O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...
Identidade Quilombola no Mundo Globalizado
1. Mata Cavalo:
o negro e a identidade quilombola no mundo globalizado
Silvânio Paulo de Barcelos*
Resumo: Este artigo discorre sobre questões de africanidade, negritude e os
processos de manutenção da identidade quilombola na comunidade do
Quilombo Mata Cavalo localizadas no município de Livramento – MT.
Assentados naquela localidade a mais de cento e vinte anos os descendentes dos
escravos que herdaram essa área de terra resistem, ainda hoje, à pressão dos
fazendeiros daquela região pela disputa em torno da sua posse. Esta singular
identidade possibilita pelas vias jurídicas a legitimação da propriedade das
terras em litígio ao mesmo tempo em que coloca esses atores históricos no
centro da convergência de seus próprios valores étnicos e culturais. Ao
admitirem-se negros e ao mesmo tempo quilombolas assumem, numa certa
medida, o controle de suas próprias vidas. Em pleno século XXI os integrantes
dessa comunidade tradicional lutam pela preservação de uma memória afro-
referenciada enquanto sonham conquistar seu espaço primordial, um espaço de
negro, numa sociedade marcada por interesses difusos e pelo estigma da
globalização.
Palavras-chave: Identidade, quilombola, diáspora, negritude, globalização.
Abstract: This article discusses issues of African, blackness and maintenance
processes of identity maroon in community of Quilombo Mata Cavalo located in
the town of Livramento – MT. Settlers in that area to over one hundred and
twenty years, the descendants of slaves who inherited the land area resist, even
today, of pressure from the farmers of that region by the dispute over the
possession. This unique identity enables the legal channels to legitimate
ownership of land in dispute at the same time as it makes these historical actors
at the center of convergence of their own ethnic and cultural values. By
admitting to black and descendant of slave at the same time assume a certain
extent, control their own lives. In twenty-first century the members of this
community traditional fight for the preservation of a memory african-referenced
achieve your dream as a primary space, an area of black in a society marked by
common interests and the stigma of globalization.
Key words: Identity, maroon, diáspora, blackness, globalization.
*
SILVÂNIO PAULO DE BARCELOS é Mestrando em História pela Universidade Federal de
Mato Grosso.
101
2. Apresentação do Grupo de Dança do Congo da Comunidade de Remanescentes do Quilombo Mata Cavalo em comemoração
do dia da Consciência Negra – 20/11/2009. Acervo particular do autor.
O Atlântico Negro Condicionados ao sofrimento inevitável
Paul Gilroy defende a tese da pela perda, dor e a distância essas
necessidade de se pensar sobre uma culturas desenvolvidas no circuito
cultura negra desenvolvida nos dois transatlântico criaram mecanismos de
consolação, apoiando-se em valores
lados do Atlântico. Este conceito
explica a experiência vivida pelos povos estéticos e simbólicos construídos por
intermédio da recordação que se
que, embora separados pela distância
consolidaram na memória coletiva
física estão unidos pela simetria cultural
perpetuando-se através das gerações. O
que os identificam, possibilitando outras
interpretações dessa espécie de mundo ancestral criado pelas vias da
imaginação coletiva constitui
consciência negra coletiva trans-
territorial. Segundo Gilroy (2001, p. 13) patrimônio imaterial de considerável
importância para a manutenção do ethos
As culturas do Atlântico Negro e dos signos culturais que identificam
criaram veículos de consolação um determinado grupo em sua
através da mediação do sofrimento. singularidade.
Elas especificam formas estéticas e
contra-estéticas e uma distinta Quando somos desapropriados de
dramaturgia da recordação que nossos lugares de origem criamos
caracteristicamente separam a mentalmente um território conceitual
genealogia da geografia, e o ato de que entra para o imaginário coletivo
lidar com o de pertencer. como o lugar ideal concebido a partir
dos mecanismos da recordação
102
3. transmitida pela cultura oral de geração experiência diaspórica, longe o
a geração. No mundo idealizado e suficiente para experimentar o
recriado a partir da oralidade no interior sentimento de exílio e perda, perto o
das comunidades do Atlântico Negro a suficiente para entender o enigma de
África, desde os movimentos de uma chegada sempre adiada” (HALL,
dispersão de africanos escravizados, 2003, p. 415).
