3. O QUE É?
• O Simbolismo surgiu na Europa na segunda metade do século
XIX em resposta ao cientificismo, tendência intelectual de matriz
positivista que preconizava a adoção do método científico para
a investigação de todas as áreas do saber e da cultura.
• Em resposta a esse materialismo cientificista, os escritores
simbolistas buscaram o resgate de certos valores do
Romantismo que foram esquecidos pelo Realismo.
4. De acordo com a proposta simbolista, a arte e a literatura não
poderiam ser retratadas apenas sob o ponto de vista da realidade.
Nasce então uma nova arte europeia por meio da marginalidade
de Verlaine, do amoralismo de Rimbaud e da destruição de linguagem
por Mallarmé, em oposição a Belle Époque, do capitalismo financeiro e
industrial que se apoderava até então de boa parte do mundo.
5. CONTEXTO HISTÓRICO
• arrefecimento dessas correntes
materialistas e cientificistas
• auge da evolução burguesa
• o processo industrial (2ª Revolução
Industrial) é alavancado pela
unificação da Alemanha, em 1870, e
da Itália, no ano seguinte.
• neocolonialismo que fragmenta a
África e a Ásia para as grandes
potências mundiais.
• Também esse é o momento em que se
projetam os fatores que irão desencadear
a Primeira Guerra Mundial.
• Nas artes, a projeção é de frustração,
medo e desilusão e o Simbolismo surge
como uma forma de negar a realidade
subjetiva. Renascem, assim, os ideais
espiritualistas.
• O Simbolismo passa a ser a rejeição ao
mecanicismo por meio do sonho, da
tendência cósmica e do absoluto.
• Abrange a camada da sociedade que está
à margem do processo de avanço
tecnológico e científico promovido pelo
capitalismo.
• O movimento é marcado pela busca do
homem pelo sacro e de um sentimento de
totalidade que faz da poesia uma espécie
de religião.
6. SURGIMENTO DO
SIMBOLISMO
Os primeiros indicativos do
movimento apontam
para Baudelaire, através da
publicação de As Flores do
Mal (1857), apontando certas
perspectivas simbolistas.
7. O Manifesto Simbolista foi publicado
pelo crítico Jean Moréas em 1886 no
Le Figaro, em 18 de Setembro de 1886.
Posteriormente, houve publicações
como Le symboliste (1886), La plume
(1889), Le Mercure de France (1890) e
La révue blanche (1891).
8. CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Subjetivismo
• Linguagem vaga
• Abuso de metáforas, aliterações, comparações e sinestesias
• Uso do soneto
• Misticismo
• Religiosidade
• Interesse pela loucura humana
• Pessimismo
• Retomada de elementos românticos
9. A “TORRE DE MARFIM”
Essa acentuada valorização da liberdade e do espaço subjetivo do
ser humano tende a transformar o contato com a realidade social opressiva
num processo angustiante, conduzindo a um inevitável pessimismo sobre a
condição humana. Os simbolistas rejeitam o mundo social e político, e
adotam a atitude aristocratizante de produzir uma literatura compreensível
apenas pelos “iniciados”. Esse procedimento tornou comum a afirmação de
que os poetas simbolistas se fechavam numa verdadeira “torre de marfim”,
onde se dedicavam à pesquisa de espaços íntimos cada vez mais
profundos e distanciados da realidade social. Nefelibatas – palavra grega
que significa “habitantes das nuvens” – é o termo muitas vezes utilizados
para designá-los.
10. FIGURAS DE LINGUAGEM DO
SIMBOLISMO
• Visto que a linguagem do simbolismo está repleta de combinações sonoras e sensoriais,
os escritores desse movimento buscaram recursos que potencializassem a musicalidade
da escrita.
• Assim, as figuras de linguagem mais utilizadas no simbolismo, as quais estão
relacionadas em maior parte, à sonoridade (figuras de som), são:
• Aliteração: caracterizada pela repetição de consoantes ou de sílabas.
• Assonância: caracterizada pela repetição de vogais.
