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Romantismo
Prosa
A Independência e o desenvolvimento
da ideia romântica:
O desejo de exprimir o orgulho;
A aspiração de criar uma literatura
independente, diversa da antiga metrópole;
A noção de atividade intelectual como tarefa
patriótica na construção nacional.
Romance
 narrativa complexa e longa;
 formas ou tipos mais variados;
 personagens - várias (envolvem-se numa série complexa de
ações);
 cenário / espaço - variado;
 tempo (período de duração - longo);
 enredo ( vários fatos: ações contadas pouco a pouco, ao longo de
várias páginas );
 narrador ( foco narrativo: 1ª ou 3ª pessoa );
 podem ser românticos, de suspense, aventura, policial e muito
mais
Características
 Foi no século XIX que o romance sofreu o seu
maior impulso, em resposta ao gosto de um
público crescentemente burguês, cada vez mais
alfabetizado e maioritariamente feminino, que
apreciava a fruição das experiências
sentimentais, individuais.
 Público-leitor: mulheres em geral, jovens
estudantes, comerciantes.
 Narrativa de acontecimentos comuns da vida
das pessoas.
 Linguagem simples e direta.
 Democratização da Literatura
 Criação da Imprensa (circulação de jornais,
revistas, livros)
 Folhetim (divertimento da família burguesa, a
“válvula de escape” de uma vida monótona,
prosaica)
Romance Indianista
 Costumes e tradições do índio brasileiro e o contato com o
colonizador
 Caráter nacionalista
 Principal representante – José de Alencar: O guarani (1857),
Iracema(1865) e Ubirajara (1874)
Romance Regionalista
 Compreender e valorizar a variedade cultural das regiões
brasileiras, as características étnicas, linguísticas e sociais.
 REPRESENTANTES: Visconde de Taunay : Inocência ( centro-
oeste ), José de Alencar : O Gaúcho ( sul ), Franklin Távora : O
Cabeleira ( nordeste )
 Tipo de romance mais lido no século XIX – costumes e dia a dia
do público leitor
 Discute os problemas e valores vividos pela burguesia do século
XIX.
 1844 - A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo – 1º romance
romântico.
 Temática: amores impossíveis, intrigas amorosas, chantagens,
dúvida entre o dever e o desejo.
 Personagens planas: comportamento previsível.
 Herói romântico: ser idealizado, forte, honrado, corajoso.
 Figura feminina: frágil, sonhadora, submissa.
Romance Urbano
 REPRESENTANTES:
José de Alencar:
 Senhora: tematiza o casamento como forma de ascensão
social.
 Diva
 Lucíola
Manuel Antônio de Almeida:
 Memórias de um sargento de milícias: difere dos demais
romances, pois o protagonista não é herói ou vilão, não há
idealização da mulher e do amor e a linguagem aproxima-se da
jornalística.
Rio de Janeiro - meados do século XIX
Lettighe. Street in Rio Janeiro
Migliavacca, ca 1840
Colecção de estampas
- Antonio Feliciano de Castilho
Resumindo:
Principais Características
 Narrativas de temática amorosa;
 Sentimentalismo;
 Religiosidade;
 Final preferencialmente feliz;
 Casamento – redenção ou ascensão social;
 Heróis e heroínas idealizados;
 Personagens planos;
 Narrativas lineares;
 Linguagem simples;
 Observação dos costumes.
Nascimento: 1 de maio de
1829 em Messejana, Ceará
Falecimento:12 de dezembro
de 1877cidade do Rio de
Janeiro, estado do Rio de
Janeiro
Nacionalidade: Brasileiro
Ocupação: Crítico, romancista,
dramaturgo
Escola/tradição: Romantismo
 Valorização de temas essencialmente nacionalistas, como o
índio e a natureza;
 Sentimentalismo: lirismo extremo;
 Crítico sutil da sociedade da época;
 Expressão, na literatura, do retrato da cultura brasileira,
utilizando o índio como nosso herói nacional;
 Caracterização minuciosa das heroínas românticas
(idealização): Aurélia, Diva, Cecília, Iracema, Lúcia etc.