constitui-se na fonte de inspiração
A impossibilidade de se voltar para casa
primordial para essas culturas negras.
marca profundamente todas as pessoas
Não se trata objetivamente do território
que saem de seus lugares de origem
geográfico, e sim da apropriação
para habitar outras regiões,
coletiva de um conjunto de elementos
influenciando a formação de suas
míticos e imaginários. De acordo com
identidades. Esse autor identifica uma
Pinho (2004, p. 27):
nova conformação cultural e aponta que
A África da qual se fala aqui não é “de uma forma curiosa, o pós-colonial
o imenso continente africano, que prepara o indivíduo para viver uma
abriga dezenas de diferentes países relação pós-moderna ou diaspórica com
e centenas de diferentes povos. É a identidade” (HALL, 2003, p. 416).
uma África que pode até ser muitas
Segundo ele a experiência diaspórica
Áfricas, mas que permanece una.
África que é tribal, vinculada ao
teve sua origem na bíblia que narra a
passado e aos ancestrais, mas que recuperação de uma terra já habitada
seria sobretudo fiel aos seus por mais de um povo. Ele relaciona
descendentes, quer estes habitem ou vários pontos em comum entre a
não em suas terras, pois o que Diáspora Judaica e a Diáspora Negra,
importa é que a África, possuindo a entre eles a experiência de sofrimento,
totalidade indivisível de um signo, exílio, cultura do livramento e da
resida no campo fértil e criativo dos redenção. Isso explica em larga medida
imaginários afrodescendentes. porque os seguidores do movimento
Stuart Hall, um dos expoentes da teoria Rastafári1 usa a bíblia, pois ela “Conta a
cultural, utiliza o conceito “diáspora história de um povo no exílio dominado
negra” para explicar o universo por um poder estrangeiro, distante de
compreendido pela experiência dos casa e do poder simbólico do mito
Africanos que foram desterritorializados redentor” (HALL, 2003, p. 417). Sem
em seus lugares de origem. Jamaicano
1
de classe média, Hall viveu as No final dos anos 1960, à margem
contradições culturais provocadas pelo economicamente do sistema capitalista, muitos
Rastas procuraram sua subsistência financeira
conflito entre o local e o imperial no
através da arte, particularmente o artesanato,
contexto colonizado da Jamaica, um tornando-se habilidosos em esculpir peças
mundo social marcado nitidamente por inspiradas em motivos africanos. Mas, onde a
políticas ideológicas de branqueamento cultura Rasta se propagou, tanto na Jamaica
racial. Em 1951 mudou-se para a quanto no mundo ocidental, foi na música, com
o surgimento de um novo estilo, o Reggae . Em
Inglaterra para estudar em Oxford, onde
sua origem o Reggae é o Ska, um ritmo
mais tarde filiou-se à “Nova Esquerda frenético ao som de instrumentos metálicos
Inglesa”. Com a maturidade intelectual inspirados na Black music americana deste
entendeu sua condição de ser-no- mesmo período histórico. No final desta década,
mundo, conhecendo intimamente os o Ska agora mais lento, originou o Rocksteady.
Com a inserção da percussão africana acrescida
dois lugares – a Jamaica e a Inglaterra - de batidas da guitarra no estilo Rock, no início
percebeu que na verdade não pertencia a da década de 1970 o antigo Rocksteady passa a
nenhum deles, “e esta é exatamente a se chamar Reggae.
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4. dúvida o que marcou de forma indelével cultural do negro nos Estados Unidos da
o rastafarianismo foi o fato de ter América: o ser americano e negro. Ao
tornado definitivamente negra a desenvolver essa questão fundamental
Jamaica, descolonizando as mentes. produz um conceito capaz de elucidar a
“Como todos os movimentos, o experiência dos povos no contexto
rastafarianismo se representou como um histórico da pós-escravidão. Essa teoria
retorno. Mas, aquilo a que ele nos discute a edificação e a plasticidade das
retornou foi a nós mesmos. Ao fazê-lo identidades negras, emergindo das
produziu a África, novamente, na experiências de deslocamento e re-
diáspora”. (HALL, 2003, P. 417). territorialização, que por sua dinâmica
singular redefine o sentimento de
Outro fator essencial na formação da
pertença à um determinado lugar.
