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ENCONTROS
“TEMAS EM REFLEXÃO”
Charles Guimarães Filho
2
3
INTRODUÇÃO
Num livro da Messiânica intitulado “Explicação sobre a
Teoria de Purificação Okada” apregoa para “não discriminar em
razão de raça, religião, princípio político, sexo, idade, deficiência,
etc.”. Logo, se pode intuir que temas relacionados aos assuntos
enunciados acima sejam complexos, fundamentais e
controvertidos desde as épocas mais recente até as de todos os
tempos, os quais merecem reflexão nesses encontros de duas
horas em todas as terceira 3ª feiras do mês no ano de 2015.
Encontros “Temas em Reflexão” tem como objetivo o de
procurar esclarecer estes temas a fim de contribuir na mudança
de ideal, social e pessoal e assim colaborar na edificação de
cidades celestiais em prol da construção do paraíso terrestre.
A metodologia é a de: exposição de um desses temas
pelo palestrante em cerca de uma hora; na outra hora restante
ele responde às dúvidas dos presentes no local ou que estejam
inscritos no site mencionado acima.
Os seus nove conteúdos temáticos são: 1-Raça é estímulo
ao racismo; 2-Religião é ópio do povo; 3-Sufrágio Universal é
engodo; 4-Homossexual é destino; 5-Terceira Idade é egoísta; 6-
Vírus da AIDS é de origem conhecida; 7-Muçulmano é
incivilizado; 8- Corrupção é desenvolvida pela passividade; 9-
Economia do Futuro é a do Izunomê; 10-Casamento gay é
vontade humana.
4
5
ÍNDICE
01-Raça é estímulo ao racismo 007
02- Religião é ópio do povo 027
03-Princípio da Democracia é engodo 043
04-Homossexual é destino 061
05-Terceira Idade é poço de ignorância 083
06-Vírus da AIDS é de origem conhecida 099
07-Muçulmano é incivilizado 117
08-Corrupção é desenvolvida pela passividade 141
09-Economia do Futuro é a do Izunomê 163
10-Casamento gay é vontade humana 187
6
7
RAÇA
É ESTÍMULO AO RACISMO
8
9
TEMA
• Racismo
Na primeira metade do século XX, surgiu o conceito de
raça superior proveniente da ideologia nazista, que sustenta que
os povos germânicos e nórdicos representam um ideal de "raça
pura". Ele deriva da teoria racial do Século XIX, que postulou
uma hierarquia de raças onde os bosquímanos da África e os
aborígenes da Austrália encontravam-se no ponto mais inferior,
enquanto os europeus do norte encontravam-se no topo.
Dificilmente algum geneticista atual daria crédito a tal modelo
hierárquico de raças — a partir dos quais são construídas as
políticas de higiene racial — mas tal conceito ainda existe,
principalmente entre os supremacistas brancos.
O surgimento dos Movimentos negros ocorreu
fortemente na segunda metade do século XX. O marco fundador
destes foi atribuído ao movimento Black Power lançado nos EUA
em 1960 o qual difundiu o conceito de negritude à diáspora
caribenha e sul americana. No Brasil o movimento negro se
revelou na década de 70 com as iniciativas políticas e culturais as
quais valorizavam a negritude e promoviam a consciência negra.
Por esta época se percebeu que durante a montagem do
sistema escravista moderno, no qual milhões de africanos foram
transferidos compulsoriamente para as Américas para o trabalho
escravo, fortaleceu-se o conceito de uma "raça negra",
superpondo-se a toda uma grande quantidade diferenças étnicas
que existiam na África, e que ainda existem hoje. Os africanos
nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista,
não se viam como "negros”.
Na África, os africanos enxergavam-se a partir de
identidades étnicas diferenciadas, e não de uma única "raça
10
negra", um conceito que para eles não existia. Os interesses do
tráfico levavam os comerciantes a motivar a diferença étnica na
ponta africana do tráfico negreiro, pois os comerciantes de
escravos conseguiam escravos das guerras intertribais, nas quais
as tribos vencedoras vendiam os indivíduos pertencentes às
tribos vencidas. Mas, ao mesmo tempo, na ponta final do
processo de escravização, quando o escravo deveria ser vendido
nas Américas e incorporado ao trabalho no sistema colonial, já
interessava aos comerciantes e senhores de engenhos - ou ao
sistema escravista, de modo geral - criar uma categoria única
para os "negros" africanos, inclusive misturando africanos
procedentes das várias etnias de modo a que não se
concentrassem em um mesmo local indivíduos pertencentes a
uma mesma etnia de origem na África, pois os vínculos de
identidade poderiam favorecer as revoltas. Percebe-se,
portanto, que a construção da ideia de "negro", à altura da
montagem do sistema escravista, foi um processo complexo,
que recobriu, embora sem eliminá-las totalmente, as etnias
africanas de origem.
O conceito de raças humanas também foi usado pelos
regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para
perpetuar a submissão dos colonizados.
Em 2001 foi articulado o plano de ação contra o racismo,
discriminação social e xenofobia, articulado na África do Sul,
Durbam, que teve suma importância na difusão de propostas
afirmativas em outros países.
No Brasil em 2003, foi sancionada a lei 10.639 com o
caráter de política de educação. Esta vincula à rede de ensino a
abordagem da História da África e da Cultura afro-brasileira, a
fim de desmistificar as abordagens eurocêntricas sobre o negro
africano e sobre o afro-brasileiro. Em 2011 a lei foi modificada
incluindo o ensino das culturas indígenas brasileiras.
11
• Exemplo atual
James Watson, distinguido com o Nobel da Medicina em
1962, pela descoberta da estrutura molecular do ADN, defende a
teoria de que há diferenças de inteligência entre brancos e
negros: "Os negros são menos inteligentes que os brancos". Para
o cientista, de 79 anos, "toda a nossa política social é baseada no
fato da inteligência dos africanos ser igual à nossa, embora todas
as experiências nos digam que não é bem assim". Para
completar a sua teoria, acrescenta que "embora desejasse que
todos fossemos iguais, quem tem de lidar com empregados
negros sabe que tal não é verdade".
Definir inteligência é complicado: além do raciocínio
lógico, há outras características, como a capacidade musical, que
também podem ser consideradas como inteligência.
Inventado no início do século passado, o teste de QI
(quociente de inteligência) pretendendo medir a capacidade
mental das pessoas. Mas os críticos dizem que ele só considera o
raciocínio lógico-matemático, pequena parcela da inteligência.
Criada na década de 1950, a Teoria das Habilidades
Cognitivas diz que o homem tem 10 subtipos de inteligência,
embora derivados de uma capacidade geral. É o primeiro ataque
à noção de raciocínio lógico como sinônimo de inteligência.
No fim dos anos 80, o pesquisador americano Howard
Gardner classificou a inteligência em oito habilidades: lógico-
matemática, linguística, musical, físico-cinestésica, espacial,
naturalista, existencial e inteligências pessoais.
Desenvolvida pelo psicólogo Daniel Goleman no fim dos
anos 90, a Teoria da Inteligência Emocional usa testes para
medir o quociente de inteligência emocional (QE). Os críticos
argumentam que o QE só mede variações de personalidade.
Na década de 1990, cientistas americanos descobrem
que as pessoas mais ricas tendem a se sair melhor nos testes de
QI. A conclusão: o teste era bom só para indicar que uma boa
12
educação está relacionada às oportunidades propiciadas pelo
nível econômico.
• Classificações de raças
Além da baseada em características físicas sempre
houveram outras, mais relacionadas com a cultura,
principalmente a religião dos "outros", como os mouros ou
"infiéis", como os europeus denominavam os muçulmanos, ou
os judeus.
De uma maneira geral, os gregos consideravam bárbaros
todos os povos que não falassem sua língua nem professassem
seus valores, enquanto os egípcios inferiorizavam os hebreus,
escravizando-os e tinham deles opiniões pouco lisonjeiras, mas
sem fazer referências a características físicas.
Cada um de nós é único, e sabemos disso por que
podemos identificar perfeitamente um indivíduo por seu código
genético, a não ser que tenha um gêmeo idêntico. Mas, em se
tratando de grupos, sabe-se que as diferenças físicas não
escondem diferenças genéticas. As populações da África Central
e da Papua-Nova Guiné, parecidos fisicamente, pois viveram no
mesmo tipo de meio ambiente, tem os patrimônios genéticos
mais diferenciados no mundo. Assim, não existem genes raciais.
Os métodos genéticos para estudar populações humanas
deixaram de ser utilizados. Vários investigadores demonstraram
que a distância genética é fortemente associada à distância
geográfica entre as populações por bom tempo, esta associação
torna-se mais forte se tivermos em conta as migrações entre
continentes ao longo de toda a história da humanidade.
Em 1950, retomando uma ideia da Antiguidade greco-
romana, a UNESCO usa o conceito de etnia para classificar os
homens com base em fatores comuns – ancestralidade, religião,
cultura ou idioma – em vez de usar como base apenas a
aparência física, como fazem os defensores da ideia de raça.
13
Nos anos 50, com a descoberta das influências do
ambiente na constituição pessoal, ganha força o conceito de
população – um grupo que compartilha traços culturais, não
importando a aparência física ou ancestralidade. É o critério
mais aceito hoje.
• Conceito clássico
Classificação de grupos humanos por seus traços físicos
hereditários como cor de pele, tipo de cabelo, etc. sem nenhuma
discriminação baseada na suposta inferioridade de certas raças,
ou seja, sem nenhuma vinculação com o racismo.
Estes fenótipos seriam provenientes das interações entre
informações hereditárias de um organismo contidas em seu
genoma mais o ambiente, bem como discrepâncias em destino.
Variação fenotípica é um pré-requisito fundamental para
a evolução por seleção natural, senão vejamos.
Na sua longa evolução até atingir a sua forma humana
final, nosso ancestral foi se adaptando fisicamente às condições
ambientais. Perdeu os pelos do corpo porque começou a fazer
longas caminhadas e precisava esfriar o corpo. Sem pelo, ficou
com o corpo exposto e as células que produziam melanina se
espalharam por toda a pele. A mudança na coloração da pele foi
descoberta em 1991 aos estudos que mostravam que pessoas de
pele clara expostas à forte luz solar tinham níveis muito baixos
de folato. Como a deficiência dessa substância em mulheres
grávidas pode levar a graves problemas de coluna em seus filhos,
e como ele é essencial em atividades que envolvam a
proliferação rápida de células, tais como a produção de
espermatozoides, a antropóloga concluiu que nos ambientes
próximos à linha do Equador, a pele negra era uma boa forma de
manter o nível de folato no corpo, garantindo assim a
descendência sadia. Para provar suas teorias a respeito de cor da
pele foi usado um satélite da NASA e criou um mapa de padrões
14
de radiação ultravioleta em nosso planeta, mostrando que o
homem evoluiu com diferentes cores de pele para se adaptar
aos diferentes meio-ambientes.
Assim, o homem saiu da África e chegou à Ásia, e de lá foi
para a Oceania, a Europa e por fim para a América. Nas regiões
menos ensolaradas, a pele negra começou a bloquear demais os
raios ultravioletas, sabidamente nocivos, mas essencial para a
formação da vitamina D, necessária para manter o sistema
imunológico e desenvolver os ossos. Por isso, as populações que
migraram para regiões menos ensolaradas desenvolveram uma
pele mais clara para aumentar a absorção de raios ultravioleta.
Portanto, a diferença de coloração da pele, da mais clara até a
mais escura, indicaria simplesmente que a evolução do homem
procurou encontrar uma forma de regular nutriente.
Ao se espalhar pelo mundo, os humanos só tinham uma
arma para enfrentar uma grande variedade de ambientes: sua
aparência. Para enfrentar o calor excessivo, a altura ajuda a
evaporar o suor, como é o caso dos quenianos. O cabelo
encarapinhado ajuda a reter o suor no couro cabeludo e a
resfriá-lo; o oposto vale para as populações das regiões mais
frias do planeta. O corpo e a cabeça dos mongóis, que se
desenvolveram por lá, tendem a ser arredondado para guardar
calor, o nariz, pequeno para não congelar, com narinas estreitas
para aquecer o ar que chega aos pulmões, e os olhos, alongados
e protegidos do vento por dobras de pele.
• Empregado na história
Os egípcios classificavam os seres humanos somente com
base na cor de pele: vermelho- egípcios, amarela- asiático,
branco- populações do norte, preta- populações subsaarianas
(corresponde à chamada África negra, assim denominada pela
predominância nessa região de povos de pele escura).
15
A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nova
divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a
habitam", publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas
publicaram estudos sobre as "raças humanas". Nessa época, as
"raças humanas" distinguiam-se não só pela cor da pele, mas
também pelo tipo facial (principalmente a forma dos lábios,
olhos e nariz), perfil craniano e textura e cor do cabelo.
Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em
três ou cinco grandes grupos de linhagem (dependendo de
interpretação), mas a denominação de cada um – pelo motivo
indicado – tem variado ao longo do tempo:
Mongoloide (raça amarela): povos do leste e sudeste
asiático, Oceania (malaios e polinésios) e continente americano
(esquimós e ameríndios);
Caucasoide (raça branca): povos de todo o continente
europeu, norte da África e parte do continente asiático (Oriente
Médio e norte do Subcontinente Indiano);
Negroide (raça negra): povos da África Subsaariana.
Os outros dois grupos de linhagem humana seriam:
Australoide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas
Andaman (Oceano Índico) e das Filipinas, aborígenes de Papua-
Nova Guiné e da Austrália e povos melanésios da Oceania.
Capoide: tribos Khoisan (extremo sul do continente
africano).
Apesar de poderem ser considerados como dois grupos
distintos de linhagem humana, australoides e capoides também
podem ser considerados como negroides, de acordo com essa
mesma classificação tradicional.
O geógrafo Aroldo de Azevedo classificou as "raças" no
Brasil como sendo: branco, o europeu imigrado para o Brasil;
negro da terra, o índio, dividido em várias nações; mulato,
oriundo do cruzamento do branco com o negro; caboclo,
oriundo do cruzamento do branco com o índio; cafuzo, oriundo
16
do cruzamento do índio com o negro; cabra: oriundo do
cruzamento do mulato com o negro.
No Censo Demográfico Brasileiro em 2010 são
empregadas segundo a cor ou raça as cinco categorias utilizadas
nas pesquisas, pela ordem em que figuram no questionário:
branca, preta, amarela, parda e indígena.
Atualmente, só nos Estados Unidos se usa uma
classificação da sua população em raças, alegadamente para
proteger os direitos das minorias. No Brasil persiste o uso do
termo na política, quando se pede "igualdade racial" ou na
legislação quando se fala em "preconceito de raça", como a lei
nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que instituiu, no Brasil, o
“Estatuto da Igualdade Racial”.
• Exemplo atual
Dos últimos 38 recordistas mundiais nos 100 metros
rasos, 28 são atletas negros. Cientistas acham terem encontrado
as razões pelas quais eles foram mais rápidos.
Estudo feito mostra que há diferença entre negros,
asiáticos e brancos na questão do comprimento dos braços e
pernas e que o centro de gravidade do corpo dos negros seria
mais alto, dando mais estabilidade na corrida.
Desde 1968 os recordes na prova de 100 metros rasos
foram quebrados por atletas negros. Isso aconteceria pela
diferença que cada raça tem na sua estrutura física – então o
atleta poderia ser africano, brasileiro, jamaicano, canadense ou
alemão: se ele for afrodescendente, independente de sua
cultura, ele terá mais chances de ser mais rápido por seu físico.
Os negros tendem a ter membros mais longos, mas com
uma circunferência menor. Isso afetaria o centro de gravidade
de seus corpos, que seria mais alto do que se comparado com
um branco ou asiático da mesma altura.
17
Segundo os pesquisadores, as diferenças são pequenas e
não as notamos apenas no olhar: foi só medindo e comparando
os membros de atletas que chegaram a essas conclusões.
O estudo analisou as medidas de soldados de 17 nações
diferentes. Como os militares medem a maior parte do corpo de
seus recrutas com exatidão, eles são uma fonte confiável. Depois
fizeram as comparações e perceberam que as pessoas mais
rápidas possuem membros longos, centro de gravidade mais
alta, e que essas características são mais comuns em negros.
Em contraste, os brancos possuem o tórax mais largo,
tendo a vantagem em esportes aquáticos.
• Noção que incentiva
O termo raça, como visto, foi introduzido no século XVII e
atingiu seu auge no século XIX, a partir da metade do século XX
ele caiu em desuso e levado ao racismo. Deste modo, a
concepção de que raça é um conceito que irmana é inútil e
inconveniente, muito do superficial, dispensável e
inquestionável, em outras palavras: nada de complexo,
fundamental e controvertido.
Por outro lado, o que se pergunta, nos dias de hoje, é:
pode-se interessar por raças humanas sem ser estimulado ou até
mesmo tachado de discriminação baseada na suposta
inferioridade de certas raças? Acreditamos que sim e essa é a
nossa tarefa, para isso vamos a ...
18
REFLEXÃO
Mesmo com Pierre Darlu, geneticista no Laboratório de
Epidemiologia Genética de Paris, dizendo que “todas as
classificações tentadas até hoje tiveram como ponto comum a
ocultação do caráter evolutivo do homem”, vamos tentar que
não seja assim.
O Messias Meishu-Sama entre 1926 a 1945 viveu no
Japão nas seguintes circunstâncias.
Hiroito, com a morte do pai, em 1926, assumiu o trono
como imperador e inaugurou uma nova era, a era Showa. De
acordo com a Constituição Japonesa de 1889, o imperador era
considerado uma divindade encarnada e detinha, como tal,
poderes absolutos. Tal condição é baseada em uma crença do
xintoísmo segundo a qual os integrantes da Família Imperial
Japonesa são descendentes do deus sol Amaterasu.
O período de reinado de Hiroito anterior à Segunda
Guerra Mundial é marcado pelo ultranacionalismo e
imperialismo japonês. Em 1931 o Japão invadiu a Manchúria e,
seis anos depois, o restante da China. Há documentos que
mostram que o imperador japonês autorizou o uso de armas
químicas (gás tóxico) contra os chineses, contrariando uma
resolução da Liga das Nações que condenava a prática.
Durante a Segunda Guerra, o Japão se aliou à Alemanha e
à Itália, formando o Eixo. Em 1941 o Exército japonês atacou de
surpresa a esquadra americana em Pearl Harbor, no Havaí. Nas
batalhas, ficaram conhecidos os pilotos kamikazes, que
cometiam suicídio arremetendo a aeronave contra embarcações
inimigas. Hiroíto também incentivou o suicídio entre civis, para
evitar que fossem capturados pelos americanos. O imperador
garantiu que os cidadãos que cometessem suicídio, para evitar
19
serem feitos prisioneiros, estariam no mesmo patamar espiritual
que os soldados mortos em batalhas.
Pois bem, Meishu-Sama elaborou o livro “Terapia
Espiritual” em 1936 onde aconteciam os Jogos Olímpicos de
Verão na Alemanha e a ditadura de Adolf Hitler que criava as
premissas de seu caráter racista e militarista.
Nesta época em que ele escreveu tal livro ainda não tinha
o nome religioso de Meishu-Sama e nem era considerado o
Messias, era apenas o fundador Mokiti Okada que havia criado a
instituição religiosa Igreja Messiânica Mundial em 1935 e sofria
intensas perseguições e prisões. Eis o que ele diz:
“Tudo que existe no Universo tem por fundamento o Sol,
a Lua e a Terra, ou seja, todas as coisas recebem as propriedades
do fogo, da água e do solo, não havendo uma única exceção.
Vejamos: Chinesa = Terapia do Solo; Ocidental = Terapia
da Lua; Japonesa = Terapia do Sol.
A Medicina Chinesa é a Terapia do Solo e tem por base o
estômago. Por isso, baseia-se em remédios feitos de ervas, raízes
e cascas de árvores, que provêm do solo, e tenta curar através
delas, além de dieta alimentar. O solo é o produtor das coisas
materiais e o estômago é o órgão exclusivo das coisas materiais,
de modo que há perfeita correspondência entre ambos.
A Medicina Ocidental é a Terapia da Lua, correspondendo
à Noite, e tem por base o pulmão. É grande, portanto, o seu
interesse pelas doenças pulmonares, e daí a importância que dá
ao ar, como todos sabem.
A Terapia Japonesa, que nasceu agora, é a Terapia do Sol
e corresponde ao Dia. É uma terapia com base no coração, que
tendia a ser negligenciado pelas terapias existentes até hoje, e
tem a energia espiritual como elemento principal.
Ao conjunto formado pelos três órgãos - estômago,
pulmão e coração - denominamos Trilogia dos Órgãos Internos.
