Instrumentação para avaliação dos agentes ambientais
6660416 ruido1
1. APOSTILA
DE
HIGIENE DO TRABALHO
AGENTES FÍSICOS
RUÍDO
Prof. João Roberto P.F.Guimarães
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2. Conceitos Iniciais
Som: fenômeno acústico que se caracteriza pela propagação de ondas produzidas
por um corpo que vibra em um meio material elástico, que produz uma sensação
auditiva.
Ruído: grande número de vibrações acústicas, cuja amplitude é distribuída ao acaso.
Obs.: De modo geral, relaciona-se o SOM com sensações agradáveis, como a
música ou a fala e o RUÍDO com sensações indesejáveis, como explosões, buzinas,
barulho de máquinas, zumbidos, etc.
Freqüência: é o número de vibrações que o som completa em um segundo. É
expressa em Hertz (Hz). Quanto maior o comprimento de uma onda, mais baixa será
a freqüência e haverá um número menor de vibrações por segundo. Nesta situação, o
som é percebido como grave. Quanto menor o comprimento da onda, mais alta será
sua freqüência e, então, o som será percebido como agudo. O ouvido humano capta
freqüências entre 16 e 20.000 Hz.
Pressão Sonora: é a variação atmosférica produzida pelo deslocamento de ar,
quando o som se propaga, que resulta num volume perceptível ou não pelo ouvido
humano.
Nível de Pressão Sonora: é expresso em decibéis (dB). É a forma mais simples de
interpretar o volume de um som.
Tipos de Ruído:
Contínuo ou Intermitente - as normas aplicadas no Brasil o caracterizam como o
ruído que difere do ruído de impacto, ou seja, o nível de ruído contínuo ou
intermitente se mantém por mais de um segundo durante sua medição.
de Impacto - apresenta picos de energia acústica de duração inferior a um segundo, a
intervalos superiores a um segundo.
Anatomia do Ouvido Humano
Nosso ouvido está dividido em 3 partes fundamentais:
2
3. Ouvido Externo
Ouvido Médio
Ouvido Interno
O Ouvido Externo caracteriza-se pelo pavilhão auricular (orelha), pelo
conduto auditivo e pelo tímpano, uma fina membrana localizada no final do conduto,
que serve de separação entre o ouvido externo e o médio.
O Ouvido Médio inicia-se na face interna do tímpano, ao qual está ligada
uma cadeia de 3 pequenos ossículos, o Martelo, a Bigorna e o Estribo, localizada no
que se chama de cavidade timpânica. Minúsculos ligamentos e músculos interligam
tais ossículos, possibilitando sua movimentação.
Também integra o ouvido médio a Trompa de Eustáquio, ou Tuba Auditiva,
canal flexível que estabelece comunicação entre a cavidade timpânica e a faringe.
Sua função é equilibrar a pressão de ar externa com a pressão do ouvido interno.
O Ouvido Interno é a estrutura anatômica mais complexa entre as 3 aqui
estudadas. É dividido em duas partes fundamentais, ou seja, nos Órgãos de
Equilíbrio e nos Órgãos de Audição.
Os Órgãos de Equilíbrio são constituídos pelos Canais Semicirculares, 3
canais curvos que estão dispostos em ângulo reto entre si, sendo repletos de um
líquido conhecido como Endolinfa. Os canais desembocam numa bolsa membranosa
chamada de Utrículo, na qual encontram-se 3 saliências, as Ampolas. Estas últimas
possuem células ciliadas que se movem de acordo com a posição da cabeça e da
circulação da Endolinfa, enviando impulsos nervosos ao cérebro através do Nervo
Vestibular.
Os Órgãos de Audição estão contidos na Cóclea, um tubo membranoso
enrolado sobre seu próprio eixo, em forma de espiral, exatamente como um caracol.
A Cóclea é sub-dividida em 3 estruturas distintas: A Rampa Timpânica, a Rampa
Média e a Rampa Vestibular.
A Rampa Timpânica é a porção inferior da Cóclea e a Rampa Vestibular, a
superior. Ambas estruturas são cheias de um líquido rico em sódio, chamado de
Perilinfa. Já a Rampa Média representa uma estrutura intermediária, repleta de
Endolinfa, que é rica em potássio. A Rampa Média é separada da Rampa Timpânica
pela Membrana Basilar e da Rampa Vestibular pela Membrana de Reissner.
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4. O Estribo, último ossículo localizado na cavidade timpânica do Ouvido
Médio, relaciona-se com o Ouvido Interno através de uma minúscula membrana,
conhecida como Janela Oval. Esta última está ligada à Rampa Vestibular. Já a
Rampa Timpânica possui também uma minúscula membrana, conhecida como Janela
Redonda.
Interêsse particular para o estudo da Audição nos reserva a Membrana
Basilar, acima mencionada, pois nesta se encontra o Órgão de Corti, repleto de
células ciliadas que estão envolvidas numa membrana gelatinosa, a Membrana
Tectória.