SENHORA
“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde
o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi
proclamada a rainha dos salões.
Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo
dos noivos em disponibilidade. Era rica e famosa.
Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de
alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol
no prisma do diamante.
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o
firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de
repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor?
Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na
sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez
informações acerca da grande novidade do dia.
Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu
tempo saberemos a verdade,sem os comentos malévolos de que
usam vesti-la os noveleiros.
Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta,
viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na
sociedade.”
 Na narrativa do livro o autor mostra a hipocrisia da
sociedade daquela época. Segundo Império. Através
do romance entre Aurélia Camargo e Fernando
Seixas, ele leva o leitor a refletir a respeito da
influência do dinheiro nas relações amorosas e
principalmente, sua influência nos casamentos da
época.
 A NARRATIVA DIVIDE-SE EM QUATRO PARTES, COMO SE
FOSSE UMA TRANSAÇÃO COMERCIAL:
 1ª - O PREÇO
 2ª - QUITAÇÃO
 3ª - POSSE
 4ª - O RESGATE
PRIMEIRA PARTE:
O PREÇO
 AURÉLIA CAMARGO NA SOCIEDADE
 FERNANDO SEIXAS, UM JOVEM INDOLENTE E BOM VIVANT
 AURÉLIA COMPRA FERNANDO, MAS O FAZ DE FORMA MEIO
MISTERIOSA
 FERNANDO ACEITA O DOTE E PEDE UM ADIANTAMENTO
 O CASAMENTO
 A CARACTERIZAÇÃO DA MULHER TRAÍDA E DO HOMEM
VENDIDO.
 A principal ação desta primeira parte do romance
começa quando Aurélia pede ao tio que ofereça ao
jovem Fernando Seixas, recémchegado na corte após
uma longa viagem ao Nordeste, a sua mão em
casamento. Entretanto, uma aura de mistério cobre o
pedido, pois Fernando não deve saber a identidade da
pretendente e além disso a quantia do dote proposto
deve ser irrecusável: cem contos de réis ou mais, se
necessário.
SEGUNDA PARTE:
A QUITAÇÃO
 INÍCIO DO FLASH-BACK
 OS PAIS DE AURÉLIA: EMÍLIA E PEDRO CAMARGO
 OS PRECONCEITOS CRIANDO EXCLUSÕES
 O “APARECER À JANELA”
 O NOIVADO DE FERNANDO COM AURÉLIA
 O ABANDONO
 NOTÍCIAS DO NOIVADO COM ADELAIDE AMARAL
 DE MOÇA POBRE E SOZINHA À RIQUEZA E À SOCIEDADE
 Aqui há um flash-back, um retorno a
acontecimentos anteriores da vida de ambos
os protagonistas, o que explica ao leitor o
procedimento cruel de Aurélia em relação a
Fernando.
TERCEIRA PARTE:
A POSSE
 A NOITE DE NÚPCIAS
 O CASTIGO DE AURÉLIA
 A MULHER APAIXONADA
 O ORGULHO E A REAÇÃO DE FERNANDO
 DUPLO PAPEL: EM PÚBLICO - UM CASAL FELIZ, NA
INTIMIDADE – DOR E SOFRIMENTO
 AS HUMILHAÇÕES QUE FERNANDO SOFRE
 Em Posse assistimos à punição que Aurélia infringe a
Fernando e à reabilitação dele, seduzido pela
grandeza e pelo fascínio de Aurélia. Fiel à palavra
dada, o moço reage, com resignação e firmeza que
não possuía, aos maus tratos da mulher, que tudo faz
para humilhá-lo ao mesmo tempo que em alguns
momentos não consegue esconder que ainda o ama.