Separados em termos de mundos, fica:
20
Estômago = Solo = Mundo Material
Pulmão = Lua = Mundo Atmosférico
Coração = Sol = Mundo Espiritual”
E mais adiante afirma algo muito enigmático para muitos:
“Solo = Raça Negra
Lua = Raça Branca
Sol = Raça Amarela”
Em 1949, Meishu-Sama ensinou que “O homem depende
de seu pensamento”:
Mas, o que é o pensamento para ele?
Nesse mesmo ano ele explicitou no ensinamento “Os
japoneses e as doenças psíquicas”:
“Analisando o pensamento humano, diremos que ele é
constituído de razão, sentimento e vontade, os quais levem o
homem à ação. A função da parte frontal do cérebro é comandar
a razão, e a da parte posterior é comandar os sentimentos.
Como prova disso, o amplo desenvolvimento da parte
frontal da cabeça, nas pessoas de raça branca, indica a riqueza
da razão; ao contrário, as de raça amarela possuem a parte
frontal estreita e a parte posterior desenvolvida, indicando a
riqueza dos sentimentos. Todos sabem que a raça branca é a
mais racional, e a raça amarela a mais emotiva. A razão e o
sentimento estão sempre em luta dentro do homem. Se a razão
vencer, não há falhas, mas a pessoa torna-se fria; se o vencedor
for o sentimento, os instintos ficam em liberdade, o que é
perigoso. O ideal é os dois se harmonizarem e a pessoa não
pender para um só lado, mas geralmente isso não acontece. Para
o sentimento ou a razão se expressam em ação, seja grande ou
pequena, necessita-se da vontade (raça negra), a qual provém de
uma função situada em determinado ponto da zona umbilical.
Essa é a origem de todas as ações, e a união dos três elementos -
razão, sentimento e vontade - constitui a trilogia do
pensamento.”
Em suma:
21
Raça Negra = Vontade = Solo = MM
Raça Branca = Razão = Lua = MA
Raça Amarela = Sentimento = Sol = ME
Provavelmente alguns vão achar que estamos
começando a discriminação. Entre estes alguns estão certos no
seu julgamento, pois estamos percebendo diferenças e quem
assim não o faz tem como antônimo a confusão. Outros estão
errados ao acreditar que estamos afastando ou tratando mal por
características étnicas, o que é puro preconceito.
Talvez estes preconceituosos confundam razão com
inteligência e a tenham esta como algo máximo, desconhecendo
o que Meishu-Sama ensinou em 1949 no ensinamento “As cinco
inteligências”:
“Há vários tipos de inteligência. Formam uma escada de
cinco degraus, na seguinte ordem: Divina, sagrada, superior,
ardilosa e calculista.”
E para quem tenha alguma dúvida:
“Analisemos, a seguir, a inteligência calculista. Todos a
consideram uma inteligência superficial; seu sucesso é
passageiro, resultando sempre em derrota, e os que dela se
utilizam perdem a confiança dos outros.
A inteligência ardilosa pode ser considerada como
perversidade - é a inteligência do mal. Milhares de pessoas a
empregam, quase sempre pertencentes ás classes dirigentes e
intelectuais. Assim, é impossível a sociedade melhorar. Tão logo
essa espécie de inteligência seja erradicada do Universo, surgirá
uma sociedade sadia e países magníficos.”
Para estes racistas talvez se a razão não estivesse com a
Raça Branca não haveria problema nenhum.
A raça é um conceito que obedece a diversos parâmetros
para classificar diferentes populações de uma mesma espécie
biológica de acordo com suas características fenotípicas
provenientes da genética, ambiente e discrepâncias em destino.
22
Por exemplo, é comum falar-se das raças de cães cuja
importante discrepância em destino foi à domesticação. Com o
passar do tempo, os cachorros assumiram papéis cada vez mais
específicos na vida do homem: especializaram-se em diversos
sistemas de caça, guarda e pastoreio de rebanhos, tração de
trenós, e ainda em atividades de combate contra outros animais.
Podemos considerar que a nos dias de hoje, cerca de trezentas
diferentes raças de cachorros que são reconhecidas
internacionalmente. E ninguém nega e nem se importa que a
raça canina mais inteligente do mundo é o Border Collie, que a
mais dócil é Spitz Alemão Anão, e a mais perigosa é o Ptibull.
Mas, continuemos na tentativa de cumprir a nossa tarefa.
Conforme o que Meishu-Sama ensinou o ser humano não
é um ser apenas racional, ele é um ser pensante, isto é, racional,
sentimental e volitivo, que depende da constituição da união das
raças para ter ações harmoniosas ou conflituosas, equilibradas
ou desproporcionais, enfim positivas ou negativas. Para que
sejam positivas é necessária razão sábia espiritualista,
sentimento amoroso altruístico e vontade forte agradecida.
Assim, como para que sejam negativas é preciso razão ignorante
materialista, sentimento irado egoísta e vontade insaciável
ingrata. Obviamente que esses são os extremos, existindo uma
série de pensamentos que estão entre esses extremos.
Certamente que deve haver várias dúvidas no que foi dito
como o do por que da raça branca ser predominantemente mais
racional do que as outras, o que não quer dizer que as outras
não sejam racionais, e nem que ser racional é sempre positivo
(lembrar que o ignorante raciocina) ou que seja mais positivo do
que os demais (observar que parece até que o sentimento é o
mais significativo). Mas, tentemos a explicação.
O homem quando saiu de seu lugar de nascimento, a
África oriental, ele se propagou através de todo o mundo antigo,
isto é, África, Europa e Ásia. Mas o norte da Europa foi
inteiramente recoberto por glaciares levando a um “derivado
23
genético” o homem de Neandertal que para sobreviver a essas
intempéries deve ter tido que raciocinar muito. Se estes se inter-
fecundaram com o Cro-magnon ou o Homo sapiens talvez não
seja o mais importante, o mais significativo é que a Europa
estando praticamente na zona temperada os que lá habitaram
sem o avanço tecnológico atual deve ter raciocinado
intensamente para se abrigar do clima como o da baixa
temperatura e nevasca.
Meishu-Sama faz algumas considerações sobre a raça
branca.
“Juízo Final”, 1950:
“Pouco tempo depois, começou a chover
ininterruptamente. Uns dizem que choveu durante quarenta
dias; outros dizem que cem. O certo é que foi um longo período
de fortes chuvas. As águas subiam cada vez mais, inundando as
casas; apenas o cume das montanhas ficava de fora. Os homens
tentavam entrar na arca ou refugiar-se nas montanhas, mas os
animais ferozes e as cobras venenosas, querendo salvar-se,
faziam o mesmo. Como a arca possuía tampa, ninguém
conseguiu entrar. Famintos, os animais devoraram todos os
homens; salvaram-se apenas as oito pessoas que estavam na
arca. Elas são consideradas antepassados da raça branca.”
“Nova Civilização de 3/3 - Cristo, o protagonista principal
do controle sobre o mal”:
“Foi graças ao cristianismo que a sociedade dos povos de
raça branca não se tornou um mundo dominado por Satanás e
conseguiu alcançar o maravilhoso progresso que se vê nos dias
de hoje. Trata-se, pois, de um legado do amor cristão. Pelo
exposto, creio que os leitores puderam compreender o
significado do aparecimento do cristianismo.”
“A Criação da Civilização”, capítulo XVII – Nutrição,
década de 40:
“As carnes animais estimulam a vontade de competir, que
pode transformar-se em vontade de lutar. Isto é claramente
24
observável na história das raças brancas. Graças ao espírito
competitivo foi que a raça branca desenvolveu a cultura que hoje
conhecemos. Por outro lado, entretanto, o espírito de luta tem
dado margem a guerras intermináveis. Tem havido muito mais
guerras entre os países civilizados do Ocidente do que entre os
países do Oriente.”
“A Outra Face da Doença – O homem é um poço de
saúde, 1950:
“Costuma-se dizer que determinados alimentos são
nutritivos e que outros não o são, mas isso também é um erro.
Apesar de existir alguma diferença, dependendo do clima e das
características da região, todos os alimentos são produzidos de
maneira adequada às pessoas aí nascidas. Os indivíduos de raça
amarela alimentam-se de arroz, e os de raça branca, de trigo.”
Mas, como procurar um meio de atestar a predominância
da razão para a raça branca?
Tomando-se o Prêmio Nobel como uma referência aos
avanços científicos e/ou culturais, isto é, um conjunto de
prêmios internacionais anuais concedidos para pessoas que
fizeram contribuições relevantes para a humanidade em Física,
Química, Fisiologia ou Medicina, Ciências Econômicas, Literatura,
e Paz por comitês suecos e noruegueses. A vontade do inventor
sueco Alfred Nobel estabeleceu os prêmios em 1895.
Até o momento foram distribuídos 1214 prêmios sendo
que 883 em ciências e 331 em cultura onde 128 em literatura e
103 em paz.
Existem 191 países assim distribuídos pelos continentes:
África = 53; Europa = 46; Ásia = 44; América = 34; Oceania = 14.
Para se ter uma ideia geral da distribuição desses prêmios
se aloca, grosso modo, a raça negra na África, a amarela na Ásia
e a branca na Europa e na América (apenas Estados Unidos e
Canadá).
Observa-se na ciência (predominância da razão) que:
25
Em apenas dez países, sendo oito europeus e os dois
americanos, se detém 608 prêmios Nobel em ciências, ou seja,
quase 70%: Estados Unidos = 307, Reino Unido = 94, Alemanha =
87, Suíça = 20, Rússia = 19, Países Baixos = 18, Canadá = 18,
Suécia = 17, Áustria = 15, Itália = 13;
Juntando Ásia e África se detém apenas a 33, isto é, não
chegando a 4%. Ásia teve 29, isto é, 3%: Japão = 17, China = 5,
índia = 5, Taiwan = 1, Paquistão = 1. A África teve apenas 4, isto
é, 0,4%: África do Sul = 3, Egito = 1.
Com isso se volta a insistir que não se está privilegiando a
ciência em relação à literatura e a paz, ou a arte em geral. Aliás,
diga-se de passagem, que o cientista Stephen Hawking disse:
“(...) desenvolvimento da inteligência artificial completa pode
significar o fim da raça humana”.
Meishu-Sama no seu ensinamento “O paraíso é o mundo
da arte” diz:
“Costumo dizer que o Paraíso é o Mundo da Arte, mas
isso não deixa de ser um conceito bastante resumido.
Naturalmente, o aperfeiçoamento da Arte é desejável, seja a
pintura, a escultura, a música, as artes cênicas, a dança, a
literatura, a arquitetura, etc.; entretanto, para se poder falar em
Paraíso, é preciso que todas as artes estejam reunidas, ou
melhor, que tudo seja artístico.”
Por isso é dito no livro de ensinamentos “Evangelho do
Céu, volume 3 - Reino Divino”:
“Para entendê-la melhor, basta pensar um pouco no
desenvolvimento da civilização. Desde tempos imemoráveis, têm
aparecido na raça humana personalidades altamente capazes
que jamais mediram esforços para colocar em prática ideias
grandiosas em benefício do progresso.”
Como não levar em conta Desmond Tutu e Nelson
Mandela em prol da libertação da África do Sul, ganhadores do
prêmio Nobel pela paz em 1984 e 1993, respectivamente.
26
O evolucionismo permite dizer que não somos
descendentes dos macacos, mas sim seus primos ou até que
somos um tipo de macaco. Algo como embora 98% dos genes
dos chimpanzés se assemelha com os dos homens, não somos
descendentes de nossos irmãos, mas compartilhamos com eles
ancestrais comuns (nossos pais).
Chegando ao reino hominal, no caráter evolutivo do
homem enquanto raças, diríamos que elas são irmãs
descendentes da espécie humana ou simplesmente raça
humana. Desse ponto de vista, raça é um conceito irmanador
que está longe em ser estimulo ao racismo.
Desfazendo qualquer dúvida: qualquer ser humano de
qualquer raça é primo do macaco ou um tipo dele.
Meishu-Sama aponta que no final todos têm mesmo fim:
No ensinamento “A existência do Mundo Espiritual” em
1949, ele ensina que:
“Quando o corpo carnal se torna inútil, por velhice,
doença, perda de sangue, etc., o espírito o abandona e dirige-se
ao Mundo Espiritual, onde passa a viver. Esse fenômeno é
idêntico no mundo inteiro, seja qual for a raça.”
Aponta também que as pessoas têm que aprimorar e que
existem várias formas.
No ensinamento “Ás vezes Deus faz uso da palavra de
pessoas humildes para comunicar a sua vontade”, em 1953:
“É como sempre digo: na maioria dos casos, é melhor
perder. Nas discussões e coisas dessa natureza, deve-se perder,
Isso é uma das formas de aprimoramento. É algo penoso ouvir
atentamente a mentira do outro, mas isso também é um
aprimoramento para conseguir ser calmo e tolerante. Esse é o
aprimoramento verdadeiramente eficaz.”
Gostaríamos de concluir com uma indagação: ao
reencarnar numa determinada raça com sua predominância não
seria um tipo de aprimoramento algo necessário à evolução
humana?
27
RELIGIÃO
É ÓPIO DO POVO
28
29
TEMA
A intolerância religiosa pode ser oriunda da ideologia ou
política em termos irracionais, sem nenhuma cientificidade ou
indicativa de progresso, que ocasiona prisões ilegais,
espancamentos, torturas, execução injustificada, negação de
benefícios e de direitos e liberdades civis, podendo também
implicar em confisco de bens e destruição de propriedades, ou
incitamento ao ódio, entre outras coisas.
Exemplo de intolerância religiosa pode ser vista: desde a
Antiguidade com a perseguição dos primeiros cristãos pelos
judeus e pagãos; passando pelo século XX quando os nazistas
perseguiram milhões de judeus e outras etnias não apenas
devido à sua raça, mas especificamente em retaliação contra os
seus ideais religiosos; até os dias de hoje com o conflito entre
muçulmanos e não muçulmanos, localizado em Darfur no oeste
do Sudão, onde se estima que tenham morrido 400.000 pessoas.
Mas, outra coisa é a intolerância religiosa ser originária
de ideologia ou política racional, científica e progressista, que
leva à encarceramentos justos, negação de explorações e
confisco de privilégios.
Exemplo é aquela embasada na expressão "A religião é o
ópio do povo" que é uma citação da “Crítica da Filosofia do
Direito de Hegel” feita por Karl Marx, obra publicada em 1844.
Apesar de Marx não ter sido o primeiro a utilizar a expressão,
pois citações similares são encontradas em textos do século
XVIII, a autoria é com frequência atribuída a ele.
A comparação da religião com o ópio já tinha aparecido,
por exemplo, em escritos de Kant, Feuerbach, Moses Hess e
Heinrich Heine. Este último, em 1840, escreveu: “Bendita seja
uma religião, que derrama no amargo cálice da humanidade
sofredora algumas doces e soporíferas gotas de ópio espiritual,
30
algumas gotas de amor, fé e esperança.” Moses Hesse, num
ensaio publicado na Suíça em 1843, também utilizou a mesma
ideia: “A religião pode fazer suportável [...] a infeliz consciência
de servidão... de igual forma o ópio é de boa ajuda em
angustiantes doenças.”
A frase de Marx em seu contexto imediato é o seguinte:
“A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a
expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A
religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo
sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio
do povo.
A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos
homens é a exigência da sua felicidade real. O apelo para que
abandonem as ilusões a respeito da sua condição é o apelo para
abandonarem uma condição que precisa de ilusões. A crítica da
religião é, pois, o germe da crítica do vale de lágrimas, do qual a
religião é a auréola.
A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não
para que o homem os suporte sem fantasias ou consolo, mas
para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. A crítica da
religião liberta o homem da ilusão, de modo que pense, atue e
configure a sua realidade como homem que perdeu as ilusões e
reconquistou a razão, a fim de que ele gire em torno de si
mesmo e, assim, em volta do seu verdadeiro sol. A religião é
apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele
não circula em torno de si mesmo.
Consequentemente, a tarefa da história, depois que o
outro mundo da verdade se desvaneceu, é estabelecer a
verdade deste mundo. A tarefa imediata da filosofia, que está a
serviço da história, é desmascarar a auto-alienação humana nas
suas formas não sagradas, agora que ela foi desmascarada na
sua forma sagrada. A crítica do céu transforma-se deste modo
em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, e a
crítica da teologia em crítica da política."
31
Algumas religiões retrucam tal afirmativa dizendo que
uma religião equilibrada e sadia não tem como ser um ópio, será
sim saúde para o homem na sua individualidade e na sua vida
social. Mas, não negam a existência de religiões que realmente
são narcóticos, provocando anestesia, dormência, euforia,
dependência física e intelectual, neurose e desequilíbrio. Mas,
lembram que também existem filosofias, ideologias e políticas
enquadradas como ópio, como o nazismo e o próprio
comunismo que devido a sua fé no ateísmo prenderam e
executaram muitos cristãos.
Assim, “Religião é ópio do povo” tem sido um tema
complexo, fundamental e controvertido não só para religião,
mas também para a filosofia, ideologia e política, há um bom
tempo.
Como os messiânicos têm raciocinado a respeito deste
tema? Esse é o momento de procurar pensá-lo mais
profundamente.
32
REFLEXÃO
Nestes 24 anos como messiânico me atrevo em dizer que
possivelmente parte dos seguidores do Messias Meishu-Sama
nunca tenha discorrido ou ouvido falar sobre este assunto numa
conversa ou num trabalho, alguns talvez apenas negue ou rejeite
tal enunciado sem nenhum argumento, outros que afirmam com
muita convicção que religião e política não se misturam, ou seja,
religião é religião, enquanto, política é política.
Entretanto, quando se estuda os ensinamentos do
fundador da messiânica, o Messias Meishu-Sama, pode-se
começar a ficar um pouco em duvida e assim se conjecturar três
pontos para serem ponderados.
Quando o Messias diz que “Religião e a Arte têm de
caminhar tal como as rodas de um carro.” Pode-se imaginar se
Religião e Política têm de caminhar juntas.
Quando Meishu-Sama concorda que “A dúvida é o
princípio da crença”. Pode-se depreender que os messiânicos
devam largar as suas opiniões e certezas sem nenhuma
fundamentação no Fundador da Messiânica e que deixem de
serem apenas devotos seguidores de rituais e superem os seus
medos de perderem privilégios e seguranças apenas materiais, e
passem a conhecer e praticar os ensinamentos.
Apresenta-se para observações elementos da pilha de
problemas a serem enfrentados.
33
• Religião e Política também têm de caminhar juntas
“Religião e Política” em 25 de janeiro de 1949:
“Apesar de haver uma estreita relação entre Religião e
Política, é estranho que isso não tenha despertado muito
interesse. Na realidade, até o término da Segunda Guerra
Mundial, a Política, longe de apreciar a participação da Religião,
vivia oprimindo-a. Desde a Antiguidade este fenômeno se fez
notar em vários lugares, registrando-se não poucos casos da
quase extinção de religiões devido à violência das perseguições.
No entanto, por mais que a Religião tente realizar o seu objetivo,
que é a construção de um Mundo Ideal, para incrementar a
felicidade do homem, torna-se evidente que ela jamais atingirá
essa meta se a Política não for justa. Sendo assim, uma Política
escrupulosa requer políticos íntegros e, para preencherem essa
condição eles devem ser dotados de religiosidade.
No Japão - desconheço a situação no estrangeiro - um
erro no qual os políticos têm inclinação para incorrer é a
corrupção. Pode-se dizer que isso acontece porque eles são
escravos do materialismo, cuja origem está na falta de
religiosidade. É desejável o aparecimento de políticos dotados de
espírito religioso, pois só assim poderemos alimentar esperanças
quanto ao futuro, aguardando o bom desenrolar dos destinos da
Nação. No que se refere à construção de um novo Japão, é
necessário, sobretudo, incutir espírito religioso nos políticos, para
que seja realizada uma Política arraigada no senso religioso.
Atualmente o povo vive criticando, e com razão, a
degeneração da Política, as fraudes eleitorais, a prevaricação
dos funcionários públicos, a degradação dos educadores, etc. Os
próprios políticos, os órgãos competentes e o povo empenham-
se com unhas e dentes na solução purificadora dos problemas
dessa lamacenta sociedade. Infelizmente, na prevenção do
crime, conta-se apenas com a força da Lei, mas esta não atinge o
âmago da questão, pois a causa dos crimes está no interior do
34
homem, ou seja, na sua alma. Purificar a alma é o método
verdadeiramente eficaz. Estou convicto de que isso só poderá ser
conseguido através de uma Fé verdadeira.”
Religião e seitas” em 25 de janeiro de 1949:
“Para evitar tais dificuldades, pregarei a doutrina por um
novo método, de modo que ela possa ser facilmente assimilada
pelas pessoas. Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião,
publicar, gradativamente, interpretações novas sobre Política,
Economia, Educação, Arte, etc.”
