O documento fornece diretrizes para produção de vídeos utilizando câmeras cotidianas como celulares, abordando tópicos como: motivos para usar esse tipo de câmera, dicas de captação e edição, formatação para distribuição em diferentes plataformas e roteirização básica.
2. Motivos para usar câmeras cotidianas
As câmeras digitais, em geral, e os celulares são pequenas, agis, e geralmente
fáceis de ter na mão em qualquer momento. Alguns modelos têm preços
acessíveis e são uma boa forma, não intrussiva, de realizar entrevistas
informais, ou produções experimentais, além de ser cada vez mais acessível a
edição dos vídeos no próprio aparelho e publicar diretamente o conteúdo
desde o dispositivo, assim como publicá-lo.
• Alguns motivos para escolher a captação com pequenas câmeras como o
celular são:
• estar sempre perto e disponível
• ser fácil para manipular
• ser leve para usar em diversas condições
• poder ser usado de forma discreta, não invasiva
• para gravar em situações de emergência
• facilidade para compartilhar as produções
• possibilidades de georreferenciamento
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4. Vídeo de Bolso – Mobile Video
• O que chamamos de “Vídeo de Bolso” poderia ser assim resumido:
• produção feita a partir de filmadoras caseiras, máquinas
fotográficas digitais, celulares, scaneamento de imagens, download
e remixagem de material na web;
• editado no celular ou no computador, com edição das imagens, do
som, eventual dublagem ou legendagem, letreiros, geralmente com
sofware livre mas não obrigatoriamente;
• com até 5 minutos de duração, dependendo do gênero;
• publicado em blogs, videologs, You Tube e semelhantes, enviado
por e-mail, enviado por mensagens MMS de celular a celular, ou
ainda por bluetooth ou infravermelho entre celulares e outros
dispositivos, ou compartilhado por softwares peer-to-peer (P2P);
• quanto às temáticas, podem ser microdocumentários, microficções,
videoarte, animações, remixagens de trechos de filmes e outros
materiais, abordando conteúdos políticos, sociais, humorísticos etc.
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6. A influência da Nouvelle Vague
Francessa nos Vídeos de Celular
Muitos vídeos feitos atualmente
com celulares e outras câmeras
cotidianas tem muita relação na
linguagem e técnicas usadas com
características da nouvelle
vague e por extensão seria o
cinema moderno em geral que
propunha um estilo pessoal,
histórias pessoais, filmes autorais.
Mobisódio
Movisódio ou Mobisódio é um
neologismo que se refere a um
episódio de uma série criado
especificamente para ser
assistido através de um
dispositivo móvel, como
celular, tablet, mp4…
Embora não existam regras bem
definidas, habitualmente os
episódios são tipicamente curtos,
tendo entre 30 segundos e 5
minutos.
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9. Roteiro mínimo
• O roteiro de um vídeo de 30 a 90 segundos deve
conter:
Início – parte 1
• Apresentação dos personagens, do local ou do que
você está pretendendo produzir.
Ponto de virada – parte 2
• Aqui é onde a história muda radicalmente. O príncipe
transforma-se em sapo, a mocinha é largada pelo
namorado, o cachorro foge, o carro quebra, ou seja, o
“mundo” do filme vira de cabeça para baixo.
Final – parte 3
• O encerramento do enredo da história. O final pode ser
feliz, triste, enigmático, engraçado, enfim, o que der na
cabeça.
10. Experimentação
Um roteiro não precisa necessariamente de começo, meio e fim nessa
ordem rígida. Se você quiser, pode começar seu vídeo pelo final,
retornar ao começo da trama e concluir a história no meio da
narrativa. Experimente e liberte a sua criatividade. Vá em frente. O que
importa é que o seu roteiro tenha lógica e possa contar a sua história para o
espectador.
O roteiro pode ser adaptado de um livro ou de uma peça de teatro.
Pode surgir de um poema ou de um conto que emocionou você. Pense em
quantas adaptações cinematográficas de Hamlet e de Romeu e Julieta, de
William Shakespeare, já foram produzidas. Nesse caso, dizemos que o roteiro
é adaptado ou inspirado numa obra anterior. Se o filme parte de uma ideia
inteiramente nova, dizemos que se trata de roteiro original.
Quer pular o roteiro e sair filmando? Fique à vontade. Você verá que,
mesmo Sem formalizar o roteiro, ele está presente de alguma maneira
na sua cabeça e irá se compondo a cada cena que você filmar.