QUARTA PARTE –
O RESGATE
 INTENSIDADE DOS CAPRICHOS E CONTRADIÇÕES DE
AURÉLIA
 A TRANSFORMAÇÃO DE FERNANDO
 DE MOÇO LEVIANO À DIGNIDADE DE CARÁTER
 FERNANDO NEGOCIA SEU RESGATE
 A ESPOSA TRAÍDA E O MARIDO COMPRADO SE
REENCONTRAM AMANTES
 Nesta parte intensificam-se os caprichos e as
contradições do comportamento de Aurélia. Intensifica-
se também a transformação de Fernando, que não
usufrui da riqueza de Aurélia, tornando-se modesto
nos trajes, assíduo na repartição onde trabalhava, e
assim adquirindo, sem perder a elegância, uma
dignidade de caráter que nunca tivera. No final,
Fernando, um ano após o casamento, negocia com
Aurélia o seu resgate.
 No final, Fernando, um ano após o casamento,
negocia com Aurélia o seu resgate. Devolve-lhe os
vinte contos de réis, que correspondiam ao
adiantamento do montante total do dote com o qual
possibilitava o casamento da irmã, e mais o cheque
que Aurélia lhe dera, de oitenta contos de réis, na
noite de núpcias .
 Separam-se, então, a esposa traída e o marido
comprado, para se reencontrarem os amantes, a
última recusa de Seixas sendo debelada quando
Aurélia lhe mostra o testamento que fizera, quando
casaram, revelando-lhe o seu amor e destinando-lhe
toda a sua fortuna.
O NARRADOR
 TRATA-SE DE UM NARRADOR ONISCIENTE
 OBSERVAÇÃO DOS DETALHES EXTERIORES
 PSICOLOGIA DAS PERSONAGENS: MISTURA DO ROMANESCO
COM A REALIDADE
 ROMANCE CONTEXTUALIZADO NO MUNDO CAPITALISTA
BURGUÊS: A QUESTÃO DO DINHEIRO, DA NECESSIDADE DE
“SUBIR NA VIDA” EM OPOSIÇÃO AO IDEAL DA REALIZAÇÃO
AMOROSA
 CONTRADIÇÃO ENTRE ANJO E DEMÔNIO NA DESCRIÇÃO DE
AURÉLIA
 A INDOLÊNCIA, O COMODISMO, A POSTURA
ARISTOCRÁTICA DE FERNANDO
 ELEMENTOS ROMÂNTICOS COMBINADOS COM ELEMENTOS
REALISTAS
 A DESCRIÇÃO DOS COSTUMES E MINÚCIAS NOS TRAJES
 “Em Senhora, que é um dos romances mais bem
constituídos do autor, realizou Alencar uma boa
crítica à educação tradicional, ao casamento por
conveniência – simples contrato de interesse
econômico – construindo, ao mesmo tempo, o mundo
ideal acima da realidade circundante, com as mesmas
personagens que haviam sido vítimas de casamento
por dinheiro. Sublinhou, dessa forma, o caráter do
amor romântico como retificador de conduta e
portador de substância, que é o tema central de
todos os romances desse grupo – Cinco minutos, A
viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, Sonhos
d´ouro, Senhora, Encarnação)”
 “Não era um triunfo que ela julgasse digno de si, a
torpe humilhação dessa gente ante sua riqueza. Era
um desafio que lançava ao mundo; orgulhosa de
esmagá-lo sob a planta, como a um réptil
venenoso.(...)
 As revoltas mais impetuosas de Aurélia eram
justamente contra a riqueza que lhe servia de trono, e
sem a qual nunca por certo, apesar de suas prendas,
receberia como rainha desdenhosa, a vassalagem que
lhe rendiam.” ( continua)
 “Por isso mesmo considerava ela o ouro um vil metal
que rebaixava os homens; e no íntimo sentia-se
profundamente humilhada pensando que para toda
essa gente que a cercava, ela, a sua pessoa, não
merecia uma só das bajulações que tributavam a cada
um de seus mil contos de réis.”
CONCLUSÃO
 Pode-se perceber a preocupação com a psicologia dos
personagens e também a mistura do romanesco e da realidade,
que fazem desta obra um exemplo de literatura romântica na qual
se procura imprimir certos traços realistas. Estes traços, assim
como o estilo mais denso de alguns romances urbanos de JA,
especialmente Lucíola e Senhora, revelam a influência de Balzac,
o mestre do realismo francês.