identidade diaspórica relaciona-se com
Assim, a diáspora negra desloca a
os processos de transculturação, onde
seqüência dos pontos de explicação
grupos subordinados ou marginais
entre lugar, posição e consciência,
selecionam e inventam novas
rompendo a predominância do território
identidades, readaptando-se às
na formação da identidade
condições do meio, a partir dos
desenraizada, desterritorializada e
materiais a eles transmitidos pela
profundamente marcada pelo viés de
cultura dominante nas chamadas zonas
uma cultura em constante mutação, em
de contato culturais. Tal como no
oposição à idéia de uma cultura
sentido atribuído por Stuart Hall à
pretensamente fechada. "Sob a idéia-
identidade diaspórica o conceito de
chave da diáspora, poderemos ver não a
identidade, segundo Zigmunt Bauman,
raça, e sim formas geopolíticas e geo-
surgiu devido à crise do pertencimento e
culturais de vida resultantes da
do esforço em se consolidar enquanto
interação entre sistemas comunicativos
individualidade num local em constante
e contextos que elas não só incorporam,
mudança, recriando sua própria
mas também modificam e
realidade ao nível da idéia. De acordo
transcendem". (GILROY, 2001, p. 25).
com Bauman (2005, p. 26), “a
identidade só poderia ingressar na Terras do Quilombo: um espaço de
lebenswelt – conceito de vida no mundo negros
humano na sua auto-definição e A terra funciona como catalisadora do
experiência – como uma tarefa ainda sentimento de pertença a um
não realizada, incompleta, um estímulo, determinado território onde, por ela e a
um dever e um ímpeto à ação”. partir dela esses negros constituem-se
Paul Gilroy utiliza-se do conceito enquanto comunidade afro-referenciada.
“Dupla Consciência” desenvolvido por Historicamente, seus ancestrais
W. E. B. Du Bois, para analisar os fincaram neste pedaço de terra suas
processos culturais de formação da raízes, construindo através delas os
identidade nas comunidades do elementos culturais de suas identidades
Atlântico Negro. Du Bois, sociólogo e singulares, o ser negro e quilombola. O
historiador, ansiando dar uma modo peculiar de vida dos membros
conotação mundial às experiências pós- desta comunidade, seus costumes, a
escravidão dos negros ocidentais, religiosidade, os aspectos da vida
projeta as concepções assimétricas de comunitária, o culto às tradições
raça, nação, cultura e comunidade herdadas dos seus ancestrais e o esforço
desvelando a dualidade filosófico- na manutenção de suas identidades
104
5. produzem o que se poderia denominar reflete no cotidiano dessa comunidade
territorialidade étnica, edificando-a que ao rebuscar os elementos culturais
enquanto território real e simbólico, de uma possível essência africana
simultaneamente. recriam seus modos de vida na diáspora,
ressignificando seu espaço e
Impossível dissociar essa comunidade
delimitando-o como um território de
do seu espaço geográfico primordial. O
negro, um mundo conceitual
chão, expressão de sonhos e
quilombola.
possibilidades, que muitas vezes foi
irrigado com o vermelho tom da O quilombola e a globalização.
intolerância, testemunha o vigor e a Discutir a situação social e política do
determinação dos homens, mulheres e Quilombo Mata Cavalo é confrontar o
crianças gerados na mais pura têmpera antigo e o novo numa interação dialética
dos ideais da resistência, criando e entre a tradição, que se quer estática, e a
recriando constantemente um modo de mudança que oscila entre desejo e
vida peculiar. Esse mundo conformação. A tradição, portanto,
dinamicamente dividido entre o velho e constitui-se no grande objetivo a ser
o novo conserva a “aura da negritude” consolidado por essa comunidade que
de seu universo quilombola cultivando se utiliza de todos os meios disponíveis
tradições que vão se obliterando sem, para a sua manutenção, quer
contudo, perder sua essência primeira, recuperando antigos elementos
uma essência que não é somente constitutivos da tradição afro-
africana, mas afro-brasileira, resultante referenciada, quer reconstruindo novos
do encontro de etnias e do caráter elementos culturais que permitam
híbrido de sua sociedade. Segundo perpetuá-la. Entretanto, a necessidade
Haesbaert (2006, p. 344), “teríamos de subsistência econômica leva parte
vivido sempre uma dos seus integrantes, em sua maioria
multiterritorialidade”, onde percebemos jovens, a procurar sua inserção no
que em toda relação social há uma mundo do trabalho, geralmente nos
implicação, uma interação territorial, meios urbanos onde buscam a
um entrecruzamento de diferentes realização de sonhos de independência
territórios. Nesse quadro sócio cultural financeira e reconhecimento social.