O Caminho da Audição
O processo da audição se dá pela transformação de energia sonora por
vibração mecânica, que é captada pelo Pavilhão Auricular e conduzida pelo Conduto
Auditivo até o Tímpano. Os ossículos presentes na Cavidade Timpânica se
movimentam e a energia mecânica é transmitida pelo Estribo à Janela Oval da
Cóclea. Aqui, percebe-se que há uma transformação de energia mecânica em
hidráulica, visto que os órgãos internos de audição são imersos nos líquidos já acima
descritos (Endolinfa e Perilinfa). Por fim, a movimentação dos líquidos, que
estimulam a Membrana Tectória, produz excitação nas células ciliadas, que
transmitem impulsos elétricos ao cérebro através do Nervo Coclear (Nervo
Auditivo).
Também a Membrana Basilar desempenha importante missão, pois seleciona e
identifica as diferentes freqüências do som que ali chega, pois há grupos de células
ciliadas que percebem, cada um, esta ou aquela freqüência. As membranas em
questão deslizam uma sobre a outra, para captar as diferentes freqüências.
Tal sensibilidade se processa conforme a localização dos grupos de células
ciliadas. Ao fundo da Cóclea, há sensibilidade para freqüências baixas (ou seja, os
sons graves) e, quanto mais próximo se chega da Janela Oval, as freqüências
captadas são as mais altas (sons agudos).
Sistemas de Defesa do Ouvido
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5. Determinadas estruturas anatômicas do Ouvido Médio possuem a capacidade
de neutralizar parcialmente sons de elevada intensidade, impedindo que tal energia
seja transmitida ao Ouvido Interno em sua totalidade. Este mecanismo de defesa é
representado pelo músculo Estapédio, que contrai-se nesta situação, enrijecendo os
ossículos da cavidade timpânica, atenuando a passagem do som. A este fenômeno
chama-se de Reflexo Estapediano.
Outro mecanismo de defesa é a Trompa de Eustáquio, que iguala pressões e
neutraliza determinados tipos de som que se encontram fora do espectro de
freqüências audíveis do ser humano, através da passagem de ar.
Danos provocados pelo Ruído à Audição
Os efeitos adversos do ruído no ser humano variam em conformidade com as
situações de exposição às quais cada indivíduo se encontra. Basicamente, pode-se
dividir os efeitos adversos em 3 categorias:
Mudança Temporária de Limiar
Trauma Acústico
Mudança Permanente de Limiar
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6. Mudança Temporária de Limiar
Como o nome já diz, representa uma perda ou diminuição do limiar auditivo
por um determinado período de tempo. É induzida pela intensidade, freqüência e
tipo de ruído, associada ao tempo de exposição. Particularmente, no que diz respeito
à freqüência, é mais comum quando se dá a exposição àquelas altas, entre 2.000 e
6.000 Hz.
A recuperação se dá com o afastamento do indivíduo da fonte de ruído.
Quanto maior for o tempo de descanso, maior a recuperação. Contudo, se o tempo
de exposição for grande, a demora para recuperar-se de tal fadiga auditiva será
também maior. Alguns autores de Higiene do Trabalho concluem, portanto, que se os
tempos de descanso forem insuficientes, haverá uma seqüência de mudanças
temporárias do limiar que acabam resultando numa mudança permanente (vide item
no rodapé da folha).
Trauma Acústico
Situação bastante distinta da anterior, o Trauma Acústico caracteri
za-se por uma lesão aguda, ou seja, ocorre em função da exposição repentina a
níveis bastante elevados de pressão sonora, que aparecem de modo súbito e
inesperado no ambiente de trabalho. Os sintomas relacionam-se a zumbido,
rompimento do tímpano, hemorragia local e disfunções mecânicas nos ossículos
localizados na cavidade timpânica. O Trauma Acústico pode ter recuperação, ou
não.
Mudança Permanente de Limiar
Esta perda auditiva está diretamente relacionada com a primeira, acima
descrita. Caso as mudanças temporárias se verifiquem de modo rotineiro, não
havendo o devido tempo de repouso para a recuperação do ouvido, haverá uma
perda irreversível. Tal fato possui diversas explicações, como a seguir se detalha.
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7. No item “O Caminho da Audição”, desta apostila, observou-se que as células
ciliadas presentes nas membranas do Órgão de Corti são estimuladas conforme a
freqüência do som que é captado pelo ouvido.
Pois bem, caso a exposição do trabalhador se verifique de modo repetitivo a
freqüências específicas, determinados grupos de células ciliares serão
sobrecarregados e um processo de fadiga auditiva cumulativa se dará de modo
irreversível.
Estudos desenvolvidos na década de 80 demonstram que tal processo inicia-se
a partir da Janela Oval presente na base da Cóclea, local onde os estímulos são
passados pelo Estribo. Tal localização relaciona-se à freqüências mais altas, a partir
de 4.000 Hz.
A repetitiva excitação dos grupos celulares ciliados causa aumento do volume
de tais células, como se as mesmas apresentassem uma espécie de edema. Outro
fator concorre para piorar tal reação adversa, ou seja, uma grande quantidade de
células ciliadas receptoras das freqüências altas encontram-se numa área pequena, se
comparada às áreas ocupadas por outros grupos de células, responsáveis pela
recepção de freqüências graves. Assim, concentrando-se num espaço restrito, a
destruição das células ocorre em quantidade maior, piorando o quadro em questão.
Posteriormente, segue-se uma vasoconstrição na membrana na qual estão
localizadas tais células, o que se traduz por diminuição do fornecimento de proteínas
e sangue às mesmas. Como resultado, as células ciliadas acabam morrendo, daí o
quadro clínico ser irreversível.