“A verdadeira religião “daijo”, em janeiro de 1954:
“(...) está próximo o advento do Paraíso Terrestre, que é o
objetivo de Deus. A condição básica para a sua concretização é
(...) desenvolver uma superatividade cultural que abranja todos
os setores: Religião, Ciência, Política, Economia, Arte, etc.”
“Transição da Noite para o dia” em 5 de fevereiro de
1947:
“Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o
Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois viria o fim. Que
quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será
cumprida pelos meus Ensinamentos, um livro intitulado “A
Criação da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a
civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta, a
Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem
diferentes.
• Conhecer e praticar os ensinamentos
“Religião Pragmática” em 30 de maio de 1951:
“O pragamtismo, doutrina sustentada inicialmente por
Charles Sanders Peirce, famoso filósofo americano (1839-1914),
chegou a ser uma filosofia de âmbito mundial, propagada por
William james, que hoje é considerado seu criador. Dizem que
pragmatismo significa utilidade prática; creio, entretanto, ser
mais adequado aplicar o termo “ativismo”.
35
Acho desnecessário falar muito a respeito, porque se
trata de uma teoria conhecida por todos aqueles que se
interessam pela Filosofia. O que desejo falar agora, é sobre o
pragmatismo religioso. Já me referi uma vez a esse tema, mas
torno a abordá-lo, para melhor compreensão.
Quando falamos em ativismo religioso, temos a
impressão de que todas as religiões estejam praticando ações de
Fé. Todos conhecem propagandas por escrito, sermões verbais,
orações, cultos, rituais religiosos, ascetismo e mortificações;
infelizmente, porém, as religiões ainda não atingiram a vida
prática. Em verdade, não passam de cultura mental.
O pragmatismo filosófico introduz a Filosofia na vida
prática, acentuando, neste ponto, o caráter americano. Pretendo
fazer o mesmo, com uma diferença: fundir a Religião e a vida
prática, tornando-as íntimas e inseparáveis. Deixemos, pois, de
ostentar virtudes, de isolar-nos, de ser teóricos como foram até
hoje os religiosos, e sejamos iguais às pessoas comuns. Para
tanto, é preciso que eliminemos toda afetação religiosa e
procedamos sempre de acordo com o senso comum, a ponto de
tornar a Fé imperceptível aos outros. Isso vem a ser a
apropriação completa da Fé.
Com essa explicação, creio que puderam entender o que
vem a ser ativismo religioso.”
“Benefícios materiais” em novembro de 1950
“Se fizerem uma profunda análise da Igreja Messiânica
Mundial, compreenderão que ela não só é de caráter popular
como teórico. Podemos dizer mesmo que é uma Ultra-Religião,
inédita para a humanidade. E não é só isso. O que defendemos
não se restringe apenas à Religião. Nosso objetivo é dar a mais
alta diretriz ao campo da Medicina, da Agricultura, da Arte, da
Educação, da Economia, da Política, enfim, a tudo quanto diz
respeito ao homem. Em suma: queremos colocar a teoria em
prática, de maneira que a Fé seja vivida no nosso dia-a-dia.”
36
“Sejam sempre homens do presente” em 11 de outubro
de 1950:
“O homem deve progredir e elevar-se continuamente,
sobretudo aqueles que possuem fé. Entretanto, quando tocamos
em assuntos religiosos, as pessoas costumam julgar-nos
antiquados e conservadores. Não podemos negar que essa é
uma tendência dos fiéis em geral; porém, com os messiânicos,
dá-se justamente o contrário, ou melhor, eles devem esforçar-se
para ser o contrário.
Observemos a Natureza. Ela procura renovar-se e
progredir constantemente, sem um minuto de interrupção. O
número de seres humanos aumenta de ano para ano. As terras
vão sendo exploradas todos os anos. Vemos maiores e melhores
vias de transportes – obras cuja construção demonstra crescente
arrojo arquitetônicio – e maquinarias cada vez mais perfeitas. As
ervas e as árvores crescem em direção ao Céu. Tudo isso mostra
que nada regride.
Ora, se tudo continua evoluindo, é natural que os homens
também devam evoluir continuamente, seguindo o exemplo da
Natureza. Nesse sentido, eu mesmo faço esforço para elevar-me
e progredir cada vez mais; este mês, mais do que no mês
anterior; este ano, mais do que no ano passado.
Mas progredir somente na parte material, isto é, nos
negócios, na profissão e na posição social, não passa de algo
sem base, algo demasiado superficial, como uma planta sem
raiz. É indispensável o progresso de espírito, isto é, a elevação da
individualidade. Portanto, devemos prosseguir passo a passo,
pacientemente, visando à perfeição, principalmente no que se
refere à espiritualidade. Com a elevação gradual do espírito, a
personalidade também florescerá e, sem dúvida alguma, essa
atitude de contínuo progresso conquistará a confiança do
próximo, facilitará os empreendimentos e tornará a pessoa feliz.
Os jovens da atualidade talvez encarem estas palavras
como moral antiquada e já superada; entretanto, é pondo em
37
ação tais palavras que as criaturas poderão, verdadeiramente,
ficar atualizadas. Os homens que não pensam e não agem assim,
desejando evoluir apenas materialmente, ficam estacionados.
Não progridem nem são progressistas. Parecem-me
antiquadíssimos, observados deste ponto de vista. Seus
pensamentos e assuntos são sempre os mesmos, não
apresentam nada de especial. Palestrar com essas pessoas não
me desperta nenhum interesse, pois elas se limitam a assuntos
triviais, não falando de Religião, de Política, de Filosofia e muito
menos de Arte.
O ideal seria que todos os fiéis da nossa Igreja se
interessassem em progredir e elevar-se cada vez mais. Como
visamos a corrigir a civilização errônea e construir um mundo
ideal, os messiânicos devem procurar, nesta época de transição
do mundo, ser sempre homens atualizados, vivendo em sintonia
com o século XXI, que se aproxima.
Eis o sentido do meu costumeiro conselho: sejam homens
do presente.”
“Religião teórica e religião prática” em 20 de abril de
1949:
“A tais religiões, que destoam da realidade, dou o
nome de religiões teóricas.
Assim sendo, se pretende salvar de verdade os
concidadãos, a teoria apenas não basta. É preciso, custe o que
custar, lançar-se de frente ao dia-a-dia do povo e nele ser
absorvido, a ponto de que fé e cotidiano se igualem. A isto
chamo de religião prática. Qual seria essa linha de ação?
Citemos o exemplo da carestia oriunda da inflação, uma das
dificuldades cruciais do Japão de hoje, e a sua causa, que se
acha na política alimentar do governo; há ainda outras
implicações que a ela se relacionam, como a questão
trabalhista, a prevenção da criminalidade, o saneamento dos
círculos políticos, a questão da tuberculose e tantas outras.
Tem-se, na realidade, uma pilha de problemas a exigir urgente
38
solução. Pretendo dissecá-los através do afiado bisturi da
crítica religiosa, resolvendo-os por meio da prática aplicada na
vida.”
• Elementos problemáticos a serem enfrentados
“O hábito da mentira” em 5 de setembro de 1951:
“Entre as várias espécies de hábitos, existe um, pouco
percebido, que é o da mentira. O homem moderno mente
demais, baseando-se na idéia errônea de que está bem sucedido.
A maioria, acostumada a esse mau hábito, nem seuqer toma
consciência de que está mentindo. Quando isso ocorre com os
meus subalternos, costumo chamar-lhes a atenção, mas muitos
deles parecem ter perdido a noção da diferença entre a verdade
e a mentira. Só percebem haver mentido e pedem desculpas
depois de eu lhes ministrar uma lição bem clara a respeito. O
hábito faz com que o povo moderno se perca, incapaz de
distinguir os limites entre a mentira e a verdade.
Deixarei de lado as mentiras inconseqüentes, que não
merecem análise especial, para cuidar das maiores, mais graves,
por serem conscientes e premeditadas. Entre elas, começaremos
por analisar as mentiras proferidas pelos políticos. Estes, muitas
vezes, são censurados por deixarem de cumprir as promessas de
uma boa política e planejamento, feitas durante pomposas
propagandas eleitorais. Há, também, muitos parlamentares que
desprezam os compromissos assumidos com os seus eleitores,
julgando essa atitude perfeitamente normal. Existem educadores
cujos atos contradizem a grandeza de suas palavras, e é comum
os jornais publicarem artigos de caráter duvidoso. As
propagandas exageradas não constituem exceção.
Os impostos representam o maior problema. É uma
competição de mentiras, entre fiscais e contribuintes, de caráter
sumamente complicado e desagradável. Há médicos que
mentem, dando esperanças a pacientes incuráveis. Também
39
desaprovo os bonzos que fazem uso freqüente das “mentiras de
ocasião”. As conhecidas táticas empregadas pelos comerciantes
são mentiras aceitas pelo público. Com estas variedades, embora
resumidas, podemos afirmar que o mundo é um complexo de
mentiras.
Talvez achem incrível o fato de um promotor mentir, mas
isso acontece de vez em quando. A prova se evidencia no notável
esforço que o Ministério Público vem empregando, baseado em
suposições, para criar criminosos, desde a ocorrência de um caso
até o julgamento final. Sempre que isso se repete, penso
insistentemente no motivo de tanto interesse em culpar cidadãos
inocentes. É realmente um enigma, para o qual não existe
explicação. A profissão de promotor exige a condenação de um
criminoso, mas a condenação de um inocente foge ao nosso
raciocínio. É difícil saber prontamente se um suspeito é ou não
responsável por um crime, mas creio ser possível distinguir o
branco do preto, após uma breve investigação.
O desejo de mentir parte do pensamento otimista
segundo o qual é impossível a mentira vir à luz. A teoria da
inexistência de Deus favorece o argumento de que a mentira
perfeita é sinal de inteligência - o que constitui um erro
gravíssimo, existência de Deus é uma realidade, e a mentira,
mesmo bem pregada, é passageira, estando sempre sujeita a ser
descoberta. Isso acarreta um grande prejuízo a quem mente,
porque, contrariando seu objetivo primordial, a pessoa se expões
à vergonha de ter o seu crédito destruído e ser-lhe imposto um
castigo. O mentiroso pensa que Deus não existe, simplesmente
porque Ele é invisível. Neste ponto, iguala-se aos selvagens, que
não acreditam na existência do ar porque não o vêem. Pobre
homem civilizado, completamente mergulhado no hábito da
mentira!”
“A civilização selvagem" em 25/03/53.
“Em seguida, falarei sobre a falta de racionalidade na
sociedade atual. Olhando exteriormente, todos os países têm
40
leis, organização política e econômica, sistema social, etc.; estão
constituídos de forma extremamente satisfatória pela Ciência e
pela inteligência humana, mas as características selvagens dos
homens que os administram manifestam-se em todos os lugares.
Uma vez retirada à máscara, a irracionalidade aparece numa
quantidade exorbitante e assustadora. Na política, por exemplo,
observando o estado da Assembleia, pode-se perceber que a
linguagem e as atitudes abusivas não parecem adequadas a uma
reunião de pessoas de alto nível. O tumulto é tão insuportável,
que a gente tem a impressão de estar vendo uma multidão de
velhacos. O regime parlamentar está constituído de forma bem
racional, mas também é destruído pelas características
selvagens dos seus componentes. Os membros dos partidos
políticos pensam em primeiro lugar no seu próprio beneficio, em
segundo lugar no beneficio do partido, e em terceiro lugar é que
vão pensar no beneficio dos cidadãos. É um assunto
problemático, pois essas pessoas se vangloriam, dizendo-se
representantes do povo no Congresso.”
“Aura” em 5 de fevereiro de 1947:
“(...) se a política de uma nação é ruim, é porque a aura
de seus governantes é fina, assim como também a do povo, que
sofre as consequências dessa má política.”
“Encosto espiritual”:
“Hoje, muito se fala em desmoralização das opiniões,
aumento da criminalidade e degradação política. Todos esses
assuntos têm estreita relação com as doenças mentais, cujas
causas estão na parte física e, ao mesmo tempo, relacionadas ao
fenômeno do encosto espiritual.”
“Instinto e abstinência” em 24 de dezembro de 1952:
“Com a política e as ideias contemporâneas ocorre o
mesmo. Os erros nascem das posições definidas – esquerda ou
direita, capitalismo ou comunismo. Com essa definição, está se
estabelecendo um limite e, decorrências disso, os choques serão
inevitáveis.”
41
“Sunao”:
“Quando eu falo a jornalistas desse país [Estados Unidos
da América do Norte] sobre a finalidade da Messiânica e a
construção do Tijyotengoku (Reino do Céu na Terra) em Hakone
e Atami, ouvem tudo e concordam com as minhas ideias sem
contestação. Pelo mesmo motivo, possuem também poucos
partidos políticos, cujo número não passa de dois ou três. Já,
neste aspecto, os japoneses são bem diferentes dos anglo-
saxões. Mais divergentes, criam oposição a tudo; eis por que no
Japão existem muitas religiões e um número bem maior de
facções políticas.”
“Ódio ao mal” em 25 de fevereiro de 1951:
“Na política, que sempre funciona muito mal, o
descalabro é evidente. A maioria dos políticos e funcionários
públicos é corrupta. Ex-dirigentes de sociedades são denunciados
por escândalos de suborno e prevaricação. A onda de crimes
avoluma-se dia a dia. Segundo a opinião geral, surge dar fim à
delinquência juvenil, evitando-se, dessa forma, um negro futuro
para o Japão e para o mundo.”
“Elo Espiritual” em 25 de outubro de 1949:
“(...) se for homem público, como prefeito de uma cidade,
governador de estado, primeiro-ministro, presidente, imperador,
etc., tem elos espirituais com todos aqueles que estão sob sua
administração ou governo. Quanto mais elevada à posição do
homem, maior se torna o número de seus elos espirituais. Sendo
assim, a personalidade de um líder tem que ser nobre, porque, se
no seu espírito houver impurezas, isso se refletirá nocivamente
sobre grande número de pessoas, atuando sobre o pensamento
delas. O primeiro-ministro de um país, por exemplo, deve ser um
homem de grande personalidade; além de muita sabedoria, deve
ter muita sinceridade. Caso contrário, o pensamento do povo se
deteriora, a moral relaxa, e o número de criminosos torna-se
cada vez maior.”
“Sinceridade” em 25 de janeiro de 1949:
42
“Só a sinceridade é capaz de resolver os problemas dos
indivíduos, do país e do mundo. A deficiência política resulta da
falta de sinceridade. A pobreza material e a corrupção moral
também têm a mesma origem. Enfim, todos os problemas são
gerados pela falta de sinceridade. Religião, Educação e Arte que
não se alicerçam na sinceridade, passam a representar meras
formas sem conteúdo.
Homens, a chave de todos os problemas está na
sinceridade.”
No livro “Pão Nosso de Cada Dia”:
Os problemas de uma país não são solucionados
Porque falta sinceridade
Aqueles que o administram.
Está chegando o momento
De surgirem, neste mundo, pessoas sinceras,
Mesmo sem nome e nem posição.”
43
PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA
É ENGODO
44
TEMA
A legitimidade da democracia não parece ser contestada
por ninguém nos dias de hoje. Mas o mesmo não acontece com
seu exercício. Há pouca inconsistência lógica nos princípios
políticos, embora a inconsistência seja gritante quando se tenta
aplicá-los ao caso concreto.
Um desses princípios mais conhecido é o citado por
Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos, posto que
ocupou de 4 de março de 1861 até seu assassinato em 15 de
abril de 186:
“A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o
povo.”
Mas, o que é democracia, governo e povo?
Democracia é um regime político em que todos os
cidadãos elegíveis participam igualmente no governo (poder de
regrar uma sociedade política) através do sufrágio universal, isto
é, do direito de voto a todos os indivíduos considerados
intelectualmente maduros (em geral os adultos).
Já povo é, usualmente, concebido como um conjunto de
indivíduos que, num dado momento histórico, constitui uma
nação. Se, por vezes, esta coincide com a totalidade de um
território a ela associada, como normalmente acontece, é
também o conjunto dos cidadãos de um país.
Mais tarde, Lincoln diria: “Quase todos os homens são
capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o
caráter de um homem, dê-lhe poder.”. Então é possível
conjecturar, por exemplo, a honestidade e sinceridade dos
governantes do executivo, legislativo e judiciário, bem como se
eles vão conseguir aplicar o princípio da democracia na
sociedade. Ou se isso que serve de base a um regime político
45
não é praticamente um artifício para atrair e enganar o povo, um
chamariz através de voto.
Os pensadores italianos do século XX Vilfredo Pareto e
Gaetano Mosca (independentemente) argumentaram que a
democracia era ilusória, e servia apenas para mascarar a
realidade da regra de elite. Na verdade, eles argumentaram que
a oligarquia da elite é a lei inflexível da natureza humana, em
grande parte devido à apatia e divisão das massas (em oposição
à unidade, a iniciativa e a unidade das elites), e que as
instituições democráticas não fariam mais do que mudar o
exercício do poder de opressão à manipulação. Como Louis
Brandeis uma vez profetizou, "Podemos ter democracia ou
podemos ter riqueza concentrada nas mãos de uns poucos, mas
não podemos ter as duas coisas”.
Hoje todos os partidos políticos no Canadá são cautelosos
sobre as críticas de alto nível de imigração, porque, como
observou The Globe and Mail, "no início de 1990, o antigo
Partido da Reforma foi marcado como 'racista' por sugerir que os
níveis de imigração deveriam ser reduzidos de 250.000 a
150.000." Como o professor de Economia Don J. DeVoretz
destacou: "Em uma democracia liberal como o Canadá, o
seguinte paradoxo persiste. Mesmo que a maioria dos
entrevistados respondendo sim à pergunta: 'Há muitas
imigrantes chegando a cada ano?' Números de imigrantes
continuam a subir até que um conjunto crítico de custos
econômicos apareça'".
Alguns acham que a democracia é o regime ideal. Outros
que não se encontrou alternativa melhor já que as outras opções
como ditadura, absolutismo e autoritarismo são desastrosas. Há
os que tentam aperfeiçoá-la desde adjetivando-a de direta e
indireta, ou até os que sugerem que ninguém pode ser reeleito,
inclusive o partido para que não haja perpetuação no poder.
Ainda tem os que defendem a invalidação de partidos com
46
ideologias como fascismo, nazismo, comunismo, capitalismo,
anarquismo e populismo.
No que se seguem todos os citados trechos entre aspas
são de autoria do Messias Meishu-Sama, não se citará a fonte
para não sobrecarregar o texto.
47
REFLEXÃO
• Existem princípios inferiores e superiores.
“Até as pregações religiosas caem no exagero, mas na
realidade, estão apenas transmitindo princípios inferiores. Por
exemplo, há volumes de oitenta e quatro mil sutras, que mesmo
assim, quase nada transmitem. Se pudessem ser comparados a
metais, corresponderiam ao ferro.
(...) Mesmo em conversas, nota-se que são raras as
pessoas capazes de tocar no ponto fundamental de um assunto,
e a maioria delas fica só girando em torno do tema, falando
exageradamente. Inclusive, percebo esse problema entre os
japoneses que, por terem vivido quase três séculos sob o domínio
do Feudalismo - regime que lhes ensinou a mentir - não têm
condições de expor apenas o ponto focal de uma conversa.”
“Atualmente, há um esforço conjunto de países em prol
da educação, bem como a firme atuação de outros órgãos que
visam ao desenvolvimento correto do pensamento e a mudanças
no coração do povo. Entretanto, caso não se consiga erradicar,
na própria raiz, as ideias ateístas, será como pegar água com um
escorredor. E mesmo uma inteligência superior, caso esteja
unicamente voltada a princípios materialistas, obviamente, vai
fazer uso muito mais do lado do mal. Daí também a razão do
aumento dos crimes de natureza intelectual, à medida que a
civilização progride.
Por isso, venho alertando os que dominam o poder: não
há mais cabimento em se cultivar tamanha ignorância!”
“Mas de que modo será possível a anulação de tanta
maldade? O recurso para isso consiste em se manter bem clara a
ideia de que o princípio básico para se obter uma vida
48
harmoniosa e feliz na Terra é despertar nos homens (...) a crença
na existência de Deus.”
Lógica Divina: o mesmo que "princípio divino que rege o
Universo".
“Lei de Causa e Efeito: princípio universal preconizado no
seguinte provérbio: "cada um colhe o que planta". Então, de
acordo com essa lógica, toda ação - boa ou má - tem,
inevitavelmente, suas consequências.