o indivíduo vive ao mesmo tempo ao
seu nível particular, ao nível da Uma das características principais da
sociabilidade entre seus familiares, do globalização é o estado de contínuo
seu grupo social, e da sua própria movimento em que o mundo se
comunidade. A dinâmica das encontra, produzindo desequilíbrios e
transformações sociais e culturais em alargando o fosso que separa ricos de
conseqüência do estado de violência e pobres. Segundo Bauman (1999, p. 8),
instabilidade pela disputa da posse das “Todos nós estamos, a contragosto, por
terras do Quilombo determinam, num desígnio ou à revelia, em movimento.
certo grau, não a crise mas a própria Estamos em movimento mesmo que
constituição da identidade do grupo, fisicamente estejamos imóveis.” Essa
como Bauman aponta em seus tratados noção de movimento polariza a balança
teóricos. Para ele o próprio conceito do poder aumentando a capacidade de
“identidade” nasce em função da crise operação dos que são globalizados,
de pertencimento e da necessidade de se estendendo as fronteiras de seus
adaptar criando novas identidades. Toda domínios ao mesmo tempo em que
uma tradição herdada das senzalas aumentam o nível de exclusão social
105
6. dos localizados. “Ser local num mundo os negros e para a sociedade, a
globalizado é sinal de privação e identidade dos negros como
degradação social” (BAUMAN, 1999, sujeitos e como produtores de
p. 8). Nesse contexto globalizado a cultura. Como um fenômeno
educativo de alcance étnico,
mobilidade constitui-se na peça chave
apresenta o negro como concretude
com a qual os privilegiados da
na sociedade local, regional e
sociedade combinam os fatores nacional; apreende sua existência
essenciais hegemônicos dominando o como real e viva. Evidencia-se a
mundo dos negócios, das finanças, do possibilidade de ser-no-mundo –
comércio e de controle dos fluxos de negro, com outros negros, com
informações. A falta da mobilidade outros brancos. Uma forma de
estratégica, a redução à condição de aprender a ser negro no arrepio dos
“local” são os fatores que determinam a parâmetros racistas, mantendo uma
exclusão social de pobres no mundo saída para fora do vínculo do
contemporâneo promovendo um estado branqueamento e da integração da
imagem branca do negro.
de insegurança e incertezas.
Apesar de todas as dificuldades Obliterada quase em sua totalidade no
enfrentadas pela comunidade, o caráter passado a Dança do Congo foi retomada
intrínseco de sua sociedade tradicional pela comunidade do Quilombo Mata
faz com que todos os seus componentes Cavalo como parte das ações de
busquem na ressignificação de antigas recuperação de valores de sua cultura
tradições de origem africana, o caminho negra. Segundo depoimento de D.
que permita situá-la no interior do Tereza, presidente desta comunidade
universo de representação quilombola. quilombola, ao autor desse artigo em 12
A Dança do Congo é uma das de setembro de 2008, toda forma de
manifestações culturais que mais tradição é crucial para a sobrevivência
exemplificam a força dessa tradição da comunidade. Entre apertos de mão,
ancestral. Em Nossa Senhora do abraços e saudações afetuosas a
Livramento essa dança foi uma tradição venerável matriarca, amavelmente,
importada historicamente da antiga descrevia os pormenores da festa e da
“comunidade dos pretos”2 do Mata tradição religiosa de sua comunidade.
