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QUÍMICA AMBIENTAL



        A NATUREZA DA
        QUÍMICA AMBIENTAL
   A Química Ambiental estuda os processos
    químicos que acontecem na natureza, sejam
    eles naturais ou causados pelo homem e que
    comprometem não só a saúde humana, mas de
    todo planeta e se tornou uma ciência
    interdisciplinar por envolver outras matérias
    como:
    –   Biologia,
    –   Ecologia,
    –   Geologia,
    –   Toxicologia e
    –   Engenharia Sanitária.
 Estudaas mudanças que ocorrem no meio
 ambiente, mais precisamente, os processos
 químicos que envolvem essas mudanças e
 que causam sérios danos à humanidade.

  –   As atividades humanas inadequadas, sejam em
      indústrias ou nos próprios lares, têm gerado
      efluentes e resíduos: sólidos, líquidos e gasosos,
      que acabam tendo seu destino final na atmosfera,
      nos solos e nas águas.
 Abrange os mecanismos que definem
 e controlam a concentração das
 espécies químicas que precisam ser
 monitoradas. Através da detecção dos
 problemas em determinado local da
 natureza, é possível prevenir um
 estrago maior no meio ambiente.
 Todas  as questões abordadas que
 digam respeito a processos naturais
 e/ou afetados por ações antópicas,
 quer da atmosfera, hidrosfera e
 geosfera/pedosfera, têm   de    ser
 tratadas de forma holística ou
 integradas.
 Uma   viagem pelo tempo nos mostra
 documentos do século XVII nos quais se
 observa a preocupação com a devastação
 do meio ambiente em regiões do Reino
 Unido próximas de onde se fazia a extração
 do carvão.
 Num   dos volumes do periódico inglês
 Nature, datado de 1872, há uma minuciosa
 análise da qualidade do ar nas cidades
 inglesas de Londres e Manchester, inclusive
 apontando para o perigo das altas
 concentrações de SO2 observadas naquelas
 atmosferas urbanas (Thorpe,1872).
 Esse  aparente desinteresse pelos processos
  químicos que ocorrem na biosfera não
  ocorreu apenas no Brasil, mas foi um
  fenômeno global.
 A partir da década de 60, a sociedade foi
  repentinamente tomada por uma nova
  ordem.
 A informação transformou nosso planeta em
  um sistema único, interligado.
 Descobrimos    também      que      o    uso
 indiscriminado    de    pesticidas     estava
 colocando em risco a nossa saúde ao
 contaminar os alimentos e as águas, que o
 lixo urbano e industrial estavam sendo
 descartados inadequadamente e que o
 nosso ar estava se tornando irrespirável.
O  modelo econômico em prática não mais
 servia porque tratava o nosso planeta finito e
 limitado como se fosse algo infinitamente
 rico e capaz de prover recursos ilimitados a
 uma        população       que        crescia
 assustadoramente.
A  indústria química era vista como um mero
 transformador desses recursos naturais em
 bens de consumo, sem se importar com os
 rejeitos    impactantes    gerados   nessas
 transformações.
A  década de 70 já mostra claramente os
 resultados produzidos como fruto da
 organização e da mobilização da sociedade,
 agora protegida por uma legislação
 ambiental cada vez mais restritiva,
 preocupada com o destino dos compostos
 químicos no meio ambiente, com a avaliação
 de risco ambiental e com o risco de
 exposição às novas moléculas produzidas
 pelo homem.
A partir dos anos 80, e até os dias de hoje,
 abraçada pela mídia, a questão ambiental
 passa a ser um tema de discussão em todos
 os segmentos da sociedade.
 os problemas de poluição ambiental
 ainda são cercados de muita
 desinformação (ou contra-informação),
 o que muitas vezes dificulta a escolha
 da melhor opção preventiva ou mesmo
 paliativa para o problema.
 Parte desta desinformação pode ser
 atribuída a um erro histórico, quando,
 há quatro décadas, deixamos a
 sociedade sem respostas quando se
 questionaram, por exemplo, os riscos
 inerentes ao uso de DDT, dos metais
 pesados e da emissão de gases
 causadores de efeito estufa, dentre
 outros.
 Vem    dessa época também a
 disseminação de um sentimento de
 associar a química com o impactante,
 o nocivo, o sintético (não natural).
   Dados recentes do IBGE mostram que a expectativa
    de vida do brasileiro passou de 43,3 anos, na
    década de 50, para 68,1 anos em 1998. Parte
    apreciável do salto desse indicativo de qualidade de
    vida se deve:
    –   aos avanços da química na área de saneamento ambiental
        e processos de desinfecção de água,
    –   ao aumento e diversificação da produtividade agrícola à
        custa de insumos químicos,
    –   da bioquímica, que serve como base da medicina
        preventiva, desenvolvendo vacinas e novas drogas que
        aumentam a nossa longevidade.

