A onça persegue o gambá para se vingar de uma peça que ele lhe pregou. Ao encontrar o gambá cortando cipó na mata, o pequeno anima finge que um tufão se aproxima e convence a onça a se amarrar à árvore para se proteger, mas na verdade a engana e foge, deixando-a presa.
2. A onça andava louca de raiva com
o gambá que lhe havia pregado uma
peça e saiu à procura dele disposta
a tirar uma desforra.
3. Ia indo pelo mato, quando ouviu
um barulho esquisito. Espiou através
das folhagens: era gambá que tirava
cipó. Sorriu, satisfeita. Agora ele não
lhe escaparia!
4. Aproximou-se e o gambá,
quando a viu, pensou lá consigo:
“Estou perdido!”. Mas logo inventou
um plano; fez cara muito feia e
disse, tremendo:
5. – Bom aparecer alguém! Ajude-
me a tirar cipó, depressa. Quero me
amarrar a uma árvore que vem aí
um tufão e pode me carregar.
6. A onça compreendeu o perigo e
ajudou a tirar cipó. Quando tinham
uma boa quantidade, ela exigiu,
ameaçadora:
7. – Amarre-me primeira a essa
árvore grossa. Eu sou maior que
você e o vento me pegará com
mais força.
8. O gambá ainda fez um luxinho,
quem o amarraria depois? Mas a
onça não quis saber de nada.
Abraçou-se à árvore e o gambá
amarrou-a solidamente. Feito o
serviço, ele se pôs a dançar e a
cantar:
9. – Não há vento nenhum! Fique aí,
diaba. Eu vou dando o fora!
10. Sem indicação de autoria. “A
onça e o gambá”. O Dia. Rio de
Janeiro, 30/31 de dezembro de
1962