Como as células são responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos ao
cérebro, interrompe-se o caminho da audição já descrito acima, em sua última etapa,
ou seja, a de transmissão de energia hidráulica em energia elétrica. A destruição do
Órgão de Corti não limita-se às células sensíveis apenas às altas freqüências, mas,
de modo progressivo, a todas as células ciliadas, que vão sendo afetadas.
Os efeitos do ruído serão cada vez mais pronunciados em função das variáveis
identificadas a seguir.
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8. Intensidade: quanto maior o nível de pressão sonora, mais prejudicial será ao
aparelho auditivo.
Freqüência: como se percebe acima, as freqüências mais altas são as mais lesivas.
Tempo de Exposição: está diretamente relacionado com os níveis de pressão sonora
aos quais o trabalhador fica exposto. Quanto maior o tempo de exposição, maior o
dano causado ao aparelho auditivo.
Natureza: relaciona-se ao tipo de ruído ao qual o trabalhador se expõe, ou seja,
contínuo/intermitente ou de impacto. Este último é considerado como
particularmente lesivo, em virtude de seu tempo de duração, que é inferior a um
segundo, isto é, o músculo Estapédio não consegue atuar a tempo de impedir que a
energia sonora elevada seja transmitida ao Ouvido Interno quando a exposição se dá
ao ruído de impacto.
Danos Extra-Auditivos provocados pelo Ruído
Toda vez que o organismo humano sente a aproximação de um perigo, reações
involuntárias se verificam em determinados sistemas, a título de defesa. Tais reações
manifestam-se na forma de taquicardia, vasoconstrição periférica e aumento de
tensão arterial, acompanhada de aumento na velocidade respiratória.
A reação de “alarme” que o organismo apresenta ao ser exposto a níveis
elevados de ruído também é acompanhada pelo desprendimento de substâncias,
entre elas a adrenalina.
Estudos efetuados na Alemanha e na Rússia, citados por Stellman e Daum,
demonstram que trabalhadores de indústrias nas quais os níveis de pressão sonora
eram elevados, apresentavam distúrbios circulatórios, digestivos, cardíacos e de
equilíbrio (vide novamente o item “Anatomia do Ouvido Humano - Ouvido
Interno”). A ansiedade, a fadiga nervosa e o “stress” foram, obviamente, observados
em tais trabalhadores. O Autor desta apostila acrescenta que há relatos levantados
com trabalhadores das indústrias do Pólo de Cubatão, que mencionaram tontura e
dor de cabeça.
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9. É importante que o estudante da disciplina de Higiene do Trabalho, ao estudar
o ruído, diferencie situações isoladas, como o estampido de uma bombinha que
explode na rua, das situações de exposição crônica observadas na jornada de
trabalho de um operário da indústria.
A última resulta em muitas reações indesejáveis no organismo do trabalhador,
ou seja, além daquelas já mencionadas na página anterior, seguem-se sintomas, tais
como a náusea, instabilidade emocional, fácil irritabilidade, insônia, perda de
apetite, distúrbios visuais, labirintite e, claro, aumento do consumo de medicamentos
do tipo tranquilizantes e soníferos.
Também não devemos esquecer que o ruído interfere na comunicação oral dos
trabalhadores, situação que causa riscos à segurança destes (como avisar um colega
a respeito de um perigo repentino, se ele não consegue me escutar ?). Muitas
situações já observadas em áreas industriais por este Autor demonstram claramente
que os operários são obrigados a se comunicar aos berros, o que também representa
risco para distúrbios vocais (nas cordas vocais, garganta, laringe, etc.).
Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído
A legislação brasileira, que estabelece parâmetros para a avaliação em
questão, é representada pela Lei número 6.514 de 22/12/77, através da Portaria
3.214/78, conforme NR-15, Anexos 1 e 2. O Anexo 1 trata de ruídos contínuos e/ou
intermitentes e o Anexo 2, de ruídos de impacto. Tais anexos são detalhados a
seguir:
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10. Anexo 1
1. Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de
Limites de Tolerância, o ruído que não seja Ruído de Impacto.
2. Os níveis de Ruído Contínuo ou Intermitente devem ser medidos em decibéis (dB)
com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação
“A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao
ouvido do trabalhador.
3. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de
tolerância fixados no Quadro deste Anexo.
4. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário, será considerada a
máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.
5. Não é permitida a exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para
indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.
6. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a
ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de
forma que, se a soma das seguintes frações:
C1 C2 C3 Cn
_____ + ______ + ______ ..................... + ______
T1 T2 T3 Tn
exceder a unidade, a exposição estará acima do Limite de Tolerância.
Na equação acima, Cn indica o tempo total em que o trabalhador fica exposto
a um nível de ruído específico e Tn indica a máxima exposição diária permissível a
este nível, segundo o Quadro deste Anexo.
7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído,
contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada,
oferecerão risco grave e iminente.