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Quimica ambiental

  • 1. QUÍMICA AMBIENTAL A NATUREZA DA QUÍMICA AMBIENTAL
  • 2. A Química Ambiental estuda os processos químicos que acontecem na natureza, sejam eles naturais ou causados pelo homem e que comprometem não só a saúde humana, mas de todo planeta e se tornou uma ciência interdisciplinar por envolver outras matérias como: – Biologia, – Ecologia, – Geologia, – Toxicologia e – Engenharia Sanitária.
  • 3.  Estudaas mudanças que ocorrem no meio ambiente, mais precisamente, os processos químicos que envolvem essas mudanças e que causam sérios danos à humanidade. – As atividades humanas inadequadas, sejam em indústrias ou nos próprios lares, têm gerado efluentes e resíduos: sólidos, líquidos e gasosos, que acabam tendo seu destino final na atmosfera, nos solos e nas águas.
  • 4.  Abrange os mecanismos que definem e controlam a concentração das espécies químicas que precisam ser monitoradas. Através da detecção dos problemas em determinado local da natureza, é possível prevenir um estrago maior no meio ambiente.
  • 5.  Todas as questões abordadas que digam respeito a processos naturais e/ou afetados por ações antópicas, quer da atmosfera, hidrosfera e geosfera/pedosfera, têm de ser tratadas de forma holística ou integradas.
  • 6.  Uma viagem pelo tempo nos mostra documentos do século XVII nos quais se observa a preocupação com a devastação do meio ambiente em regiões do Reino Unido próximas de onde se fazia a extração do carvão.
  • 7.  Num dos volumes do periódico inglês Nature, datado de 1872, há uma minuciosa análise da qualidade do ar nas cidades inglesas de Londres e Manchester, inclusive apontando para o perigo das altas concentrações de SO2 observadas naquelas atmosferas urbanas (Thorpe,1872).
  • 8.  Esse aparente desinteresse pelos processos químicos que ocorrem na biosfera não ocorreu apenas no Brasil, mas foi um fenômeno global.  A partir da década de 60, a sociedade foi repentinamente tomada por uma nova ordem.  A informação transformou nosso planeta em um sistema único, interligado.
  • 9.  Descobrimos também que o uso indiscriminado de pesticidas estava colocando em risco a nossa saúde ao contaminar os alimentos e as águas, que o lixo urbano e industrial estavam sendo descartados inadequadamente e que o nosso ar estava se tornando irrespirável.
  • 10. O modelo econômico em prática não mais servia porque tratava o nosso planeta finito e limitado como se fosse algo infinitamente rico e capaz de prover recursos ilimitados a uma população que crescia assustadoramente.
  • 11. A indústria química era vista como um mero transformador desses recursos naturais em bens de consumo, sem se importar com os rejeitos impactantes gerados nessas transformações.
  • 12. A década de 70 já mostra claramente os resultados produzidos como fruto da organização e da mobilização da sociedade, agora protegida por uma legislação ambiental cada vez mais restritiva, preocupada com o destino dos compostos químicos no meio ambiente, com a avaliação de risco ambiental e com o risco de exposição às novas moléculas produzidas pelo homem.
  • 13. A partir dos anos 80, e até os dias de hoje, abraçada pela mídia, a questão ambiental passa a ser um tema de discussão em todos os segmentos da sociedade.
  • 14.  os problemas de poluição ambiental ainda são cercados de muita desinformação (ou contra-informação), o que muitas vezes dificulta a escolha da melhor opção preventiva ou mesmo paliativa para o problema.
  • 15.  Parte desta desinformação pode ser atribuída a um erro histórico, quando, há quatro décadas, deixamos a sociedade sem respostas quando se questionaram, por exemplo, os riscos inerentes ao uso de DDT, dos metais pesados e da emissão de gases causadores de efeito estufa, dentre outros.
  • 16.  Vem dessa época também a disseminação de um sentimento de associar a química com o impactante, o nocivo, o sintético (não natural).
  • 17. Dados recentes do IBGE mostram que a expectativa de vida do brasileiro passou de 43,3 anos, na década de 50, para 68,1 anos em 1998. Parte apreciável do salto desse indicativo de qualidade de vida se deve: – aos avanços da química na área de saneamento ambiental e processos de desinfecção de água, – ao aumento e diversificação da produtividade agrícola à custa de insumos químicos, – da bioquímica, que serve como base da medicina preventiva, desenvolvendo vacinas e novas drogas que aumentam a nossa longevidade.