O documento resume as principais notícias e eventos de 2011 relacionados ao Sintuperj e aos trabalhadores das universidades públicas do Rio de Janeiro. Destaca a participação do sindicato em seminários e audiências públicas para debater a crise, as carreiras e os hospitais universitários, além de retrospectiva das conquistas do ano, como a progressão funcional e o auxílio-alimentação para contratados.
Oficio - reuniao com reitor sobre exoneracao de chefia da dinutri
Jornal do sintuperj nº 35
1. JANEIRO DE 2012 | JORNAL DO SINTUPERJ 1
A luta continua
Retrospectiva 2011 VIII Congresso
debate a Universidade
que queremos
Eleição no Hospital
Universitário
Pedro Ernesto
Pré-vestibular:
um orgulho
para todos33 44 66 77
2012 - O ANO DA CARREIRA
PARA AS UNIVERSIDADES!
SINTUPERJ COBRA ALTERAÇÕES NO PCC
A grande bandeira de luta do Sintuperj é o Plano de Carreiras.
Este ano alguns avanços já foram conquistados: foi aprovada
mudança na lei 4796/06 que corrige algumas distorções ante-
riores no Plano dos servidores da Uerj. Este avanço foi fruto
da insistência do sindicato com a reitoria da universidade.
As principais alterações foram:
Diminuição de 5 para 4 cargos. Assim, a carreira fica mais
enxuta e com possibilidades melhores de progressão;
A escolaridade passou a ser mais valorizada da seguinte
forma: foram criadas quatro classes para representar a esco-
laridade do servidor. Assim cada titulação acima do exigido
pelo cargo poderá diferenciar o nível em 25% do valor, chegando
a 75%. Ainda de acordo com o projeto, quem não têm titulação
acima pode caminhar 15%, após a qualificação e atualização
profissional;
A caminhada na carreira passou a ser mais justa. Com esta
proposta os avanços passam a outro patamar, mas é importante
frisar que cada um continuará a progressão do nível em que
se encontra.
Uenf também terá mudanças
Na Universidade do Norte Fluminense há avanços significa-
tivos no debate sobre a carreira. Algumas mudanças precisam
sair do papel e serem implantadas. A tabela salarial precisa
ser modificada urgentemente.
Cecierj e Uezo ainda não têm carreira
Os servidores da Uezo e do Cecierj ainda não têm carreira, mas
a proposta já está em discussão. Por diversas vezes, o Sintu-
perj entregou documentos aos representantes desses órgãos
para, em seguida, enviar ao governo do Estado para aprovação.
Até o fechamento deste jornal, não houve novas movimentações
nos processos.
Sintuperj entrega nova proposta
de Carreira ao Reitor e assembleia
aprova alterações na Carreira
Fotos:ArquivoSintuperj
Jornal do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais - RJ
Rua São Francisco Xavier, 524 - Bloco D - Sala 1020 - Maracanã - Rio de Janeiro-RJ - CEP 20.550-013 | Ano VI - Nº 35 - janeiro de 2012
2. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20122
A
frase de Marx continua atual, mesmo
que alguns insistam em dizer que
está superada. A realidade mostra
que continuamos a fazer história, sob con-
dições que herdamos do passado. O mundo
se rendeu ao velho Marx na grande e grave
crise do capital, que se arrasta até hoje,
com seus efeitos maléficos e abomináveis.
O ano de 2011 foi o da intervenção DEZ:
DEZleal, DEZcabida, DEZumana, DEZpudo-
rada. Os Estados Unidos intensificaram seu
poderio e agiram como xerife do mundo,
colocando e tirando chefes de Estado como
bem entenderam, já que não existe mais o
contraponto soviético.
No outro lado do Atlântico, a resistên-
cia Latino-americana continua, com os
exemplos de Cuba, Venezuela e Bolívia. A
crise do neoliberalismo que varreu a Euro-
pa encontrou barreiras na Grande Pátria
Latina. Mesmo assim, países como o Brasil
contribuíram para salvar os responsáveis
pela bancarrota capitalista, com liberação
de recursos para pagamento de dívidas das
empresas quebradas.
No Brasil, começamos 2011 com um dos
maiores fatos históricos: uma mulher na
presidência pela primeira vez. O fato de
ser mulher não é suficiente para produzir
melhorias (mesmo que simbolicamente seja
significativo); é preciso estar claramente ao
lado dos mais humildes.
A natureza, sempre culpada pela incom-
petência dos governantes, também deu seu
recado, cansada de esperar por cuidados.
As catástrofes naturais que entristeceram
o país não são as vilãs, causadoras inevitá-
veis de acidentes e mortes. O cuidado com
o meio-ambiente é de muito tempo uma
reivindicação não só de ambientalistas,
mas de todas as pessoas preocupadas com
o destino da humanidade. Em outros países,
cujos fenômenos naturais acontecem repe-
tidamente, há políticas públicas eficazes
para EVITAR que o pior aconteça.