 O conflito psicológico em Senhora coloca uma questão central
para o romance realista, contextualizado no mundo capitalista e
burguês: a questão do dinheiro, da necessidade de 'subir na vida',
em oposição ao ideal da realização amorosa.

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  • 2. A Independência e o desenvolvimento da ideia romântica: O desejo de exprimir o orgulho; A aspiração de criar uma literatura independente, diversa da antiga metrópole; A noção de atividade intelectual como tarefa patriótica na construção nacional.
  • 3. Romance  narrativa complexa e longa;  formas ou tipos mais variados;  personagens - várias (envolvem-se numa série complexa de ações);  cenário / espaço - variado;  tempo (período de duração - longo);  enredo ( vários fatos: ações contadas pouco a pouco, ao longo de várias páginas );  narrador ( foco narrativo: 1ª ou 3ª pessoa );  podem ser românticos, de suspense, aventura, policial e muito mais Características
  • 4.  Foi no século XIX que o romance sofreu o seu maior impulso, em resposta ao gosto de um público crescentemente burguês, cada vez mais alfabetizado e maioritariamente feminino, que apreciava a fruição das experiências sentimentais, individuais.  Público-leitor: mulheres em geral, jovens estudantes, comerciantes.  Narrativa de acontecimentos comuns da vida das pessoas.  Linguagem simples e direta.
  • 5.  Democratização da Literatura  Criação da Imprensa (circulação de jornais, revistas, livros)  Folhetim (divertimento da família burguesa, a “válvula de escape” de uma vida monótona, prosaica)
  • 6. Romance Indianista  Costumes e tradições do índio brasileiro e o contato com o colonizador  Caráter nacionalista  Principal representante – José de Alencar: O guarani (1857), Iracema(1865) e Ubirajara (1874)
  • 7. Romance Regionalista  Compreender e valorizar a variedade cultural das regiões brasileiras, as características étnicas, linguísticas e sociais.  REPRESENTANTES: Visconde de Taunay : Inocência ( centro- oeste ), José de Alencar : O Gaúcho ( sul ), Franklin Távora : O Cabeleira ( nordeste )
  • 8.  Tipo de romance mais lido no século XIX – costumes e dia a dia do público leitor  Discute os problemas e valores vividos pela burguesia do século XIX.  1844 - A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo – 1º romance romântico.  Temática: amores impossíveis, intrigas amorosas, chantagens, dúvida entre o dever e o desejo.  Personagens planas: comportamento previsível.  Herói romântico: ser idealizado, forte, honrado, corajoso.  Figura feminina: frágil, sonhadora, submissa. Romance Urbano
  • 9.  REPRESENTANTES: José de Alencar:  Senhora: tematiza o casamento como forma de ascensão social.  Diva  Lucíola Manuel Antônio de Almeida:  Memórias de um sargento de milícias: difere dos demais romances, pois o protagonista não é herói ou vilão, não há idealização da mulher e do amor e a linguagem aproxima-se da jornalística.
  • 10. Rio de Janeiro - meados do século XIX Lettighe. Street in Rio Janeiro Migliavacca, ca 1840 Colecção de estampas - Antonio Feliciano de Castilho
  • 11.
  • 12. Resumindo: Principais Características  Narrativas de temática amorosa;  Sentimentalismo;  Religiosidade;  Final preferencialmente feliz;  Casamento – redenção ou ascensão social;  Heróis e heroínas idealizados;  Personagens planos;  Narrativas lineares;  Linguagem simples;  Observação dos costumes.
  • 13. Nascimento: 1 de maio de 1829 em Messejana, Ceará Falecimento:12 de dezembro de 1877cidade do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro Nacionalidade: Brasileiro Ocupação: Crítico, romancista, dramaturgo Escola/tradição: Romantismo
  • 14.  Valorização de temas essencialmente nacionalistas, como o índio e a natureza;  Sentimentalismo: lirismo extremo;  Crítico sutil da sociedade da época;  Expressão, na literatura, do retrato da cultura brasileira, utilizando o índio como nosso herói nacional;  Caracterização minuciosa das heroínas românticas (idealização): Aurélia, Diva, Cecília, Iracema, Lúcia etc.