QUADRO DO ANEXO 1
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11. Nível de Ruído - dB (A) Máxima Exposição Diária Permissível
85 8 Horas
86 7 Horas
87 6 Horas
88 5 Horas
89 4 Horas e 30 Minutos
90 4 Horas
91 3 Horas e 30 Minutos
92 3 Horas
93 2 Horas e 40 Minutos
94 2 Horas e 15 Minutos
95 2 Horas
96 1 Hora e 45 Minutos
98 1 Hora e 15 Minutos
100 1 Hora
102 45 Minutos
104 35 Minutos
105 30 Minutos
106 25 Minutos
108 20 Minutos
110 15 Minutos
112 10 Minutos
114 08 Minutos
115 07 Minutos
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12. Anexo 2
Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto
1. Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica
de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.
2. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com o medidor de
nível de pressão sonora operando no Circuito Linear e com circuito de resposta para
impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O Limite
de Tolerância para ruídos de impacto será de 130 dB (Linear). Nos intervalos entre
os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.
3. Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de
resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida
(FAST) e circuito de compensação “C”. Neste caso, o Limite de Tolerância será de
120 dB ( C ).
4. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção
adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (Linear), medidos de
circuito de resposta de impacto, ou superiores a 130 dB ( C ), medidos no circuito
de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente.
Comentários a respeito da Legislação sobre Ruído
Os Anexos 1 e 2 da NR-15 estabelecem Limites de Tolerância para a
exposição ocupacional ao ruído, levando em consideração as seguintes variáveis:
- O nível de ruído (dB);
- O tempo de exposição (Horas e Minutos);
- A natureza do ruído (Contínuo/Intermitente ou de Impacto).
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13. Contudo, observe que uma outra variável, já acima mencionada como
altamente lesiva para o nosso organismo, não é abordada pela legislação brasileira.
Trata-se da FREQÜÊNCIA na qual atua o ruído ao qual está exposto o trabalhador.
Como vimos anteriormente, a partir de freqüências altas (4.000 Hz em diante), o
risco de lesões graves no aparelho auditivo cresce.
Outra falha da legislação é que esta considera a possibilidade de surdez
apenas pela penetração do ruído pela via aérea, desconsiderando a reverberação do
ruído por via óssea. Contudo, esta última também ocorre e afeta o aparelho auditivo.
Mas o pior problema a ser apontado refere-se ao conteúdo do texto da própria
NR-15, conforme item 15.4.1.b, que menciona a possibilidade de eliminação de
insalubridade, caso os trabalhadores expostos ao ruído (ou qualquer outro agente
insalubre) façam uso de EPI’s.
Tal item abriu margem para interpretações errôneas ou até mesmo de má-fé
por parte da maioria das empresas, que passaram a considerá-lo como a verdadeira
solução para o problema de exposição ocupacional ao ruído. Contudo, o item
15.4.1.a, da mesma legislação, é claro ao observar que a eliminação de insalubridade
se dará com a “...adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de
trabalho dentro dos limites de tolerância.”.
Os especialistas em Higiene do Trabalho sabem que esta última medida
relaciona-se à eliminação do ruído diretamente na sua fonte, ou seja, a verdadeira
solução para o problema. Mais à frente, no item “Controle de Ruído”, alguns
exemplos serão apresentados, bem como serão feitos comentários relativos ao uso
de EPI´s para o ruído (protetores auriculares) e suas deficiências.
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14. Exercícios para Apuração de Insalubridade
por Exposição ao Ruído Contínuo
Os exercícios a seguir apresentados se referem à duas situações distintas. Na
primeira série, considera-se a situação mais simples encontrada em ambientes de
trabalho, ou seja, um trabalhador que fica exposto a níveis de pressão sonora que
não variam, permanecendo num só local.
A segunda série de exercícios se refere a outra situação, isto é, quando o
trabalhador circula e trabalha em áreas distintas, com variações de níveis de pressão
sonora. Nesta série, o aluno deve calcular o efeito combinado dos diferentes níveis
de pressão sonora e respectivos tempos de exposição.
1ª Série de Exercícios
1) Uma operária trabalha junto à uma esteira na qual seleciona laranjas. Seu posto
de trabalho está localizado ao lado de um redutor que emite NPS = 89 dB (A). Sua
jornada de trabalho é de 6 horas diárias junto à esteira em questão.
a- verifique se há ou não insalubridade, justificando sua conclusão;
b- aponte qual seria a máxima exposição diária permissível para a situação
acima ilustrada;
c- considerando que a operária necessita trabalhar 6 horas naquele posto, para
qual NPS deve ser reduzido o nível observado, para que a insalubridade não
exista mais ?
2) Numa casa de bombas e compressores, trabalha um operador de painel, que ali
permanece por todo um turno de 6 horas. Num mapeamento de ruído efetuado na
casa, desligaram-se todos os equipamentos e apenas um era ligado por vez, obtendo-
se os seguintes valores;
Bomba 1 - 87 dB (A) Bomba 5 - 91 dB (A)
Bomba 2 - 89 dB (A) Compressor A - 95 dB (A)
Bomba 3 - 86 dB (A) Compressor B - 98 dB (A)
Bomba 4 - 93 dB (A)
Contudo, o operador trabalha normalmente com todos estes equipamen-
tos ligados e operando dentro da casa. Pede-se:
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15. a- o cálculo da somatória de ruídos (a ser explicado pelo professor);
b- verifique se há ou não insalubridade, justificando sua conclusão;
Obs.: Neste exercício, o aluno deve usar a Tabela de Adição de decibéis, em anexo.
