- Álvaro de Campos foi um engenheiro português nascido em 1890 que se tornou um heterônimo poético de Fernando Pessoa
- Ele representa o extremo oposto de Ricardo Reis, sendo um discípulo rebelde de Alberto Caeiro e focado na vivência excessiva das sensações
- Sua poesia expressa os ideais do Sensacionismo, celebrando a modernidade, energia e complexidade total das percepções humanas
2. Álvaro de Campos nasceu em 1890
em Tavira e é engenheiro de
profissão. Estudou engenharia na
Escócia, formou-se em Glashow, em
engenharia naval. Visitou o Oriente
e durante essa visita, a bordo, no
Canal do Suez, escreve o poema
Opiário, dedicado a Mário de Sá-
Carneiro. Desiludido dessa visita,
regressa a Portugal onde o espera
o encontro com o mestre Caeiro, e
o início de um intenso percurso
pelos trilhos do sensacionismo e do
futurismo ou do interseccionismo.
Espera-o ainda um cansaço e um
sonambulismo poético como ele
prevê no poema Opiário: «Volto à
Europa descontente, e em sortes /
De vir a ser um poeta
sonambólico».
3. Álvaro de Campos surge quando
Fernando Pessoa sente “um impulso para
escrever”. O próprio Pessoa considera que
Campos se encontra no «extremo oposto,
inteiramente oposto, a Ricardo Reis”,
apesar de ser como este um discípulo de
Caeiro.
Campos é o “filho indisciplinado da
sensação e para ele a sensação é tudo. O
sensacionismo faz da sensação a
realidade da vida e a base da arte. O eu
do poeta tenta integrar e unificar tudo o
que tem ou teve existência ou
possibilidade de existir.
Este heterônimo aprende de Caeiro a
urgência de sentir, mas não lhe basta a
«sensação das coisas como são»: procura
a totalização das sensações e das
percepções conforme as sente, ou como
ele próprio afirma “sentir tudo de todas as
maneiras”.
4. Álvaro de Campos experimentara a
civilização e admira a energia e a
força, transportando-as para o
domínio da sua criação poética,
nomeadamente nos textos
Ultimatum e Ode Triunfal. Álvaro de
Campos é o poeta modernista, que
escreve as sensações da energia e
do movimento bem como, as
sensações de «sentir tudo de todas
as maneiras». É o poeta que mais
expressa os postulados do
Sensacionismo, elevando ao
excesso aquela ânsia de sentir, de
percepcionar toda a
complexidade das sensações.
5. - vivência em excesso
das sensações (“Sentir
tudo de todas as
maneiras” – afastamento
de Caeiro)
- sadismo e masoquismo
(“Rasgar-me todo, abrir-
me completamente,/
tornar-me passento/ A
todos os perfumes de
óleos e calores e
carvões...”, Ode Triunfal)
- cantor lúcido do mundo
moderno
6. A sua primeira
composição data de
1914 e ainda em 12 de
Outubro de 1935
assinava poesias, ou
seja, pouco antes da
morte de Fernando
Pessoa o qual cessara
de assinar textos antes
de Álvaro de Campos.