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Alberto Dias Mendes, Fátima Diniz, Jorge
Luís Mattos de Lemos (Gaúcho), Mirian
Pires, Monica Lima, Tania Niskier, Cássia
Gonçalves Santos e Carlos Alberto Crespo
Rodrigues Jornalista: Tatiana Guima-
rães Programação Visual: Daniel Costa
EDITORIAL
Auxílio-alimentação para contratados é conquista histórica
Mais uma conquista histórica pode ser creditada ao Sindicato e aos trabalhadores
contratados. A Reitoria, enfim, cumpriu mais uma das reivindicações de nossa
pauta coletiva. Há anos tentamos melhorias para os contratados, inclusive
extensão dos benefícios pagos aos ativos. Compreendemos que a medida
é um passo importante em nossa luta. Não é o que queremos, mas é
uma ação positiva. O reivindicado é que recebam R$400,00, da mesma
forma que os trabalhadores efetivos.
Um olhar sobre 2011
Vitória dos trabalhadores e do Sintuperj
“Enquanto isso, no país da bola, só deita
e rola quem vem com dólar” (Portela, 1986).
Os preparativos para a maior competição
esportiva do mundo estão acelerados. Gover-
nos e mídia reve-
zam-se na defesa,
intransigente, do
tudo pela Copa do
Mundo. “O povo,
como diria uma ve-
lha ministra, é só
um detalhe” . Vale
tudo para cons-
truir os elefantes
brancos que fica-
rão como legado
de um evento que
tem engordado os
olhos e bolsos de
muita gente. Se-
gundo Frei Beto,
em recente artigo
no jornal Brasil de
Fato , a Fifa impôs
condições para a
realização dos jo-
gos, dentre elas:
não ter vendedor
ambulante próxi-
mo dos estádios,
não entrar com
bebida ou comi-
da. Até o núme-
ro 2014 já está
registrado como
marca da Fifa para
os jogos da copa”.
Isso tudo, às
custas de nosso
dinheiro e trabalho, pois operários em todo
o Brasil trabalham, ininterruptamente, para
entregar as obras no prazo previsto, para
ganhar míseros R$545,00. Mas o dinheiro
alto fica nas mãos dos empresários e políti-
cos corruptos. Entra ministro, sai ministro.
Aprova verba emergencial . Tudo em nome
do desenvolvimento (da conta deles!).
O verdadeiro legado ninguém vê. Quan-
tos hospitais estão sendo construídos?
Quantas escolas
e universidades
novas veremos
prontas nos pró-
ximos anos? Cadê
o metrô até a Bai-
xada Fluminense?
As UPP s surgem
como salvação na
área de segurança
pública no Rio de
Janeiro. O curioso é
que os dados sobre
a violência só au-
mentam.TemDepu-
tado ameaçado pela
milícia e juíza sen-
do assassinada por
aqueles que deve-
riam nos proteger.
A maior resitên-
cia veio dos que
estão acostuma-
dos a salvar vi-
das: os bombeiros
militares. Um dos
maiores e mais re-
presentativos mo-
vimentos políticos
de trabalhadores
militares mobili-
zou e comoveu a
sociedade carioca.
Não teve quem não
colocasse uma fita
vermelha ou qualquer outro adereço que
deixasse clara a solidariedade com uma
categoria que é exemplar em seu trabalho.
Foi no meio desses acontecimentos que,
em 2011, fizemos História na Uerj. Não
estamos isolados em uma ilha. As lutas na
Uerj estão inseridas em um contexto sócio-
político-econômico, no qual não somos os
únicos participantes.
O Sintuperj esteve à frente das diversas
lutas sociais, principalmente daquelas que
trouxeram melhorias para os trabalhadores
da Uerj, Uenf, Uezo e Cecierj.
Participações em Audiências Públi-
cas na Alerj, aprovação da Progressão
Funcional, impedimento do pagamento
de gratificações e só para anestesistas,
andamento dos planos de carreira, parti-
cipação nos Fóruns Estadual e Nacional de
Saúde, presença no Comitê sobre a Dívida
Pública, reunião com Ministra do STF,
cobrança de convocações de concursados
novos na Uerj, realização de seminário so-
bre alcoolismo, proposta de pagamento de
auxílios para contratados, eleições para
enfermagem no Hospital Pedro Ernesto,
realização do Congresso dos Trabalhado-
res, comemoração do Dia da Consciência
Negra, participação na luta contra a TKCSA
em Santa Cruz. Tudo isso aconteceu com
um protagonista principal: o Sintuperj.
