1. O documento resume um livro que analisa a cultura política do Antigo Regime francês e como os princípios revolucionários se desenvolveram nesse contexto.
2. O autor, Keith Michael Baker, estuda eventos políticos como meio de entender a construção gradual da cultura política do período e suas contradições.
3. A análise da cultura política do Antigo Regime pode esclarecer as origens da Revolução Francesa e como ela criou uma nova cultura política moderna.
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A Revolução Francesa e a Criação da Cultura
1. A Revolução Francesa e a Criação
da Cultura Política Moderna
Volume I
A Cultura Política do Antigo Regime*
Por Keith Michael Baker
História Política: Novas Perspectivas de Abordagens
Profª Drª Lúcia Bastos
MestrandaTricia Magalhães Carnevale
* The French Revolution and the Creation of Modern Political Culture: The Political Culture of the Old Regime
By Keith Michael Baker,Colin Lucas,François Furet
Introduction, pages xi-xxiv
2. A Coleção
O primeiro dos quatro volumes de trabalhos produzidos a
partir de um grande simpósio internacional que comemora
o Bicentenário da Revolução Francesa, que abordam as
dimensões centrais da Revolução como um evento político.
(...)
Descrição retirada da Amazon.com
3. Uma investigação da natureza da cultura política francesa no
Antigo Regime, com o objetivo de clarificar o processo pelo qual os
princípios e práticas revolucionárias foram desenvolvidas no
contexto da monarquia absoluta.
PERGAMON PRESS, 1987.
O volume I
(...) o padrão geral das contribuições é realmente muito alto e
muitos deles merecem ser "de rigueur" em qualquer lista de
leitura especializada sobre a Revolução e as suas origens. A
Revolução Francesa e a criação da moderna cultura política
representa um retorno ao básico através de perguntas que muitos
de seus colaboradores questionam ... A soma de todas essas
partes é um rico e vibrante - através longe de encontro conclusivo
ou completo - com um conjunto de eventos fundamentais para
todos nós, algo que ambos os editores e Pergamon Press devem
ser agradecidas.
THE HISTORICAL ASSOCIATION, 1991.
4. Keith Michael Baker
Pertence à historiografia inglesa, neste trabalho aborda a cultura
política ;
Foi diretor do Centro de Humanidades Stanford, de 1995 a 2000;
Professor J. E. Wallace Sterling em Humanidades, Professor de
História e Professor Cognizant Dean na Universidade de Stanford;
Suas publicações incluem Condorcet, de Filosofia Natural de
Matemática Social (Chicago, 1975) e Invenção da Revolução Francesa
(Cambridge, 1990), e editou a Revolução Francesa e a criação da
moderna cultura política, vol. 1: A cultura política do Antigo Regime
(1987) e vol. 4: OTerror (1994).;
Seu trabalho mais recente foi sobre as linguagens políticas da
Revolução Francesa;
5. Problemática
Dentre as novas “interpretações históricas” na segunda
metade do século XX que questionam e reescrevem
acontecimentos como a Revolução Francesa, o autor
destaca a abordagem pela cultura política e as questões
por ela levantadas, como conceito e aplicação. E ele o
faz dialogando com o Antigo Regime e a Revolução
através da análise de eventos políticos que virão a
constituir a cultura política de ambas manifestações de
poder.
6. Operacionalização do Texto
Baker levanta a questão da definição de
cultura política, chega a sugerir “culturas
políticas” no lugar de “cultura política” do
Antigo Regime;
Através de diferentes eventos políticos (a
prática política) o autor revela a
construção da cultura política do Antigo
Regime que além de promover a
Revolução irá servir para compreender a
cultura política da Revolução;
7. Pontos trabalhados por Baker
1. a monarquia francesa (“uma e divisível” – Denis
Richet);
2. a transição de “cerimoniais do estado” para “ritual
da corte” (Ralph Giesey e Habermas);
3. a participação política democrática aprendida
(Bien);
4. eventos de ordem econômica e as reformas fiscais
de Maupeou ou golpe de Maupeou;
5. →nova cultura política - opinião pública como
transformação na cultura política do Antigo Regime
acelerada pelo golpe de Maupeou;
6. crítica ao trato da abolição das guildas por Turgot
(Revel);
8. 7. opinião pública como um novo tipo de política;
8. debate político aberto e os “homens de letras”
(d’Alembert);
9. homens de letras ausência de participação ou
excesso de contestação (Tocqueville x Baker);
10. autoridade do Absolutismo e a contenção do
conflito político (Hobbes)
11. política cultural do Antigo Regime definiu o
papel público dos homens de letras desde o
séc. XVII – legitimação do poder + Lei do
Silêncio (1754)
Pontos trabalhados por Baker
9. 12. a convocação dos Estados Gerais → “A cultura política do
Antigo Regime, portanto, parece oferecer a justaposição
paradoxal de uma política cada vez mais intensa de contestação,
por um lado, e uma visão idealizada de uma política progressista
de um consenso racional, fundamentada na opinião pública
esclarecida, por outro.” (xx)
13. 5 de julho → renúncia ou reviravolta? ( Hunt xVivian Gruder)
14. Necker → ministro cujas reformas administrativas se fizeram
sentir na convocação dos Estados Gerais (François, Furet, Ran
Haveli eVivian Gruder) → “teóricos do Terceiro Estado não
estavam sozinhos em afastar-se de precedente histórico, ao
considerar a questão da representação nacional.” (xxii)
15. Aristocracia x democracia → mobilização eleitoral de 1789
16. “um e indivisível” → lema dos deputados que queriam justificar a
constituição de uma Assembléia Nacional, pois foram escolhidos
por quase todos e representavam a vontade geral da nação - de
monarquia “uma e divisível” para uma nação e indivisível
Pontos trabalhados por Baker
10. Cultura Política
Cultura política aplicada à Revolução Francesa →obscurece ou nega a
importância da classe social ou outros interesses nas origens da Revolução;
Cultura política aplicada ao Antigo Regime → foco no desenvolvimento
institucional da monarquia e da importância das ações do governo real e escolhas
nos acontecimentos que levaram à Assembléia dos Estados Gerais em 1789;
Antigo Regime → “culturas políticas” no lugar de “cultura política”;
Política → atividade através do qual indivíduos e grupos em qualquer sociedade,
articulam, negociam, implementam e fazem cumprir as reivindicações concorrentes
que fazem uns aos outros – atividades isoladas que caracterizam indivíduos ou grupos;
Cultura política → conjunto de discursos e práticas que caracterizam a atividade
em qualquer comunidade – todas as formas de política que caracterizam uma
sociedade;
Cultura política → constitui a legitimação da identidade e limites dos indivíduos e
grupos na comunidade em que fazem parte ou dela são excluídos;
Cultura política → criação histórica, sujeita a constante elaboração e
desenvolvimento por meio das atividades dos indivíduos e grupos cujos fins ele
define - a ação dos indivíduos e dos grupos é quem vai elaborar e desenvolver a cultura
política
11. Possibilidades de novas pesquisas
O autor nos mostra que através de eventos
políticos particulares ou mesmo aparentemente
sem importância pode-se chegar à
desconstrução de um conhecimento já acabado
e reescrevê-lo;
As ações notáveis, as tensões, contradições e
conflitos, que esta nova cultura política deu
origem são objetos de estudo dos volumes
posteriores desta série.