezes
por segundo. A relação entre a freqüência da
onda e o período é dada por:
T
f
1
= (1.2)
Nos circuitos alternados trabalha-se
com os valores instantâneos da intensidade
da tensão e da corrente, que são expressos
por:
( ) ( )αω +⋅⋅= tsenUtu m (1.3)
( ) ( )βω +⋅⋅= tsenti mI (1.4)
onde:
u = tensão instantânea, em volt [V];
i = corrente instantânea, em ampère [A];
Um = intensidade máxima da tensão em 1
período, em volt [V];
Im = intensidade máxima da corrente em 1
período, em ampère [A];
ϖ = 2 π f = frequência angular, em [rad/s],
sendo “f” a frequência em hertz [Hz];
t = intervalo de tempo, em segundo [s];
α e β = ângulo de fase da tensão e corrente,
em graus (fase da onda em t = 0).
Figura 1.3 Tensão e corrente contínuas e alternadas.
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 4
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Figura 1.4 Onda de tensão senoidal com ângulo de
fase diferente de zero.
Na figura 1.4, está representada a
expressão 1.3 com ângulo de fase igual a
zero (senóide na cor vermelha) e diferente de
zero (senóide na cor verde). Nesta situação,
pode-se dizer que o senóide verde está
adiantada de “α” graus.
Na prática, utilizamos os valores
eficazes da tensão (U) e da corrente (I)
senoidais, que representam valores médios e
são expressos por:
2
mU
U = (1.5)
2
Im
=I (1.6)
Onde U e I são medidos em [V] e [A],
respectivamente, e o significado dos termos
Um e Im já foram vistos.
Importante:
Daqui para frente, sempre que nos referirmos
a tensão ou a corrente alternada, a menos
que dito o contrário, suas intensidades estão
pressupostas serem as eficazes,
representadas pelas abreviaturas U e I,
respectivamente.
1.3 Elementos de um circuito elétrico
Dispositivos elétricos, tais como
fusíveis, lâmpadas, baterias, bobinas, etc,
podem ser representados por uma
combinação de elementos de circuitos muito
simples, constituídos, genericamente, por
dois terminais condutores perfeitos através
dos quais a corrente pode entrar ou sair do
elemento (figura 1.5).
u
Um
ω.t
α
A
B
Figura 1.5 Um elemento de circuito geral.
Os chamados elementos ativos são
aqueles capazes de fornecer energia
(potência) para a rede (tais como as fontes
independentes de tensão e corrente). Os
elementos passivos são aqueles capazes de
absorver ou armazenar a energia das fontes
(tais como resistores, capacitores e
indutores).
1.3.1 Resistência
Todos os materiais oferecem alguma
resistência à circulação da corrente elétrica:
de pouca a quase nenhuma, nos condutores,
a alta, nos isolantes. A resistência elétrica,
designada pela letra R, é a medida em ohm
[Ω] da oposição que o circuito condutor
oferece à circulação da corrente, sendo
expressa por:
IRU ⋅= (1.7)
onde:
U = tensão, em volt [V];
I = corrente, em ampère [A];
R = resistência, em ohm [Ω].
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A expressão 1.7 é a interpretação
matemática da Lei de Ohm, que diz:
A corrente que flui através de uma
resistência é diretamente proporcional à
tensão aplicada e inversamente proporcional
à resistência.
Nesta forma simples, a Lei de Ohm se
aplica apenas aos circuitos de corrente
contínua e aos de corrente alternada que
contenham somente resistências.
Para os circuitos alternados contendo
indutores e/ou capacitores, novos
parâmetros precisam ser considerados - tais
parâmetros sendo, respectivamente, a
indutância e/ou a capacitância do circuito,
fenômenos que descreveremos logo adiante.
Em corrente alternada, como vimos, a
tensão e, conseqüentemente, a corrente,
mudam de polaridade no ritmo estabelecido
pela frequência, seguindo um
comportamento senoidal.
Nas resistências elétricas, as senóides
da tensão e da corrente passam pelos seus
pontos notáveis (máximo, zero e mínimo)
simultaneamente, como mostra a figura 1.6.
Diz-se que estão "em fase" e representa-se
por ϕ = 0º. O ângulo ϕ, denominado ângulo
de fase, mede a defasagem entre a tensão e
corrente em um determinado instante, ou
seja, ϕ = α - β.
Figura 1.6 Senóides da tensão e da corrente nas
resistências.
1.3.1.1 Associação de resistências
A associação das resistências em um
circuito elétrico pode ser de dois tipos:
associação série e associação paralela.
Uma associação em série é aquela em
que o valor da corrente elétrica é a mesma
em cada resistência (o valor da tensão sob
cada elemento é variável e depende do valor
da resistência). Já na associação em
paralelo, todas as resistências estão
submetidas ao mesmo valor da tensão (o
valor da corrente em cada elemento é
variável e depende do valor da resistência).
a) Associação de resistências em série
A associação de resistências em série
pode ser representada através do seu valor
equivalente Req (figura 1.7), conforme
expressão 1.8.
Figura 1.7 Associação de resistências em série.
nq RRR +++= ...R 21e (1.8)
b) Associação de resistências em paralelo
A associação de resistências em
paralelo pode ser representada através do
seu valor equivalente Req (figura 1.8)
conforme expressão 1.9.
R2 RnR1
Req
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Figura 1.8 Associação de resistências em paralelo.
nq RRR
1
...
11
R
1
21e
+++= (1.9)
1.3.2 Indutância
A corrente alternada, ao circular em
uma bobina (indutor), gera o fenômeno de
auto-indução, ou seja, a bobina, ao ser
energizada, induz tensão em si mesma.
Por sua vez, a tensão auto-induzida
gera uma contra-corrente, que provoca o
retardamento da corrente em circulação.
Este fenômeno (uma forma de
resistência) é denominado reatância
indutiva, designado por XL , medido em ohm
[Ω] e expresso por:
LfLXL ⋅⋅⋅=⋅= πω 2 (1.10)
onde:
f = frequência, em hertz [Hz];
L = indutância, em henry [H];
ϖ = 2 π f = frequência angular, em [rad/s].