O Sintuperj encerra 2011 com a sensação
do dever cumprido. A continuidade da luta
possibilitou um crescimento vertiginoso do
trabalho. Hoje, somos um sindicato esta-
dual consolidado, com representação em
quatro Instituições de Educação Superior:
Uerj, Uezo, Uenf e Cecierj. Isto nos coloca
em outro patamar de nossa luta sindical.
O ano de 2012 apresenta-se com perspec-
tivas de ganhos reais na carreira dentro des-
sas instituições em um cenário de disputas
eleitorais para as prefeituras municipais. É
hora de cobrar nossas reivindicações.
Por isso, mãos à obra
e que venha 2012
Um Ano Novo
cheio de conquistas
“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim
sob aquelas com que se defrontam diretamente,legadas e transmitidas pelo passado.” (Karl Marx. O 18 Brumário de Luís Bonaparte.)
“As UPP s surgem como
salvação na área de
segurança pública no Rio
de Janeiro. O curioso
é que os dados sobre
a violência só aumentam.
Tem Deputado ameaçado
pela milícia e juíza sendo
assassinada por aqueles
que deveriam nos proteger”.
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vermelha ou qualquer outr
que deveriam nos proteger .
3. JANEIRO DE 2012 | JORNAL DO SINTUPERJ 3
O QUE MARCOU 2011
Seminário Internacional:
alternativas de
enfrentamento à crise
A
ida à Capital Federal rendeu bons
frutos. As duas diretoras do sindi-
cato, Miriam Pires e Regina Souza,
voltaram de Brasília com a missão cum-
prida. A participação delas no Seminário
Internacional Alternativas de Enfrenta-
mento à Crise foi um sucesso e deixou o
Sintuperj mais uma vez em evidência no
cenário nacional e internacional.
O encontro teve como objetivo reunir
os principais representantes da sociedade
organizada Latino-Americana contra as
ações neoliberais tomadas por governos
não democráticos do continente luso-
espanhol. Como resultado do encontro foi
lançada a Carta de Brasília , um documen-
to que trata das principais questões que
preocupam os países da América Latina.
Sintuperj
em defesa
dos hospitais
universitários
O Sintuperj participa ativamente da
campanha em defesa dos Hospitais
Universitários. Conseguimos, no
início do governo Cabral, impedir a
votação das fundações na Alerj. In-
felizmente, não foi possível impedir
sua aprovação nesse segundo manda-
to. A base governista na Alerj conse-
guiu reverter a situação e votar esse
absurdo na saúde pública do Estado.
Audiência
pública evidencia
descaso do governo
OSintuperjestevepresentenaAudiên-
ciaPúblicadaComissãodeEducaçãoda
Alerj, realizada no dia 19 de outubro.
O evento teve como pauta principal a
Dedicação Exclusiva dos docentes da
Uerj. No entanto, com a participação
do Sintuperj, houve cobranças com
relação ao nosso Plano de Carreira,
tanto para a Uerj quanto para as outras
Instituições: Uenf, Uezo e Cecierj.
Sintuperj apresenta
reivindicações na Alerj
A Diretoria do Sintuperj também
participou ativamente da Audiência
Pública. O respeito que o Sintuperj ad-
quiriuaolongodeanosdeparticipação
resultou em ser a única entidade a ter
três representantes oficiais: os coorde-
nadores Alberto Mendes, Jorge Mattos
(Gaúcho)ePauloCésar(oPC,daUenf).
Dentre as principais
reivindicações encontram-se:
a suspensão imediata dos programas
neoliberais impostos pelo FMI, União Eu-
ropéia e governos aos povos europeus, e a
suspensão do pagamento das dívidas feitas
para salvar o setor financeiro e sustentar o
lucro de grandes empresas;
uma nova arquitetura financeira interna-
cional, que privilegie não o setor financeiro
do Norte, mas o conjunto dos povos e sua
parcela majoritária, que depende de inves-
timentos públicos capazes de desenvolver
políticas de emprego e salários dignos e de
produzir serviços satisfatórios, como nas
áreas de saúde e educação.
Restaurante Universitário
Este foi o ano da inauguração do restaurante universitário, o que constitui uma
grande vitória para a Universidade. Além da diminuição nos valores, o restaurante
cria um espaço de convivência entre categorias muito importante. Porém, ainda não
é o ideal. O bandejão”, no popular, é um dos mais caros de todas as universidades,
por isso o Sintuperj apoia o DCE em sua reivindicação de redução dos valores.
Estudantes protestam na inauguração do restaurante
A 14ª Conferência Nacional
de Saúde fortalece o SUS
A Conferência Nacional de Saúde
rejeitou todas as formas de privatização
da saúde: Organizações Sociais (OSs),
Fundações Estatais de Direito Privado,
Organizações da Sociedade Civil de In-
teresse Público (OSCIPs), Empresa Brasi-
leira de Serviços Hospitalares (EBSERH)
e as Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Aprovou o aumento do financiamento
para o SUS, exigindo a imediata regula-
mentação da Emenda Constitucional 29 e
a destinação de 10% da Receita Corrente
Bruta para a saúde e, principalmente,
Vitória contra a
privatização do SUS!