Nuvens Espirituais: "máculas que recobrem a alma do ser
humano (centelha divina) geradas pela violação dos princípios da
Lei Divina, isto é, princípio estabelecido por Deus no momento
da criação que através dele o Universo se movimenta e evolui. É
inviolável e imutável.". Seu processo assemelha-se ao que ocorre
no plano físico quando, muitas vezes, nuvens recobrem os raios
solares, impedindo-os de iluminara Terra. De forma idêntica,
quando alguém possui nuvens espirituais, perde a capacidade de
discernir entre o Bem e o Mal, o certo e o errado, por falta de
Luz para isso.”
“Então, o ponto mais importante consiste em não se
rotular os acontecimentos segundo o princípio shojo (limitante
em demasia) - tão característico do pensamento humano -, que
cria suas próprias razões, aceitando-as como verdade
incontestável, prática que acaba por nos levar a cometer graves
erros.”
“Mesmo que uma grande purificação venha a ocorrer,
tudo o que houver de bom permanecerá, devido ao Princípio de
Continuidade na Natureza, e esse conhecimento tem de ser parte
integrante de nosso ser. (...) O ser humano é o agente
responsável por essa construção e, por isso, deverá selar um
compromisso com o progresso, mesmo porque não é nada bom
mantermo-nos estacionados num mesmo ponto.”
49
• Intelecto do político seja orientado pelo teísmo e inteligência
de alto nível.
“Kan-chi é a inteligência maldosa, muito comum entre os
intelectuais e as classes dirigentes, razão por que a sociedade
não pode melhorar. Somente com a aniquilação desse Tie
maligno poderá surgir uma sociedade pura e alegre e uma nação
digna. Mas haverá algum meio de aniquilá-lo? Não é difícil,
desde que o Tie maldoso seja radicalmente destruído. Isto,
porém, é impossível sem uma poderosa atividade religiosa que
consiga despertar a crença na existência de Deus.”
“Se vocês observarem bem atentamente, notarão que as
reuniões dos deputados no Congresso duram muitas horas e eles
não conseguem chegar a um resultado satisfatório. Assim
acontece porque os homens em geral têm a cabeça cheia de
nuvens, criadas pelas toxinas dos muitos remédios que tomaram.
(...)
No decorrer das discussões, o clima assemelha-se ao de
uma briga em que cada qual defende ardorosamente a sua
opinião, julgando ser a única verdadeira. (...) Diante desse
comportamento, torna-se difícil elogiar a cabeça dos políticos
atuais, que ficam perdendo tempo, fazendo um esforço
desnecessário e prolongando inutilmente o período de
funcionamento do Congresso.
Muito me admira como os deputados têm tanto tempo a
perder. Penso mesmo que eles gostam dessas contendas
intermináveis; não imaginam que, agindo assim, estão
prejudicando o povo. Por isso, é muito importante nos dias de
hoje, cada um se preocupar um pouco mais com o
aprimoramento de sua maneira de pensar.”
50
• A nação e sua gente devem se nortear pela prática da
verdade, virtude e beleza.
“Em qualquer circunstância, entretanto, o objetivo de
Deus Supremo continua sendo a criação do mundo ideal, pleno
de Verdade, Virtude e Beleza. E para concretizar o Seu plano, o
Criador vem preparando todas as condições até que o tempo
adequado se faça presente.
Por sua vez, a humanidade precisa reconhecer que o
momento já está chegando; cada pessoa deve, portanto,
começar uma revolução dentro de si mesma.”
• Democracia ainda é fraca.
“Não sou o único, entretanto, a pensar que a democracia
ainda não criou raízes firmes. Muitos resquícios de feudalismo
ainda subsistem em várias camadas da sociedade japonesa.”
“Os membros dos partidos políticos pensam em primeiro
lugar no seu próprio beneficio, em segundo lugar no beneficio do
partido, e em terceiro lugar é que vão pensar no beneficio dos
cidadãos. É um assunto problemático, pois essas pessoas se
vangloriam, dizendo-se representantes do povo no Congresso.”
• A prática do princípio da democracia e a gestão na condução
de nação se assemelha na atualidade a tapeação de meninos.
"Ao examinar todas as facetas da civilização
contemporânea, não posso deixar de pensar na medicina mo
num engodo para crianças. O mesmo digo quanto à política (...)
parecem obra de uma criança travessa do primário.”
51
• O fascismo e o nazismo são liderados por Satanás.
“A História registrou a passagem de muitos desses heróis
e grandes homens. Temporariamente, foram bem sucedidos,
mas todos, sem exceção, acabaram malogrando. Observando-os
sob o ponto de vista espiritual, vemos que foram todos possuídos
por uma grande entidade do reino demoníaco. O interessante é
que, de início, tudo lhes corre bem, mas, a certo ponto,
infalivelmente malogram. O espírito encostado então se afasta
imediatamente. O Kaiser, Mussolini e Hitler constituem exemplos
relevantes. Após o malogro, ficaram como que abobalhados,
parecendo outra pessoa. Isto sempre acontece após o
afastamento de um grande espírito diabólico.”
O comunismo é um movimento político-social místico
egoísta que impõe idéias.
“Tenho certeza de que um dia [o comunismo] vai
sucumbir por se tratar de um movimento político-social repleto
de impurezas. Não está enraizado, na sua estrutura, o desejo de
fazer a maioria das pessoas felizes ou de contribuir de verdade
para o progresso do mundo. Seus dirigentes não medem as
consequências quando matam pessoas inocentes, visando
apenas a benefícios próprios. Em determinadas circunstâncias,
agem como se fossem grandes disciplinadores, mas, de fato, só
querem impor as próprias ideias. Então, quando organizações
dessa ordem chegam ao fim, é certo que prevaleceu a justiça.”
• O capitalismo é um materialismo apegado à exploração
desmesurada.
“Como resultado da exploração dos capitalistas, dos
fazendeiros e de outras pessoas que fazem o que bem entendem
em nome de seus próprios interesses, os trabalhadores, sem
alternativa, para se autodefenderem, acabam enfrentando-os
em movimentos de grupo. Nesse sentido, não será exagero dizer
52
que os próprios capitalistas e fazendeiros é que geram o
comunismo; ou seja, eles lutam contra um fantasma criado pôr
eles mesmos.”
“Através da Revelação Divina visualizei esse país (Estados
Unidos) e, num futuro próximo ele se encontrará frente a
grandes problemas, podendo ser considerados sem
precedentes.”
• O anarquismo é algo fora do limite
“Após a guerra, estabeleceu-se a democracia no Japão, e
assim nos libertamos do despotismo. Isso foi muito bom; pena é
que se tenha ido além dos limites e chegado à situação presente,
ou seja, a uma sociedade predisposta à anarquia.”
• O populismo é manutenção do poder por meio de mandato
democrático-autoritário e política social assistencialista.
“(...) existem os desempregados, viúvas, etc., que vivem
na dependência da ajuda do governo, dos serviços sociais e da
assistência de instituições. Onde quer que se observe, parece que
nada é possível sem a ajuda de terceiros; consequentemente,
não podemos deixar de ficar espantados com o caráter
dependente dos japoneses.
Nos Estados Unidos, a situação é muito diferente.
Entende-se isto analisando a história de sua formação. No
começo do século XVII, centenas de puritanos da Inglaterra
emigraram para a América sem levar quase nada. Desbravaram
as montanhas e os campos desabitados e, com sacrifício e
esforço, conseguiram construir, em pouco mais de duzentos
anos, a nação civilizada que vemos atualmente. Por isso, é
natural que haja uma diferença tão grande entre o pensamento
dos americanos e o pensamento dos japoneses. Os americanos
não tinham em quem se apoiar, mesmo que quisessem; não
53
havia quem os ajudasse, além deles próprios. Por maiores que
fossem as dificuldades, só dependiam de si mesmos. O único
recurso era produzir algo a partir do nada com a própria força. É
por esse motivo que sinto realmente uma grande admiração
pelos americanos.
Se o povo japonês, pelas críticas que tem sofrido,
pretende reconstruir este país, precisa, antes de tudo, seguir o
espírito desbravador do povo americano. Estou certo de que a
introdução desse pensamento é muito mais eficaz que a
introdução de capital. É o método fundamental, pois está
baseado na Verdade de que o espírito domina a matéria.
Entretanto, podemos dizer que, entre os intelectuais do Japão,
quase ninguém percebe isso. Mesmo nos órgãos de
comunicação, o que se faz é incentivar o espírito de dependência.
Talvez eu esteja exagerando, mas essa característica é própria
dos pedintes acovardados, que compram a compaixão das
pessoas. Além disso, quando alguém não atende suas exigências
conforme eles desejam, os japoneses reclamam, queixam-se,
revoltam-se e, por fim, com a ajuda de terceiros, tentam até
derrubar esse alguém. Parecem não perceber que, em
conseqüência disso, também estão derrubando a si próprios.
Com efeito, não há tolice igual. Pode-se até dizer que, com essa
atitude, não só se torna difícil reconstruir o Japão, mas até
mesmo manter a situação atual.
Quase sempre fazem-se greves como único meio de
resolver os problemas existentes entre empregados e
empregadores. Talvez seja algo inevitável, mas, pensando bem,
o que pode acontecer é o seguinte: quanto mais se faz greve,
mais a empresa regride, e o resultado é a diminuição da receita
e, logicamente, do salário dos empregados. É o mesmo que a
pessoa apertar o seu próprio pescoço.
Quando se leva em conta essa situação, apesar de os
grandes capitalistas serem um tanto indesejáveis na conjuntura
atual, chega-se à conclusão de que, se não surgir um grande
54
número de médios capitalistas, será quase impossível pensar-se
no êxito dos empreendimentos. Esta é a necessidade imediata
para os dias atuais.”
“Aos políticos, cabe esquecerem-se de si próprios, pondo
a felicidade do povo acima de tudo e erigindo-se como exemplos
de boa conduta. O povo também deve praticar boas ações e
esforçar-se constantemente para desenvolver sua inteligência.
Sabemos que serão mais felizes aqueles que praticarem maior
número de ações louváveis."
“Este princípio também se aplica ao país e à sociedade. O
maior problema é o conflito existente no setor industrial, entre
patrões e operários. A administração da produção efetuada por
estes últimos é o que há de mais reprovável, porque se afasta
completamente da ordem.”
“O desrespeito à Lei não trará boas consequências,
mesmo num regime democrático.”
“Pelo exposto, a Política também precisará estar
estruturada em três camadas, para uma boa atuação. Se assim
não for, haverá distúrbios e incompreensão, o que gerará
conflitos (...) a classe média, entre o povo, tem a função de
harmonizar as classes alta e baixa.”
E o que se vê privilegiar os ricos há ponto de se ver a
notável desigualdade social, dar migalhas para os menos
favorecidos para obtenção de votos e sufocar a classe média
inclusive com impostos.
• Regimes democráticos têm ocultado dominação, exploração
e hegemonia.
“Na política, que sempre funciona muito mal, o
descalabro é evidente. A maioria dos políticos e funcionários
públicos é corrupta. Ex-dirigentes de sociedades são denunciados
por escândalos de suborno e prevaricação. A onda de crimes
avoluma-se dia a dia. Segundo a opinião geral, surge dar fim à
55
delinquência juvenil, evitando-se, dessa forma, um negro futuro
para o Japão e para o mundo.
Essas observações que fiz cuidadosamente demonstram
que o mal não é odiado.
Os funcionários públicos conservam o autoritarismo
feudal. Esfriam-se as relações entre familiares e aumenta a crise
entre os educando, por ter-se abraçado a democracia de
maneira deturpada. A bela capa da democracia oculta à
exploração dos impostos e o sofrimento do povo sob a opressão
do poder burocrático.
O número de problemas desagradáveis é tal, que se torna
difícil relacioná-los.
A causa de tudo isto é uma generalizada despreocupação
quanto ao sentido de justiça, acrescida do egoísmo de muitas
criaturas, erroneamente consideradas “experientes”. Todavia,
examinando os fatos, vemos que a sociedade atual não poderia
possuir outras características. Chega a ser lógico.
Em todas as épocas, os jovens possuem vigoroso senso de
justiça e ódio ao mal. Ao deixarem os bancos escolares, no
entanto, enfrentam uma realidade tão inesperada, que golpeia
todas as suas convicções, dissolve seus velhos ideais e exige a
reformulação de seus valores, para que eles adquiram a
chamada “experiência da vida”. Qualquer manifestação do
espírito de justiça cria mal-entendidos, suscita antipatia de
superiores hierárquicos e dificulta-lhes o sucesso na profissão.
Qualquer intenção de justiça é considerada como pedantismo ou
inexperiência. A essa altura, o sentimento de justiça é posto de
lado, num canto do coração, sendo substituído pelo “senso
prático”. Considera-se, então, que o jovem se aprimorou na arte
de viver em sociedade.
Não digo que isto seja propriamente mau; contudo, o
aumento de pessoas acomodadas afrouxa a estrutura da
sociedade e facilita o aparecimento de corruptos e criminosos. A
nossa realidade social torna patente o que acabo de afirmar.”
56
• Felizmente, ladrão não é necessário no Mundo Ideal.
“Deus construiu este mundo de tal forma que todas as
coisas sujas fossem limpas. Por conseguinte, conseguir entender
isso, realmente, é o ponto de vista amplo. Porém, não se deve
falar muito sobre esse assunto porque, senão, acabarão
pensando que o ladrão também é necessário. Podem interpretar
erroneamente, logo, essas coisas devem ser compreendidas
internamente.”
• Esperteza e fraude são o que comanda as eleições.
“No caso das eleições é a mesma coisa. Realmente, as leis
e o controle são extremamente rigorosos e minuciosos, mas isso
é apenas na aparência; na realidade, é considerado esperto
aquele que consegue ludibriar a lei.”
“Atualmente o povo vive criticando, e com razão, a
degeneração da Política, as fraudes eleitorais, a prevaricação
dos funcionários públicos, a degradação dos educadores, etc..”
• Quando os sistemas e regimes vão maus é devido o governo e
o povo terem aura debilitada.
“Quando a política de um país vai mal, com certeza, seus
dirigentes e representantes, bem como o povo, que sofre as
consequências da má administração, têm aura fina. É um
processo inevitável.”
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• Variedade de partidos e doutrina arcaica impede a
disponibilidade à verdade e a harmonia.
“De modo especial entre os japoneses, tal hábito tornou-
se comum. Na verdade, é um indício de que a maioria segue
inconscientemente a linha da inversão da verdade.
(...) Já, neste aspecto, os japoneses são bem diferentes
dos anglo-saxões. Mais divergentes, criam oposição a tudo; eis
por que no Japão existem muitas religiões e um número bem
maior de facções políticas.”
• A revolução cultural do Messias é atacada pelos políticos
diante de uma ralé enganada.
“Criar o Mundo de Miroku é transformar o mundo
infernal em paradisíaco. Por isso, ocorrerá uma grande revolução
jamais vista desde o início da humanidade. Não há nenhuma
revolução tão grande como esta e, ao mesmo tempo, tão fácil de
ser realizada.”
“Há tempo, estou alertando para a chegada de um
período de terror. Agora sinto que está próximo. O povo,
contudo, ainda não percebeu as mudanças que começam a
ocorrer.”
“Os políticos do Japão, por exemplo, quando entram em
contato com a Messiânica, julgam-na extremamente
supersticiosa e lançam críticas através da impressa falada e
escrita. Há, inclusive, alguns grupos que proíbem as pessoas de
se aproximarem de nós. Por sua vez, o povo, enganado, não
consegue compreender a verdade por nós divulgada; fica receoso
e não faz referência alguma à Messiânica.
Então, observando mais atentamente os fatos, podemos
perceber que a maioria dos intelectuais, embora sem querer,
impede a criação da nova cultura.
Essa mesma atitude está presente tanto no Oriente
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quanto no Ocidente. Que o digam todos os precursores de ideias
revolucionárias!
(...) quando se propõem preceitos altamente inovadores
sugerindo mudanças nas posturas preestabelecidas, seus autores
são vítimas de perseguições e ataques cruéis, chegando, muitas
vezes, a fatalidades irreversíveis. Foi o que aconteceu com Jesus,
Sócrates, Galileu, Copérnico, Lutero, além de outros.
Imaginem, então, os Ensinamentos da Messiânica! São
conceitos bem mais revolucionários que os dos meus
predecessores. Estão dois séculos à frente dos conhecimentos
vigentes.”
• Cargos e postos são ocupados por apegados, ardilosos e
criminosos.
“Muitos políticos, por exemplo, deixam de afastar-se da
vida pública no momento oportuno, devido exatamente ao
excesso de apego a uma posição de destaque. Chegam, por isso,
às vezes, a situações deploráveis.”
“(...) o problema não envolve apenas as pessoas das
classes inferiores; ele vem de cima, começando por ministros,
políticos, deputados e funcionários públicos, e atingindo até
famosos empresários. Podemos dizer que poucas são as pessoas
que não cometem crimes. Acontece que os criminosos que se
mostram abertamente como tal, são apenas uma parte;
costuma-se mesmo dizer que os que foram agarrados pelas
malhas da lei não tiveram sorte, o que prova a existência de
muitos crimes submersos, que não vêm à tona.”
• Dirigentes e representantes do público têm que possuir
caráter elevado e grande sabedoria.
“O mesmo se pode dizer das personalidades públicas,
como chefes de Estado, ministros, governadores, prefeitos,
59
senadores e deputados, os quais têm ligações com o povo que
governam, ou ao qual representam. Quanto mais alta for a
posição ocupada por alguém, maior o número de elos espirituais
existentes. Por isso, os dirigentes devem ter um caráter nobre
para poderem exercer condignamente a sua função na
sociedade.”
• O extremismo partidário é prejudicial ao país e o povo, a
solução é o método ‘Izunomê’.
“Em síntese, 'lzunome' significa 'princípio imparcial', isto
é, manter-se sempre no centro. Não é 'Shojo' nem 'Daijo': é Shojo
e Daijo simultaneamente, ou seja, significa não tender aos
extremos, nem decidir-se de maneira impensada.
Naturalmente não podemos fugir à decisão de
determinadas questões, mas a dificuldade está no julgamento. O
espírito de ‘lzunome' assemelha-se à arte culinária: o alimento
deve ser temperado na justa medida - nem doce, nem salgado.
Assemelha-se também ao clima - nem quente, nem frio. É o clima
agradável da primavera e do outono. Se os homens adotassem
esse espírito e agissem de acordo com ele, seriam estimados por
todos e tudo lhes correria bem.
Entretanto, os homens de hoje mostram acentuada
tendência ao radicalismo. Temos melhor exemplo na Política. Os
políticos professam princípios radicais, denominando-os de
partido direitista ou esquerdista. Como esses pensamentos estão
associados à obstinação, eles vivem em conflitos. E tudo isso
prejudica grandemente o país e o povo.
O método 'lzunome' deveria ser adotado na Política;
contudo, há pouca probabilidade de aparecerem políticos ou
partidos que tenham consciência disso. A guerra origina-se,
também, do choque gerado pela imposição de princípios
extremistas.”
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• Ativismo político sem “ismos” e democracia é uma
necessidade de todos.
“Não se trata de comunismo, nem tampouco de
socialismo, capitalismo ou democracia. Nascerá (...) a
manifestação de uma profunda Administração de Deus.”
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HOMOSSEXUAL
É DESTINO
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63
TEMA
• Homossexual
É alguém que: sente atração sexual por um ser do mesmo
sexo (homos = mesmo; sexus = sexo); está sob a condição da
homossexualidade, ou seja, de um modo de ser; pratica o
homossexualismo, isto é, maneira de pensar e proceder.
Homossexualidade é uma das quatro principais
categorias de orientação sexual, juntamente com a
heterossexualidade, a bissexualidade e a assexualidade.
Enquanto orientação sexual, ela se refere a padrão duradouro de
experiências sexuais, afetivas e românticas principalmente ou
exclusivamente entre pessoas do mesmo sexo.
O primeiro registro de uma união homossexual da
história foi o de Khnumhotep e Niankhkhnum que foram
serventes confidentes do rei Niuserré do Egito durante a V
dinastia - cerca de 2400 a.C. O par é retratado durante um beijo
na mais íntima pose na arte egípcia, e na tumba são mostrados
se abraçando e de mãos dadas.
Em culturas influenciadas pelas religiões abraâmicas, a lei
e a igreja estabeleciam a sodomia como uma transgressão
contra a lei divina ou um crime contra a natureza. A condenação
do sexo anal entre homens, no entanto, é anterior à crença
cristã. Muitas figuras históricas, como Sócrates, tiveram termos
como homossexual ou bissexual aplicados a eles. No entanto, o
homossexualismo esteve presente em todos os continentes.