O indutor é um elemento passivo do
circuito que armazena energia durante certo
período de tempo e devolve esta durante
outro período, de tal forma que a potência
média é zero (definiremos o termo “potência”
mais adiante).
R1
R2
R
Figura 1.9 Senóides da tensão e da corrente nas
bobinas (indutores).
Como esquematizado na figura 1.9, nos
circuitos puramente indutivos, o
retardamento da corrente a faz ficar
defasada de 90° em relação à tensão, ou
seja, o ângulo de fase é ϕ = 90°.
Dica:
Nos circuitos de corrente contínua, as
bobinas se comportam como um curto-
circuito.
1.3.2.1 Associação de indutores
A associação dos indutores em um
circuito elétrico pode ser de dois tipos:
associação série e associação paralela.
Uma associação em série é aquela em
que o valor da corrente elétrica é a mesma
em cada indutor (o valor da tensão sob cada
elemento é variável e depende do valor da
indutância). Já na associação em paralelo,
todos os indutores estão submetidos ao
mesmo valor da tensão (o valor da corrente
em cada elemento é variável e depende do
valor da indutância).
a) Associação de indutores em série
A associação de indutores em série
pode ser representada através do seu valor
equivalente XLeq (figura 1.10), conforme
expressão 1.11.
n
Req
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 7
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Figura 1.10 Associação de indutores em série.
LnLLLeq XXXX +++= ...21 (1.11)
b) Associação de indutores em paralelo
A associação de indutores em paralelo
pode ser representada através do seu valor
equivalente XLeq (figura 1.11) conforme
expressão 1.12.
Figura 1.11 Associação de indutores em paralelo.
LnLLLeq XXXX
1
...
111
21
+++= (1.12)
O comportamento da associação série
e paralelo de indutores são iguais ao
comportamento da associação de resistores.
1.3.3 Capacitância
Capacitores são elementos passivos do
circuito que acumulam eletricidade e,
também eles, oferecem certa resistência à
passagem da corrente alternada,
denominada reatância capacitiva,
designada por XC , medida em ohm [Ω] e
expressa por:
XL1 XL2 XLn
CfC
XC
⋅⋅⋅
=
⋅
=
πω 2
11
(1.13)
onde:
f = frequência, em hertz [Hz];
C = capacitância, em farad [F];
ϖ = 2 π f = frequência angular, em [rad/s].
No capacitor, o armazenamento de
energia é em um campo elétrico, enquanto
no indutor é em um campo magnético.
Conforme mostrado na figura 1.12, nos
circuitos puramente capacitivos, a corrente
fica adiantada de 90° em relação à tensão,
ou seja, o ângulo de fase é: ϕ = - 90°.
Figura 1.12 Senóides da tensão e da corrente nos
capacitores.
Dica:
Nos circuitos de corrente contínua, os
capacitores se comportam como um
interruptor aberto.
1.3.3.1 Associação de capacitores
A associação dos capacitores em um
circuito elétrico pode ser de dois tipos:
associação série e associação paralela.
=
XL qe
XL1
XL2
XLn
XLeq
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 8
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Uma associação em série é aquela em
que o valor da corrente elétrica é a mesma
em cada capacitor (o valor da tensão sob
cada elemento é variável e depende do valor
da capacitância). Já na associação em
paralelo, todos os capacitores estão
submetidos ao mesmo valor da tensão (o
valor da corrente em cada elemento é
variável e depende do valor da capacitância).
XCeq
Figura 1.14 Associação de capacitores em paralelo.
CnCCCeq XXXX +++= ...21 (1.15)
O comportamento da associação série
e paralelo de capacitores é o inverso do
comportamento da associação de resistores
e indutores.
a) Associação de capacitores em série
A associação de capacitores em série
pode ser representada através do seu valor
equivalente XCeq (figura 1.13), conforme
expressão 1.14. 1.3.4 Impedância
Os circuitos elétricos de corrente
alternada raramente são apenas resistivos,
indutivos ou capacitivos. Na esmagadora
maioria das vezes, apresentam as duas
reatâncias (ou somente uma delas)
combinadas com a resistência.
A resistência total do circuito - que
passa a ser denominada impedância,
designada por Z e, evidentemente, medida
em ohm [Ω] - é o resultado dessa
combinação.
Porém, como vimos nas figuras 1.6, 1.9
e 1.12, a resistência e as reatâncias são
vetores (grandezas que agrupam três
informações: módulo, direção e sentido).
A composição vetorial que fornece a
impedância é bastante simples, pois seus
vetores são coplanares e posicionados a 90°,
como esquematizado na figura 1.15.
Em vista disso, ela é determinada como
a hipotenusa do triângulo retângulo,
denominado triângulo das impedâncias,
em que um dos catetos é a resistência e o
outro a reatância indutiva ou a capacitiva ou,
caso coexistam, a diferença vetorial entre
estas duas. Vetorialmente, considera-se a
reatância indutiva positiva e a capacitiva,
negativa.
XC1 XC2 XCn
XCeq
Figura 1.13 Associação de capacitores em série.
:
CnCCCeq XXXX
1
...
111
21
+++= (1.14)
b) Associação de capacitores em paralelo
A associação de capacitores em
paralelo pode ser representada através do
seu valor equivalente XCeq (figura 1.14)
conforme expressão 1.15.
XC1 XC2 XCn
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 9
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22. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 10
Figura 1.15 Vetores componentes da impedância.
Podemos escrever, observando a figura
1.15 e utilizando o Teorema de Pitágoras, as
seguintes relações trigonométricas:
22
XRZ += (1.16)
ϕcos⋅= ZR (1.17)
ϕsenZX ⋅= (1.18)
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
R
X
arctgϕ (1.19)
Conforme apresentado na Tabela 1.1, o
ângulo da impedância indicado na expressão
1.19 torna-se respectivamente, para cargas
predominantemente indutivas e capacitivas:
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
R
L
arctg
R
X
arctg
L ω
ϕ (1.19a)
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛ −
=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
CR
arctg
R
X
arctg
C
ω
ϕ
1 (1.19b)
A impedância de um circuito elétrico,
portanto, pode apresentar-se segundo uma
das seguintes variantes:
a) Caso a1
22
LXRZ += (1.20)
b) Caso a2
22
CXRZ += (1.21)
c) Caso b1 ou b2
( )2222
CL XXRXRZ −+=+= (1.22)
Nas expressões 1.20 e 1.21, casos (a1)
e (a2), todos os termos já são nossos
conhecidos. No caso (b1) ou (b2), o termo X
é a diferença algébrica entre a reatância
indutiva XL e a capacitiva XC. Quando, em
valores absolutos:
a indutância é maior, o circuito é
predominantemente indutivo, caso (b1)
da figura 1.15;
a indutância é menor, o circuito é
predominantemente capacitivo, caso (b2)
da figura 1.15.