Sintuperj na luta contra a privatização da saúde
que estes recursos públicos sejam apli-
cados para ampliação da rede pública de
serviços em todos os níveis de atenção à
saúde - com instalações, equipamentos,
medicamentos e assistência farmacêutica
restritamente públicos -; a realização de
concursos públicos, a definição de pisos
salariais e de Planos de Cargos e Carreira
para todos(as) os(as) trabalhadores(as) e
melhores condições de trabalho, efetiva-
ção de serviços de saúde mental na lógica
da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial,
rejeitando a internação compulsória e
as comunidades terapêuticas, dentre
várias outras propostas que visam forta-
lecer o SUS e efetivar o direito à saúde.
Coordenadoras em defesa do HUPE
Os bombeiros
fizeram uma
manifestação
unida que
chamou a
atenção da
sociedade toda.
Um exemplo
de luta!
Fotos:ArquivoSintuperj
4. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20124
O
VIII Congresso do Sintuperj teve
como tema central o debate sobre
“Que Universidade queremos? Tra-
balhadores na Luta por Democracia, Auto-
nomia e Financiamento Público”. O evento
ocorreu entre os dias 16 e 18 de agosto de
2011, com a presença de mais de 150 pes-
soas, entre elas 69 delegados. A abertura do
evento foi feita pelos coordenadores gerais
do sindicato: Alberto Dias Mendes, César
Lima de Castro Lopes e Jorge Luis Mattos de
Lemos, o Gaúcho, ao lado de outros 12 con-
vidados, que compuseram a mesa inicial.
Na abertura, no Teatro Noel Rosa, os
coordenadores do sindicato destacaram a
importância do VIII Congresso para a luta
por uma Universidade pública, gratuita
e autônoma. Eles lembraram também a
importância da unidade dos trabalhadores
e dos servidores públicos em particular
contra os movimentos privatistas.
O deputado estadual Paulo Ramos (PDT-
RJ), falou que a Universidade ainda pre-
cisa realizar sua plataforma democrática:
“Este é um Congresso de afirmação dos
sonhos, por uma sociedade solidária, justa
e fraterna”. Já O deputado federal Chico
Alencar (Psol-RJ) destacou o Congresso do
Sintuperj como um momento de reflexão:
“Que Universidade queremos? Tra-
balhadores na Luta por Democracia,
Autonomia e Financiamento Público”
foi o tema da primeira mesa de de-
bate, com a professora da Faculdade
de Direito da UFRJ, Salete Maccáloz,
e Aloisio Teixeira, que em julho ter-
minou um período de oito anos como
reitor da mesma universidade.
Salete dedicou sua intervenção na
discussão sobre a autonomia univer-
sitária, conceito que, segundo ela,
deve ser debatido com cautela quando
o ponto é gestão de recursos. “Auto-
nomia não pode ser confundida com
falta de fiscalização. O gestor público
não pode fazer com o dinheiro público
o que bem entende”, afirmou. Neste
ponto, a juíza criticou as Fundações
de Apoio às universidades públicas.
Segundo ela, muitas dessas fundações
não são fiscalizadas na aplicação
de recursos advindos de empresas e
instituições. “É preciso ter licitação,
concurso público. Assim o tratamen-
to é igual para todos”. A professora,
porém, foi enfática ao defender a au-
tonomia “democrática e participativa”
para outros tipos de gestão, como a
pedagógica: “E isto inclui um quadro
VIII CONGRESSO
Temos a Universidade que queremos?
Debate sobre financiamento da Universidade empolga
“O sindicato de luta é aquele que vai além
da pauta de reivindicações, ele pensa a
universidade que queremos”.
Além dos parlamentares, participaram da
sessão de abertura: Maurício Ramos, presi-
dente da Central dos Trabalhadores e Tra-
balhadoras do Brasil (CTB); Vinicius Codeço,
da coordenação da Intersindical-RJ; Cleier
Marconsin, que era presidente da Associação
Abertura do VIII Congresso
UEZO e
Cecierj são
incorporados
ao Sintuperj
por aclamação
dos Docentes da Uerj (Asduerj); Maria Celina
de Oliveira, representando o Sindicato dos
Trabalhadores em Previdência e Saúde no
Rio de Janeiro (Sindsprev), e o gabinete
da deputada estadual Enfermeira Rejane
(PCdoB-RJ); Marco Antônio Vieira e Sá, do
DCE da Uerj; Eliandro Lima e Monica Vieira, do
Centro Universitário Estadual da Zona Oeste
(UEZO); Esteban Moreno e André Amaral, da
Associação de Servidores da Fundação Cecierj;
e Nival Nunes de Almeida, ex-reitor da Uerj.