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12. Captação com câmeras cotidianas:
dicas básicas
• Preferir a captação o mais perto do objeto ou da pessoa
possível, abusando dos planos fechados (closes), que registrará
imagens mais nítidas e fáceis de assistir em telas pequenas;
• Preferir a proximidade com a fonte de áudio;
• Evitar movimentos rápidos com mudanças rápidas do fundo das
cenas, já que exigirá mais processamento do celular e perderá
qualidade;
• Evitar o uso do zoom digital, faça esses movimentos movendo a
câmera;
• Tentar apoiar a câmera/celular em alguma superfície ou tripê e
segurar com ambas as mãos;
• Realizar testes de vídeo e áudio antes de começar a gravação das
tomadas finais;
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14. Captação: Estabilização
• Para não deixar as imagens tremidas, tente usar, sempre que
necessário, um tripé. Isso evitará que movimentos não
planejados estraguem a sua filmagem. Não tem tripé? Use
uma vassoura para servir como apoio. Isso dará estabilidade
às imagens captadas.
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16. Estabilizador de Câmera (Steadycam)
Steadycam é um equipamento criado em 1975. Consiste
de um sistema em que a câmara é acoplada ao corpo do
operador por meio de um colete no qual é instalado um
braço dotado de molas, e serve para estabilizar as
imagens produzidas, dando a impressão de que a câmara
flutua.
O estabilizador tem como função básica isolar os movimentos
do operador, de modo que esse movimento não seja
transferido para a câmara, causando as inconvenientes
tremidas. Em equipamentos de baixo custo, apenas se usa o
steadycam, sem o braço e colete.
17. Câmera Na Mão
Para gravar vídeo com a maior estabilidade possível, na
ausência de um tripé ou estabilizador de câmera, o ideal é
segurar a câmera ou celular com as duas mãos, e o mais perto do
corpo possível, com os cotovelos colados ao corpo se possível, e
realizando os movimentos de câmera com o corpo em lugar das mãos,
criando movimentos mais suaves.
Para estabilizar a câmera também se recomenda realizar movimentos
naturais e fluidos, ou se apoiar em muros ou sobre alguma superfície.
A diferença entre segurar a câmera com uma ou duas mãos é muito
grande, a câmera perde estabilidade e as imagens ficam mais tremidas
e com pior qualidade, já que se precisa de mais processamento por
parte do aparelho.
18. Captação: Zoom
O uso do zoom é problemático na maioria de modelos de
câmeras e celulares:
• Não todos os zooms são óticos, normalmente são feitos
digitalmente ao ampliar a imagem, o que gera mais ruído
no vídeo, ficando mais pixelado;
• Tanto o zoom ótico como o digital fazem tremer mais a
imagem capturada, o que requer uma melhor estabilização;
• O zoom pode fazer um barulho excessivo, os botões e o
motor, que será capturado no áudio do vídeo, e às vezes o
zoom bloqueia a gravação de áudio enquanto o botão do
zoom está pressionado;
Recomenda-se fazer o zoom “com a câmera”, aproximando ou
separando a câmera do sujeito ou objeto.
19. Captação de áudio com celular
Não se pode confiar na boa qualidade do som gravado por uma câmera digital
ou celular, e como normalmente não tem uma entrada para microfone
externo, sempre existe a necessidade de minimizar as imperfeições desse tipo
de gravações, como por exemplo:
• localizar aonde fica o microfone do celular, normalmente no lugar oposto
à lente, e tentar falar diretamente para ele;
• chegar mais perto da fonte do som, ou orientar o microfone para ela;
• usar um gravador externo (se não tiver, usar outro celular) para captar o
áudio mais perto da fonte, depois sincronizando o áudio e o vídeo no
computador, geralmente com a ajuda de uma claquete;
• evitar gravar pessoas falando o tempo todo, apontando a câmera para
outros enquadramentos, assim se evitará problemas com a sincronia labial
(lip sync) que costuma dar muitos problemas em vídeos gravados com
celular e editados no computador;
• usar espuma ou outras proteções ao redor do celular para evitar o barulho
do vento ou outros áudios não desejados;
20. Captação de áudio com celular
É necessário planejar antes da gravação essas
questões relacionadas com o áudio, para facilitar o
processo de edição, já que pode consumir mais
tempo do previsto no futuro. Assim, em filmagens
externas, na rua por exemplo, podem ser feitas com
um gravador de áudio externo ou outro celular para
minimizar os barulhos captados, para usar como
backup ou registrar outros sons a serem usados na
produção.