1.3.4.1 Combinação de impedâncias
As impedâncias combinam entre si
(combinação série e paralelo) exatamente
como as resistências e as indutâncias.
a) impedâncias em série:
neq ZZZZ +++= ...21 (1.23)
R
XL
XC
R
XL
Z
(a1)
R
Z
XC
(a2)
R
X
Z
(b1)
R
Z
X(b2)
(a1) e/ou (a2) (b1) ou (b2)
R
X
ϕ
Z
AC
ESSE
W
W
W
.EN
G
EW
EB.EN
G
.BR
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23. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 11
b) impedâncias em paralelo:
neq ZZZZ
1
...
111
21
+++= (1.24)
1.3.4.2 Impedância no domínio da
frequência
A Lei de Ohm, que permitiu a derivação
da expressão 1.7, para os circuitos de
corrente alternada, passa então a ser
expressa de maneira mais geral pela relação
entre a tensão fasorial U e a corrente
fasorial
&
I& (onde Z& é um número complexo,
mas não um fasor):
IZU &&& ⋅= (1.25)
Nota:
O pequeno ponto sobre a variável indica que
é um número complexo, composto por suas
componentes real e imaginária.
O fasor, uma representação
geométrica de um segmento linear orientado
que gira no sentido anti-horário (convenção)
a uma velocidade angular ω (rad/s), possui
“tamanho” igual à amplitude do seu sinal
equivalente da curva senóide; o ângulo entre
dois fasores é a diferença entre dois pontos
correspondentes na curva senóide.
Função:
( ) Vº45200cos150 +⋅= tu
Representação do fasor: Vº45150 ∠=U&
‘
A expressão (1.25), definida no
chamado “domínio da freqüência” (quando
descrito por meio de quantidades complexas
chamadas fasores), é formalmente igual à
Lei de Ohm (U = R.I), para uma rede resistiva
no “domínio do tempo” (quando o estado
estacionário é especificado por meio de
senos e cosenos).
Uma carga pode ser reapresentada por
sua impedância equivalente Z, que, como
vimos, é composta pela resistência R e pela
reatância X equivalente.
Existem duas maneiras de representar
a impedância Z:
Forma retangular ou cartesiana;
Forma polar.
Nota:
Para maiores detalhes sobre as
representações na forma retangular e polar,
ver apêndice A.
A forma retangular (também conhecida
por “representação complexa”) é
apresentada da seguinte maneira:
jXRZ +=& (1.26)
onde:
R (resistência) é a chamada “parte real” da
impedância, em ohm [Ω];
X (reatância) é a chamada “parte imaginária”
da impedância, em ohm [Ω];
j = operador matemático que define o
chamado “número complexo”.
A forma polar é representada da
seguinte maneira:
βα
β
α
ϕ −∠=
∠
∠
=∠=
I
U
I
U
ZZ& (1.27)
onde:
O fasor U gira em
sentido anti-horário
com velocidade
ω = 200 rad/s
&
V501
45º
U&
AC
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G
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24. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 12
|Z|= módulo da impedância;
α = ângulo da tensão;
β = ângulo da corrente;
ϕ = ângulo de fase da impedância, que mede
o ângulo pelo qual a tensão se adianta em
corrente (ϕ = α - β);
∠ = operador matemático para separar o
módulo do ângulo de fase. Em circuitos
puramente resistivos, os valores de I e U
estão em fase e ϕ = 0º; em circuitos
predominantemente indutivos, a corrente I se
atrasa de U e 0º < ϕ < 90º; em circuitos
predominantemente capacitivos, I se adianta
de U e -90º < ϕ < 0º.
A reatância, que, como vimos, na forma
retangular é a parte imaginária da
impedância, é considerada positiva quando
for uma reatância indutiva (j XL) e negativa
quando for uma reatância capacitiva (-j XC).
A Tabela 1.1 apresenta circuitos
elétricos combinados com resistências,
indutâncias e capacitâncias no domínio da
freqüência.
Tabela 1.1 Diagramas fasoriais para circuitos com elementos resistivos, indutivos e capacitivos.
Diagrama fasorial Esquema elétrico Impedância Z
Ângulo da
impedância
ϕ∠= RZ& º0=ϕ
ϕ∠+=
+= jX
22
L
LXRZ
RZ
&
&
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
R
L
arctg
R
X
arctg L
ω
ϕ
ϕ∠+=
−= jX
22
C
CXRZ
RZ
&
&
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛ −
=
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛ −
=
RC
arctg
R
X
arctg C
1
ω
ϕ
U&
I&
α=β
Os fasores I e U
estão em fase
ϕ = 0º
U&
I&
α
β
ϕ
I se atrasa de U
0º < ϕ < 90º
I se adianta de U
-90º < ϕ < 0º
U&
I&
α
β
ϕ
R
R
j XL = j ωL
- j XC = -j(1/ωC)
R
AC
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25. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
EXEMPLO 1.1 Calcule a impedância de um circuito RL,
com R = 10 Ω, L = 50 mH e frequência igual a 60Hz.
Solução:
Como o circuito é reativo indutivo, temos que, de
(1.10):
Ω=⋅⋅⋅=⋅⋅⋅== 1905,06022 ππω LfLXL
de (1.26),
Ω=+=+= 4,211910 2222
LXRZ
Representação na forma retangular:
de (1.26), ( ) ( ) Ω+=+= 1910 jjXRZ L&
Representação na forma polar:
de (1.19a),
º2,62
10
19
=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
= arctg
R
X
arctg
L
ϕ
de (1.27), º2,624,21 ∠=∠= ϕZZ&
Triângulo das impedâncias:
EXEMPLO 1.2 Calcule a impedância de um circuito
RC, com R = 8 Ω, C = 600 μF e frequência igual a 60
Hz.