Durante o evento foram entregues algu-
mas moções. São elas: Pedido de apoio ao
Ministro do Trabalho; Pedido de apoio aos
Senadores; Moção de repúdio às ações da
PM; Moção de repúdio às ações da reitoria;
Moção de repúdio ao governo Cabral; Moção
de apoio aos bombeiros.
de carreira, que contemple o esforço do
servidor e o remunere com dignidade”.
Aloisio Teixeira ressaltou
que a Universidade que
queremos só será alcan-
çada quando tivermos “o
país que queremos, onde
não haja tanta injustiça
e desigualdade”. Para Tei-
xeira, a Universidade no
Brasil tem, historicamen-
te, um caráter elitista,
sendo que apenas 15% dos
jovens entre 18 e 24 anos
estão matriculados, média
abaixo das registradas na
América Latina e Estados
Unidos. “E do total, apenas
5% estão em universidades
com um padrão mínimo de qualidade”.
Segundo Teixeira, a autonomia univer-
sitária, prevista na constituição de 1988, é
“letra morta” no País. Ele recordou que as
políticas e prioridades de pesquisa são de-
finidas, muitas vezes, pelas agências de fo-
mento. Para ele, porém, a situação das uni-
versidades públicas federais melhorou nos
anos de governo Lula: “Orçamentos foram
recuperados e houve um clima de diálogo
entre o MEC e as universidades”, afirmou.
Fotos:SamuelTosta
5. JANEIRO DE 2012 | JORNAL DO SINTUPERJ 5
“Autonomia, Financiamento Público
e a Luta dos Trabalhadores” foi tema de
debate que reuniu o pedagogo e coorde-
nador de pós-graduação da Escola Nacional
Florestan Fernandes (ENFF), Erivan Hilário,
o técnico-administrativo e membro do
Conselho Universitário da UERJ, Arnaldo
Gama, a economista Sandra Quintela, do
Instituto de Políticas Alternativas para
o Cone Sul (PACS) e o jornalista Gilberto
Maringoni, editor da revista Caminhos do
Desenvolvimento.
O debate durou mais de duas horas e
foi animado por perguntas da plateia,
formada por cerca de 70 pessoas, entre
delegados e observadores. Em uma expo-
sição repleta de números e dados, Sandra
Quintela apresentou o perfil da dívida
pública brasileira (tanto interna como
externa), cujo pagamento consumiu, em
2010, 45% dos recursos do orçamento da
União (cerca de R$ 635 bilhões). “Este
valor é mais de 10 vezes o gasto em saúde,
que foi de R$ 60 bilhões. Isto é um escân-
dalo”, afirmou. Sandra ressaltou que os
bancos, que negociam os títulos da dívida
interna (que soma R$ 2,3 trilhões), são
os principais beneficiados por esta situa-
ção: “A manutenção dos juros altos não é
para controlar a inflação, mas, sim, para
Debate sobre a dívida pública e a luta
dos trabalhadores mobiliza Congresso
Sandra Quintela explica os números da dívida pública
garantir lucros aos bancos”. Sandra con-
clamou as organizações dos trabalhadores
a enfrentarem o debate sobre os recursos
públicos. “É preciso pensar estrategica-
mente, ampliar a pauta”, disse.
Para Gilberto Maringoni as distorções
apontadas por Sandra seriam suficientes
para que as pessoas saíssem às ruas no
Brasil, em protestos semelhantes aos que
vêm ocorrendo em diversas partes do mun-
do, como Grécia, Egito e Inglaterra. “Lá a
motivação é econômica, não tem emprego,
não tem salário. Aqui, não, pelo contrário.
Há crescimento, embora este, baseado na
exportação de produtos primários, tenha
um teto”, disse. O jornalista lembrou que os
protestos na Europa e no chamado mundo
árabe não têm deixado um saldo de organi-
zação política e que isto pode servir como
alerta. “Daí a necessidade de manter a nossa
organização, de fazer congressos sindicais,
de impedir a privatização de bens públicos”.
Já Erivan apresentou a experiência do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-
Terra (MST) na sua relação com a Universi-
dade, lembrando que a educação sempre foi
uma preocupação do movimento, desde o
seu início, em 1984. “Não dá para pensar a
universidade separada dos movimentos so-
ciais”, afirmou, lembrando que o MST coor-
dena 2 mil escolas, 40 centros de formação,
um Instituto de Capacitação e Pesquisa,
além da própria ENFF. “O que queremos é
educação pública, uma Universidade que
atenda às demandas dos trabalhadores e
não de negócios privados, como ocorre em
muitos lugares”, disse.
