O documento discute propriedades físicas do solo como cor, textura, estrutura, porosidade, densidade e consistência. A cor fornece indicações sobre origem, fertilidade e condições de drenagem. A textura é determinada por métodos de laboratório e de campo e classifica o solo de acordo com a proporção de areia, silte e argila. A estrutura e porosidade afetam a aeração, infiltração e desenvolvimento de raízes.
3. COR
A cor é considerada como uma das característica
morfológicas mais importantes e de mais fácil
visualização e identificação nos solos;
Auxilia na distinção das classes de solos e na
delimitação de horizontes nos perfis;
4. Os solos apresentam variadas cores→ vermelhos, amarelos,
acinzentados, brunos (pardos), brancos e até pretos.
5. A cor do solo fornece indicativo sobre:
Material de origem;
Fertilidade do solo
Conteúdo de matéria orgânica;
Condições de drenagem
Teores de óxidos de Fe e Al (fixação de P)
Arenosos Ricos em quartzo Claros
Ricos em óxidos de Fe e Al
Variam do amarelo ao
vermelho
São mais escuros
Solos humíferos
6. Hematita : Óxido de Ferro, α – Fe2O3
Goethita – Oxidróxido de Ferro, α – FeOOH
Matéria orgânica
7.
8. Como se determina a cor do solo???
Existe um padrão???
Carta de Cores Munsell para Solos
11. TEXTURA DO SOLO
Proporção relativa dos diferentes grupos de partículas
primárias nele existentes (Kiehl, 1979)
Significado
Proporção de areia, silte e argila do solo
Característica estável, de difícil alteração
13. Tamanho das frações texturais do solo
Frações Grosseiras Diâmetro
Matacões > 20 cm
Calhaus 20 cm - 2 cm
Cascalho < 2 cm - 2 mm
Areia grossa 2 a 0,5 mm
Areia fina 0,5 a 0,05 mm
Silte 0,05 a 0,002mm
Argila < 0,002
14.
15. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO
TESTE DE CAMPO: Correlaciona a sensibilidade ao tato com o
tamanho e distribuição das partículas
16. Laboratório
Peneiramento, peneiramento combinado com
sedimentação e sedimentação
Dispersão física ou mecânica e química
Métodos mais utilizados
Dispersão química: Consiste no acréscimo de uma solução
constituída de um cátion de elevado raio iônico hidratado,
geralmente sódio, para possibilitar a substituição daqueles
presentes no complexo de troca catiônica, que favorecem a
floculação de argilas.
Dispersão física ou mecânica: Consiste na agitação da suspensão de
solo, para contribuir à quebra dos pequenos agregados.
20. É o arranjo das partículas primárias do solo (areia, silte e
argila) em agregados, ou seja, refere-se ao tamanho, forma e
aspecto do conjunto de agregados que aparecem
naturalmente no solo.
ESTRUTURA DO SOLO
(Brady 1989)
Agregação do solo
Reunião de partículas floculadas em mistura íntima com silte e
areia
22. Solo de mata com estrutura
preservada – poroso e permeável
ao ar, água e raízes
Solo de lavoura com estrutura
degradada – deficiente em
porosidade e com baixa
permeabilidade ao ar, água e raízes
Comparação entre solo com
estrutura degradada e solo com
estrutura preservada
23. Estrutura
Porosidade
Aeração
IMPORTÂNCIA
● Menor densidade do solo e compactação;
● Maior porosidade;
● Maior capacidade de retenção de água;
● Melhora a infiltração de água;
● Favorece a troca gasosa entre o solo e a atmosfera;
● Menores restrições mecânicas ao desenvolvimento das raízes;
● Aumenta a atividade microbiana
Densidade do solo
Movimento de água
24.
25. DENSIDADE DO SOLO
A DENSIDADE DO SOLO no passado também denominada
Densidade Aparente e Densidade Global, representa a relação
entre a massa de solo seco em estufa (Ms, kg) e o seu respectivo
volume total (V, m3), ou seja, o volume de solo incluindo os
espaços ocupados pela ÁGUA (Va) e pelo AR (Var).