Solução:
Como o circuito é reativo capacitivo, temos que, de
(1.13):
Ω=
⋅⋅⋅
=
⋅⋅⋅
== 4,4
0006,0602
1
2
11
ππω CfC
XC
de (1.16),
Ω=+=+= 1,94,48 2222
CXRZ
Representação na forma retangular:
de (1.26), ( ) ( ) Ω−=−= 4,48 jjXRZ C&
Representação na forma polar:
de (1.19b),
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛ −
=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
CR
arctg
R
X
arctg
C
ω
ϕ
1
º8,28
8
4,4
−=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛ −
= arctgϕ
de (1.27), ϕ∠= ZZ& = º8,281,9 −∠
8 Ω
EXEMPLO 1.3 Calcule a impedância Z e a corrente I
para um circuito RL série, com R = 10 Ω, L = 4 mH e
uma tensão aplicada de .tsenu 5000200⋅=
Solução:
Da expressão da tensão (1.3), temos que U = 200V e ϖ
= 5000. Portanto:
( ) Ω=×⋅== −
201045000 3
LXL ω
de (1.26), Ω∠=+= º4,633,222010 jZ&
Para , a corrente será, de (1.25):VU º0200∠=&
A
Z
U
I º4,639,8
º4,632,32
º0200
−∠=
∠
∠
==
&
&
&
EXEMPLO 1.4 Calcule a impedância Zeq e a corrente I
para um circuito série com duas impedâncias Z1 = 10 ∠
0º Ω e Z2 = 5 ∠ 63,4º Ω e tensão 127 ∠ 0º V.
Solução:
Para as impedâncias em série, de (1.23) e (1.25),
temos:
( ) ( )
A
Z
U
I
Z
eq
eq
º208,9
º2013
º0127
º2013º4,635º010
−∠=
∠
∠
==
Ω∠=∠+∠=
&
&
&
&
1.4 Potência e energia elétrica
Em uma grande classe de aplicações,
os cálculos de correntes e tensões nos
circuitos não são suficientes para a
10 Ω
j19 Ω
ϕ=62,2º
21,4 Ω
- j4,4 Ω
ϕ=62,2º
9,1 Ω
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 13
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26. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 14
determinação das grandezas elétricas e
especificação dos componentes dos
circuitos. Em numerosas instâncias um
objetivo de fundamental importância é a
determinação da potência elétrica em um
circuito ou da energia elétrica por ele
consumida ou fornecida. Será considerado
em nosso estudo, a menos que considerado
de maneira diferente, a potência e energia
em regime permanente senoidal.
Observe que o estudo da potência e
energia elétrica são grandezas muito mais
“assimiláveis” em termos práticos, visto que
em termos de sistemas elétricos de potência
é exatamente este produto – energia – que é
gerada pelas usinas, sendo transmitida,
distribuída e faturada ($$$) pelas
concessionárias para os mais variados tipos
de consumidores (industriais ou
residenciais).
Potência elétrica, em termos gerais, é a
quantidade de trabalho executado em um
intervalo de tempo, ou seja, a taxa de
variação de energia. No domínio elétrico da
tensão alternada, usando o circuito da figura
1.16 como exemplo, a potência p absorvida
por uma carga é diretamente proporcional à
tensão instantânea u a que está submetida e
à corrente instantânea i que circula, ou seja:
iup ⋅= (1.28)
Como a corrente é um fluxo de elétrons
mantido pela diferença de potencial entre
dois pontos do circuito, então, pela figura
1.16, uma analogia hidráulica para a potência
elétrica seria que a pilha "bombeia" elétrons
através da carga e esta, ao ser alimentada
com este "fluxo sob a pressão u", executa
certa quantidade de trabalho.
+
-
Pilha
iu
Carga
Figura 1.16 Potência absorvida por uma carga.
Potência versus Energia:
Qual a diferença entre potência e energia?
Potência é a capacidade de realizar um determinado
trabalho. Energia é o trabalho propriamente dito.
Imagine um halterofilista que tem a força para levantar
até 200 quilos. Ele tem potência. Quando nosso
halterofilista suspender um peso ele terá realizado um
trabalho. Em conseqüência gastou uma certa
quantidade de energia.
Os equipamentos elétricos também têm uma
capacidade de realizar trabalho como, por exemplo,
aquecer a água do seu banho. Haverá consumo de
energia quando você ligar o chuveiro. Como o nosso
atleta, o chuveiro tem capacidade (potência) mas só
produzirá a energia quando for acionado.
Supondo um caso geral de tensão
senoidal ( ) ( tsenUtu m )ω⋅= no circuito da
figura 1.16, para uma carga passiva, a
corrente resultante em regime permanente
(amortecidos os eventuais transitórios do
sistema) também será senoidal do tipo
( ) ( )ϕω −⋅= tsenti Im , onde ϕ pode ser positivo
ou negativo, correspondendo à impedância
equivalente indutiva ou capacitiva,
respectivamente.
Substituindo os valores de u e i em
(1.28) e considerando-se os valores eficazes
de tensão e corrente dados em (1.5) e (1.6),
temos:
( ) ( )ϕωω −⋅⋅⋅=⋅= tsentsenUiup m Im
( ) ( )ϕωω −⋅⋅⋅⋅⋅= tsenItsenUp 22
( ) ( )ϕωϕ −⋅−⋅= tUIUIp 2coscos (1.29)
As figuras 1.17 à 1.21 representam
graficamente as variações da tensão,
corrente e potência para um sistema
monofásico com e sem fluxo de potência
reativa.
Observe que a potência instantânea p
da expressão (1.29) é formada por duas
parcelas: uma componente constante com
valor médio ( )ϕcos⋅UI e que nunca torna-se
negativo - denominada potência ativa P
(componente resistivo – efetua trabalho), e
AC
ESSE
W
W
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27. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
uma componente com freqüência 2ω com
valor médio nulo, denominada potência
reativa Q (componente circulante – não
efetua trabalho). Esta última, em
determinados intervalos, torna-se negativa, o
que indica que a energia flui da carga em
direção á fonte.
A observância dos gráficos das figuras 1.17 à
1.21 permite uma análise bastante prática.