Ao longo da história da humanidade, os aspectos
individuais da homossexualidade foram admirados, tolerados ou
condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas
diversas culturas e épocas em que ocorreram. Quando
admirados, esses aspectos eram entendidos como uma maneira
64
de melhorar a sociedade; quando condenados, eram
considerados um pecado ou algum tipo de doença, sendo, em
alguns casos, proibidos por lei.
Antigamente conhecida por nomes como "pecado
nefando" ou "terceiro sexo", só em 1869, na Alemanha, o amor
entre pessoas do mesmo sexo recebeu o nome científico de
"homossexualismo". O médico, seu criador, que seria ele próprio
homossexual, visava apresentar a atração pelo mesmo sexo
como inata, portanto natural e não adquirida, para assim afastar
a culpa por sua prática. Tal intenção lhe valeu a simpatia do
mundo científico progressista da época. Na verdade, o tiro saiu
pela culatra, pois o conceito científico foi englobado pela
psiquiatria. Com isso, o amor entre pessoas do mesmo sexo
deixou de ser matéria de pecado para tornar-se doença e,
portanto, passível de tratamentos. Sua condenação transferiu-se
da esfera da religião para a ciência, de modo que os padres
foram substituídos pelos médicos como seus algozes.
Desde meados do século XX a homossexualidade tem
sido gradualmente desclassificada como doença e
descriminalizada em quase todos os países desenvolvidos e na
maioria do mundo ocidental.
Atualmente, as principais organizações internacionais de
saúde (incluindo as de psicologia) afirmam que ser homossexual
ou bissexual é uma característica compatível com uma saúde
mental e um ajustamento social completamente normal; tais
instituições médicas também não recomendam que as pessoas
tentem alterar a sua orientação sexual.
Desde 1973 a homossexualidade não é mais classificada
como um transtorno pela Associação Americana de Psiquiatria.
Em 1975, a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo
procedimento ao deixar de considerar a homossexualidade uma
doença.
No Brasil, em 1984, a Associação Brasileira de Psiquiatria
(ABP) posicionou-se contra a discriminação e considerou a
65
homossexualidade algo que não prejudica a sociedade. Em 1985,
a ABP foi seguida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que
deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e,
em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em
relação às questões de orientação sexual, declarando que "a
homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem
perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e
serviços que proponham tratamento e/ou cura da
homossexualidade.
No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da
Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da
sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de
Doenças. Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a
considerar a discriminação contra os homossexuais uma violação
aos direitos humanos.
Entretanto, o estatuto jurídico das relações
homossexuais ainda varia muito de país para país. Enquanto em
alguns países o casamento entre pessoas do mesmo sexo é
legalizado, em outros, certos comportamentos homossexuais
são crimes com penalidades severas, incluindo a pena de morte
(o Irã condena homossexuais ao enforcamento, enquanto a
Arábia Saudita os apedreja).
A prevalência da homossexualidade entre os humanos é
difícil de determinar com precisão; na sociedade ocidental
moderna, os principais estudos indicam uma prevalência de 2% a
13% de indivíduos homossexuais na população, enquanto outros
estudos sugerem que aproximadamente 22% da população
apresente algum grau de tendência homossexual.
• Genética e/ou comportamento?
A religião foi a primeira área do conhecimento humano a
apresentar argumentos em relação ao homossexualismo. Mais
tarde, com o desenvolvimento científico, vieram basicamente a
66
psicologia comportamental e a biologia genética. Isso não quer
dizer que não existiram outras áreas envolvidas neste tema
como ambiente, neurociência, sexologia, antropologia,
sociologia, demografia e direito.
Grosso modo se pode dizer que existem os que acham
que os homossexuais já nascem assim. Outros, ao contrário,
dizem que a conjunção do ambiente social com a figura
dominadora do genitor do sexo oposto é que são decisivos na
expressão da homossexualidade masculina ou feminina.
Como separar o patrimônio genético herdado
involuntariamente de nossos antepassados da influência do
meio foi uma discussão que monopolizou o estudo do
comportamento humano durante pelo menos dois terços do
século XX.
Os defensores da origem genética da homossexualidade
usam como argumento os trabalhos que encontraram maior
prevalência de homossexualidade em irmãos gêmeos
univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato
pessoal.
Porém as evidências suportam a afirmação que “ninguém
nasce gay”, pois como negar que a figura excessivamente
protetora da mãe, aliada à do pai pusilânime, seja comum a
muitos homens homossexuais? Ou que uma ligação forte com o
pai tenha influência na definição da sexualidade da filha?
Mais tarde, com os avanços dos métodos de neuro-
imagem, alguns autores procuraram diferenças na morfologia do
cérebro que explicassem o comportamento homossexual. Os
que defendem a influência do meio têm ojeriza aos argumentos
genéticos, para eles, o comportamento humano é de tal
complexidade que fica ridículo limitá-lo à bioquímica da
expressão de meia dúzia de genes.
Alguns consideram essa discussão antiquada. Tão inútil
insistir nela como discutir se a música escutada ao longe vem do
piano ou do pianista.
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A propriedade mais importante do sistema nervoso
central é sua plasticidade. Dos pais se herda o formato da rede
de neurônios trazida ao mundo. No decorrer da vida, entretanto,
os sucessivos impactos do ambiente provocam tamanha
alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se
torna absolutamente irreconhecível e original.
Ainda que existam irmãos geneticamente iguais, jamais
se podem evitar as diferenças dos estímulos que moldarão a
estrutura microscópica de seus sistemas nervosos. Da mesma
forma, mesmo que o oposto fosse possível – garantir estímulos
ambientais idênticos para dois recém-nascidos diferentes –
nunca se obteria duas pessoas iguais por causa das diferenças na
constituição de sua circuitaria de neurônios. Por isso, é
impossível existirem dois habitantes na Terra com a mesma
forma de agir e de pensar.
Tapando o olho esquerdo de um recém-nascido por 30
dias, a visão daquele olho jamais se desenvolverá em sua
plenitude. Estimulado pela luz, o olho direito enxergará
normalmente, mas o esquerdo não. Ao nascerem, os neurônios
das duas retinas eram idênticos, porém os que permaneceram
no escuro perderam a oportunidade de ser ativados no
momento crucial. Tem sentido, nesse caso, perguntar o que é
mais importante para a visão: os neurônios ou a incidência da luz
na retina?
Em matéria de comportamento, o resultado do impacto
da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja
mais complexo e imprevisível, é regido por interações
semelhantes. No caso da sexualidade, para voltar ao tema, uma
mulher com desejo sexual por outras pode muito bem se casar e
até ser fiel a um homem, mas jamais deixará de se interessar por
mulheres. Quantos homens casados vivem experiências
homossexuais fora do casamento? Teoricamente, cada um tem
discernimento para escolher o comportamento pessoal mais
68
adequado socialmente, mas não há quem consiga esconder de si
próprio suas preferências sexuais.
Até onde a memória alcança, sempre existiram maiorias
de mulheres e homens heterossexuais e uma minoria de
homossexuais. O espectro da sexualidade humana é amplo e de
alta complexidade, no entanto; vai dos heterossexuais
empedernidos aos que não têm o mínimo interesse pelo sexo
oposto. Entre os dois extremos, em gradações variadas entre a
hetero e a homossexualidade, oscilam os menos ortodoxos.
Como o presente não faz crer que essa ordem natural vá
se modificar, por que é tão difícil aceitar a riqueza da
biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistir no
preconceito contra um fato biológico inerente à condição
humana?
• Comum e/ou natural?
A parte que tantos outros decidem ignorar, é que
ninguém nasce heterossexual também. Afinal, como
brilhantemente apontou Freud, se vai indagar sobre as causas da
homossexualidade, é igualmente pertinente se indagar sobre
quais são as causas da heterossexualidade, já que "o interesse
sexual exclusivo do homem pela mulher é também um problema
que exige esclarecimento, e não uma evidencia indiscutível que
se possa atribuir a uma atração de base química".
O argumento de que a homossexualidade não é natural
porque não leva à reprodução, não apenas ignora um grande
número de comportamentos sexuais que também não levam à
reprodução (sexo com métodos contraceptivos, em períodos
inférteis, com pessoas inférteis, após a menopausa, anal,
masturbação, etc.) como pressupõe que o instinto sexual tem
como objetivo a reprodução. Dizer que o instinto sexual tem um
objetivo já é certamente incorreto (é um pensamento
69
teleológico, incoerente com a seleção natural), mas, mesmo se
tivesse este não seria a reprodução, mas apenas sua satisfação.
Basta lembrar que para Freud a homossexualidade é tão
natural quanto à heterossexualidade e foi militante em sua
época, fazendo frente a seus colegas que se recusavam a dar o
título de psicanalista a homossexuais, assinando uma petição
pela revisão do código penal e a supressão do delito da
homossexualidade entre adultos que consentem, dentre outros.
Não se pode esquecer também que em 1935, ele escreve uma
carta endereçada a uma mãe que havia lhe solicitado ajuda em
relação às condutas e comportamentos que ela considerava
anormais por parte de seu filho. Ao que Freud respondeu:
“Eu creio compreender, após ler sua carta, que seu filho é
homossexual. Fiquei muito surpreso pelo fato que a senhora não
mencionou esse termo nas informações que deu sobre ele.
Posso eu, vos perguntar por que evitou esta palavra? A
homossexualidade não é evidentemente uma vantagem, mas
não há nada do que sentir vergonha. Ela não é nem um vício,
nem uma desonra e não poderíamos qualificá-la de doença.
Muitos indivíduos altamente respeitáveis, nos tempos antigos e
modernos, foram homossexuais, como Platão, Michelangelo e
Leonardo da Vinci. É uma grande injustiça perseguir a
homossexualidade como crime e também uma crueldade”.
• Deixar de ser ou continuar sendo?
A orientação sexual é algo mais complexo do que
características inatas ou uma escolha. Diz-se que alguém tem
determinada orientação sexual numa interseção entre como ele
se comporta e, principalmente, como ele se vê. Se alguém diz
que não é mais homossexual porque não mais tem relações com
pessoas do mesmo sexo e não se considera mais homossexual,
então não há nada que legitime dizer que ele ainda é
homossexual. E existem muitas pessoas que se dizem ex-gays.
70
A principal questão a respeito das terapias de
reorientação sexual não é se conseguem alterar a orientação
sexual ou não, mas sim por que se deveria fazer isso. Estas não
são questões estritamente científicas, mas morais, éticas e, mais
especificamente, teorias morais que orientam nossas escolhas
sobre o que deve ser feito. Há quem acredite que a ciência não
pode arbitrar questões como estas, pois o papel da ciência seria
descrever como as coisas são e não como elas deveriam ser.
A respeito do por que, é relevante ressaltar, por exemplo,
que quase todos proponentes das terapias de reorientação
sexual são religiosos que justificam sua reivindicação com base
em doutrinas religiosas. Estas doutrinas geralmente se referem à
homossexualidade como “abominação”, “não natural” ou
“doença”.
Como já foi esclarecido, a Psicologia não dá respaldo para
essas crenças, pelo contrário, traz evidências do exato oposto e,
em parte por este motivo, há décadas não mais a entende como
uma patologia. Seria um contrassenso uma terapia com objetivo
de tratar algo que, por si só, não tem justificativa para ser
tratado - a não ser a desaprovação moral de um grupo de
pessoas. Seria algo análogo a propor uma terapia que trate o
gosto por música porque um grupo de pessoas (por maior que
seja) acha que gostar de música é errado.
Por isso mesmo, alguns proponentes dessa terapia
tentam convencer com a alegação de que alguém pode sofrer
com sua homossexualidade, como as próprias pessoas com
convicções religiosas que a condenam, e querer, por vontade
própria, se ver livre de seus desejos homossexuais. Este é o
argumento mais forte a favor das terapias de reorientação
sexual. Mesmo assim, não é lá muito bom. Pois:
- Pelas razões já expostas, temos fortes motivos para
acreditar que sempre existirão pessoas homossexuais ou no
mínimo com fortes desejos homossexuais;
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temas de reflexao

  • 2. 2
  • 3. 3 INTRODUÇÃO Num livro da Messiânica intitulado “Explicação sobre a Teoria de Purificação Okada” apregoa para “não discriminar em razão de raça, religião, princípio político, sexo, idade, deficiência, etc.”. Logo, se pode intuir que temas relacionados aos assuntos enunciados acima sejam complexos, fundamentais e controvertidos desde as épocas mais recente até as de todos os tempos, os quais merecem reflexão nesses encontros de duas horas em todas as terceira 3ª feiras do mês no ano de 2015. Encontros “Temas em Reflexão” tem como objetivo o de procurar esclarecer estes temas a fim de contribuir na mudança de ideal, social e pessoal e assim colaborar na edificação de cidades celestiais em prol da construção do paraíso terrestre. A metodologia é a de: exposição de um desses temas pelo palestrante em cerca de uma hora; na outra hora restante ele responde às dúvidas dos presentes no local ou que estejam inscritos no site mencionado acima. Os seus nove conteúdos temáticos são: 1-Raça é estímulo ao racismo; 2-Religião é ópio do povo; 3-Sufrágio Universal é engodo; 4-Homossexual é destino; 5-Terceira Idade é egoísta; 6- Vírus da AIDS é de origem conhecida; 7-Muçulmano é incivilizado; 8- Corrupção é desenvolvida pela passividade; 9- Economia do Futuro é a do Izunomê; 10-Casamento gay é vontade humana.
  • 4. 4
  • 5. 5 ÍNDICE 01-Raça é estímulo ao racismo 007 02- Religião é ópio do povo 027 03-Princípio da Democracia é engodo 043 04-Homossexual é destino 061 05-Terceira Idade é poço de ignorância 083 06-Vírus da AIDS é de origem conhecida 099 07-Muçulmano é incivilizado 117 08-Corrupção é desenvolvida pela passividade 141 09-Economia do Futuro é a do Izunomê 163 10-Casamento gay é vontade humana 187
  • 6. 6
  • 8. 8
  • 9. 9 TEMA • Racismo Na primeira metade do século XX, surgiu o conceito de raça superior proveniente da ideologia nazista, que sustenta que os povos germânicos e nórdicos representam um ideal de "raça pura". Ele deriva da teoria racial do Século XIX, que postulou uma hierarquia de raças onde os bosquímanos da África e os aborígenes da Austrália encontravam-se no ponto mais inferior, enquanto os europeus do norte encontravam-se no topo. Dificilmente algum geneticista atual daria crédito a tal modelo hierárquico de raças — a partir dos quais são construídas as políticas de higiene racial — mas tal conceito ainda existe, principalmente entre os supremacistas brancos. O surgimento dos Movimentos negros ocorreu fortemente na segunda metade do século XX. O marco fundador destes foi atribuído ao movimento Black Power lançado nos EUA em 1960 o qual difundiu o conceito de negritude à diáspora caribenha e sul americana. No Brasil o movimento negro se revelou na década de 70 com as iniciativas políticas e culturais as quais valorizavam a negritude e promoviam a consciência negra. Por esta época se percebeu que durante a montagem do sistema escravista moderno, no qual milhões de africanos foram transferidos compulsoriamente para as Américas para o trabalho escravo, fortaleceu-se o conceito de uma "raça negra", superpondo-se a toda uma grande quantidade diferenças étnicas que existiam na África, e que ainda existem hoje. Os africanos nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista, não se viam como "negros”. Na África, os africanos enxergavam-se a partir de identidades étnicas diferenciadas, e não de uma única "raça
  • 10. 10 negra", um conceito que para eles não existia. Os interesses do tráfico levavam os comerciantes a motivar a diferença étnica na ponta africana do tráfico negreiro, pois os comerciantes de escravos conseguiam escravos das guerras intertribais, nas quais as tribos vencedoras vendiam os indivíduos pertencentes às tribos vencidas. Mas, ao mesmo tempo, na ponta final do processo de escravização, quando o escravo deveria ser vendido nas Américas e incorporado ao trabalho no sistema colonial, já interessava aos comerciantes e senhores de engenhos - ou ao sistema escravista, de modo geral - criar uma categoria única para os "negros" africanos, inclusive misturando africanos procedentes das várias etnias de modo a que não se concentrassem em um mesmo local indivíduos pertencentes a uma mesma etnia de origem na África, pois os vínculos de identidade poderiam favorecer as revoltas. Percebe-se, portanto, que a construção da ideia de "negro", à altura da montagem do sistema escravista, foi um processo complexo, que recobriu, embora sem eliminá-las totalmente, as etnias africanas de origem. O conceito de raças humanas também foi usado pelos regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para perpetuar a submissão dos colonizados. Em 2001 foi articulado o plano de ação contra o racismo, discriminação social e xenofobia, articulado na África do Sul, Durbam, que teve suma importância na difusão de propostas afirmativas em outros países. No Brasil em 2003, foi sancionada a lei 10.639 com o caráter de política de educação. Esta vincula à rede de ensino a abordagem da História da África e da Cultura afro-brasileira, a fim de desmistificar as abordagens eurocêntricas sobre o negro africano e sobre o afro-brasileiro. Em 2011 a lei foi modificada incluindo o ensino das culturas indígenas brasileiras.
  • 11. 11 • Exemplo atual James Watson, distinguido com o Nobel da Medicina em 1962, pela descoberta da estrutura molecular do ADN, defende a teoria de que há diferenças de inteligência entre brancos e negros: "Os negros são menos inteligentes que os brancos". Para o cientista, de 79 anos, "toda a nossa política social é baseada no fato da inteligência dos africanos ser igual à nossa, embora todas as experiências nos digam que não é bem assim". Para completar a sua teoria, acrescenta que "embora desejasse que todos fossemos iguais, quem tem de lidar com empregados negros sabe que tal não é verdade". Definir inteligência é complicado: além do raciocínio lógico, há outras características, como a capacidade musical, que também podem ser consideradas como inteligência. Inventado no início do século passado, o teste de QI (quociente de inteligência) pretendendo medir a capacidade mental das pessoas. Mas os críticos dizem que ele só considera o raciocínio lógico-matemático, pequena parcela da inteligência. Criada na década de 1950, a Teoria das Habilidades Cognitivas diz que o homem tem 10 subtipos de inteligência, embora derivados de uma capacidade geral. É o primeiro ataque à noção de raciocínio lógico como sinônimo de inteligência. No fim dos anos 80, o pesquisador americano Howard Gardner classificou a inteligência em oito habilidades: lógico- matemática, linguística, musical, físico-cinestésica, espacial, naturalista, existencial e inteligências pessoais. Desenvolvida pelo psicólogo Daniel Goleman no fim dos anos 90, a Teoria da Inteligência Emocional usa testes para medir o quociente de inteligência emocional (QE). Os críticos argumentam que o QE só mede variações de personalidade. Na década de 1990, cientistas americanos descobrem que as pessoas mais ricas tendem a se sair melhor nos testes de QI. A conclusão: o teste era bom só para indicar que uma boa
  • 12. 12 educação está relacionada às oportunidades propiciadas pelo nível econômico. • Classificações de raças Além da baseada em características físicas sempre houveram outras, mais relacionadas com a cultura, principalmente a religião dos "outros", como os mouros ou "infiéis", como os europeus denominavam os muçulmanos, ou os judeus. De uma maneira geral, os gregos consideravam bárbaros todos os povos que não falassem sua língua nem professassem seus valores, enquanto os egípcios inferiorizavam os hebreus, escravizando-os e tinham deles opiniões pouco lisonjeiras, mas sem fazer referências a características físicas. Cada um de nós é único, e sabemos disso por que podemos identificar perfeitamente um indivíduo por seu código genético, a não ser que tenha um gêmeo idêntico. Mas, em se tratando de grupos, sabe-se que as diferenças físicas não escondem diferenças genéticas. As populações da África Central e da Papua-Nova Guiné, parecidos fisicamente, pois viveram no mesmo tipo de meio ambiente, tem os patrimônios genéticos mais diferenciados no mundo. Assim, não existem genes raciais. Os métodos genéticos para estudar populações humanas deixaram de ser utilizados. Vários investigadores demonstraram que a distância genética é fortemente associada à distância geográfica entre as populações por bom tempo, esta associação torna-se mais forte se tivermos em conta as migrações entre continentes ao longo de toda a história da humanidade. Em 1950, retomando uma ideia da Antiguidade greco- romana, a UNESCO usa o conceito de etnia para classificar os homens com base em fatores comuns – ancestralidade, religião, cultura ou idioma – em vez de usar como base apenas a aparência física, como fazem os defensores da ideia de raça.