Fechando as apresentações, Arnaldo
Gama (UERJ), enfatizou a importância de
se acompanhar o orçamento das universida-
des, em especial o da UERJ. “A universidade
que queremos não é esta que temos, elitista
e antidemocrática”. Para ele, é fundamen-
tal “disputar” o orçamento, acompanhá-lo
desde sua fase inicial de elaboração até a
execução. “Nós servidores precisamos nos
apropriar deste processo, exercer o controle
social sobre este dinheiro público”, afirmou.
Delegadosaprovampropostas
A plenária final discutiu as propos-
tas feitas nos grupos de trabalho e
os destaques feitos pelos delegados,
e deliberou acerca das seguintes
áreas: Conjuntura, Organização
Sindical, Carreira, Comunicação e
Formação, Gênero e Etnia, Saú-
de e Segurança do Trabalhador,
Questões Jurídicas e Aposentados
e Alterações Estatutárias. Leia as
deliberações do Congresso no site:
www.sintuperj.org.br
Avanço:
Uma conquista importante do
Congresso foi a incorporação
dos trabalhadores da Funda-
ção Centro de Ciências e Edu-
cação Superior a Distância do
Estado do Rio de Janeiro (Ce-
cierj) e do Centro Universi-
tário Estadual da Zona Oeste
(UEZO) na base do Sindicato.
Fotos:SamuelTosta
6. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20126
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
A
apuração dos votos para a Reitoria
e direção dos Centros Setoriais
terminou por volta das 5 horas da
manhã de sexta, 28/10. No dia do Servi-
dor Público, foi escolhido por esmagadora
maioria o atual Reitor Ricardo Vieiralves,
que continuará no cargo por mais 4 anos de
mandato. Esse dia, certamente, ficará para
a história da Universidade, pois é a primeira
vez que acontece a reeleição.
A reeleição do atual Reitor Ricardo
Vieiralves de Castro abre um novo cenário
para a política universitária. Por um lado,
o receio de continuar tudo como está, com
as mesmas pessoas nos mesmos cargos
e o jeito de administrar característico
que conhecemos. Por outro lado, o desa-
fio de fazer diferente, mudar as pessoas
que nada fizeram e sair da inércia em
Uerj vive
momento histórico:
a reeleição
projetos importantes para a Universidade.
Diretor do Hupe
também é reeleito
Rodolfo Acatauassú foi reeleito diretor
do hospital Universitário Pedro Ernesto e
se comprometeu com as reivindicações do
Sintuperj. Entre os compromissos firmados
pela direção com o sindicato, destaque:
Apoiar a luta e empenhar-se pela recom-
posição salarial imediata na ordem de 36%,
mais 10% ao ano nos próximos três anos
acrescidos da inflação do período; Garantir
recursos para a incorporação do auxílio-
alimentação de R$ 274,00 dos servidores
que ingressaram após 1990 e pagamento
dos R$400,00 para todos. O Sintuperj des-
tacou também a necessidade de respeito
às cláusulas do antigo Acordo Coletivo.
CULTURA
E
m novembro, o Sintuperj promo-
veu várias atividades em come-
moração ao Dia da Consciência
Negra. Aconteceram vários debates
sobre temas relacionados à questão
racial e homofobia. Segundo a Coorde-
nadora do Sintuperj, Jupiaciara Silva,
organizadora da atividade, a idéia foi
lembrar a data como um marco na
luta contra a discriminação racial e
o preconceito ainda muito presentes
no Brasil. Durante o evento tiveram
apresentações de peça teatral e de
poesia. A militante do movimento con-
tra a homofobia, Fabiana Karine, falou
sobre a luta por igualdade e respeito
dos homoafetivos. Outro destaque foi
o professor universitário José Guaja-
jára que denunciou o extermínio das
comunidades indígenas e denunciou
que o governo pretende transformar o
Museu do Índio em estacionamento e
lojas para venda de material esportivo.
Sintuperj promove atividade
pelo dia da Consciência Negra
Estudantes de Nova Iguaçu apresentam peça teatral
Sintuperj
participa de
reunião com
ministra do STF
O Sintuperj esteve em reunião
com a Ministra do STF Cármem Lu-
cia Antunes Rocha com o objetivo
de apresentar uma breve defesa do
dispositivo recepcionado na Cons-
tituição Estadual (art. 309), que
destina no mínimo 6% da Receita
para a Uerj. A ministra é responsável
pelo relatório sobre a Ação Direta
de Inconstitucionalidade impetrada
pelo governo Cabral. Veja na página
do sintuperj a íntegra da ADI.
Executiva do Sintuperj coordena eleições no HUPE
Eleição para
coordenação de enfermagem
Uma conquista para o Departamento de enfermagem do Hospital Universitário Pedro
Ernesto. Concluída a primeira eleição efetiva para a coordenação de enfermagem.