21. REFLEXÃO
Qualidades de Áudio e Vídeo
• “Conseguimos facilmente assistir um vídeo
com baixa qualidade de imagem e uma boa
qualidade de áudio, mas não ao contrário, não
suportamos muito tempo um vídeo feito com
boa qualidade de imagem e qualidade ruim de
vídeo.”
22. DICA
Aplicativos gravadores de áudio
• A maioria dos celulares tem uma função ou
aplicativo para gravação de áudio, o que às
vezes permite gravar o áudio em alta
qualidade (WAV ou AIF), usando como
gravador auxiliar de áudio nas gravações de
vídeo.
23. Como exportar um vídeo para
celular, dispositivos móveis e internet?
As propriedades para exportar um vídeo para celular e dispositivos
móveis dependem de vários fatores: os formatos, codecs de áudio e
vídeo, o tamanho da tela, a capacidade de processamento e
armazenamento do aparelho ou do sistema operacional em que será
reproduzido, assim como o tamanho final do arquivo, na hora da
distribuição (download via operadora ou Internet para o celular,
Bluetooth, download para o computador via Internet…).
Quanto maiores sejam as exigências (mais qualidade, tamanho) para
reproduzir um vídeo, haverá um público mais reduzido que possa
assisti-lo. Se se deseja atingir um público mais amplo deverá ser feito
diminuindo parâmetros do vídeo e áudio, como o tamanho, taxa de
bits, quadros por segundo ou o codec a ser usado, o que prejudica a
qualidade final.
24. Configurações para exportar um vídeo
para celular
Estas informações se aplicam à media de
aparelhos de celular e smartphones, porém
muitos modelos já trabalham com formatos de
altíssima qualidade e corresponderia exportar
como se fosse para a internet, esquecendo que
é um celular.
25. Configurações de vídeo:
• Formato/container: 3GPP (.3gp) qualidade média / 3GPP2
(.3g2) qualidade baixa
• Tamanho ideal: de 512Kb a 2 Mb por minuto
• Codec de vídeo: H.264 / MPEG-4 / H.263 (em ordem
descendente de qualidade)
• Taxa de bits: de 64 a 512 Kbps
• Tamanho do vídeo: 128×96 (SubQCIF), 176×144 (QCIF) ou
320×240 (QVGA)
• Taxa de quadros: 6, 10 ou 15 fps
• Keyframes: cada 10 segundos (pouco movimento) / 5
segundos (movimento médio) / 1 segundo (muito
movimento) / automático
26. Configurações de áudio:
Qualidade melhor (música ou
música e fala)
• Codec de áudio: AAC-LC
(música)
• Taxa de bits: 24-96 Kbps
• Mono/Estéreo
• Taxa de freqüência: 22.050-
44.100 kHz
• Qualidade: ótima
Qualidade pior (só fala)
• Codec de áudio: AMR-NB
(fala)
• Taxa de bits: 12 Kbps
• Mono
• Taxa de freqüência: 8.000
kHz
• Qualidade: superior
27. Configurações para exportar um vídeo
para internet/smartphone
Configurações de vídeo:
• Container: MP4 (.mp4)
• Tamanho ideal: de 1Mb a 10 Mb
por minuto
• Codec de vídeo: H.264
• Taxa de bits: de 512 Kbps a 2Mbs
• Tamanho do vídeo: 320×240
(QVGA), 640×480 (VGA) ou
1280×720 (HD)
• Taxa de quadros: 15, 25 ou 30 fps
• Keyframe: cada 10 segundos
(pouco movimento) / 5 segundos
(movimento médio) / 1 segundo
(muito movimento) / automático
Configurações de áudio:
Qualidade melhor (música ou música
e fala)
• Codec de áudio: AAC-LC
• Taxa de bits: 48-128 Kbps
• Mono/Estéreo
• Taxa de freqüência: 22.050-44.100
kHz
• Qualidade: ótima
Qualidade pior (só fala)
• Codec de áudio: AAC-LC
• Taxa de bits: 24-96 Kbps
• Mono
• Taxa de freqüência: 16.000-44.100
kHz Qualidade: superior
28. Agora que já sabemos como fazer o vídeo e usar
as máquinas, vamos começar a praticar!
Roteiro para produção de
vídeo:
• - Auto-apresentação
• - Apresentação do entrevistado
• - Perguntas ao entrevistado
• - Despedida, conclusão, com panorâmica
29.
30. Agora vamos assistir os vídeos!
Todas as informações foram retiradas do site do Câmera Cotidiana