O documento discute as implicações da entrada de crianças de 6 anos no Ensino Fundamental, enfatizando a importância de: 1) reconhecer as especificidades da infância e do desenvolvimento infantil; 2) organizar o currículo, tempo e espaço de acordo com as necessidades das crianças; e 3) garantir a formação continuada dos professores para atender adequadamente as crianças nessa faixa etária.
1. Metodologia e organização do
Ensino Fundamental
Prof. Ms. Thiago Cellin Duarte
thiago.duarte@anhanguera.com
Pedagogia
A criança de seis anos no Ensino
Fundamental: algumas considerações.
2. “As crianças merecem o nosso respeito, a nossa
confiança, a nossa amizade. É bom viver nesta
atmosfera particular feita de sentimentos delicados,
risos alegres, esforços entusiastas, primeiras
admirações, alegrias puras e claras.”
(KORCZAK, 1984, p.40)
3. A criança e seu direito à infância e
à educação.
• População infantil = silencio histórico → necessidades e
especificidades não eram reconhecidas pelos adultos.
• Passado = não havia reconhecimento social e cultural da
criança e da infância.
Criança = do latim creantia que significa “criar”
Infância = do latim infantia, do verbo fari = falar, onde
fan = falante e in constitui a negação do verbo.
4. A criança e seu direito à infância e à educação.
• Como pensar a infância da criança diante das
rápidas transformações do mundo atual?
• Como lhe oferecer uma educação de qualidade
para que elas possam realmente exercer a
cidadania de maneira plena?
5. A criança e seu direito à infância e à educação.
Caracterização de criança e infância.
• Diferentes concepções constituíram o
entendimento de infância e de criança
• Infância = período de preparação, de inocência.
• Criança = vista como uma tábula rasa,
reprodutora de conhecimento.
• Um ser natural, de propriedades naturais .
• Um fator de suprimento do mercado de trabalho
6. A criança e seu direito à infância e à educação.
• O conceito de criança ou infância sofreu mudanças
• A infância é uma construção social.
– Contextualizada em relação ao tempo, ao local e à
cultura
• As crianças são atores sociais, participando da
construção e determinando a própria vida.
– A criança é entendida como construtora desde o
inicio da vida, do conhecimento, da cultura e da
própria identidade.
7. A criança e seu direito à infância e à educação.
• Interação e troca de experiências são fundamentais
durante os primeiros anos de vida.
• Crianças ainda não vivenciam plenamente a
infância
→ entrada precoce ao mundo dos adultos.
• Falta de orientação, e até mesmo de bom senso
por parte da família e de alguns segmentos da
sociedade.
8. A criança e seu direito à infância e à educação.
• Brasil = concepção de criança cidadã.
Mas...
“(...) muitos são os problemas que afetam a infância
brasileira nos primeiros anos de vida: o trabalho
infantil, os maus-tratos, o abuso, a violência e a
privação de direito do convívio familiar, como as
crianças órfãs em abrigos. As crianças ainda sofrem
cotidianamente maus-tratos e violência em suas casas
provocados por seus pais”
(FILHO; GARCIA, 2001, p.48)
9. A criança e seu direito à infância e à educação.
Criança ainda vive num mundo paradoxal:
• Afinidade por criança X menor número de filhos
• Espontaneidade X submissão a regras
• Importância X sem importância
• Respeito à infância X criticas à infantilidade.
• Dependência dos adultos X comportamento
autônomo.
10. A criança e seu direito à infância e à educação.
• As crianças devem ter direitos a desfrutar do
ócio, de brincar e de sonhar.
• Necessidade de criar instituições escolares
voltadas para a infância, capazes de garantir um
espaço de formação que atenda as
especificidades das crianças e suas diferentes
linguagens.
• Educação capaz de contribuir para seu
desenvolvimento físico, psíquico, social e
intelectual.