  • 13. 13 Nos anos 50, com a descoberta das influências do ambiente na constituição pessoal, ganha força o conceito de população – um grupo que compartilha traços culturais, não importando a aparência física ou ancestralidade. É o critério mais aceito hoje. • Conceito clássico Classificação de grupos humanos por seus traços físicos hereditários como cor de pele, tipo de cabelo, etc. sem nenhuma discriminação baseada na suposta inferioridade de certas raças, ou seja, sem nenhuma vinculação com o racismo. Estes fenótipos seriam provenientes das interações entre informações hereditárias de um organismo contidas em seu genoma mais o ambiente, bem como discrepâncias em destino. Variação fenotípica é um pré-requisito fundamental para a evolução por seleção natural, senão vejamos. Na sua longa evolução até atingir a sua forma humana final, nosso ancestral foi se adaptando fisicamente às condições ambientais. Perdeu os pelos do corpo porque começou a fazer longas caminhadas e precisava esfriar o corpo. Sem pelo, ficou com o corpo exposto e as células que produziam melanina se espalharam por toda a pele. A mudança na coloração da pele foi descoberta em 1991 aos estudos que mostravam que pessoas de pele clara expostas à forte luz solar tinham níveis muito baixos de folato. Como a deficiência dessa substância em mulheres grávidas pode levar a graves problemas de coluna em seus filhos, e como ele é essencial em atividades que envolvam a proliferação rápida de células, tais como a produção de espermatozoides, a antropóloga concluiu que nos ambientes próximos à linha do Equador, a pele negra era uma boa forma de manter o nível de folato no corpo, garantindo assim a descendência sadia. Para provar suas teorias a respeito de cor da pele foi usado um satélite da NASA e criou um mapa de padrões
  • 14. 14 de radiação ultravioleta em nosso planeta, mostrando que o homem evoluiu com diferentes cores de pele para se adaptar aos diferentes meio-ambientes. Assim, o homem saiu da África e chegou à Ásia, e de lá foi para a Oceania, a Europa e por fim para a América. Nas regiões menos ensolaradas, a pele negra começou a bloquear demais os raios ultravioletas, sabidamente nocivos, mas essencial para a formação da vitamina D, necessária para manter o sistema imunológico e desenvolver os ossos. Por isso, as populações que migraram para regiões menos ensolaradas desenvolveram uma pele mais clara para aumentar a absorção de raios ultravioleta. Portanto, a diferença de coloração da pele, da mais clara até a mais escura, indicaria simplesmente que a evolução do homem procurou encontrar uma forma de regular nutriente. Ao se espalhar pelo mundo, os humanos só tinham uma arma para enfrentar uma grande variedade de ambientes: sua aparência. Para enfrentar o calor excessivo, a altura ajuda a evaporar o suor, como é o caso dos quenianos. O cabelo encarapinhado ajuda a reter o suor no couro cabeludo e a resfriá-lo; o oposto vale para as populações das regiões mais frias do planeta. O corpo e a cabeça dos mongóis, que se desenvolveram por lá, tendem a ser arredondado para guardar calor, o nariz, pequeno para não congelar, com narinas estreitas para aquecer o ar que chega aos pulmões, e os olhos, alongados e protegidos do vento por dobras de pele. • Empregado na história Os egípcios classificavam os seres humanos somente com base na cor de pele: vermelho- egípcios, amarela- asiático, branco- populações do norte, preta- populações subsaarianas (corresponde à chamada África negra, assim denominada pela predominância nessa região de povos de pele escura).
  • 15. 15 A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam", publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas publicaram estudos sobre as "raças humanas". Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se não só pela cor da pele, mas também pelo tipo facial (principalmente a forma dos lábios, olhos e nariz), perfil craniano e textura e cor do cabelo. Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em três ou cinco grandes grupos de linhagem (dependendo de interpretação), mas a denominação de cada um – pelo motivo indicado – tem variado ao longo do tempo: Mongoloide (raça amarela): povos do leste e sudeste asiático, Oceania (malaios e polinésios) e continente americano (esquimós e ameríndios); Caucasoide (raça branca): povos de todo o continente europeu, norte da África e parte do continente asiático (Oriente Médio e norte do Subcontinente Indiano); Negroide (raça negra): povos da África Subsaariana. Os outros dois grupos de linhagem humana seriam: Australoide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas Andaman (Oceano Índico) e das Filipinas, aborígenes de Papua- Nova Guiné e da Austrália e povos melanésios da Oceania. Capoide: tribos Khoisan (extremo sul do continente africano). Apesar de poderem ser considerados como dois grupos distintos de linhagem humana, australoides e capoides também podem ser considerados como negroides, de acordo com essa mesma classificação tradicional. O geógrafo Aroldo de Azevedo classificou as "raças" no Brasil como sendo: branco, o europeu imigrado para o Brasil; negro da terra, o índio, dividido em várias nações; mulato, oriundo do cruzamento do branco com o negro; caboclo, oriundo do cruzamento do branco com o índio; cafuzo, oriundo
  • 16. 16 do cruzamento do índio com o negro; cabra: oriundo do cruzamento do mulato com o negro. No Censo Demográfico Brasileiro em 2010 são empregadas segundo a cor ou raça as cinco categorias utilizadas nas pesquisas, pela ordem em que figuram no questionário: branca, preta, amarela, parda e indígena. Atualmente, só nos Estados Unidos se usa uma classificação da sua população em raças, alegadamente para proteger os direitos das minorias. No Brasil persiste o uso do termo na política, quando se pede "igualdade racial" ou na legislação quando se fala em "preconceito de raça", como a lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que instituiu, no Brasil, o “Estatuto da Igualdade Racial”. • Exemplo atual Dos últimos 38 recordistas mundiais nos 100 metros rasos, 28 são atletas negros. Cientistas acham terem encontrado as razões pelas quais eles foram mais rápidos. Estudo feito mostra que há diferença entre negros, asiáticos e brancos na questão do comprimento dos braços e pernas e que o centro de gravidade do corpo dos negros seria mais alto, dando mais estabilidade na corrida. Desde 1968 os recordes na prova de 100 metros rasos foram quebrados por atletas negros. Isso aconteceria pela diferença que cada raça tem na sua estrutura física – então o atleta poderia ser africano, brasileiro, jamaicano, canadense ou alemão: se ele for afrodescendente, independente de sua cultura, ele terá mais chances de ser mais rápido por seu físico. Os negros tendem a ter membros mais longos, mas com uma circunferência menor. Isso afetaria o centro de gravidade de seus corpos, que seria mais alto do que se comparado com um branco ou asiático da mesma altura.
  • 17. 17 Segundo os pesquisadores, as diferenças são pequenas e não as notamos apenas no olhar: foi só medindo e comparando os membros de atletas que chegaram a essas conclusões. O estudo analisou as medidas de soldados de 17 nações diferentes. Como os militares medem a maior parte do corpo de seus recrutas com exatidão, eles são uma fonte confiável. Depois fizeram as comparações e perceberam que as pessoas mais rápidas possuem membros longos, centro de gravidade mais alta, e que essas características são mais comuns em negros. Em contraste, os brancos possuem o tórax mais largo, tendo a vantagem em esportes aquáticos. • Noção que incentiva O termo raça, como visto, foi introduzido no século XVII e atingiu seu auge no século XIX, a partir da metade do século XX ele caiu em desuso e levado ao racismo. Deste modo, a concepção de que raça é um conceito que irmana é inútil e inconveniente, muito do superficial, dispensável e inquestionável, em outras palavras: nada de complexo, fundamental e controvertido. Por outro lado, o que se pergunta, nos dias de hoje, é: pode-se interessar por raças humanas sem ser estimulado ou até mesmo tachado de discriminação baseada na suposta inferioridade de certas raças? Acreditamos que sim e essa é a nossa tarefa, para isso vamos a ...
  • 18. 18 REFLEXÃO Mesmo com Pierre Darlu, geneticista no Laboratório de Epidemiologia Genética de Paris, dizendo que “todas as classificações tentadas até hoje tiveram como ponto comum a ocultação do caráter evolutivo do homem”, vamos tentar que não seja assim. O Messias Meishu-Sama entre 1926 a 1945 viveu no Japão nas seguintes circunstâncias. Hiroito, com a morte do pai, em 1926, assumiu o trono como imperador e inaugurou uma nova era, a era Showa. De acordo com a Constituição Japonesa de 1889, o imperador era considerado uma divindade encarnada e detinha, como tal, poderes absolutos. Tal condição é baseada em uma crença do xintoísmo segundo a qual os integrantes da Família Imperial Japonesa são descendentes do deus sol Amaterasu. O período de reinado de Hiroito anterior à Segunda Guerra Mundial é marcado pelo ultranacionalismo e imperialismo japonês. Em 1931 o Japão invadiu a Manchúria e, seis anos depois, o restante da China. Há documentos que mostram que o imperador japonês autorizou o uso de armas químicas (gás tóxico) contra os chineses, contrariando uma resolução da Liga das Nações que condenava a prática. Durante a Segunda Guerra, o Japão se aliou à Alemanha e à Itália, formando o Eixo. Em 1941 o Exército japonês atacou de surpresa a esquadra americana em Pearl Harbor, no Havaí. Nas batalhas, ficaram conhecidos os pilotos kamikazes, que cometiam suicídio arremetendo a aeronave contra embarcações inimigas. Hiroíto também incentivou o suicídio entre civis, para evitar que fossem capturados pelos americanos. O imperador garantiu que os cidadãos que cometessem suicídio, para evitar
  • 19. 19 serem feitos prisioneiros, estariam no mesmo patamar espiritual que os soldados mortos em batalhas. Pois bem, Meishu-Sama elaborou o livro “Terapia Espiritual” em 1936 onde aconteciam os Jogos Olímpicos de Verão na Alemanha e a ditadura de Adolf Hitler que criava as premissas de seu caráter racista e militarista. Nesta época em que ele escreveu tal livro ainda não tinha o nome religioso de Meishu-Sama e nem era considerado o Messias, era apenas o fundador Mokiti Okada que havia criado a instituição religiosa Igreja Messiânica Mundial em 1935 e sofria intensas perseguições e prisões. Eis o que ele diz: “Tudo que existe no Universo tem por fundamento o Sol, a Lua e a Terra, ou seja, todas as coisas recebem as propriedades do fogo, da água e do solo, não havendo uma única exceção. Vejamos: Chinesa = Terapia do Solo; Ocidental = Terapia da Lua; Japonesa = Terapia do Sol. A Medicina Chinesa é a Terapia do Solo e tem por base o estômago. Por isso, baseia-se em remédios feitos de ervas, raízes e cascas de árvores, que provêm do solo, e tenta curar através delas, além de dieta alimentar. O solo é o produtor das coisas materiais e o estômago é o órgão exclusivo das coisas materiais, de modo que há perfeita correspondência entre ambos. A Medicina Ocidental é a Terapia da Lua, correspondendo à Noite, e tem por base o pulmão. É grande, portanto, o seu interesse pelas doenças pulmonares, e daí a importância que dá ao ar, como todos sabem. A Terapia Japonesa, que nasceu agora, é a Terapia do Sol e corresponde ao Dia. É uma terapia com base no coração, que tendia a ser negligenciado pelas terapias existentes até hoje, e tem a energia espiritual como elemento principal. Ao conjunto formado pelos três órgãos - estômago, pulmão e coração - denominamos Trilogia dos Órgãos Internos. Separados em termos de mundos, fica:
  • 20. 20 Estômago = Solo = Mundo Material Pulmão = Lua = Mundo Atmosférico Coração = Sol = Mundo Espiritual” E mais adiante afirma algo muito enigmático para muitos: “Solo = Raça Negra Lua = Raça Branca Sol = Raça Amarela” Em 1949, Meishu-Sama ensinou que “O homem depende de seu pensamento”: Mas, o que é o pensamento para ele? Nesse mesmo ano ele explicitou no ensinamento “Os japoneses e as doenças psíquicas”: “Analisando o pensamento humano, diremos que ele é constituído de razão, sentimento e vontade, os quais levem o homem à ação. A função da parte frontal do cérebro é comandar a razão, e a da parte posterior é comandar os sentimentos. Como prova disso, o amplo desenvolvimento da parte frontal da cabeça, nas pessoas de raça branca, indica a riqueza da razão; ao contrário, as de raça amarela possuem a parte frontal estreita e a parte posterior desenvolvida, indicando a riqueza dos sentimentos. Todos sabem que a raça branca é a mais racional, e a raça amarela a mais emotiva. A razão e o sentimento estão sempre em luta dentro do homem. Se a razão vencer, não há falhas, mas a pessoa torna-se fria; se o vencedor for o sentimento, os instintos ficam em liberdade, o que é perigoso. O ideal é os dois se harmonizarem e a pessoa não pender para um só lado, mas geralmente isso não acontece. Para o sentimento ou a razão se expressam em ação, seja grande ou pequena, necessita-se da vontade (raça negra), a qual provém de uma função situada em determinado ponto da zona umbilical. Essa é a origem de todas as ações, e a união dos três elementos - razão, sentimento e vontade - constitui a trilogia do pensamento.” Em suma:
  • 21. 21 Raça Negra = Vontade = Solo = MM Raça Branca = Razão = Lua = MA Raça Amarela = Sentimento = Sol = ME Provavelmente alguns vão achar que estamos começando a discriminação. Entre estes alguns estão certos no seu julgamento, pois estamos percebendo diferenças e quem assim não o faz tem como antônimo a confusão. Outros estão errados ao acreditar que estamos afastando ou tratando mal por características étnicas, o que é puro preconceito. Talvez estes preconceituosos confundam razão com inteligência e a tenham esta como algo máximo, desconhecendo o que Meishu-Sama ensinou em 1949 no ensinamento “As cinco inteligências”: “Há vários tipos de inteligência. Formam uma escada de cinco degraus, na seguinte ordem: Divina, sagrada, superior, ardilosa e calculista.” E para quem tenha alguma dúvida: “Analisemos, a seguir, a inteligência calculista. Todos a consideram uma inteligência superficial; seu sucesso é passageiro, resultando sempre em derrota, e os que dela se utilizam perdem a confiança dos outros. A inteligência ardilosa pode ser considerada como perversidade - é a inteligência do mal. Milhares de pessoas a empregam, quase sempre pertencentes ás classes dirigentes e intelectuais. Assim, é impossível a sociedade melhorar. Tão logo essa espécie de inteligência seja erradicada do Universo, surgirá uma sociedade sadia e países magníficos.” Para estes racistas talvez se a razão não estivesse com a Raça Branca não haveria problema nenhum. A raça é um conceito que obedece a diversos parâmetros para classificar diferentes populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características fenotípicas provenientes da genética, ambiente e discrepâncias em destino.
  • 22. 22 Por exemplo, é comum falar-se das raças de cães cuja importante discrepância em destino foi à domesticação. Com o passar do tempo, os cachorros assumiram papéis cada vez mais específicos na vida do homem: especializaram-se em diversos sistemas de caça, guarda e pastoreio de rebanhos, tração de trenós, e ainda em atividades de combate contra outros animais. Podemos considerar que a nos dias de hoje, cerca de trezentas diferentes raças de cachorros que são reconhecidas internacionalmente. E ninguém nega e nem se importa que a raça canina mais inteligente do mundo é o Border Collie, que a mais dócil é Spitz Alemão Anão, e a mais perigosa é o Ptibull. Mas, continuemos na tentativa de cumprir a nossa tarefa. Conforme o que Meishu-Sama ensinou o ser humano não é um ser apenas racional, ele é um ser pensante, isto é, racional, sentimental e volitivo, que depende da constituição da união das raças para ter ações harmoniosas ou conflituosas, equilibradas ou desproporcionais, enfim positivas ou negativas. Para que sejam positivas é necessária razão sábia espiritualista, sentimento amoroso altruístico e vontade forte agradecida. Assim, como para que sejam negativas é preciso razão ignorante materialista, sentimento irado egoísta e vontade insaciável ingrata. Obviamente que esses são os extremos, existindo uma série de pensamentos que estão entre esses extremos. Certamente que deve haver várias dúvidas no que foi dito como o do por que da raça branca ser predominantemente mais racional do que as outras, o que não quer dizer que as outras não sejam racionais, e nem que ser racional é sempre positivo (lembrar que o ignorante raciocina) ou que seja mais positivo do que os demais (observar que parece até que o sentimento é o mais significativo). Mas, tentemos a explicação. O homem quando saiu de seu lugar de nascimento, a África oriental, ele se propagou através de todo o mundo antigo, isto é, África, Europa e Ásia. Mas o norte da Europa foi inteiramente recoberto por glaciares levando a um “derivado
  • 23. 23 genético” o homem de Neandertal que para sobreviver a essas intempéries deve ter tido que raciocinar muito. Se estes se inter- fecundaram com o Cro-magnon ou o Homo sapiens talvez não seja o mais importante, o mais significativo é que a Europa estando praticamente na zona temperada os que lá habitaram sem o avanço tecnológico atual deve ter raciocinado intensamente para se abrigar do clima como o da baixa temperatura e nevasca. Meishu-Sama faz algumas considerações sobre a raça branca. “Juízo Final”, 1950: “Pouco tempo depois, começou a chover ininterruptamente. Uns dizem que choveu durante quarenta dias; outros dizem que cem. O certo é que foi um longo período de fortes chuvas. As águas subiam cada vez mais, inundando as casas; apenas o cume das montanhas ficava de fora. Os homens tentavam entrar na arca ou refugiar-se nas montanhas, mas os animais ferozes e as cobras venenosas, querendo salvar-se, faziam o mesmo. Como a arca possuía tampa, ninguém conseguiu entrar. Famintos, os animais devoraram todos os homens; salvaram-se apenas as oito pessoas que estavam na arca. Elas são consideradas antepassados da raça branca.” “Nova Civilização de 3/3 - Cristo, o protagonista principal do controle sobre o mal”: “Foi graças ao cristianismo que a sociedade dos povos de raça branca não se tornou um mundo dominado por Satanás e conseguiu alcançar o maravilhoso progresso que se vê nos dias de hoje. Trata-se, pois, de um legado do amor cristão. Pelo exposto, creio que os leitores puderam compreender o significado do aparecimento do cristianismo.” “A Criação da Civilização”, capítulo XVII – Nutrição, década de 40: “As carnes animais estimulam a vontade de competir, que pode transformar-se em vontade de lutar. Isto é claramente
  • 24. 24 observável na história das raças brancas. Graças ao espírito competitivo foi que a raça branca desenvolveu a cultura que hoje conhecemos. Por outro lado, entretanto, o espírito de luta tem dado margem a guerras intermináveis. Tem havido muito mais guerras entre os países civilizados do Ocidente do que entre os países do Oriente.” “A Outra Face da Doença – O homem é um poço de saúde, 1950: “Costuma-se dizer que determinados alimentos são nutritivos e que outros não o são, mas isso também é um erro. Apesar de existir alguma diferença, dependendo do clima e das características da região, todos os alimentos são produzidos de maneira adequada às pessoas aí nascidas. Os indivíduos de raça amarela alimentam-se de arroz, e os de raça branca, de trigo.” Mas, como procurar um meio de atestar a predominância da razão para a raça branca? Tomando-se o Prêmio Nobel como uma referência aos avanços científicos e/ou culturais, isto é, um conjunto de prêmios internacionais anuais concedidos para pessoas que fizeram contribuições relevantes para a humanidade em Física, Química, Fisiologia ou Medicina, Ciências Econômicas, Literatura, e Paz por comitês suecos e noruegueses. A vontade do inventor sueco Alfred Nobel estabeleceu os prêmios em 1895. Até o momento foram distribuídos 1214 prêmios sendo que 883 em ciências e 331 em cultura onde 128 em literatura e 103 em paz. Existem 191 países assim distribuídos pelos continentes: África = 53; Europa = 46; Ásia = 44; América = 34; Oceania = 14. Para se ter uma ideia geral da distribuição desses prêmios se aloca, grosso modo, a raça negra na África, a amarela na Ásia e a branca na Europa e na América (apenas Estados Unidos e Canadá). Observa-se na ciência (predominância da razão) que:
  • 25. 25 Em apenas dez países, sendo oito europeus e os dois americanos, se detém 608 prêmios Nobel em ciências, ou seja, quase 70%: Estados Unidos = 307, Reino Unido = 94, Alemanha = 87, Suíça = 20, Rússia = 19, Países Baixos = 18, Canadá = 18, Suécia = 17, Áustria = 15, Itália = 13; Juntando Ásia e África se detém apenas a 33, isto é, não chegando a 4%. Ásia teve 29, isto é, 3%: Japão = 17, China = 5, índia = 5, Taiwan = 1, Paquistão = 1. A África teve apenas 4, isto é, 0,4%: África do Sul = 3, Egito = 1. Com isso se volta a insistir que não se está privilegiando a ciência em relação à literatura e a paz, ou a arte em geral. Aliás, diga-se de passagem, que o cientista Stephen Hawking disse: “(...) desenvolvimento da inteligência artificial completa pode significar o fim da raça humana”. Meishu-Sama no seu ensinamento “O paraíso é o mundo da arte” diz: “Costumo dizer que o Paraíso é o Mundo da Arte, mas isso não deixa de ser um conceito bastante resumido. Naturalmente, o aperfeiçoamento da Arte é desejável, seja a pintura, a escultura, a música, as artes cênicas, a dança, a literatura, a arquitetura, etc.; entretanto, para se poder falar em Paraíso, é preciso que todas as artes estejam reunidas, ou melhor, que tudo seja artístico.” Por isso é dito no livro de ensinamentos “Evangelho do Céu, volume 3 - Reino Divino”: “Para entendê-la melhor, basta pensar um pouco no desenvolvimento da civilização. Desde tempos imemoráveis, têm aparecido na raça humana personalidades altamente capazes que jamais mediram esforços para colocar em prática ideias grandiosas em benefício do progresso.” Como não levar em conta Desmond Tutu e Nelson Mandela em prol da libertação da África do Sul, ganhadores do prêmio Nobel pela paz em 1984 e 1993, respectivamente.