Cavalo. Essa dança, ensinada e De acordo com suas palavras “A
praticada na Casa São Benedito, religião nossa é coisa de nosso passado,
naquela cidade, assume dimensão então tudo isso é nosso futuro, é nossa
educacional empírica na medida em que lembrança e nossa recordação dos
resgata valores afro-referenciados do nossos antepassados.”
universo quilombola. Segundo Dantas A consciência da necessidade de
(1995, p. 93): perpetuação da comunidade quilombola
O reconhecimento social do Congo fica evidente quando D. Tereza afirma
como um conhecimento que “tudo isso é o nosso futuro”, isso é
eminentemente negro, na relevante na medida em que o futuro da
perspectiva do processo comunidade se garante pelas vias da
ensino/aprendizagem, recupera para tradição ancestral do Quilombo. Muito
além da questão subjetiva da
2
Utilizamos essa expressão para indicar a forma preservação do universo quilombola, as
como os integrantes do Quilombo Mata Cavalo tradições ancestrais conferem
eram reconhecidos pelos habitantes da cidade de
Nossa Senhora do Livramento, de acordo com a
juridicamente a posse e propriedade da
tradição oral da região. terra em consonância com as políticas
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7. de terras da Constituição Federal de amálgama que fixou as bases da
1988, desde que produza em identidade quilombola e o tempo se
conseqüência, a manutenção de sua encarregou de forjar o ideal da
identidade conformada pela sociedade negritude racionalizando o seu espaço
tradicional negra e quilombola. Não há primordial, o espaço de negro, uma
como agregar maior ou menor valor à África reterritorializada na diáspora.
questão dos interesses dos
remanescentes quilombolas entre a
preservação da memória ancestral e a Referências
simples posse da terra. Ambas possuem BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as
grande valor objetivo e também conseqüências humanas. Tradução Marcus
simbólico, pois traduzem no tempo Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
todas as lutas, anseios, sofrimentos, __________. Modernidade Líquida. Rio de
sonhos, ódios e amores que Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2001.
ultrapassaram as vidas de várias __________. Identidade: entrevista a
gerações mantendo viva a chama da Benedetto Vecchi / Zygmunt Bauman; tradução
tradição quilombola forjada no ideal da Carlos Alberto Medeiros. – Rio de Janeiro:
esperança. Jorge Zahar Ed., 2005.
DANTAS, Triana de Veneza Sodré e.
Hoje a sociedade do Quilombo Mata Educação do negro: a pedagogia do Congo de
Cavalo aguarda a decisão judicial que Livramento, MT. / Triana de Veneza Sodré e
formalizará a definitiva propriedade de Dantas. –Cuiabá: Instituto de Educação, 1995.
suas terras, herança de direito, herança GILROY, Paul. O Atlântico Negro :
de fato. Frente ao mundo convulsionado Modernidade e dupla consciência. tradução de
pela globalização esses quilombolas Cid Knipel Moreira. São Paulo; Ed. 34, 2001.
buscam a preservação do seu mundo, HAESBAERT, Rogério. O mito da
pois mantendo-se a tradição conserva-se desterritorialização: do “fim dos territórios”
a identidade que os une ao mesmo à multiterritorialidade. 2ª. Ed. – Rio de
tempo em que os fortalece. Dessa forma Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
a história que se projeta no presente HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e
determinará o destino da comunidade mediações culturais. organização Liv Sovik;
quilombola. De fato ao debruçarmos os tradução Adelaine La Guardia Resende... [et.
al.]. – Belo Horizonte: Ed. UFMG; Brasília:
olhos sobre o passado percebemos o Representação da UNESCO no Brasil, 2003.
caminho tortuoso percorrido, desde as
PINHO, Patrícia de Santana. Reinvenções da
senzalas, por homens e mulheres em
África na Bahia / Patrícia de Santana Pinho –
constante luta pela sobrevivência, num São Paulo : Annablume, 2004.
processo continuo de adaptação ao
SILVA, José Orlando Muraro, Mata Cavalos:
meio, utilizando-se do possível no Escravos e proprietários de suas terras.
movimento de resistência. Nesse Artigo publicado no Informe ao X congresso de
contexto violento a terra forneceu o direito agrário – Quilombos.
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