11. A criança e seu direito à infância e à educação.
Respeito aos direitos das crianças:
• Direito a um professor qualificado;
• Espaço adequado, rico e agradável aos olhos
infantis;
• Tempo bem planejado, capaz de satisfazer suas
necessidades;
• Construção de novos saberes;
• Descoberta do mundo ao redor;
• Brincar e ser feliz.
12. Implicações no E.F. de nove anos
• Crianças carentes = nem todas possuem acesso à
Educação infantil.
• Não possuem certas habilidades que
provavelmente farão falta para a aprendizagem
de determinado do primeiro ano.
• Educação Infantil = aprendizagens acontecem por
meio de brincadeiras, da fantasia, da imaginação,
da diversão e da interação com os pares.
• Diferente nos demais níveis de ensino.
13. Implicações no E.F. de nove anos
• Dinâmica da Educação Infantil desvalorizada
culturalmente pela escola.
• Brincadeiras = passatempos, sem muita utilidade
para o aprendizado infantil.
• A dinâmica nos primeiros anos é vista de forma
que a obediência e o silêncio são fundamentais
para o desenvolvimento do trabalho.
15. Implicações no E.F. de nove anos
• Ingresso da criança de seis anos no ensino
obrigatório.
• Oportunidade para essa faixa etária do
acolhimento de todas as crianças.
• Oferecer conhecimentos de nossa cultura.
• Desenvolvimento das diferentes linguagens.
16. Implicações no E.F. de nove anos
• Aumento de tempo na escola não fará a criança ter
acesso aos bens culturais da sociedade.
• Qualidade do trabalho que é desenvolvido na sala
de aula, independente do nível de ensino.
• Interesses e necessidades devem ser contemplados
na proposta pedagógica da instituição
→ preservar as características etárias e
necessidades indispensáveis e indissociáveis da
educação.
17. Implicações no E.F. de nove anos
Ambiente
• Organização do trabalho pedagógico para essa
faixa etária:
– Organização curricular
– Organização do tempo e do espaço
– Rotina de atividades
– Papel do adulto nas inter-relações
– Materiais disponíveis
– Espaços pedagógicos disponíveis.
18. Implicações no E.F. de nove anos
• Observar as múltiplas linguagens, bem como
dialogar, negociar, combinar.
• Organização das atividades = considerar as
necessidade biológicas, psicológicas, sociais e
históricas das crianças.
• Organização da sala de aula:
– Acessibilidade dos materiais;
– Espaço para expor os registros das crianças,
produções coletivas, fotos, conclusões.
19. Implicações no E.F. de nove anos
Desenvolvimento do currículo na educação da
criança de seis anos:
• Pedagogia de projetos (projetos de trabalho)
• Tema-problema que instigue
• Análise, interpretação e crítica
• Estabelecer relações entre os fenômenos.
• Interdisciplinaridade.
20. Implicações no E.F. de nove anos
• Necessidade de pensar no objetivos que se
pretende alcançar com crianças de seis anos.
• Reconhecer a curiosidade das crianças.
• Unificação dos conteúdos da pré-escola com a
primeira série = equivoco.
– Elaboração de uma proposta adequada a essa
faixa etária de maneira que a infância continue
fazendo parte de sua vida.
21. Implicações no E.F. de nove anos
Questões importantes no processo de ampliação do
ensino fundamental de nove anos:
• Reconhecimento da infância e respeito a essa fase.
• Reorganização do tempo e do espaço a partir das
necessidades das crianças
• Articulação com a pré-escola → continuar a dar um
atendimento adequado
• Garantia do desenvolvimento profissional e
formação continuada dos profissionais da educação.
22. Considerações finais
• Acreditar na ampliação do Ensino Fundamental e
no ingresso e permanência das crianças de seis
anos nesse nível de ensino é dever não só da
instituição escolar e seus profissionais, mas da
instituição família e principalmente do Poder
Público.
• Garantir educação de qualidade tanto nas escolas
infantis quanto nos primeiros anos do ensino
fundamental.
23. Questão em grupo:
Como vocês imaginam uma escola ideal que
possibilite atender plenamente uma criança de seis
anos?