3) Um Técnico de Segurança deseja obter o nível de ruído de um motor que se
encontra numa área industrial, que possui ruído de fundo. Chegando ao local, o
técnico obtém um NPS = 91 dB (A). Desligando-se o motor, obtém um ruído de
fundo com NPS = 87 dB (A). Pede-se:
a- qual o NPS do motor ?
b- qual o limite de máxima exposição diária permissível, caso um operador
permaneça na área ?
Obs.: Neste exercício, o aluno deve usar o Gráfico de Subtração de decibéis, em anexo.
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16. 2ª Série de Exercícios
1) Um operador trabalha numa central termoelétrica, comparecendo a diversas casas
de força, além de inspecionar casas de bombas, ao longo de sua jornada de trabalho.
Verifique a tabela abaixo, na qual são apontados diversos NPS e respectivos tempos
de exposição:
NPS - dB (A) Tempo de Exposição na Jornada (Cn)
86 1 Hora e 30 Minutos
92 30 Minutos
88 1 Hora e 45 Minutos
102 1 Hora e 15 Minutos
98 1 Hora e 30 Minutos
Pede-se:
a- verifique se a soma das frações Cn/Tn excede uma unidade.
b- conclua se há ou não insalubridade.
2) Um eletricista cumpre uma rotina diária em seu trabalho, percorrendo uma área
industrial. Verifique os dados abaixo e responda:
NPS - dB (A) Tempo de Exposição na Jornada (Cn)
90 45 Minutos
87 40 Minutos
91 1 Hora
86 1 Hora e 15 Minutos
92 30 Minutos
93 2 Horas e 20 Minutos
100 1 Hora e 30 Minutos
Pede-se:
a- verifique se a soma das frações Cn/Tn excede uma unidade.
b- conclua se há ou não insalubridade.
3) Um lubrificador cumpre a seguinte rotina em sua jornada de trabalho:
16
17. - Inicia seus trabalhos num galpão com 3 moinhos de rocha, permanecendo 2 Horas
neste local. O moinho A tem NPS = 98 dB (A), o moinho B tem NPS = 99 dB (A), e
o moinho C tem NPS = 102 dB (A).
- Continua sua rotina, lubrificando dois filtros de lama e suas bombas, levando 1
Hora nesta operação. No filtro A encontra-se um NPS = 89 dB (A) e no filtro B, um
NPS = 91 dB (A).
- Na parte da tarde, lubrifica os mancais e roletes de uma correia transportadora que
fica operando. Permanece junto da correia por 1 Hora e o NPS local é de 95 dB (A).
- Conclui seu trabalho de área, lubrificando, por 2 Horas, um granulador rotativo e
um secador de uma planta química. O granulador gera 92 dB (A) e o secador 97 dB
(A) de NPS.
Pede-se:
a- o cálculo da somatória de ruídos, nos locais onde isto é necessário;
b- o cálculo de Cn/Tn, verificando se o resultado ultrapassa uma unidade;
c- conclua se há ou não insalubridade, justificando.
4) Um armador passa praticamente toda sua jornada de trabalho montando
vergalhões de aço para vigas a serem concretadas numa obra. Contudo, durante uma
hora por dia, fica exposto a ruído contínuo/intermitente, abaixo detalhado:
- Por 20 minutos, opera uma serra circular de bancada, que gera NPS = 112 dB (A);
- Por 30 minutos, usa uma esmerilhadeira, que gera NPS = 108 dB (A);
- Por 10 minutos, usa uma serra tico-tico, que gera NPS = 94 dB (A);
Pede-se:
a- verifique se a soma das frações Cn/Tn excede uma unidade.
b- conclua se há ou não insalubridade.
Exercícios para Apuração de Insalubridade
por Exposição ao Ruído de Impacto
O Anexo 2 da NR-15 estabelece como Limites de Tolerância os NPS de 120
dB ( C ) e 130 dB (LINEAR). Contudo, a quantidade de impactos presentes no
ambiente de trabalho também influencia no aparecimento de lesões no aparelho
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18. auditivo. Tal condição, considerada válida no exterior, é desprezada pela legislação
brasileira. Um Anexo com duas tabelas é apresentado no desta lista de exercícios,
devendo também ser consultado pelo aluno.
1) Numa linha de montagem, um setor apresenta uma prensa, na qual são fabricadas
1.200 peças por hora. Sabendo-se que o NPS chega a 109 dB ( C ), pede-se:
a- há insalubridade conforme a legislação vigente no Brasil ?
b- há insalubridade conforme a ACGIH ?
c- Justifique as duas respostas.
2) Um bate-estacas opera numa obra de ampliação de um cais. O equipamento emite
900 batidas com o martelo sobre peças, no intervalo de uma hora. O NPS levantado
é de 121 dB (LINEAR). Pede-se:
a- há insalubridade conforme a legislação vigente no Brasil ?
b- há insalubridade conforme a ACGIH ?
c- Justifique as duas respostas.
3) Uma peneira de produto químico em pó atua numa unidade de produção de ácido,
recebendo 1.400 batidas por hora, apresentando NPS de 117 dB (LINEAR). Pede-
se:
a- há insalubridade conforme a legislação vigente no Brasil ?
b- há insalubridade conforme a ACGIH ?
c- Justifique as duas respostas.