  • 26. 26 O evolucionismo permite dizer que não somos descendentes dos macacos, mas sim seus primos ou até que somos um tipo de macaco. Algo como embora 98% dos genes dos chimpanzés se assemelha com os dos homens, não somos descendentes de nossos irmãos, mas compartilhamos com eles ancestrais comuns (nossos pais). Chegando ao reino hominal, no caráter evolutivo do homem enquanto raças, diríamos que elas são irmãs descendentes da espécie humana ou simplesmente raça humana. Desse ponto de vista, raça é um conceito irmanador que está longe em ser estimulo ao racismo. Desfazendo qualquer dúvida: qualquer ser humano de qualquer raça é primo do macaco ou um tipo dele. Meishu-Sama aponta que no final todos têm mesmo fim: No ensinamento “A existência do Mundo Espiritual” em 1949, ele ensina que: “Quando o corpo carnal se torna inútil, por velhice, doença, perda de sangue, etc., o espírito o abandona e dirige-se ao Mundo Espiritual, onde passa a viver. Esse fenômeno é idêntico no mundo inteiro, seja qual for a raça.” Aponta também que as pessoas têm que aprimorar e que existem várias formas. No ensinamento “Ás vezes Deus faz uso da palavra de pessoas humildes para comunicar a sua vontade”, em 1953: “É como sempre digo: na maioria dos casos, é melhor perder. Nas discussões e coisas dessa natureza, deve-se perder, Isso é uma das formas de aprimoramento. É algo penoso ouvir atentamente a mentira do outro, mas isso também é um aprimoramento para conseguir ser calmo e tolerante. Esse é o aprimoramento verdadeiramente eficaz.” Gostaríamos de concluir com uma indagação: ao reencarnar numa determinada raça com sua predominância não seria um tipo de aprimoramento algo necessário à evolução humana?
  • 28. 28
  • 29. 29 TEMA A intolerância religiosa pode ser oriunda da ideologia ou política em termos irracionais, sem nenhuma cientificidade ou indicativa de progresso, que ocasiona prisões ilegais, espancamentos, torturas, execução injustificada, negação de benefícios e de direitos e liberdades civis, podendo também implicar em confisco de bens e destruição de propriedades, ou incitamento ao ódio, entre outras coisas. Exemplo de intolerância religiosa pode ser vista: desde a Antiguidade com a perseguição dos primeiros cristãos pelos judeus e pagãos; passando pelo século XX quando os nazistas perseguiram milhões de judeus e outras etnias não apenas devido à sua raça, mas especificamente em retaliação contra os seus ideais religiosos; até os dias de hoje com o conflito entre muçulmanos e não muçulmanos, localizado em Darfur no oeste do Sudão, onde se estima que tenham morrido 400.000 pessoas. Mas, outra coisa é a intolerância religiosa ser originária de ideologia ou política racional, científica e progressista, que leva à encarceramentos justos, negação de explorações e confisco de privilégios. Exemplo é aquela embasada na expressão "A religião é o ópio do povo" que é uma citação da “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” feita por Karl Marx, obra publicada em 1844. Apesar de Marx não ter sido o primeiro a utilizar a expressão, pois citações similares são encontradas em textos do século XVIII, a autoria é com frequência atribuída a ele. A comparação da religião com o ópio já tinha aparecido, por exemplo, em escritos de Kant, Feuerbach, Moses Hess e Heinrich Heine. Este último, em 1840, escreveu: “Bendita seja uma religião, que derrama no amargo cálice da humanidade sofredora algumas doces e soporíferas gotas de ópio espiritual,
  • 30. 30 algumas gotas de amor, fé e esperança.” Moses Hesse, num ensaio publicado na Suíça em 1843, também utilizou a mesma ideia: “A religião pode fazer suportável [...] a infeliz consciência de servidão... de igual forma o ópio é de boa ajuda em angustiantes doenças.” A frase de Marx em seu contexto imediato é o seguinte: “A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo. A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real. O apelo para que abandonem as ilusões a respeito da sua condição é o apelo para abandonarem uma condição que precisa de ilusões. A crítica da religião é, pois, o germe da crítica do vale de lágrimas, do qual a religião é a auréola. A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não para que o homem os suporte sem fantasias ou consolo, mas para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. A crítica da religião liberta o homem da ilusão, de modo que pense, atue e configure a sua realidade como homem que perdeu as ilusões e reconquistou a razão, a fim de que ele gire em torno de si mesmo e, assim, em volta do seu verdadeiro sol. A religião é apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele não circula em torno de si mesmo. Consequentemente, a tarefa da história, depois que o outro mundo da verdade se desvaneceu, é estabelecer a verdade deste mundo. A tarefa imediata da filosofia, que está a serviço da história, é desmascarar a auto-alienação humana nas suas formas não sagradas, agora que ela foi desmascarada na sua forma sagrada. A crítica do céu transforma-se deste modo em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, e a crítica da teologia em crítica da política."
  • 31. 31 Algumas religiões retrucam tal afirmativa dizendo que uma religião equilibrada e sadia não tem como ser um ópio, será sim saúde para o homem na sua individualidade e na sua vida social. Mas, não negam a existência de religiões que realmente são narcóticos, provocando anestesia, dormência, euforia, dependência física e intelectual, neurose e desequilíbrio. Mas, lembram que também existem filosofias, ideologias e políticas enquadradas como ópio, como o nazismo e o próprio comunismo que devido a sua fé no ateísmo prenderam e executaram muitos cristãos. Assim, “Religião é ópio do povo” tem sido um tema complexo, fundamental e controvertido não só para religião, mas também para a filosofia, ideologia e política, há um bom tempo. Como os messiânicos têm raciocinado a respeito deste tema? Esse é o momento de procurar pensá-lo mais profundamente.
  • 32. 32 REFLEXÃO Nestes 24 anos como messiânico me atrevo em dizer que possivelmente parte dos seguidores do Messias Meishu-Sama nunca tenha discorrido ou ouvido falar sobre este assunto numa conversa ou num trabalho, alguns talvez apenas negue ou rejeite tal enunciado sem nenhum argumento, outros que afirmam com muita convicção que religião e política não se misturam, ou seja, religião é religião, enquanto, política é política. Entretanto, quando se estuda os ensinamentos do fundador da messiânica, o Messias Meishu-Sama, pode-se começar a ficar um pouco em duvida e assim se conjecturar três pontos para serem ponderados. Quando o Messias diz que “Religião e a Arte têm de caminhar tal como as rodas de um carro.” Pode-se imaginar se Religião e Política têm de caminhar juntas. Quando Meishu-Sama concorda que “A dúvida é o princípio da crença”. Pode-se depreender que os messiânicos devam largar as suas opiniões e certezas sem nenhuma fundamentação no Fundador da Messiânica e que deixem de serem apenas devotos seguidores de rituais e superem os seus medos de perderem privilégios e seguranças apenas materiais, e passem a conhecer e praticar os ensinamentos. Apresenta-se para observações elementos da pilha de problemas a serem enfrentados.
  • 33. 33 • Religião e Política também têm de caminhar juntas “Religião e Política” em 25 de janeiro de 1949: “Apesar de haver uma estreita relação entre Religião e Política, é estranho que isso não tenha despertado muito interesse. Na realidade, até o término da Segunda Guerra Mundial, a Política, longe de apreciar a participação da Religião, vivia oprimindo-a. Desde a Antiguidade este fenômeno se fez notar em vários lugares, registrando-se não poucos casos da quase extinção de religiões devido à violência das perseguições. No entanto, por mais que a Religião tente realizar o seu objetivo, que é a construção de um Mundo Ideal, para incrementar a felicidade do homem, torna-se evidente que ela jamais atingirá essa meta se a Política não for justa. Sendo assim, uma Política escrupulosa requer políticos íntegros e, para preencherem essa condição eles devem ser dotados de religiosidade. No Japão - desconheço a situação no estrangeiro - um erro no qual os políticos têm inclinação para incorrer é a corrupção. Pode-se dizer que isso acontece porque eles são escravos do materialismo, cuja origem está na falta de religiosidade. É desejável o aparecimento de políticos dotados de espírito religioso, pois só assim poderemos alimentar esperanças quanto ao futuro, aguardando o bom desenrolar dos destinos da Nação. No que se refere à construção de um novo Japão, é necessário, sobretudo, incutir espírito religioso nos políticos, para que seja realizada uma Política arraigada no senso religioso. Atualmente o povo vive criticando, e com razão, a degeneração da Política, as fraudes eleitorais, a prevaricação dos funcionários públicos, a degradação dos educadores, etc. Os próprios políticos, os órgãos competentes e o povo empenham- se com unhas e dentes na solução purificadora dos problemas dessa lamacenta sociedade. Infelizmente, na prevenção do crime, conta-se apenas com a força da Lei, mas esta não atinge o âmago da questão, pois a causa dos crimes está no interior do
  • 34. 34 homem, ou seja, na sua alma. Purificar a alma é o método verdadeiramente eficaz. Estou convicto de que isso só poderá ser conseguido através de uma Fé verdadeira.” Religião e seitas” em 25 de janeiro de 1949: “Para evitar tais dificuldades, pregarei a doutrina por um novo método, de modo que ela possa ser facilmente assimilada pelas pessoas. Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião, publicar, gradativamente, interpretações novas sobre Política, Economia, Educação, Arte, etc.” “A verdadeira religião “daijo”, em janeiro de 1954: “(...) está próximo o advento do Paraíso Terrestre, que é o objetivo de Deus. A condição básica para a sua concretização é (...) desenvolver uma superatividade cultural que abranja todos os setores: Religião, Ciência, Política, Economia, Arte, etc.” “Transição da Noite para o dia” em 5 de fevereiro de 1947: “Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois viria o fim. Que quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será cumprida pelos meus Ensinamentos, um livro intitulado “A Criação da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem diferentes. • Conhecer e praticar os ensinamentos “Religião Pragmática” em 30 de maio de 1951: “O pragamtismo, doutrina sustentada inicialmente por Charles Sanders Peirce, famoso filósofo americano (1839-1914), chegou a ser uma filosofia de âmbito mundial, propagada por William james, que hoje é considerado seu criador. Dizem que pragmatismo significa utilidade prática; creio, entretanto, ser mais adequado aplicar o termo “ativismo”.
  • 35. 35 Acho desnecessário falar muito a respeito, porque se trata de uma teoria conhecida por todos aqueles que se interessam pela Filosofia. O que desejo falar agora, é sobre o pragmatismo religioso. Já me referi uma vez a esse tema, mas torno a abordá-lo, para melhor compreensão. Quando falamos em ativismo religioso, temos a impressão de que todas as religiões estejam praticando ações de Fé. Todos conhecem propagandas por escrito, sermões verbais, orações, cultos, rituais religiosos, ascetismo e mortificações; infelizmente, porém, as religiões ainda não atingiram a vida prática. Em verdade, não passam de cultura mental. O pragmatismo filosófico introduz a Filosofia na vida prática, acentuando, neste ponto, o caráter americano. Pretendo fazer o mesmo, com uma diferença: fundir a Religião e a vida prática, tornando-as íntimas e inseparáveis. Deixemos, pois, de ostentar virtudes, de isolar-nos, de ser teóricos como foram até hoje os religiosos, e sejamos iguais às pessoas comuns. Para tanto, é preciso que eliminemos toda afetação religiosa e procedamos sempre de acordo com o senso comum, a ponto de tornar a Fé imperceptível aos outros. Isso vem a ser a apropriação completa da Fé. Com essa explicação, creio que puderam entender o que vem a ser ativismo religioso.” “Benefícios materiais” em novembro de 1950 “Se fizerem uma profunda análise da Igreja Messiânica Mundial, compreenderão que ela não só é de caráter popular como teórico. Podemos dizer mesmo que é uma Ultra-Religião, inédita para a humanidade. E não é só isso. O que defendemos não se restringe apenas à Religião. Nosso objetivo é dar a mais alta diretriz ao campo da Medicina, da Agricultura, da Arte, da Educação, da Economia, da Política, enfim, a tudo quanto diz respeito ao homem. Em suma: queremos colocar a teoria em prática, de maneira que a Fé seja vivida no nosso dia-a-dia.”
  • 36. 36 “Sejam sempre homens do presente” em 11 de outubro de 1950: “O homem deve progredir e elevar-se continuamente, sobretudo aqueles que possuem fé. Entretanto, quando tocamos em assuntos religiosos, as pessoas costumam julgar-nos antiquados e conservadores. Não podemos negar que essa é uma tendência dos fiéis em geral; porém, com os messiânicos, dá-se justamente o contrário, ou melhor, eles devem esforçar-se para ser o contrário. Observemos a Natureza. Ela procura renovar-se e progredir constantemente, sem um minuto de interrupção. O número de seres humanos aumenta de ano para ano. As terras vão sendo exploradas todos os anos. Vemos maiores e melhores vias de transportes – obras cuja construção demonstra crescente arrojo arquitetônicio – e maquinarias cada vez mais perfeitas. As ervas e as árvores crescem em direção ao Céu. Tudo isso mostra que nada regride. Ora, se tudo continua evoluindo, é natural que os homens também devam evoluir continuamente, seguindo o exemplo da Natureza. Nesse sentido, eu mesmo faço esforço para elevar-me e progredir cada vez mais; este mês, mais do que no mês anterior; este ano, mais do que no ano passado. Mas progredir somente na parte material, isto é, nos negócios, na profissão e na posição social, não passa de algo sem base, algo demasiado superficial, como uma planta sem raiz. É indispensável o progresso de espírito, isto é, a elevação da individualidade. Portanto, devemos prosseguir passo a passo, pacientemente, visando à perfeição, principalmente no que se refere à espiritualidade. Com a elevação gradual do espírito, a personalidade também florescerá e, sem dúvida alguma, essa atitude de contínuo progresso conquistará a confiança do próximo, facilitará os empreendimentos e tornará a pessoa feliz. Os jovens da atualidade talvez encarem estas palavras como moral antiquada e já superada; entretanto, é pondo em
  • 37. 37 ação tais palavras que as criaturas poderão, verdadeiramente, ficar atualizadas. Os homens que não pensam e não agem assim, desejando evoluir apenas materialmente, ficam estacionados. Não progridem nem são progressistas. Parecem-me antiquadíssimos, observados deste ponto de vista. Seus pensamentos e assuntos são sempre os mesmos, não apresentam nada de especial. Palestrar com essas pessoas não me desperta nenhum interesse, pois elas se limitam a assuntos triviais, não falando de Religião, de Política, de Filosofia e muito menos de Arte. O ideal seria que todos os fiéis da nossa Igreja se interessassem em progredir e elevar-se cada vez mais. Como visamos a corrigir a civilização errônea e construir um mundo ideal, os messiânicos devem procurar, nesta época de transição do mundo, ser sempre homens atualizados, vivendo em sintonia com o século XXI, que se aproxima. Eis o sentido do meu costumeiro conselho: sejam homens do presente.” “Religião teórica e religião prática” em 20 de abril de 1949: “A tais religiões, que destoam da realidade, dou o nome de religiões teóricas. Assim sendo, se pretende salvar de verdade os concidadãos, a teoria apenas não basta. É preciso, custe o que custar, lançar-se de frente ao dia-a-dia do povo e nele ser absorvido, a ponto de que fé e cotidiano se igualem. A isto chamo de religião prática. Qual seria essa linha de ação? Citemos o exemplo da carestia oriunda da inflação, uma das dificuldades cruciais do Japão de hoje, e a sua causa, que se acha na política alimentar do governo; há ainda outras implicações que a ela se relacionam, como a questão trabalhista, a prevenção da criminalidade, o saneamento dos círculos políticos, a questão da tuberculose e tantas outras. Tem-se, na realidade, uma pilha de problemas a exigir urgente
  • 38. 38 solução. Pretendo dissecá-los através do afiado bisturi da crítica religiosa, resolvendo-os por meio da prática aplicada na vida.” • Elementos problemáticos a serem enfrentados “O hábito da mentira” em 5 de setembro de 1951: “Entre as várias espécies de hábitos, existe um, pouco percebido, que é o da mentira. O homem moderno mente demais, baseando-se na idéia errônea de que está bem sucedido. A maioria, acostumada a esse mau hábito, nem seuqer toma consciência de que está mentindo. Quando isso ocorre com os meus subalternos, costumo chamar-lhes a atenção, mas muitos deles parecem ter perdido a noção da diferença entre a verdade e a mentira. Só percebem haver mentido e pedem desculpas depois de eu lhes ministrar uma lição bem clara a respeito. O hábito faz com que o povo moderno se perca, incapaz de distinguir os limites entre a mentira e a verdade. Deixarei de lado as mentiras inconseqüentes, que não merecem análise especial, para cuidar das maiores, mais graves, por serem conscientes e premeditadas. Entre elas, começaremos por analisar as mentiras proferidas pelos políticos. Estes, muitas vezes, são censurados por deixarem de cumprir as promessas de uma boa política e planejamento, feitas durante pomposas propagandas eleitorais. Há, também, muitos parlamentares que desprezam os compromissos assumidos com os seus eleitores, julgando essa atitude perfeitamente normal. Existem educadores cujos atos contradizem a grandeza de suas palavras, e é comum os jornais publicarem artigos de caráter duvidoso. As propagandas exageradas não constituem exceção. Os impostos representam o maior problema. É uma competição de mentiras, entre fiscais e contribuintes, de caráter sumamente complicado e desagradável. Há médicos que mentem, dando esperanças a pacientes incuráveis. Também
  • 39. 39 desaprovo os bonzos que fazem uso freqüente das “mentiras de ocasião”. As conhecidas táticas empregadas pelos comerciantes são mentiras aceitas pelo público. Com estas variedades, embora resumidas, podemos afirmar que o mundo é um complexo de mentiras. Talvez achem incrível o fato de um promotor mentir, mas isso acontece de vez em quando. A prova se evidencia no notável esforço que o Ministério Público vem empregando, baseado em suposições, para criar criminosos, desde a ocorrência de um caso até o julgamento final. Sempre que isso se repete, penso insistentemente no motivo de tanto interesse em culpar cidadãos inocentes. É realmente um enigma, para o qual não existe explicação. A profissão de promotor exige a condenação de um criminoso, mas a condenação de um inocente foge ao nosso raciocínio. É difícil saber prontamente se um suspeito é ou não responsável por um crime, mas creio ser possível distinguir o branco do preto, após uma breve investigação. O desejo de mentir parte do pensamento otimista segundo o qual é impossível a mentira vir à luz. A teoria da inexistência de Deus favorece o argumento de que a mentira perfeita é sinal de inteligência - o que constitui um erro gravíssimo, existência de Deus é uma realidade, e a mentira, mesmo bem pregada, é passageira, estando sempre sujeita a ser descoberta. Isso acarreta um grande prejuízo a quem mente, porque, contrariando seu objetivo primordial, a pessoa se expões à vergonha de ter o seu crédito destruído e ser-lhe imposto um castigo. O mentiroso pensa que Deus não existe, simplesmente porque Ele é invisível. Neste ponto, iguala-se aos selvagens, que não acreditam na existência do ar porque não o vêem. Pobre homem civilizado, completamente mergulhado no hábito da mentira!” “A civilização selvagem" em 25/03/53. “Em seguida, falarei sobre a falta de racionalidade na sociedade atual. Olhando exteriormente, todos os países têm
  • 40. 40 leis, organização política e econômica, sistema social, etc.; estão constituídos de forma extremamente satisfatória pela Ciência e pela inteligência humana, mas as características selvagens dos homens que os administram manifestam-se em todos os lugares. Uma vez retirada à máscara, a irracionalidade aparece numa quantidade exorbitante e assustadora. Na política, por exemplo, observando o estado da Assembleia, pode-se perceber que a linguagem e as atitudes abusivas não parecem adequadas a uma reunião de pessoas de alto nível. O tumulto é tão insuportável, que a gente tem a impressão de estar vendo uma multidão de velhacos. O regime parlamentar está constituído de forma bem racional, mas também é destruído pelas características selvagens dos seus componentes. Os membros dos partidos políticos pensam em primeiro lugar no seu próprio beneficio, em segundo lugar no beneficio do partido, e em terceiro lugar é que vão pensar no beneficio dos cidadãos. É um assunto problemático, pois essas pessoas se vangloriam, dizendo-se representantes do povo no Congresso.” “Aura” em 5 de fevereiro de 1947: “(...) se a política de uma nação é ruim, é porque a aura de seus governantes é fina, assim como também a do povo, que sofre as consequências dessa má política.” “Encosto espiritual”: “Hoje, muito se fala em desmoralização das opiniões, aumento da criminalidade e degradação política. Todos esses assuntos têm estreita relação com as doenças mentais, cujas causas estão na parte física e, ao mesmo tempo, relacionadas ao fenômeno do encosto espiritual.” “Instinto e abstinência” em 24 de dezembro de 1952: “Com a política e as ideias contemporâneas ocorre o mesmo. Os erros nascem das posições definidas – esquerda ou direita, capitalismo ou comunismo. Com essa definição, está se estabelecendo um limite e, decorrências disso, os choques serão inevitáveis.”
