Empresas familiares dentro da nova ordem econômica mundial (2)
Estrutura Conceitual e a Contabilidade Internacional
1. Estrutura Conceitual e a Contabilidade
Internacional
Silvia Helena Carvalho Ramos Valladão de Camargo
Doutora em Administração pela FEA-USP, Mestre em Administração, Pós-Graduanda em Didática do Ensino Superior,
Graduada em Ciências Contábeis e Administração pelo Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto.
2. IFRS - International Financial Reporting
Standards
ou
Normas Internacionais de Relatórios
Financeiros
4. Normas Internacionais de Relatórios Financeiros
• Nasceram nos anos 70 como denominação de IAS
e 2001 IFRS.
Buscam abranger não especificamente questões
contábeis mas também o todo o espectro de temas
envolvidos no conceito de divulgação de
desempenho operacional por meio de balanços,
demonstrações de resultados, demonstrações de
fluxos de caixa e notas explicativas.
5. Estrutura Conceitual - Trata
a) Elaboração e divulgação de relatório contábil-
financeiro;
b) Qualidade da informação contábil financeira útil;
c) Definição, reconhecimento e mensuração dos
elementos que compõem as demonstrações
contábeis; e
d) Conceitos de capital e sua respectiva manutenção.
6. Estrutura Conceitual
Não é um pronunciamento que define normas para
nenhuma questão específica de mensuração ou
divulgação.
Nada contido na estrutura Conceitual substitui
qualquer pronunciamento específico.
Vale ressaltar que nos casos em que houver um conflito
entre a Estrutura Conceitual e uma IFRS específica, essa
última deve prevalecer sobre os requisitos da Estrutura
Conceitual.
7.
8. Para adotarmos as IFRS devemos
aplicar todas as normas
retroativamente?
Sim...Essa é a regra.
No entanto, para facilitar a transição para as IFRS e
evitar diferenças de julgamentos que poderiam
impactar significativamente o processo da primeira
onda de 2005, o IASB publicou o IFRS 1 - com
diversas exceções à regra e algumas proibições.
Portanto, a adoção das IFRS pela primeira vez deve
passar obrigatoriamente pelos conceitos da IFRS 1.
9. O que é, então, a IFRS 1 e quais
são seus princípios básicos?
Funciona como um guia;
Facilitar o processo de transição;
Uma das proibições é o uso de dados
retrospectivos na aplicação de estimativas.
10.
11. Obrigatoriedade
Vale apenas para o balanço fechado de 2010.
A lista das empresas adiantadas é formada por
Gerdau (siderurgia), AmBev (bebidas), Souza Cruz
(cigarros), Natura (cosméticos), Cielo (cartões), Net
(TV a cabo), Romi (máquinas industriais) e Grendene
(calçados).
12. Gerdau S/A
INFORMAÇÕES CONSOLIDADAS
A partir de 2007, a Metalúrgica Gerdau S.A. passa a apresentar suas
Demonstrações Financeiras Consolidadas em conformidade com o padrão contábil
internacional estabelecido (IFRS) e CVM nº 457, de 13 de julho de 2007.
Essa nova prática contábil, embora seja obrigatória às empresas brasileiras
somente a partir do exercício findo em 2010, está em consonância com a VISÃO da
Gerdau: ser uma empresa siderúrgica global.
Considera também a importância e a necessidade de que as práticas contábeis da
Empresa sejam convergentes com os padrões internacionais, como forma de
aumentar a transparência e a confiabilidade das informações financeiras
apresentadas.
Para adotar o IFRS como novo padrão contábil para suas Demonstrações
Financeiras Consolidadas, a Empresa aplicou os aspectos estabelecidos no IFRS 1 ,
considerando a data base de 1º de janeiro de 2006 para seu balanço de abertura.
13. Já apresentava dentro de alguma
norma
Empresas que antecipam adoção de regras
apresentam aumento do patrimônio líquido.
Lucro sobe em alguns casos.
14. Net
A Net é uma das empresas que registraram impacto
positivo da mudança do ágio.
Na conversão do padrão brasileiro para o IFRS, o
resultado de 2008 saiu de um prejuízo de R$ 95
milhões para um lucro de R$ 20 milhões.
A principal mudança que explica essa diferença é o
fim da amortização do ágio gerado em fusões e
aquisições.
15. Adaptação
Além de mais delicado, adaptar o balanço individual
aos CPCs é mais complexo do que simplesmente
apresentar o demonstrativo consolidado no padrão
internacional.
"Para fazer o consolidado, não é necessário registrar
as operações no dia a dia em IFRS.
Pode-se preparar o processo extracontabilmente"
16. Sociedades incluídas nas demonstrações contábeis
consolidadas
Participaçã
o
e poder de
voto (%)
2009
Participação direta:
Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. 99,99
Natura Cosméticos S.A. - Chile 99,99
Natura Cosméticos S.A. - Peru 99,94
Natura Cosméticos S.A. - Argentina 99,97
Natura Brasil Cosmética Ltda. - Portugal 98,00
Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. 99,99
Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V. 99,99
Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. 99,99
Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V. 99,99
Natura Cosméticos C.A. - Venezuela 99,99
Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia 99,99
Flora Medicinal J. Monteiro da Silva Ltda. 99,99
Natura Cosméticos España S.L. - Espanha 100,00
Natura (Brasil) International B.V. - Holanda 100,00
Natura Cosméticos y Vestimentas S.A. - Uruguai 99,99
Participação indireta:
Natura Logística e Serviços Ltda. 99,99
Ybios S.A. (consolidação proporcional - controle conjunto) 33,33
Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França 100,00
Natura Brasil Inc. - EUA - Delaware 100,00
Natura International Inc. - EUA - Nova York 100,00
Natura Worldwide Trading Company - Costa Rica 100,00
Natura Brasil SAS - França 100,00
Natura Brasil Inc. - EUA - Nevada 100,00
Natura Europa SAS - França 100,00
17. Objetivo relatório contábil-financeiro
• É a parte mais importante da estrutura
conceitual;
• É ele quem baliza como essa informação deve
ser gerada;
• Qualidade da informação.
18. Informações úteis
• Investidores existentes;
• Em potencial;
• Credores por empréstimos e outros;
• Compra, venda, manutenção de investimentos,
dar crédito.
19. IFRS
• Define o foco das demonstrações elaboradas
com base nas normas emanadas do IFRS para
investidores e credores;
• Outros tipos de usuários, apesar de poderem se
utilizar dessas informações, não constituem seu
foco específico.
20. Relatório contábil-financeiro
• De propósito geral não atendem e não podem
atender a todas as informações de que os usuários
necessitam.
• Por isso, devem ser consideradas informações
pertinentes de outras fontes, como:
Condições econômicas gerais, cenário político,
perspectivas e panoramas tanto para a indústria
quanto para a entidade.
21. Informações – recursos econômicos
Recursos econômicos e financeiros – fraqueza e
vigor – necessidade de financiamento – liquidez e
solvência.
Performance financeira – refletida pelo fluxo de
caixa.
24. DELIBERAÇÃO CVM Nº 618, DE 22 DE
DEZEMBRO DE 2009
As demonstrações que constituem o conjunto completo de
demonstrações contábeis requerido pelo Pronunciamento Técnico
CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis
compreendem:
• o balanço patrimonial,
• a demonstração do resultado,
• a demonstração do resultado abrangente,
• a demonstração das mutações do patrimônio líquido,
• a demonstração dos fluxos de caixa,
• a demonstração do valor adicionado, esta última obrigatória se
exigida legalmente ou por algum órgão regulador e
• as notas explicativas às demonstrações contábeis.