4) Numa oficina de containers, uma avaliação de ruído, feita num galpão de reparos,
acusa 3.400 marretadas sobre a chaparia dos containers ali localizados, com NPS de
125 dB ( C ). Pede-se:
a- há insalubridade conforme a legislação vigente no Brasil ?
b- há insalubridade conforme a ACGIH ?
c- Justifique as duas respostas.
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19. ANEXO A
Tabela do Número Máximo de Impactos por Hora - dB ( C )
NPS - dB ( C ) Número Máximo de Impactos por Hora
até 101 3.600
102 até 107 1.000
108 800
109 600
110 500
111 400
112 300
113 250
114 200
115 150
116 125
117 100
118 80
119 60
120 50
121 40
122 30
123 25
124 20
125 15
126 12
127 10
acima de 127 NENHUM
ATENÇÃO: Não deve haver nenhum tipo de exposição acima de 127 dB (C)
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20. ANEXO B
Tabela do Número Máximo de Impactos por Hora - dB (Linear)
NPS - dB (Linear) Número Máximo de Impactos por Hora
até 111 3.600
112 até 117 1.000
118 800
119 600
120 500
121 400
122 300
123 250
124 200
125 150
126 125
127 100
128 80
129 60
130 50
131 40
132 30
133 25
134 20
135 15
136 12
137 10
acima de 137 NENHUM
ATENÇÃO: Não deve haver nenhum tipo de exposição acima de 137 dB (Linear)
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21. Controle do Ruído
A solução mais eficaz para controlar a exposição do trabalhador ao ruído é
neutralizar tal agente físico em sua própria fonte, evitando ao máximo sua
propagação para o ambiente. Outro fator importante a ser considerado é impedir o
acesso dos trabalhadores às áreas mais ruidosas.
Contudo, as empresas sempre preferem adotar a solução mais simplista e
barata, ou seja, comprar protetores auriculares e fornecê-los aos trabalhadores. Pior
situação ainda é observada quando algumas empresas nem ao menos chegam a
fornecer os EPI’s, o que ocorre como uma rotina em nosso país.
O protetor auricular é um dos mais desconfortáveis EPI’s existentes e também
o que mais dificuldade tem para ser implantado perante os trabalhadores. Isto já
representa um problema sério ao profissional de Higiene do Trabalho da empresa,
mas não é o único. Também a conscientização dos trabalhadores sobre os riscos de
sua exposição ao ruído é de responsabilidade do profissional em questão. Por
incrível que pareça, muitos são os trabalhadores que desconhecem o risco mais
óbvio, ou seja, o da SURDEZ, e isto faz com que deixem o EPI “de lado”, numa
típica atitude de que “...eu não preciso desta droga !...”.
A seguir, são apresentados alguns aspectos relacionados à ineficácia dos
protetores auriculares e que comprovam que o simples fornecimento de EPI’s não
resolve o problema de exposição ocupacional ao ruído.
a- Fornecer os protetores auriculares (tipo concha ou tipo plug), sem dar orientação
ao trabalhador, de nada resolve. Se o trabalhador não sabe que pode ficar surdo,
simplesmente jogará o protetor no armário. Assim, o treinamento dos trabalhadores,
através de cursos e palestras, é essencial, pois percebendo o que ocorrerá com sua
saúde, caso não faça uso do EPI, o trabalhador compreenderá que precisa usar o
EPI.
Acrescenta-se que durante o treinamento, os trabalhadores ficam sabendo
quais as características dos modelos de protetores e como posicioná-los
corretamente no pavilhão auditivo. Até tal detalhe é importante, pois um protetor mal
posicionado perde sua capacidade de redução (ou atenuação) dos níveis de pressão
sonora, dando a ilusão de que protege, o que, de fato, não está acontecendo.
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22. b- O treinamento mencionado acima está previsto pela legislação brasileira, ou seja,
através da NR-06, em seu item 6.6.1.c, da Portaria 3.214/78, do Mtb.
c- Os protetores auriculares têm como função reduzir a intensidade da pressão
sonora, mas não a eliminam por completo, principalmente pelo fato de que não só
pelo canal auditivo pode ser atingido o ouvido interno do nosso organismo, sendo
certo que através da caixa craniana, pela transmissão óssea, o ruído também o
atinge. Também o uso dos protetores auriculares não pode ser considerado
plenamente eficaz, visto que o canal auditivo do ser humano apresenta dimensão
variável, de pessoa para pessoa, situação que não costuma ser levada em
consideração pelas empresas, que compram um só modelo para todos os
trabalhadores.
As diferenças de dimensão do canal auditivo possibilitam folgas e desajustes
do protetor tipo plug, possibilitando uma exposição ocupacional ao agente em
questão, caso o modelo do EPI não seja o correto.
d- Especificamente no que se refere ao protetor auricular tipo plug, há outro fator de
risco quanto ao seu uso. Trabalhadores que efetuam manutenção mecânica de
equipamentos, como motores, compressores, redutores, bombas, entre outros, fazem
uso de graxa, óleos lubrificantes e até mesmo óleo queimado. Não só o corpo, mas
também as roupas ficam impregnadas com tais hidrocarbonetos e, claro, tais
trabalhadores passam o dia com as mãos imundas. Ao manusearem os plugs, sujam
estes últimos e acabam introduzindo o EPI sujo no canal auditivo, situação que pode
resultar em infecções do ouvido.
e- No que concerne ao uso de EPI’s, há de salientar-se, ainda, que recente
publicação do Ministério do Trabalho, intitulada “Fórum Nacional sobre Segurança
e Saúde do Trabalhador no Contrato Coletivo de Trabalho”, evento ocorrido na
cidade de São Paulo entre 31 de agosto e 03 de setembro de 1.993, teve como
participante a Ex-Secretária de Segurança e Saúde no Trabalho, Dra. Raquel Maria
Rigotto, cuja conferência, dentre diversos temas, abordou com clareza a difusão de
conceitos que dificultam a prevenção de acidentes de trabalho e doenças do trabalho
nas empresas.