Mais de 60% dos funcionários votaram e Rogério Marques Souza foi escolhido o
representante. ”Vamos trabalhar para informatizar a sistematização da assistência
de enfermagem no hospital e lutar para que o departamento de enfermagem do
cresça”, explicou Rogério. “Com esta eleição, o coordenador de enfermagem vai
poder tratar as questões diretamente com o diretor do hospital. Isso é prova de
reconhecimento, valorização e mais autonomia para tomada de decisão”, explicou
Miriam Pires coordenadora de finanças do Sintuperj. Também houve consulta para
chefe dos setores de Nutrição, Serviço Social, Fisioterapia e Fonoaudiologia.
Fotos:ArquivoSintuperj
7. JANEIRO DE 2012 | JORNAL DO SINTUPERJ 7
UENF
Crescimento e credibilidade
A UENF tem muitos motivos para comemorar. Em 2011, o sindicato conseguiu
aumentar o espaço físico para atuar e avançar na luta e persistência. Foi aberto
diálogo maior nos órgãos competentes, com aumento das reuniões setoriais,
contato com a categoria, o diálogo com a reitoria, a luta na ALERJ e a proximi-
dade com os secretários de governo. Houve investimento na compra de materiais
e informatização do sindicato. O aumento da estrutura ajudou no avanço das
lutas. Garantiu-se a implementação do plano de saúde Unimed para todos os
sindicalizados; A luta e persistência garantiram que mais de R$ 3 milhões dos
R$ 10 milhões destinados à Uenf sejam utilizados com o objetivo de garantir o
reajuste dos auxílios, equiparando-os com a UERJ. Esta era uma luta antiga do
sindicato que já no início do próximo ano deve ser reparada. O sindicato está
programando um boletim eletrônico para informar os sindicalizados, além de
abrir pré-concurso para os sindicalizados. Por fim, para 2012, a meta é corrigir
a distorção da tabela salarial (PVC 2006) corrigindo principalmente o prejuízo
das classes elementar, fundamental e médio.
PRÉ-VESTIBULAR!
UEZO
Organização para
conseguir vitórias!!!!
Com o objetivo de unir forças na luta
por melhorias para os funcionários
da UEZO, os funcionários da Uni-
versidade aproveitaram o Congresso
para se filiar ao Sintuperj. Eles rei-
vindicam a base de vencimentos e
a equiparação salarial com a UERJ.
De acordo com Mônica Cristina dos
Santos Vieira, representante do
Corpo Técnico da UEZO, já existe
uma defasagem salarial de 22%.
Além disso, os funcionários da
UEZO não têm nenhum benefício.
“Nossa meta é que em 2012, a gente
consiga ter direito aos benefícios
auxílios alimentação, transporte,
creche. Além de insalubridade e
periculosidade”, completou Mônica.
CECIERJ
Plano de Cargos
é prioridade
O desfalque no quadro de professores
motivado pela baixa remuneração já
virou um problema para a Cecierj. Des-
de 2006, a Fundação já perdeu vários
profissionais para o mercado de tra-
balho, que está pagando cinco vezes
mais que o valor da instituição. Para
reverter este quadro, funcionários da
Fundação se filiaram ao Sintuperj e
esperam que juntos consigam abrir o
canal de comunicação com a direção
para resolver o problema salarial. A
proposta é que seja implementado
imediatamente o Plano de Cargos na
Instituição. E que os representantes
lutem pela incorporação de benefícios
aos salários, tanto para os concur-
sados, como para os contratados.
Sintuperj dá continuidade
ao pré-vestibular
O pré-vestibular do Sintuperj consolidou-se, ao longo dos anos, como um projeto de
inclusão social. Nos últimos dois anos mais de 80 alunos do pré foram aprovados para as
universidades públicas, a maioria para a UERJ. Em 2012, o início será no dia 6 de fevereiro,
quando a aula inaugural contará com a presença de uma personalidade de destaque na
sociedade para falar um pouco sobre a conjuntura.
Professores e coordenadores dão boas vindas aos novos alunos
Delegacia
UENF realiza
assembleia
Contribuições para Formação
Social, Política e Cidadã
Sintuperj participa
de assembleia no CecierjTrabalhadores da UEZO recebem Sintuperj
Ao longo destes 14 anos de existência,
o projeto contribuiu para a formação de
diversos alunos, desde graduandos das
universidades, que tiveram a sua primei-
ra experiência em sala , aos alunos que
nos procuravam e que acabaram vol-
tando para atuarem como voluntários.
“É gratificante ver os ex-alunos voltan-
do como voluntários. Eles nos honram com
as suas presenças e estão sempre de pron-
tidãoparaajudarenãodeixarninguémes-
morecer, pois o sonho não pode morrer.”,
explicou a coordenadora Fátima Diniz.