  • 16. “Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. Era rica e famosa. Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante. Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade,sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.”
  • 17.  Na narrativa do livro o autor mostra a hipocrisia da sociedade daquela época. Segundo Império. Através do romance entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas, ele leva o leitor a refletir a respeito da influência do dinheiro nas relações amorosas e principalmente, sua influência nos casamentos da época.
  • 18.  A NARRATIVA DIVIDE-SE EM QUATRO PARTES, COMO SE FOSSE UMA TRANSAÇÃO COMERCIAL:  1ª - O PREÇO  2ª - QUITAÇÃO  3ª - POSSE  4ª - O RESGATE
  • 19. PRIMEIRA PARTE: O PREÇO  AURÉLIA CAMARGO NA SOCIEDADE  FERNANDO SEIXAS, UM JOVEM INDOLENTE E BOM VIVANT  AURÉLIA COMPRA FERNANDO, MAS O FAZ DE FORMA MEIO MISTERIOSA  FERNANDO ACEITA O DOTE E PEDE UM ADIANTAMENTO  O CASAMENTO  A CARACTERIZAÇÃO DA MULHER TRAÍDA E DO HOMEM VENDIDO.
  • 20.  A principal ação desta primeira parte do romance começa quando Aurélia pede ao tio que ofereça ao jovem Fernando Seixas, recémchegado na corte após uma longa viagem ao Nordeste, a sua mão em casamento. Entretanto, uma aura de mistério cobre o pedido, pois Fernando não deve saber a identidade da pretendente e além disso a quantia do dote proposto deve ser irrecusável: cem contos de réis ou mais, se necessário.
  • 21. SEGUNDA PARTE: A QUITAÇÃO  INÍCIO DO FLASH-BACK  OS PAIS DE AURÉLIA: EMÍLIA E PEDRO CAMARGO  OS PRECONCEITOS CRIANDO EXCLUSÕES  O “APARECER À JANELA”  O NOIVADO DE FERNANDO COM AURÉLIA  O ABANDONO  NOTÍCIAS DO NOIVADO COM ADELAIDE AMARAL  DE MOÇA POBRE E SOZINHA À RIQUEZA E À SOCIEDADE
  • 22.  Aqui há um flash-back, um retorno a acontecimentos anteriores da vida de ambos os protagonistas, o que explica ao leitor o procedimento cruel de Aurélia em relação a Fernando.
  • 23. TERCEIRA PARTE: A POSSE  A NOITE DE NÚPCIAS  O CASTIGO DE AURÉLIA  A MULHER APAIXONADA  O ORGULHO E A REAÇÃO DE FERNANDO  DUPLO PAPEL: EM PÚBLICO - UM CASAL FELIZ, NA INTIMIDADE – DOR E SOFRIMENTO  AS HUMILHAÇÕES QUE FERNANDO SOFRE
  • 24.  Em Posse assistimos à punição que Aurélia infringe a Fernando e à reabilitação dele, seduzido pela grandeza e pelo fascínio de Aurélia. Fiel à palavra dada, o moço reage, com resignação e firmeza que não possuía, aos maus tratos da mulher, que tudo faz para humilhá-lo ao mesmo tempo que em alguns momentos não consegue esconder que ainda o ama.
  • 25. QUARTA PARTE – O RESGATE  INTENSIDADE DOS CAPRICHOS E CONTRADIÇÕES DE AURÉLIA  A TRANSFORMAÇÃO DE FERNANDO  DE MOÇO LEVIANO À DIGNIDADE DE CARÁTER  FERNANDO NEGOCIA SEU RESGATE  A ESPOSA TRAÍDA E O MARIDO COMPRADO SE REENCONTRAM AMANTES
  • 26.  Nesta parte intensificam-se os caprichos e as contradições do comportamento de Aurélia. Intensifica- se também a transformação de Fernando, que não usufrui da riqueza de Aurélia, tornando-se modesto nos trajes, assíduo na repartição onde trabalhava, e assim adquirindo, sem perder a elegância, uma dignidade de caráter que nunca tivera. No final, Fernando, um ano após o casamento, negocia com Aurélia o seu resgate.
