Este estudo avaliou a resistência antimicrobiana de cepas de Listeria monocytogenes isoladas de carnes bovinas moídas. Todas as 6 cepas testadas foram resistentes a vários antimicrobianos, incluindo ampicilina que é indicada para tratamento de listeriose. A maioria das cepas também foi resistente à rifampicina, outro fármaco usado no tratamento. Isso representa um problema para a saúde pública, especialmente para grupos de risco da listeriose.
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO Listeria monocytogenes ISOLADAS DE CARNE BOVINA MOÍDA: RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA MANTILLA, Samira Pirola Santos1; FRANCO, Robson Maia2; OLIVEIRA, Luiz Antônio Trindade2; SANTOS, Érica Barbosa3 1 Doutoranda em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal (POA) na Universidade Federal Fluminense (UFF) 2 Professores Doutores do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFF – Controle Microbiológico de POA 3 Pós-graduanda em Irradiação de Alimentos na UFF INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS A resistência bacteriana aos antimicrobianos é um tema amplamente pesquisado por diversos autores, devido a grande importância desta condição para a saúde pública. À medida que os antimicrobianos vão sendo utilizados indiscriminadamente, aumenta-se o número de bactérias resistentes às drogas mais utilizadas na terapia humana. TABELA 1 - Perfil de sensibilidade das seis cepas de L. monocytogenes frente aos antimicrobianos testados. Todas as cepas de L. monocytogenes utilizadas nesta pesquisa apresentaram-se resistentes a diversos antimicrobianos e inclusive a ampicilina, que é uma das drogas mais indicadas para o tratamento da listeriose segundo Jay (2005) e Castro (1989).Araújo (1998) obteve resultados similares, a partir de amostras de “blanquet” de peru e Kasnowski (2004) relatou que todas as cepas de L. monocytogenes isoladas a partir de amostras de carne bovina apresentaram resistência aos mesmos antimicrobianos. Algumas cepas testadas também foram resistentes a outros antibióticos indicados no tratamento da listeriose humana. Jay (2005) ainda ressalta a rifampicina como fármaco de escolha para o tratamento, porém, no presente estudo, 83,3% das cepas isoladas foi resistente a este antimicrobiano. OBJETIVO O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência antimicrobiana de cepas de Listeria monocytogenes isoladas de carnes bovinas moídas naturalmente contaminadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A existência de cepas de L. monocytogenes resistentes aos antimicrobianos utilizados no tratamento da listeriose humana representa um problema para a saúde coletiva, principalmente para os indivíduos que fazem parte do grupo de risco da listeriose, que incluem os idosos, crianças, mulheres grávidas e imunossuprimidos. ARAÚJO, P. C. C. Listeria monocytogenes: Ocorrência, verificação da eficiência de dois meios de plaqueamento, sorovares predominantes e sensibilidade aos antimicrobianos de cepas isoladas em produtos de carne de peru comercializados na cidade de Niterói-RJ-Brasil . 1998. 90 f. (Mestrado em Medicina Veterinária). UFF. Niterói, RJ, 1998. JAY, J. M. Listerioses de origem animal. In: Microbiologia de alimentos . 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. 711 p., cap. 25, p. 517-542 KASNOWSKI, M. C. Listeria spp., Escherichia coli: Isolamento, identificação, estudo sorológico e antimicrobiano em corte de carne bovina (alcatra) inteira e moída . 2004. 110 f. (Mestrado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de POA). UFF. Niterói, RJ, 2004. O teste de sensibilidade aos antimicrobianos foi realizado em seis cepas de L. monocytogenes, isoladas a partir de amostras de carne bovina, segundo a metodologia do “National Committee for Clinical LaboratoryStandards” (NCCLS,1990). Gentamicina Cefoxitina Ampicilina Clindamicina Oxaciclina Sulfazotrim 1 (16,7%) 1 (16,7%) 1 (16,7%) Ciprofloxacina Rifampicina Cloranfenicol 3 (50%) 3 (50%) 2 (33,3%) 2 (33,3%) 2 (33,3%) 2 (33,3%) 2 (33,3%) 1 (16,7%) 1 (16,7%) Amicacina Vancomicina Cloranfenicol Tetraciclina Rifampicina Penicilina Cefalotina Ciprofloxacina Eritromicina Todas as cepas resistentes Número de cepas intermediárias (%) Número de cepas sensíveis (%)