Outro ponto positivo do pré-vesti-
bular é que o conteúdo divide espaço
com a cidadania. O objetivo final é for-
mar e dar suporte para fazer dos alunos
mais críticos e questionadores, por isso
a troca de experiência é fundamental
para fortalecer as ideias.
“A aprovação de 30% das turmas
nestes últimos anos nos demonstra que
estamos no caminho certo e a vitória
dos nossos alunos é a nossa vitória!
“Aos nossos voluntários uma mensagem:
Se não fosse imperador, desejaria ser
professor. Não conheço missão maior
e mais nobre que a de dirigir as inteli-
gências jovens e preparar os homens do
futuro.” D. Pedro II, finalizou Fátima.
Loana Saldanha
exemplo a ser seguido
Um momento emocionante no Con-
gresso aconteceu quando a coordenadora
de formação Fátima Diniz, juntamente
com o coordenador geral Alberto Mendes
leram o depoimento de Loana Saldanha.
Graças ao curso pré-vestibular, oferecido
pelo Sintuperj, ela conseguiu ingressar
na Faculdade de Direito da UERJ onde
cursa o segundo período. Ao prepara-
tório para concurso, também realizado
pelo sindicato, ela atribui o fato de ser,
naquele momento, a mais nova funcio-
nária estatutária da Uerj, ingressando
nos quadros e fortalecendo a luta dos
técnico-administrativo da Universidade.
Fotos:ArquivoSintuperj
8. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20128
A
ThyssenKrupp Companhia Side-
rúrgica do Atlântico (TKCSA), um
dos maiores empreendimentos
privados da América Latina, vem tra-
zendo graves impactos socioambientais,
com danos à saúde, ao ambiente e à
renda dos pescadores e moradores de
Santa Cruz, Itaguaí e demais áreas per-
tencentes à Bacia Hidrográfica da Baía
de Sepetiba, localizadas na Zona Oeste
do Rio de Janeiro, Brasil.
Em uma tentativa de intimidação
à livre expressão e de imposição de
obstáculos às ações e estudos técnico-
científicos em andamento, a TKCSA
processa, por danos morais, servidores
da Fiocruz e da UERJ. Inicialmente
contra o pesquisador pneumologista,
Hermano Albuquerque de Castro, da
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio
Arouca (ENSP), e, mais recentemente,
contra o engenheiro sanitarista Alexan-
dre Pessoa Dias, professor-pesquisador
da Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio (EPSJV), ambas unidades da
Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da
Saúde, além da bióloga Mônica Cristina
Lima, do Hospital Universitário Pedro Er-
nesto da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro e membro da diretoria
do Sindicato dos Trabalhado-
res das Universidades
Públicas Estaduais
do RJ (Sintuperj).
As duas últimas
ações judiciais
se deram após
a divulgação do
relatório técni-
co: “Avaliação dos
impactos socioambien-
tais e de saúde em Santa
Cruz decorrentes da instala-
ção e operação da empre-
sa TKCSA”. O documento
tem o objetivo de avaliar
as bases técnico-científi-
cas e os dados disponíveis
referentes aos impactos à saúde ambiental
e humana, visando subsidiar as futuras
ações institucionais da Fiocruz na análise
do problema e no apoio à implantação de
políticas e ações que protejam a saúde da
população. A Presidência da Fundação
Oswaldo Cruz, em nota publicada em
01/11/2011, afirmou que “a Fiocruz
preza entre seus valores centrais,
a plena liberdade de expressão
individual de seus trabalhadores”
e destacou que “a via jurídica
escolhida pela em-
presa para tratar
do contraditó-
rio presente
em questão tão
complexa repercute
como cerceamento a
essa liberdade de expressão
e cria constrangimentos
para o trabalho institu-
cional de busca de supe-
ração dos impasses gera-
dos”. O Conselho Universitário da UERJ
aprovou, em dezembro de 2010, uma
moção de repúdio à TKCSA. O Sindicato
dos Trabalhadores da Fiocruz (ASFOC-
SN), a Associação de Docentes da UERJ
(Asduerj) e o Sintuperj declararam total
apoio aos profissionais processados.
Os movimentos sociais, entidades,
instituições, cidadãos brasileiros e es-
trangeiros que subscrevem esta moção
repudiam a ação da TKCSA e se posicio-
nam pela defesa intransigente dos pro-
fissionais envolvidos, por entender que
eles cumprem seu dever como servidores
públicos ao defenderem solidariamente
a saúde das populações impactadas,
cumprindo demanda institucional e
aplicando seus conhecimentos, manifes-
tando-se pelo direito à livre expressão
e pela defesa da saúde pública.
Somos Todos Santa Cruz!
Leia a íntegra da moção
na página do Sintuperj
Moção de repúdio à TKCSA em solidariedade aos servidores processados
no exercício de suas atividades em defesa da saúde em Santa Cruz
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? Passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre. Carlos Drumond de Andrade