  • 27.  No final, Fernando, um ano após o casamento, negocia com Aurélia o seu resgate. Devolve-lhe os vinte contos de réis, que correspondiam ao adiantamento do montante total do dote com o qual possibilitava o casamento da irmã, e mais o cheque que Aurélia lhe dera, de oitenta contos de réis, na noite de núpcias .  Separam-se, então, a esposa traída e o marido comprado, para se reencontrarem os amantes, a última recusa de Seixas sendo debelada quando Aurélia lhe mostra o testamento que fizera, quando casaram, revelando-lhe o seu amor e destinando-lhe toda a sua fortuna.
  • 28. O NARRADOR  TRATA-SE DE UM NARRADOR ONISCIENTE  OBSERVAÇÃO DOS DETALHES EXTERIORES  PSICOLOGIA DAS PERSONAGENS: MISTURA DO ROMANESCO COM A REALIDADE  ROMANCE CONTEXTUALIZADO NO MUNDO CAPITALISTA BURGUÊS: A QUESTÃO DO DINHEIRO, DA NECESSIDADE DE “SUBIR NA VIDA” EM OPOSIÇÃO AO IDEAL DA REALIZAÇÃO AMOROSA  CONTRADIÇÃO ENTRE ANJO E DEMÔNIO NA DESCRIÇÃO DE AURÉLIA
  • 29.  A INDOLÊNCIA, O COMODISMO, A POSTURA ARISTOCRÁTICA DE FERNANDO  ELEMENTOS ROMÂNTICOS COMBINADOS COM ELEMENTOS REALISTAS  A DESCRIÇÃO DOS COSTUMES E MINÚCIAS NOS TRAJES
  • 30.  “Em Senhora, que é um dos romances mais bem constituídos do autor, realizou Alencar uma boa crítica à educação tradicional, ao casamento por conveniência – simples contrato de interesse econômico – construindo, ao mesmo tempo, o mundo ideal acima da realidade circundante, com as mesmas personagens que haviam sido vítimas de casamento por dinheiro. Sublinhou, dessa forma, o caráter do amor romântico como retificador de conduta e portador de substância, que é o tema central de todos os romances desse grupo – Cinco minutos, A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, Sonhos d´ouro, Senhora, Encarnação)”
  • 31.  “Não era um triunfo que ela julgasse digno de si, a torpe humilhação dessa gente ante sua riqueza. Era um desafio que lançava ao mundo; orgulhosa de esmagá-lo sob a planta, como a um réptil venenoso.(...)  As revoltas mais impetuosas de Aurélia eram justamente contra a riqueza que lhe servia de trono, e sem a qual nunca por certo, apesar de suas prendas, receberia como rainha desdenhosa, a vassalagem que lhe rendiam.” ( continua)
  • 32.  “Por isso mesmo considerava ela o ouro um vil metal que rebaixava os homens; e no íntimo sentia-se profundamente humilhada pensando que para toda essa gente que a cercava, ela, a sua pessoa, não merecia uma só das bajulações que tributavam a cada um de seus mil contos de réis.”
  • 33. CONCLUSÃO  Pode-se perceber a preocupação com a psicologia dos personagens e também a mistura do romanesco e da realidade, que fazem desta obra um exemplo de literatura romântica na qual se procura imprimir certos traços realistas. Estes traços, assim como o estilo mais denso de alguns romances urbanos de JA, especialmente Lucíola e Senhora, revelam a influência de Balzac, o mestre do realismo francês.  O conflito psicológico em Senhora coloca uma questão central para o romance realista, contextualizado no mundo capitalista e burguês: a questão do dinheiro, da necessidade de 'subir na vida', em oposição ao ideal da realização amorosa.