Quando a curva da potência instantânea for
positiva ao longo de todo o período (como a
indicada na figura 1.20), significa que não
existe fluxo de potência reativa no sistema
elétrico. Por outro lado, quando a curva
torna-se negativa em certos intervalos,
significa que existe fluxo de potência reativa.
Figura 1.17 Tensão (u) e corrente (i) instantânea em
um circuito monofásico.
Figura 1.18 Potência instantânea (p = u.i) em um
circuito monofásico com reativo Q ≠ 0.
p
u
i
Figura 1.19 Tensão (u), corrente (i) e potência (p)
instantânea em um circuito monofásico com Q ≠ 0.
Figura 1.20 Potência instantânea (p) em um circuito
monofásico com reativo Q = 0.
Figura 1.21 Tensão (u), corrente (i) e potência (p)
instantânea em um circuito monofásico com Q = 0.
u
i
p
p
u
i
p
Potência reativa
Potência ativa
Potência ativa
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 15
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28. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
Ambas as grandezas são vetoriais e a
sua soma é chamada de potência aparente,
medida em volt.ampère [VA] e designada
pela letra S, ou seja:
QPS += (1.30)
Figura 1.22 Potência aparente.
Em termos complexos, a expressão
(1.30) toma a forma:
jQPS +=& (forma retangular) (1.31)
ϕ∠= SS& (forma polar) (1.32)
onde
|S| = módulo da potência aparente, em
volt.ampère [VA];
P = potência ativa, em watt [W];
Q = potência reativa, em volt.ampère.reativo,
[Var];
ϕ = ângulo de defasamento entre a tensão e
a corrente, em graus.
Nota:
O pequeno ponto sobre a variável S indica que é
um número complexo, composto por suas
componentes real (P) e imaginária (Q).
Aplicando algumas relações
trigonométricas à expressão (1.29), obtém-
se:
( ) 22cos1cos tsensenUItUIp ωϕωϕ ⋅⋅−−⋅⋅=
( ) tsenQtPp ωω 22cos1 ⋅−−⋅= (1.33)
Observa-se que a primeira parcela tem,
como visto, seu valor médio P igual a
ϕcos⋅UI (que também é o valor médio de p,
visto que o valor médio do segundo termo é
nulo) e a segunda parcela tem seu valor
máximo (amplitude) Q igual a ϕsenUI ⋅ e
representa a potência instantânea que é
trocada entre a carga e a fonte.
A parcela P (potência ativa) quantifica o
trabalho útil produzido pelo circuito, por
exemplo, mecânico (nos motores), térmico
(nos aquecedores) e luminoso (nas
lâmpadas). É o valor médio da potência
instantânea sobre um número integral de
períodos. Esta potência elétrica, no
consumidor, é transformada em outras
formas de energia.
Figura 1.23 Potência ativa.
A potência ativa ("pura") é uma
potência que é "absorvida" em circuitos cuja
carga tem uma característica puramente
resistiva, sendo medida em watt [W] e
expressa por:
a) cargas ligadas entre fase e neutro
ϕcos..0 IUP = (1.34)
b) cargas ligadas entre 2 fases
ϕcos..IUP = (1.35)
c) cargas ligadas entre 3 fases
ϕcos...3 IUP = (1.36)
onde,
P = potência ativa, em watt [W];
U = tensão de linha, em volt [V] – ver figura
1.25;
U0 = tensão de fase, em volt [V] – ver figura
1.25;
I = corrente de linha, em ampère [A].
Carga
resistiva
Aquecedor Lâmpada
Componente resistivo
(ativo) = realiza
trabalho
Compotente circulante
(reativo) = não realiza
trabalho
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 16
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29. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
O termo “cosϕ”, em redes lineares e em
regime permanente senoidal, é o chamado
fator de potência (Fp), que veremos em
detalhe logo adiante.
A parcela Q (potência reativa)
representa quanto da potência aparente foi
transformada em campo magnético (ao
circular, por exemplo, através de motores de
indução e reatores) ou campo elétrico
(armazenado nos capacitores), sendo
medida em volt.ampère-reativo [VAr] e
expressa por:
a) cargas ligadas entre fase e neutro
ϕsen..0 IUQ = (1.37)
b) cargas ligadas entre 2 fases
ϕsen..IUQ = (1.38)
c) cargas ligadas entre 3 fases
ϕsen...3 IUQ = (1.39)
onde,
Q = potência reativa, em volt.ampère.reativo
[VAr];
U = tensão de linha, em volt [V] – ver figura
1.25;
U0 = tensão de fase, em volt [V] – ver figura
1.25;
I = corrente de linha, em ampère [A].
O termo “senϕ” é denominado fator
reativo (Fr).
Como os campos crescem e
decrescem, acompanhando a freqüência, a
potência reativa varia duas vezes por período
entre a fonte de corrente e condutores. Por
isso seu valor é dado em volt-ampère reativo.
Sua existência aumenta a carga dos
geradores, dos condutores e dos
transformadores.
A potência reativa, além de não
produzir trabalho, circula entre a carga e a
fonte de alimentação, o que não é desejável
sob o ponto de vista de transferência de
energia, pois ocupa um espaço no sistema
elétrico que poderia ser utilizado para
fornecer mais energia ativa, exigindo da fonte
e do sistema de distribuição uma potência
adicional (consequentemente, uma corrente
adicional).
Campo magnético
Figura 1.24 Potência reativa.
Em circuitos trifásicos equilibrados (ou
seja, circuitos onde as cargas nas três fases
são exatamente iguais), a potência por fase
(PF ou QF) é igual a 1/3 da potência trifásica
total, ou seja, P = 3.PF e Q = 3.QF.
Importante:
Fluxo de potência:
Cargas puramente resistivas:
P ≠ 0; Q = 0
Cargas puramente indutivas/capacitivas:
P = 0; Q ≠ 0
Cargas compostas de resistência e reatância
(indutiva ou capacitiva):
P ≠ 0; Q ≠ 0
É importante relembrar que, condutores
vivos, conforme a NBR 5410 – Instalações
Elétricas de Baixa Tensão - são as fases e o
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 17
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30. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 18
neutro da instalação elétrica (figura 1.25), na
qual se salienta:
A tensão de linha (ou fase-fase) é medida
entre duas fases quaisquer do sistema e
designada por U;
.A tensão de fase (ou fase-neutro) é
medida entre qualquer fase do sistema e
o neutro, sendo designada por U0;
Figura 1.25 Sistemas elétricos de distribuição.