• Onomatopeia: caracterizada pela inserção dos sons reais.
• Sinestesia: caracterizada pela combinação de diferentes sensações relacionadas com o
sistema sensorial (visão, olfato, paladar, audição e o tato).
15. • O marco inicial do simbolismo português foi a publicação da obra
"Oaristos", de Eugênio de Castro (1869-1944) em 1890.
• Os poetas simbolistas portugueses que merecem destaque são:
Camilo Pessanha (1867-1926), Eugênio de Castro (1869-1944),
Augusto Gil (1873-1929), Raul Brandão (1867-1930) e Antônio
Nobre (1867-1900).
16. CAMILO PESSANHA
Camilo Pessanha (1867-1926) foi um poeta
português, o melhor representante do
Simbolismo de Portugal. Sua poesia é
marcadamente pessimista, sendo notória
sua rejeição pelo mundo material
17. Clepsidra, título simbólico, que se refere a um
instrumento de medição do tempo dado na
Grécia aos oradores, instrumento do tipo da
ampulheta, mas no qual corria água.
Foneticamente o título lembra igualmente
"hidra", o monstro devorador. O título aponta,
assim, para a fragilidade da vida e da condição
humana, para o fluir inexorável do tempo, que
não deixa que nada se fixe na retina
(poema Imagens que passais pela retina). Ora
são estes os grandes temas da obra: a
efemeridade de tudo quanto passa, a perda, a
inutilidade do que se faz ou vive.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/clep
sidra
19. Combatidos pelos parnasianos, que desfrutavam grande
prestígio na época, os simbolistas não encontraram boa receptividade
acabaram desenvolvendo um trabalho quase marginal, agrupados ao
redor de algumas revistas de vida normalmente efêmera. Além do
grupo carioca inicial e de outros do Rio de Janeiro, o movimento
conheceu seguidores em São Paulo, em Minas Gerais, na Bahia, no
Paraná e no Rio Grande do Sul. A prosa do período não alcançou
resultados muito satisfatórios.
20. Seu marco introdutório foi registrado
em 1893 com a publicação das
obras Missal (prosa)
e Broquéis (poesia), ambas de Cruz
e Sousa, considerado o maior autor
simbolista brasileiro.
Além de Cruz e Sousa, destacaram-
se Alphonsus de Guimaraens e
Pedro Kilkerry.
22. CRUZ E SOUSA
Considerado o precursor do simbolismo no
Brasil, João da Cruz e Sousa foi um poeta
brasileiro nascido em Florianópolis.
Sua obra é marcada pela musicalidade e
espiritualidade com temáticas individualistas,
satânicas, sensuais. Suas principais obras: Missal
(1893), Broquéis (1893), Tropos e fantasias (1885),
Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905)
23. Nos Santos óleos do luar, floria
Teu corpo ideal, com o resplendor da
Helade...
E em toda a etérea, branda claridade
Como que erravam fluidos de
harmonia...
As Águias imortais da Fantasia
Deram-te as asas e a serenidade
Para galgar, subir a Imensidade
Onde o clarão de tantos sóis radia.
Do espaço pelos límpidos velinos
Os Astros vieram claros, cristalinos,
Com chamas, vibrações, do alto,
cantando...
Nos santos óleos do luar envolto
Teu corpo era o Astro nas esferas solto,
Mais Sóis e mais Estrelas fecundando!
Em Sonhos...” de Cruz e Souza
presente na obra “Broquéis”
24. ALPHONSUS DE GUIMARAENS
Um dos principais poetas simbolistas do Brasil, Afonso
Henrique da Costa Guimarães, possui uma obra marcada
pela sensibilidade, espiritualidade, misticismo,
religiosidade. Sua temática é a morte, a solidão, o
sofrimento e o amor.
Sua produção literária apresenta características neo-
romântico, árcades e simbolistas. Suas.principais obras:
Setenário das dores de Nossa Senhora (1899), Dona
Mística (1899), Kyriale (1902), Pastoral aos crentes do amor
e da morte (1923).
25. Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...