Ds =
Mss
V Volume total (Sólido, Líquido e Gasoso)
Massa do Solo Seco em Estufa
(Unidades→ρ=Ds: g cm-3, kg dm-3 ou Mg m-3)
26. VARIAÇÃO DOS VALORES MÉDIOS DA Ds
- Solos argilosos: 1,0 a 1,4 g cm-3
- Solos arenosos: 1,3 a 1,8 g cm-3
- Solos Orgânicos: 0,2 a 0,6 g cm-3
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO
- ANEL OU CILINDRO VOLUMÉTRICO; (textura média)
- TORRÃO IMPERMEABILIZADO; (textura argilosa)
- PROVETA; (Textura arenosa)
27. ANEL OU CILINDRO VOLUMÉTRICO
● Introduz-se na camada de solo um cilindro com volume conhecido;
● A amostra de solo contida no cilindro é levada para secar em
estufa a 105-110 ºC por 48 h;
● A Ds será obtida pela relação entre a massa do solo seco e o
volume do cilindro.
29. - Estrutura;
- Textura;
- Teor de matéria orgânica;
- Uso e manejo do solo;
- Compactação x adensamento.
FATORES QUE INTERFEREM A Ds
De maneira geral, quanto maior a Ds:
● ↑Compactação
● ↓ Estruturação
● ↓ Porosidade total
● ↑ Restrinção para o crescimento e desenvolvimento de plantas
30. O que fazer para baixar a Ds??
Incorporar matéria orgânica ao solo
Adubos verdes
Estercos de animais
Compostos orgânicos
Evitar superlotação de animais
Aração do solo
Evitar uso excessivo de máquinas agrícolas
31. Exercício: Coletou-se uma amostra de solo com estrutura indeformada
de uma dada profundidade, por meio de amostrador, num anel
volumétrico de diâmetro 7,5 cm e altura de 7,5 cm. Após a coleta, a
amostra de solo não saturado foi colocada numa estufa a 105 ºC e, após
24 horas, verificou-se que a sua massa permaneceu constante e igual a
0,458 kg. Qual o valor da densidade do solo?
Ds =
Mss
V
32. DENSIDADE DE PARTÍCULAS
A DENSIDADE DE PARTÍCULAS ou Densidade dos Sólidos
(ρs, kg m-3), em textos antigos também denominada Densidade
Real, representa a relação entre a massa de solo seco em estufa
(ms, kg) e o seu respectivo volume de sólidos ou partículas (Vs,
m3).
É um ATRIBUTO FÍSICO MUITO ESTÁVEL, cuja magnitude
depende exclusivamente da composição das partículas sólidas.
33. Minerais, densidades e formas predominantes nas frações texturais
MÉDIA: 2,65 g cm-3/ 2,65 kg dm-3 ou 2,65 Mg m-3
A Dp pode ser considerada também como a média
ponderada das massas específicas dos diversos componentes da
fração sólida do solo
Para os solos minerais comuns, a densidade dos sólidos
de uma amostra de solo é dada por:
34. MÉTODO DO BALÃO VOLUMÉTRICO
Materiais necessários
• Balão volumétrico de 50 mL
• Bureta
• Álcool etílico;
• Balança digital;
• Estufa;
Procedimentos
- Pesa-se 20 g de TFSE (Terra Fina Seca em Estufa);
- Coloca-se, com ajuda de um funil, no balão volumétrico de 50 mL;
- Preenche a bureta graduada com álcool etílico;
35. 50 mL
Balão Volumétrico
50 mL
42,5 mL
20 g TFSE
VOLUME DO SOLO
50 mL – 42,5 mL = 7,5 mL
Dp =
Mss
Vs
=
20 g
7,5 cm3
= 2,67 g cm−3
36. Exercício
Em um balão volumétrico de 50 mL foram adicionados 18 g de
uma amostra de solo em TFSE. O balão teve seu volume completado
com etanol, lentamente, via bureta (50 mL), com movimentos
circulares, para eliminação do ar da amostra. Após “tomados” todos
os cuidados para aferir o menisco do balão, o volume de álcool gasto
foi de 43,2 mL. Qual a densidade de partículas sólidas desta amostra
de solo ?
37. POROSIDADE
● Refere-se ao volume do solo ocupado pela água e pelo ar.
Equação de Veihmeyer
Representação da composição
“ideal”de um solo
38. 1) Macroporos
2) Mesoporos
3) Microporos
Classificação dos poros
Koorevaar et al. (1983) e citados por Libardi (2005)
39. Porosidade
Refere-se aos espaços vazios
existentes no solo variando suas
dimensões (macro e microporos);
Solos argilosos (a), apresentam
grande quantidade de microporos e
poucos macroporos;
Solos arenosos (b), apresentam
grande quantidade de macroporos;
Porosidade de Solos Argilosos e
Arenosos (UFRRJ, 2000).