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23. Dentre estes conceitos, encontra-se a idéia ilusória de que a prevenção dos
agravos à saúde dos trabalhadores deve ser feita por equipamentos de proteção
individual. A lei, como explica a Dra. Rigotto, aponta que a proteção individual é
complementar à coletiva, ou ainda, apenas transitória, emergencial.
Como muito bem exemplifica a Ex-Secretária, usando suas palavras, “...por
exemplo, em visita a empresas com alunos da Faculdade de Medicina, a primeira
coisa que eles falavam era isto: Mas também, é claro, ninguém estava usando a
máscara. - Quer dizer, este raciocínio está incutido em todos: se o trabalhador usar a
máscara, o protetor de ouvido, ele vai proteger a sua saúde. É uma cultura bastante
restrita em termos de controle e eliminação dos riscos no ambiente de trabalho, em
termos de ambiente sadio...”.
Claramente, pois, demonstra a Dra. Rigotto que as empresas devem mudar
sua linha de raciocínio, modificando as condições ambientais às quais estão expostos
os trabalhadores, de forma a eliminar o mal pela raiz, não adotando atitudes
comodistas e simplórias, procurando isentar-se de suas responsabilidades para com a
saúde e segurança dos trabalhadores.
De tais comentários, podemos concluir que o fornecimento de protetores
auriculares, acompanhado do devido treinamento aos trabalhadores, não passa de
uma fase INICIAL de um amplo Programa de Controle de Ruído. Outras fases
subseqüentes devem seguir a primeira, atacando-se o ruído na fonte, no meio de
transmissão existente entre a fonte e o homem e impedindo a circulação do pessoal
em locais ruidosos. Os dois primeiros métodos de controle merecem mais atenção.
Controle do Ruído na Fonte
O controle em questão prevê a intervencão diretamente na fonte emissora de
ruído. Tal intervenção relaciona-se à:
- manutenção do equipamento (lubrificá-lo com periodicidade menor, por exemplo,
ou eliminar folgas desnecessárias entre componentes móveis);
- troca de peças em chapa de aço por aquelas de material plástico e/ou
emborrachado;
- colocação de silenciadores em saídas de escape;
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24. - substituição de equipamentos que operam a ar comprimido por aqueles de
acionamento elétrico;
- isolamento de estruturas de equipamentos pesados sobre um conjunto de molas
amortecedoras.
Exemplo:
Nas saídas de linhas de produção, é comum que embalagens de produtos caiam por
gravidade sobre o fundo de caixas confeccionadas em chapa metálica, gerando
níveis de pressão sonora elevados. Se tais caixas receberem um revestimento interno
emborrachado e a distância entre o fundo da caixa e a correia transportadora de
peças for diminuída, o ruído será diminuído.
Controle do Ruído no Meio
Além da intervenção na própria fonte, podemos evitar que o ruído se propague
pelo ambiente no qual se encontram os trabalhadores. Para tanto, são utilizadas
barreiras protetoras, forradas internamente com material absorvente, do tipo lã de
vidro, lã de rocha, borracha porosa ou espuma de poliuretano. Tal processo é
conhecido como enclausuramento. Externamente, as barreiras em questão são
construídas em chapa metálica grossa e pesada.
Outro recurso a ser utilizado no meio é a forração de paredes e teto do local
com painéis de lã ou até mesmo com embalagens de ovos (em espuma).
Dependendo do tipo de material usado, pode-se obter entre 50 e até 90% de
absorção da energia sonora incidente nas estruturas do prédio, conforme a
freqüência do ruído. Portanto, é necessário se conhecer o produto a ser aplicado
como revestimento de paredes e teto, informação que pode ser obtida em consulta à
bibliografia recomendada a seguir.