Analogamente ao que foi visto para o
triângulo das impedâncias, da expressão
(1.30) resulta o triângulo das potências
(figura 1.26), em que as potências ativa e
reativa são catetos, podendo-se, portanto,
escrever, por aplicação direta do Teorema de
Pitágoras:
S
P
Q
ϕ
Figura 1.26 Triângulo das potências.
222
QPS += (1.40)
ϕcos⋅= SP (1.41)
ϕsenSQ ⋅= (1.42)
P
Q
tg =ϕ (1.43)
Substituindo na expressão (1.40) os
valores de P e Q fornecidos pelas
expressões 1.34 a 1.39, obtém-se
finalmente:
a) cargas ligadas entre fase e neutro
IUS .0= (1.44)
b) cargas ligadas entre 2 fases
IUS .= (1.45)
c) cargas ligadas entre 3 fases
IUS ..3= (1.46)
O termo “fator de potência” (Fp), de
maneira geral, é definido agora em termos da
relação entre a potência ativa e o produto da
tensão e corrente eficazes, ou seja:
( )222
1
1
PQQP
P
S
P
IU
P
Fp
+
=
+
==
⋅
= (1.47)
F
N U0
Monofásico a 2 fios
F
N
U
Monofásico a 3 fios
(bifásico simétrico)
F
U0 U0 F
N
U
Trifásico a 4 fios (estrela)
U0
U0
F
F
U
U
U0
3
0
U
U =2
0
U
U =
AC
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31. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
onde, no caso de cargas passivas e
circuitos lineares (circuitos nos quais a
relação entre a tesão e corrente é uma reta,
ou seja, possuem uma variação proporcional)
em regime permanente senoidal, obtemos:
ϕ
ϕ
cos
cos
=
⋅
⋅⋅
=
⋅
=
IU
IU
IU
P
Fp (1.48)
No capítulo 9, será abordada a
definição geral de Fator de Potência,
considerando-se a não-linearidade dos
circuitos e os harmônicos na instalação,
situação esta encontrada na prática nos
sistemas elétricos. Até lá, assumiremos que
todos os nossos circuitos em estudo serão
lineares e, portanto, nesta condição, vale a
definição apresentada pela expressão 1.48.
Importante:
Sistema linear: Sistema não-linear:
A relação entre a tensão e a
corrente apresenta uma
variação proporcional
(graficamente é uma reta).
As formas de onda
permanecem senoidais em
qualquer ponto de operação.
A relação entre a tensão e a
corrente apresenta uma
variação que não é
proporcional (graficamente
não é uma reta). As formas
de onda não permanecem
senoidais.
i i
Uma análise gráfica da expressão
(1.43) nos apresenta a variação do fator de
potência devido à variação das potências
ativa e reativa (figura 1.27).
De fato:
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=⇒=
P
Q
arctg
P
Q
tg ϕϕ
Logo,
⎥
⎦
⎤
⎢
⎣
⎡
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
P
Q
arctgcoscosϕ
Observe que, quanto maior a relação
entre a potência reativa e ativa (Q/P), o que
pode ser obtido aumentando Q ou
diminuindo P, menor o fator de potência.
Fator de potência versus relação Q / P
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
7,50
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
Relação Q / P
Fatordepotência
Figura 1.27 Variação do fator de potência devido à
variação da relação Q/P.
Fator de potência versus relação Q / P
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Relação Q / P
Fatordepotência
Figura 1.28 Detalhe da variação do fator de potência
devido à variação da relação Q/P no intervalo entre 0 e
1.
u u
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 19
AC
ESSE
W
W
W
.EN
G
EW
EB.EN
G
.BR
PAR
A
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BTER
A
VER
SÃO
C
O
M
PLETA!
32. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 20
A figura 1.28 nos mostra com mais
precisão a variação do fator de potência com
a relação Q/P variando-se entre 0 e 1.
Observe que o fator de potência igual a 0,92
é obtido para uma relação Q/P = 0,4. Mais
adiante, veremos a importância desta
indicação do fator de potência igual a 0,92.
Levando-se em consideração a
expressão 1.25, podemos escrever para as
potências ativa e reativa definidas pelas
expressões 1.34 a 1.39:
ϕcos××= IUP
22
cos IRIZP ×=××= ϕ (1.49)
ϕsenIUQ ××=
22
IXsenIZQ ×=××= ϕ (1.50)
Figura 1.29 Carga elétrica e o fluxo de potência.
Importante:
O fator de potência para cargas
predominantemente indutivas (resistência
mais indutância - ver tabela 1.2) é dito
indutivo ou "em atraso", onde o ângulo ϕ é
considerado, por convenção, POSITIVO.
Cargas predominantemente capacitivas
(resistência mais capacitância - ver tabela
1.2) é dito capacitivo ou "em avanço", onde o
ângulo ϕ é considerado NEGATIVO.
Desta forma, o fator de potência deverá ser
acompanhado sempre das palavras
“indutivo” (em atraso) ou “capacitivo” (em
avanço) para caracterizar bem a carga
elétrica, uma vez que a função “cos ϕ” será
sempre positiva para qualquer ângulo ϕ.
O fator de potência indutivo significa que a
instalação elétrica está absorvendo a energia
reativa. A maioria dos equipamentos elétricos
possui características indutivas em função
das suas bobinas (ou indutores), que
induzem o fluxo magnético necessário ao
seu funcionamento.
O fator de potência capacitivo significa que a
instalação elétrica esta fornecendo a energia
reativa. São características dos capacitores
que normalmente são instalados para
fornecer a energia reativa que os
equipamentos indutivos absorvem. O fator de
potência torna-se capacitivo quando são
instalados capacitores em excesso. Isso
ocorre, principalmente, quando os
equipamentos elétricos indutivos são
desligados e os capacitores permanecem
ligados na instalação elétrica.