40. Aeração e
condução da
água durante a
infiltração
Condução da
água durante o processo de redistribuição,
quando após a infiltração se esvaziam os
macroporos.
Retenção e armazenamento da água.
Nestes poros, a água se move muito
vagarosamente
Classificação dos poros
42. “processo dinâmico e gradual de aumento da densidade (maior massa
de solo por unidade de volume) pelo excesso de cargas ou pressões ao
longo do tempo, exercidas por razões antrópicas, ao solo em condições
de umidade elevada”
P= F / A
A magnitude dos efeitos da compactação depende principalmente da
textura do solo, energia de compactação, teor de matéria orgânica e
umidade;
Compactação do Solo
43. Causas da Compactação
Intenso tráfego de máquinas e implementos agrícolas (pé-de-grade),
principalmente quando solo se encontra na umidade ótima de
compactação;
Operação de Gradagem Operação de retirada de madeira
44. Causas da Compactação
pisoteio animal e de pessoas;
Zona de Uso
Intenso
Dg= 1,44 g cm-3
Lixiviação = 76%
Zona de Uso
Moderado
Dg= 1,32 g cm-3
Lixiviação = 62%
Zona de Uso
Reduzido
Dg= 1,28 g cm-3
Lixiviação = 26%
Fonte: UFRRJ, 2000
46. Soluções
Acréscimo de matéria-orgânica diminuem os efeitos por agir como pontes
flexíveis no solo;
Tratores com melhor distribuição de peso sobre as rodas;
Subsolagem;
47. Soluções
Subsolagem: prática que tem como objetivo único romper as camadas
compactadas do solo, abaixo da camada arável, atingindo
profundidades de trabalho de até 80cm, sem revolvimento do solo;
Subsolador com 3 hastes Subsolador acoplado ao trator
49. EXERCÍCIO
A densidade do solo de uma amostra de um solo de mata foi de
1,35 g cm-3. O mesmo solo quando cultivado apresentou uma
densidade do solo de 1,45 g cm-3. Se a densidade de partícula
em ambos os casos foi de 2,70 g cm-3, qual a mudança na
porosidade total?
50. CONSISTÊNCIA DO SOLO
A consistência do solo refere-se às manifestações das
forças físicas de COESÃO (entre as partículas do solo) e de
ADESÃO (entre as partículas e outros materiais) verificadas no
solo, conforme variação dos teores de umidade.
Resistência do solo a sua degradação;
Capacidade do solo de se moldar
Depende da umidade
51. SOLO SECO (GRAU DE
DUREZA)
SOLTA
MACIA
LIGEIRAMENTE
DURA
DURA
MUITO
DURA
EXTREMAMENTE
DURA
A consistência do solo QUANDO SECO é caracterizada pela
DUREZA OU TENACIDADE. Para avaliá-la, deve-se selecionar um torrão
seco e comprimi-lo entre o polegar e o indicador. Assim, tem-se:
53. A Consistência do solo QUANDO MOLHADO caracteriza a
plasticidade e pegajosidade.
a) PLASTICIDADE - É a propriedade que pode apresentar o material
do solo de mudar continuamente de forma, pela ação da força
aplicada, e de manter a forma imprimida, quando cessa a ação da
força.
b) PEGAJOSIDADE - É a propriedade que pode apresentar a massa
do solo de aderir a outros objetos. Para avaliação de campo, a
massa do solo quando molhada e homogeneizada é comprimida
entre o indicador e o polegar, e a aderência é então observada.
54. PLASTICIDADE (GRAU DE
RESISTÊNCIA A DEFORMAÇÃO
EXTREMAMENTE
FIRME
NÃO PLÁSTICO
LIGEIRAMENTE
PLÁSTICO
PLÁSTICO
Tenaz, friável, plástica, viscosa e fluída
Ordem de consistência de acordo com a umidade
55. Para determinação de campo da plasticidade, rola-se,
depois de amassado, o material do solo entre o indicador e o
polegar e observa-se se pode ser feito ou modelado um fio ou
cilindro fino de solo, com cerca de 4cm de comprimento, conforme
figura abaixo:
56. FATORES QUE INFLUENCIAM NA CONSISTÊNCIA?
Umidade;
Matéria orgânica
Natureza das argilas (montmorilonita/caulinita);
Textura;
Trabalho mecânico (orientação das partículas).