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25. ANEXOS
Tabela para Adição de Decibéis
Diferença entre Quantidade a ser adicionada
os níveis (dB) ao maior nível (dB)
0 3,0
0,2 2,9
0,4 2,8
0,6 2,7
0,8 2,6
1,0 2,5
1,5 2,3
2,0 2,1
2,5 2,0
3,0 1,8
3,5 1,6
4,0 1,5
4,5 1,3
5,0 1,2
5,5 1,1
6,0 1,0
6,5 0,9
7,0 0,8
7,5 0,7
8,0 0,6
9,0 0,5
10,0 0,4
11,0 0,3
13,0 0,2
15,0 0,1
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27. Bibliografia Recomendada
Livros:
Ruído, Riscos e Prevenção
Autores: Marcos Paiva Matos
Ubiratan de Paula Santos
Editora: Hucitec - 1.994
Manual Prático de Avaliação de Barulho Industrial
Autores: Martin G. Wells Astete
Satoshi Kitamura
Editora: Fundacentro
Trabalho e Saúde na Indústria - Volume 1 - Capítulo 4 - págs. 97 à 124
Autoras: Jeane Stellman
Susan Daum
Editora: EDUSP
Tópicos de Saúde do Trabalhador
Capítulo: Saúde dos Trabalhadores expostos ao Ruído - págs. 157 à 180
Autor: Jorge da Rocha Gomes
Editora: Hucitec - 1.987
Insalubridade - Morte Lenta no Trabalho
Capítulo: VI - Outras histórias de morte lenta - págs. 203 à 206
Autores Diversos - DIESAT
Editora: Oboré
Programa de Saúde dos Trabalhadores
Capítulo: Considerações sobre ruído - págs. 83 à 156
Autores: Danilo Fernandes Costa e outros
Editora: Hucitec - 1.989
O Ouvido e a Audição
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28. Coleção “O Corpo Humano”
Autor: Steve Parker
Editora: Scipione
Revistas Técnicas - Artigos:
Problemática atual do ruído na indústria - Controle da Audição
Autores: Luiz Maria Gil
Carcedo Y. Garcia
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, número 31
Estudo Clínico e Fisiopatológico da Lesão Auditiva Induzida pelo Ruído
Autora: Sandra Irene Cubas de Almeida
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, número 52
Perdas Auditivas Ocupacionais Induzidas por Ruído. Considerações Legais.
Autor: Satoshi Kitamura
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, número 74
Surdez Profissional: Caracterização e Encaminhamento
Autor: Carlos Alberto Pereira
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, número 65
Programa de Conservação Auditiva em Trabalhadores Expostos a Ruído
Autor: Ubiratan de Paula Santos
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, número 67
Verificação de Proteção oferecida por meio de Índice de Proteção Acústica
Autor: Mário Luiz Fantazzini
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, número 67
Protetores Auriculares: Mecanismos e Cálculos de Atenuação
Problemas de Utilização
Autores: Sami Nagi Yousri Gerges
Eduardo Giampaoli
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29. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, número 58
Que Barulho é esse ?
Autor: Carlos Alberto Schütz
Revista PROTEÇÃO Nº 25
Ruído: Os Riscos ao Sono
Autor: Fernando Pimentel Souza
Revista PROTEÇÃO Nº 23
Ruído, Inimigo Invisível
Diversos Autores
Revista PROTEÇÃO Nº 22
O Uso de Protetores Auditivos em face das NR’s
Autor: Celso Antonio Rugai
Revista SOS - Edição de fev./94
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34. Prancha 04: Controle do Ruído
Lembre-se: Rebitar e martelar produz ruído.
Usar alicates, chaves de fenda e grifos, não.
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35. Prancha 05: Controle do Ruído
Os compressores de ar podem ser enclausurados, contato que entradas de ar sejam
estrategicamente localizadas na carcaça. Esta última deve, inclusive, ser revestida
em material absorvente acústico.
35
36. Prancha 06: Controle do Ruído
As bancadas de trabalho também podem receber enclausuramento ao redor de
máquinas e equipamentos, contato que o alcance visual do operário não seja
prejudicado, tampouco o alcancer motor aos dispositivos da máquina. As pranchas
usadas devem ser revestidas com material absorvente acústico.
36
37. Prancha 07: Controle do Ruído
As correias transportadoras que descarregam mercadorias em embalagens não
devem ter altura fixa. Com um sistema automático de regulagem de altura, acionado
por braço hidráulico, à medida que a caixa de embalagem vai ficando cheia, a ponta
da correia sobe. Em sua extermidade, é posicionada uma caixa revestida por
material absorvente e são colocados anteparos flexíveis (de borracha, por exemplo),
para evitar a queda de objetos diretamente ao fundo da caixa.
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38. Prancha 08: Controle do Ruído
Nas áreas industriais a céu aberto, é comum encontrarmos o descarregamento de
matérias-primas sobre funís, tais como cascalho, pedrisco, minérios de ferro, entre
outros. Revestindo-se a chapa metálica que conforma o funil e sua tubulação
posterior com material absorvente, obtemos considerável redução dos níveis de
pressão sonora. Observe que a posição na qual o final da correia transportadora é
localizada também contribui para diminuir o ruído.
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39. Prancha 09: Controle do Ruído
As tarefas mais simples também podem sofrer alterações quanto ao procedimento de
trabalho, reduzindo o ruído ambiente. Na morça, ao fixar pranchas, tábuas, placas, é
aconselhável colocar dois anteparos de revestimento entre a placa e as garras da
morça, para que estes absorvam vibrações e o ruído.
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40. Prancha 10: Controle do Ruído
Um procedimento parecido é aplicável em discos de serra de bancada. Um disco de
borracha, reforçado por estruturas metálicas, é posicionado sobre o disco de serra,
que é, então, fixado ao equipamento da bancada.
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41. Prancha 11: Controle do Ruído
As proteções de partes móveis de máquinas, como eixos e flanges, devem receber
uma folha de material absorvente, sendo prensada entre as duas chapas de aço da
proteção. Tal procedimento simples ajuda a diminuir a vibração das chapas,
reduzindo a propagação do ruído para o ambiente de trabalho.
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