A tabela 1.2 indica, para os diversos
tipos de carga, o fator de potência e as
potências ativa e reativa. Observe que uma
carga de natureza indutiva absorve Q
positivo (Q > 0), isto é, um indutor consome
potência reativa. Como exemplo de cargas
que consomem energia reativa, temos:
transformadores, motores de indução e
reatores. Para uma carga capacitiva temos a
absorção de Q negativo (Q < 0), isto é, um
capacitor gera potência reativa. Como
exemplo de cargas que fornecem energia
reativa, temos: capacitores e motores
síncronos.
Mais adiante, utilizaremos esta
característica importante dos elementos
capacitivos para a compensação de energia
reativa na instalação elétrica para fins de
correção do fator de potência.
Carga
elétrica
jXRZ +=&
P
Q
I
U
AC
ESSE
W
W
W
.EN
G
EW
EB.EN
G
.BR
PAR
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33. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 21
Tabela 1.2 Tipo de carga x Fator de Potência.
Tipo de
carga
Relação
Fasorial
Fase
Fator de
Potência
P Absorvido
pela carga
Q. Absorvido
pela carga
Resistiva ϕ = 0 cosϕ = 1 P > 0 Q = 0
Indutiva ϕ = +90º cosϕ = 0 P = 0 Q > 0
Capacitiva ϕ = -90º cosϕ = 0 P = 0 Q < 0
Resistiva e
Indutiva
0 < ϕ < +90º 1 > cosϕ > 0 P > 0 Q > 0
Resistiva e
Capacitiva
-90º < ϕ < 0 0 < cosϕ < 1 P > 0 Q < 0
Em termos de corrente, a corrente total
que circula numa carga qualquer é resultante
da soma vetorial de duas componentes de
corrente elétrica (figura 1.30). Uma
componente que é denominada de corrente
ativa (IP) e a outra que é denominada de
corrente reativa. (IQ) A soma vetorial da
corrente ativa e da corrente reativa é
denominada de corrente aparente (I).
ϕcos×= IIP (1.51)
ϕsen×= IIQ (1.52)
I
IQ
ϕ
IP
Figura 1.30 Triângulo das correntes.
O diagrama vetorial das potências
(triângulo das potências) para cargas
indutivas e capacitivas é mostrado nas
figuras 1.31 e 1.32, respectivamente.
S
P
Q
ϕ
S
P
Q
ϕ
=
Convenção: em cargas predominantemente indutivas, a corrente
apresenta-se atrasada em relação a tensão e o ângulo de fase ϕ é
positivo.
Figura 1.31 Diagrama vetorial para cargas indutivas.
S
P
Q
ϕ
=
Convenção: em cargas predominantemente capacitivas, a corrente
apresenta-se adiantada em relação a tensão e o ângulo de fase ϕ é
negativo.
P
Q
S
ϕ
Figura 1.32 Diagrama vetorial para cargas capacitivas.
I& U&
U&
U&
U&
U&
I&
I&
I&
I&
AC
ESSE
W
W
W
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G
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EB.EN
G
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34. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 22
Observe que o ângulo de fase "ϕ"
(ângulo de defasamento entre tensão e
corrente) é o mesmo ângulo de defasamento
entre a potência aparente S e a potência
ativa P.
EXEMPLO 1.5 Calcule a impedância, as potências
ativa, reativa e o fator de potência de um circuito
monofásico a 2 fios (FN) com e
.
VU º30127 ∠=&
AI º6010 ∠=&
Solução:
a) impedância da carga:
de (1.25),
Ω−∠=
∠
∠
== º307,12
º6010
º30127
I
U
Z
&
&
&
b) potência ativa
de (1.34),
ϕcos..0 IUP =
( ) WP 100.1
2
3
10127º30cos.10.127 =⋅⋅=−=
c) potência reativa
de (1.37),
ϕsen..0 IUQ =
( ) VArsenQ 635
2
1
10127º30.10.127 −=−⋅⋅=−=
d) fator de potência
( ) 866,0º30coscos =−=ϕ (capacitivo ou em avanço)
EXEMPLO 1.6 Calcule o fator de potência e as
potências ativa e reativa em uma impedância com R =
10 Ω e XL = j10 Ω, sabendo que .VU º0110 ∠=&
Solução:
a) corrente
de (1.25) e (1.26),
Ω∠=+= º4514,141010 jZ&
Ω−∠=
∠
∠
== º4578,7
º4514,14
º0110
Z
U
I
&
&
&
b) fator de potência
de (1.19a),
º45
10
10
=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
= arctg
R
X
arctg
L
ϕ
( ) ( ) 71,0º45coscos === ϕFp
c) potências ativa e reativa na impedância
( ) ( ) WIUP 14,605º45cos78,7110cos =××=⋅⋅= ϕ
( ) ( ) VArsensenIUQ 14,605º4578,7110 =××=⋅⋅= ϕ
1.4.1 Potência complexa
Sejam os vetores de tensão e corrente
abaixo:
α∠= UU& (1.53)
β∠= II& (1.54)
Vamos definir o fasor conjugado da
corrente por:
β−∠=* II& (1.55)
AI º6010 ∠=&
VU º0110 ∠=&
10 Ω
j10 Ω
Z
AC
ESSE
W
W
W
.EN
G
EW
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G
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35. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 23
Define-se potência complexa como o
"produto do fasor da tensão pelo conjugado
da corrente", ou seja:
*
IUS &&& ×= (1.56)
Obtemos, de (1.53) e (1.55) em (1.56):
( ) ( ) βαβα −∠⋅=−∠×∠= IUIUS&
Sendo o ângulo de fase ϕ, como já
visto, igual a (α - β) e, com o auxílio das
expressões 1.49 e 1.50, obtém-se as
expressões da potência complexa (1.57 e
1.58):
ϕ∠×= IUS& (1.57)
( ) ( ϕϕ senIUjIUS ××+××= cos& )
jQPS +=& (1.58)
Em temos da impedância,
( ) 2**
IZIIZIUS ×=××=×= &&&&&& (1.59)
A potência aparente também é uma
grandeza útil para analisar um conjunto de
impedâncias ligadas em paralelo em um
circuito. Conforme a figura (1.33),
( )nT IIIUIUS &&&&&&& +++⋅=⋅= ...* 21
∑=
=+++=
n
i inT SSSSS 121 ... &&&&& (1.60)
de onde,
( )∑∑ ==
+==
n
i ii
n
i iT jQPSS 11
&&
22
TTTTT QPjQPS +=+=& (1.61)
nT PPPP +++= ...21
(1.62)
nT QQQQ +++= ...21
(1.63)
T
T
Q
P
=ϕcos (1.64)
Estes resultados obtidos (que são
válidos também para cargas ligadas em
série) mostram que o triângulo de potência
para a rede total pode ser obtido através da
ligação dos triângulos de potência para os
ramos, do vértice de uma carga a outra. Por
exemplo, para um circuito com 2 cargas
indutivas (cargas 1 e 3) e uma capacitiva
(carga 2), teremos a seguinte composição do
triângulo de potência indicada na figura 1.34.
Figura 1.33 Potência aparente total em um circuito.
P1
Q1
cosϕ1
I
U
I
U=
P2
Q2
cosϕ2
Pn
Qn
cosϕn
PT
QT
cosϕT
AC
ESSE
W
W
W
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36. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
ST S3
P2 Q3
QT
Q2
S2
S1
Q1 P3
P1
PT
Figura 1.34 Representação vetorial dos triângulos de potência para um conjunto de cargas.
EXEMPLO 1.7 Obtenha informações completas sobre
a potência de uma rede passiva, considerando-se uma
impedância Z = 6 + j8 Ω e tensão u = 50 cos (1000t +
30º) V.
Solução:
Da expressão u = 50 cos (1000t + 30º), obtemos:
Umáx = 50 V
α = 30º
Da expressão Z = 6 + j8 Ω, obtemos, por comparação
com (1.26):
R = 6 Ω e X = 8 Ω
De (1.16) e (1.19), obtemos:
º13,5310
º13,53)6/8(
1086 22
∠=
==
=+=
Z
arctg
Z
ϕ
Da expressão (1.5), temos:
V
Umáx
U 4,35
2
50
2
===
O fasor da tensão será:
º304,35 ∠=∠= αUU&
Da expressão (1.25), temos:
A
Z
U
I º13,235,3
º13,5310
º304,35
−∠=
∠
∠
==
&
&
&
Aplicando-se a expressão (1.57) , obtemos:
º13,533,54,35 ∠×=∠⋅= ϕIUS& VAS º13,539,231 ∠=&
De (1.58), com cos 53,13º = 0,6 e sen 53,13º = 0,8,
obtemos:
( ) ( )ϕϕ senIUjIUS ××+××= cos&
( ) ( )8,05,34,356,05,34,35 ××+××= jS&
jQPjS +=+= 1,993,74&
Dos cálculos acima, tiramos as seguintes conclusões:
P = 74,3 W
Q = 99,1 VAr (indutivo)
S = 123,9 VA
ϕ = 53,13º
FP = cosϕ = 0,6 (indutivo)
Observações:
1. Observe que poderíamos também obter o ângulo
de fase ϕ, como já visto, pelo ângulo de
defasagem entre tensão e corrente, ou seja: ϕ =
30º - (-23,13º) = 53,13º.
2. Se for refeito o exemplo 1.7 considerando-se uma
reatância capacitiva ao invés da indutiva, ou seja,
uma impedância Z = 6 –j8 Ω, teríamos os
seguintes resultados:
P = 74,3 W;
Q = 99,1 VAr (capacitivo) ou -99,1 VAr;
S = 123,9 VA;
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 24
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W
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EB.EN
G
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37. COMPENSAÇÃO REATIVA – UMA VISÃO DA ENGENHARIA DE PROJETOS www.vertengenharia.com.br
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 25
ϕ = - 53,13º;
FP = cosϕ = 0,6 (capacitivo).
EXEMPLO 1.8 Obter os dados completos de potência
para um circuito passivo com tensão aplicada e
corrente resultante de:
u = 220 cos (ωt + 10º)V
i = 10 cos (ωt - 60º)A
Solução:
Da expressão da tensão (u), temos:
Umáx = 220 V e α = 10º
Da expressão (1.5), temos:
V
Umáx
U 6,155
2
220
2
===
O fasor da tensão será:
º106,155 ∠=∠= αUU&
Da expressão da corrente (i), temos:
Imáx = 10 A e β = -60º
Da expressão (1.6), temos:
U = Imáx / √2 = 10 / √2 = 7,1 A
VU
áx
1,7
2
10
2
Im
===
O fasor da corrente será:
º601,7 −∠=∠= βII&
Utilizando a potência complexa temos, de (1.56):
( ) ( )
1,038.19,377
º70104.1º601,7º106,155
*
jS
S
IUS
+=
∠=∠×∠=
×=
&
&
&&&
Assim:
P = 377,9 W;
Q = 1.038,1 VAr (indutivo);
S = 1.104 VA;
FP = cosϕ = cos (70º) = 0,34 (indutivo).
EXEMPLO 1.9 Determine as potências ativa e reativa
(por fase e total) de uma carga trifásica ligada em
estrela com impedância Z = (8 + j6) Ω/fase e tensão de
linha igual a 220V.
Figura 1.35 Carga trifásica equilibrada em estrela.
Solução:
Pela figura 1.35, temos que:
º9,361068 ∠=+= jZ& e
V12732203 ===== UUUU cba
A corrente de linha para um circuito trifásico equilibrado
é a mesma em cada uma das fases e é calculado por:
º9,367,12
º9,3610
º03220
−∠=
∠
∠
====
Z
U
III cba &
&
&&&
onde ϕ (ângulo da impedância) é igual a 36,9º.
De (1.36), temos que a potência ativa total é obtida
por:
( )º9,36cos7,122203cos3 ⋅⋅⋅=⋅⋅⋅= ϕIUP WP 870.3=
A potência ativa por fase em um sistema trifásico
equilibrado é calculada por:
W
P
PPP cba 1.290
3
870.3
3
=====
De (1.39), temos que a potência reativa total é obtida
por:
(8 + j6) Ω
(8 + j6) Ω
(8 + j6) Ω
a
I&
a
b
c
aU&
U = 220 V
AC
ESSE
W
W
W
.EN
G
EW
EB.EN
G
.BR
PAR
A
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