  • 41. 41 “Sunao”: “Quando eu falo a jornalistas desse país [Estados Unidos da América do Norte] sobre a finalidade da Messiânica e a construção do Tijyotengoku (Reino do Céu na Terra) em Hakone e Atami, ouvem tudo e concordam com as minhas ideias sem contestação. Pelo mesmo motivo, possuem também poucos partidos políticos, cujo número não passa de dois ou três. Já, neste aspecto, os japoneses são bem diferentes dos anglo- saxões. Mais divergentes, criam oposição a tudo; eis por que no Japão existem muitas religiões e um número bem maior de facções políticas.” “Ódio ao mal” em 25 de fevereiro de 1951: “Na política, que sempre funciona muito mal, o descalabro é evidente. A maioria dos políticos e funcionários públicos é corrupta. Ex-dirigentes de sociedades são denunciados por escândalos de suborno e prevaricação. A onda de crimes avoluma-se dia a dia. Segundo a opinião geral, surge dar fim à delinquência juvenil, evitando-se, dessa forma, um negro futuro para o Japão e para o mundo.” “Elo Espiritual” em 25 de outubro de 1949: “(...) se for homem público, como prefeito de uma cidade, governador de estado, primeiro-ministro, presidente, imperador, etc., tem elos espirituais com todos aqueles que estão sob sua administração ou governo. Quanto mais elevada à posição do homem, maior se torna o número de seus elos espirituais. Sendo assim, a personalidade de um líder tem que ser nobre, porque, se no seu espírito houver impurezas, isso se refletirá nocivamente sobre grande número de pessoas, atuando sobre o pensamento delas. O primeiro-ministro de um país, por exemplo, deve ser um homem de grande personalidade; além de muita sabedoria, deve ter muita sinceridade. Caso contrário, o pensamento do povo se deteriora, a moral relaxa, e o número de criminosos torna-se cada vez maior.” “Sinceridade” em 25 de janeiro de 1949:
  • 42. 42 “Só a sinceridade é capaz de resolver os problemas dos indivíduos, do país e do mundo. A deficiência política resulta da falta de sinceridade. A pobreza material e a corrupção moral também têm a mesma origem. Enfim, todos os problemas são gerados pela falta de sinceridade. Religião, Educação e Arte que não se alicerçam na sinceridade, passam a representar meras formas sem conteúdo. Homens, a chave de todos os problemas está na sinceridade.” No livro “Pão Nosso de Cada Dia”: Os problemas de uma país não são solucionados Porque falta sinceridade Aqueles que o administram. Está chegando o momento De surgirem, neste mundo, pessoas sinceras, Mesmo sem nome e nem posição.”
  • 44. 44 TEMA A legitimidade da democracia não parece ser contestada por ninguém nos dias de hoje. Mas o mesmo não acontece com seu exercício. Há pouca inconsistência lógica nos princípios políticos, embora a inconsistência seja gritante quando se tenta aplicá-los ao caso concreto. Um desses princípios mais conhecido é o citado por Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos, posto que ocupou de 4 de março de 1861 até seu assassinato em 15 de abril de 186: “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo.” Mas, o que é democracia, governo e povo? Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente no governo (poder de regrar uma sociedade política) através do sufrágio universal, isto é, do direito de voto a todos os indivíduos considerados intelectualmente maduros (em geral os adultos). Já povo é, usualmente, concebido como um conjunto de indivíduos que, num dado momento histórico, constitui uma nação. Se, por vezes, esta coincide com a totalidade de um território a ela associada, como normalmente acontece, é também o conjunto dos cidadãos de um país. Mais tarde, Lincoln diria: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”. Então é possível conjecturar, por exemplo, a honestidade e sinceridade dos governantes do executivo, legislativo e judiciário, bem como se eles vão conseguir aplicar o princípio da democracia na sociedade. Ou se isso que serve de base a um regime político
  • 45. 45 não é praticamente um artifício para atrair e enganar o povo, um chamariz através de voto. Os pensadores italianos do século XX Vilfredo Pareto e Gaetano Mosca (independentemente) argumentaram que a democracia era ilusória, e servia apenas para mascarar a realidade da regra de elite. Na verdade, eles argumentaram que a oligarquia da elite é a lei inflexível da natureza humana, em grande parte devido à apatia e divisão das massas (em oposição à unidade, a iniciativa e a unidade das elites), e que as instituições democráticas não fariam mais do que mudar o exercício do poder de opressão à manipulação. Como Louis Brandeis uma vez profetizou, "Podemos ter democracia ou podemos ter riqueza concentrada nas mãos de uns poucos, mas não podemos ter as duas coisas”. Hoje todos os partidos políticos no Canadá são cautelosos sobre as críticas de alto nível de imigração, porque, como observou The Globe and Mail, "no início de 1990, o antigo Partido da Reforma foi marcado como 'racista' por sugerir que os níveis de imigração deveriam ser reduzidos de 250.000 a 150.000." Como o professor de Economia Don J. DeVoretz destacou: "Em uma democracia liberal como o Canadá, o seguinte paradoxo persiste. Mesmo que a maioria dos entrevistados respondendo sim à pergunta: 'Há muitas imigrantes chegando a cada ano?' Números de imigrantes continuam a subir até que um conjunto crítico de custos econômicos apareça'". Alguns acham que a democracia é o regime ideal. Outros que não se encontrou alternativa melhor já que as outras opções como ditadura, absolutismo e autoritarismo são desastrosas. Há os que tentam aperfeiçoá-la desde adjetivando-a de direta e indireta, ou até os que sugerem que ninguém pode ser reeleito, inclusive o partido para que não haja perpetuação no poder. Ainda tem os que defendem a invalidação de partidos com
  • 46. 46 ideologias como fascismo, nazismo, comunismo, capitalismo, anarquismo e populismo. No que se seguem todos os citados trechos entre aspas são de autoria do Messias Meishu-Sama, não se citará a fonte para não sobrecarregar o texto.
  • 47. 47 REFLEXÃO • Existem princípios inferiores e superiores. “Até as pregações religiosas caem no exagero, mas na realidade, estão apenas transmitindo princípios inferiores. Por exemplo, há volumes de oitenta e quatro mil sutras, que mesmo assim, quase nada transmitem. Se pudessem ser comparados a metais, corresponderiam ao ferro. (...) Mesmo em conversas, nota-se que são raras as pessoas capazes de tocar no ponto fundamental de um assunto, e a maioria delas fica só girando em torno do tema, falando exageradamente. Inclusive, percebo esse problema entre os japoneses que, por terem vivido quase três séculos sob o domínio do Feudalismo - regime que lhes ensinou a mentir - não têm condições de expor apenas o ponto focal de uma conversa.” “Atualmente, há um esforço conjunto de países em prol da educação, bem como a firme atuação de outros órgãos que visam ao desenvolvimento correto do pensamento e a mudanças no coração do povo. Entretanto, caso não se consiga erradicar, na própria raiz, as ideias ateístas, será como pegar água com um escorredor. E mesmo uma inteligência superior, caso esteja unicamente voltada a princípios materialistas, obviamente, vai fazer uso muito mais do lado do mal. Daí também a razão do aumento dos crimes de natureza intelectual, à medida que a civilização progride. Por isso, venho alertando os que dominam o poder: não há mais cabimento em se cultivar tamanha ignorância!” “Mas de que modo será possível a anulação de tanta maldade? O recurso para isso consiste em se manter bem clara a ideia de que o princípio básico para se obter uma vida
  • 48. 48 harmoniosa e feliz na Terra é despertar nos homens (...) a crença na existência de Deus.” Lógica Divina: o mesmo que "princípio divino que rege o Universo". “Lei de Causa e Efeito: princípio universal preconizado no seguinte provérbio: "cada um colhe o que planta". Então, de acordo com essa lógica, toda ação - boa ou má - tem, inevitavelmente, suas consequências. Nuvens Espirituais: "máculas que recobrem a alma do ser humano (centelha divina) geradas pela violação dos princípios da Lei Divina, isto é, princípio estabelecido por Deus no momento da criação que através dele o Universo se movimenta e evolui. É inviolável e imutável.". Seu processo assemelha-se ao que ocorre no plano físico quando, muitas vezes, nuvens recobrem os raios solares, impedindo-os de iluminara Terra. De forma idêntica, quando alguém possui nuvens espirituais, perde a capacidade de discernir entre o Bem e o Mal, o certo e o errado, por falta de Luz para isso.” “Então, o ponto mais importante consiste em não se rotular os acontecimentos segundo o princípio shojo (limitante em demasia) - tão característico do pensamento humano -, que cria suas próprias razões, aceitando-as como verdade incontestável, prática que acaba por nos levar a cometer graves erros.” “Mesmo que uma grande purificação venha a ocorrer, tudo o que houver de bom permanecerá, devido ao Princípio de Continuidade na Natureza, e esse conhecimento tem de ser parte integrante de nosso ser. (...) O ser humano é o agente responsável por essa construção e, por isso, deverá selar um compromisso com o progresso, mesmo porque não é nada bom mantermo-nos estacionados num mesmo ponto.”
  • 49. 49 • Intelecto do político seja orientado pelo teísmo e inteligência de alto nível. “Kan-chi é a inteligência maldosa, muito comum entre os intelectuais e as classes dirigentes, razão por que a sociedade não pode melhorar. Somente com a aniquilação desse Tie maligno poderá surgir uma sociedade pura e alegre e uma nação digna. Mas haverá algum meio de aniquilá-lo? Não é difícil, desde que o Tie maldoso seja radicalmente destruído. Isto, porém, é impossível sem uma poderosa atividade religiosa que consiga despertar a crença na existência de Deus.” “Se vocês observarem bem atentamente, notarão que as reuniões dos deputados no Congresso duram muitas horas e eles não conseguem chegar a um resultado satisfatório. Assim acontece porque os homens em geral têm a cabeça cheia de nuvens, criadas pelas toxinas dos muitos remédios que tomaram. (...) No decorrer das discussões, o clima assemelha-se ao de uma briga em que cada qual defende ardorosamente a sua opinião, julgando ser a única verdadeira. (...) Diante desse comportamento, torna-se difícil elogiar a cabeça dos políticos atuais, que ficam perdendo tempo, fazendo um esforço desnecessário e prolongando inutilmente o período de funcionamento do Congresso. Muito me admira como os deputados têm tanto tempo a perder. Penso mesmo que eles gostam dessas contendas intermináveis; não imaginam que, agindo assim, estão prejudicando o povo. Por isso, é muito importante nos dias de hoje, cada um se preocupar um pouco mais com o aprimoramento de sua maneira de pensar.”
  • 50. 50 • A nação e sua gente devem se nortear pela prática da verdade, virtude e beleza. “Em qualquer circunstância, entretanto, o objetivo de Deus Supremo continua sendo a criação do mundo ideal, pleno de Verdade, Virtude e Beleza. E para concretizar o Seu plano, o Criador vem preparando todas as condições até que o tempo adequado se faça presente. Por sua vez, a humanidade precisa reconhecer que o momento já está chegando; cada pessoa deve, portanto, começar uma revolução dentro de si mesma.” • Democracia ainda é fraca. “Não sou o único, entretanto, a pensar que a democracia ainda não criou raízes firmes. Muitos resquícios de feudalismo ainda subsistem em várias camadas da sociedade japonesa.” “Os membros dos partidos políticos pensam em primeiro lugar no seu próprio beneficio, em segundo lugar no beneficio do partido, e em terceiro lugar é que vão pensar no beneficio dos cidadãos. É um assunto problemático, pois essas pessoas se vangloriam, dizendo-se representantes do povo no Congresso.” • A prática do princípio da democracia e a gestão na condução de nação se assemelha na atualidade a tapeação de meninos. "Ao examinar todas as facetas da civilização contemporânea, não posso deixar de pensar na medicina mo num engodo para crianças. O mesmo digo quanto à política (...) parecem obra de uma criança travessa do primário.”
  • 51. 51 • O fascismo e o nazismo são liderados por Satanás. “A História registrou a passagem de muitos desses heróis e grandes homens. Temporariamente, foram bem sucedidos, mas todos, sem exceção, acabaram malogrando. Observando-os sob o ponto de vista espiritual, vemos que foram todos possuídos por uma grande entidade do reino demoníaco. O interessante é que, de início, tudo lhes corre bem, mas, a certo ponto, infalivelmente malogram. O espírito encostado então se afasta imediatamente. O Kaiser, Mussolini e Hitler constituem exemplos relevantes. Após o malogro, ficaram como que abobalhados, parecendo outra pessoa. Isto sempre acontece após o afastamento de um grande espírito diabólico.” O comunismo é um movimento político-social místico egoísta que impõe idéias. “Tenho certeza de que um dia [o comunismo] vai sucumbir por se tratar de um movimento político-social repleto de impurezas. Não está enraizado, na sua estrutura, o desejo de fazer a maioria das pessoas felizes ou de contribuir de verdade para o progresso do mundo. Seus dirigentes não medem as consequências quando matam pessoas inocentes, visando apenas a benefícios próprios. Em determinadas circunstâncias, agem como se fossem grandes disciplinadores, mas, de fato, só querem impor as próprias ideias. Então, quando organizações dessa ordem chegam ao fim, é certo que prevaleceu a justiça.” • O capitalismo é um materialismo apegado à exploração desmesurada. “Como resultado da exploração dos capitalistas, dos fazendeiros e de outras pessoas que fazem o que bem entendem em nome de seus próprios interesses, os trabalhadores, sem alternativa, para se autodefenderem, acabam enfrentando-os em movimentos de grupo. Nesse sentido, não será exagero dizer
  • 52. 52 que os próprios capitalistas e fazendeiros é que geram o comunismo; ou seja, eles lutam contra um fantasma criado pôr eles mesmos.” “Através da Revelação Divina visualizei esse país (Estados Unidos) e, num futuro próximo ele se encontrará frente a grandes problemas, podendo ser considerados sem precedentes.” • O anarquismo é algo fora do limite “Após a guerra, estabeleceu-se a democracia no Japão, e assim nos libertamos do despotismo. Isso foi muito bom; pena é que se tenha ido além dos limites e chegado à situação presente, ou seja, a uma sociedade predisposta à anarquia.” • O populismo é manutenção do poder por meio de mandato democrático-autoritário e política social assistencialista. “(...) existem os desempregados, viúvas, etc., que vivem na dependência da ajuda do governo, dos serviços sociais e da assistência de instituições. Onde quer que se observe, parece que nada é possível sem a ajuda de terceiros; consequentemente, não podemos deixar de ficar espantados com o caráter dependente dos japoneses. Nos Estados Unidos, a situação é muito diferente. Entende-se isto analisando a história de sua formação. No começo do século XVII, centenas de puritanos da Inglaterra emigraram para a América sem levar quase nada. Desbravaram as montanhas e os campos desabitados e, com sacrifício e esforço, conseguiram construir, em pouco mais de duzentos anos, a nação civilizada que vemos atualmente. Por isso, é natural que haja uma diferença tão grande entre o pensamento dos americanos e o pensamento dos japoneses. Os americanos não tinham em quem se apoiar, mesmo que quisessem; não
  • 53. 53 havia quem os ajudasse, além deles próprios. Por maiores que fossem as dificuldades, só dependiam de si mesmos. O único recurso era produzir algo a partir do nada com a própria força. É por esse motivo que sinto realmente uma grande admiração pelos americanos. Se o povo japonês, pelas críticas que tem sofrido, pretende reconstruir este país, precisa, antes de tudo, seguir o espírito desbravador do povo americano. Estou certo de que a introdução desse pensamento é muito mais eficaz que a introdução de capital. É o método fundamental, pois está baseado na Verdade de que o espírito domina a matéria. Entretanto, podemos dizer que, entre os intelectuais do Japão, quase ninguém percebe isso. Mesmo nos órgãos de comunicação, o que se faz é incentivar o espírito de dependência. Talvez eu esteja exagerando, mas essa característica é própria dos pedintes acovardados, que compram a compaixão das pessoas. Além disso, quando alguém não atende suas exigências conforme eles desejam, os japoneses reclamam, queixam-se, revoltam-se e, por fim, com a ajuda de terceiros, tentam até derrubar esse alguém. Parecem não perceber que, em conseqüência disso, também estão derrubando a si próprios. Com efeito, não há tolice igual. Pode-se até dizer que, com essa atitude, não só se torna difícil reconstruir o Japão, mas até mesmo manter a situação atual. Quase sempre fazem-se greves como único meio de resolver os problemas existentes entre empregados e empregadores. Talvez seja algo inevitável, mas, pensando bem, o que pode acontecer é o seguinte: quanto mais se faz greve, mais a empresa regride, e o resultado é a diminuição da receita e, logicamente, do salário dos empregados. É o mesmo que a pessoa apertar o seu próprio pescoço. Quando se leva em conta essa situação, apesar de os grandes capitalistas serem um tanto indesejáveis na conjuntura atual, chega-se à conclusão de que, se não surgir um grande
  • 54. 54 número de médios capitalistas, será quase impossível pensar-se no êxito dos empreendimentos. Esta é a necessidade imediata para os dias atuais.” “Aos políticos, cabe esquecerem-se de si próprios, pondo a felicidade do povo acima de tudo e erigindo-se como exemplos de boa conduta. O povo também deve praticar boas ações e esforçar-se constantemente para desenvolver sua inteligência. Sabemos que serão mais felizes aqueles que praticarem maior número de ações louváveis." “Este princípio também se aplica ao país e à sociedade. O maior problema é o conflito existente no setor industrial, entre patrões e operários. A administração da produção efetuada por estes últimos é o que há de mais reprovável, porque se afasta completamente da ordem.” “O desrespeito à Lei não trará boas consequências, mesmo num regime democrático.” “Pelo exposto, a Política também precisará estar estruturada em três camadas, para uma boa atuação. Se assim não for, haverá distúrbios e incompreensão, o que gerará conflitos (...) a classe média, entre o povo, tem a função de harmonizar as classes alta e baixa.” E o que se vê privilegiar os ricos há ponto de se ver a notável desigualdade social, dar migalhas para os menos favorecidos para obtenção de votos e sufocar a classe média inclusive com impostos. • Regimes democráticos têm ocultado dominação, exploração e hegemonia. “Na política, que sempre funciona muito mal, o descalabro é evidente. A maioria dos políticos e funcionários públicos é corrupta. Ex-dirigentes de sociedades são denunciados por escândalos de suborno e prevaricação. A onda de crimes avoluma-se dia a dia. Segundo a opinião geral, surge dar fim à
  • 55. 55 delinquência juvenil, evitando-se, dessa forma, um negro futuro para o Japão e para o mundo. Essas observações que fiz cuidadosamente demonstram que o mal não é odiado. Os funcionários públicos conservam o autoritarismo feudal. Esfriam-se as relações entre familiares e aumenta a crise entre os educando, por ter-se abraçado a democracia de maneira deturpada. A bela capa da democracia oculta à exploração dos impostos e o sofrimento do povo sob a opressão do poder burocrático. O número de problemas desagradáveis é tal, que se torna difícil relacioná-los. A causa de tudo isto é uma generalizada despreocupação quanto ao sentido de justiça, acrescida do egoísmo de muitas criaturas, erroneamente consideradas “experientes”. Todavia, examinando os fatos, vemos que a sociedade atual não poderia possuir outras características. Chega a ser lógico. Em todas as épocas, os jovens possuem vigoroso senso de justiça e ódio ao mal. Ao deixarem os bancos escolares, no entanto, enfrentam uma realidade tão inesperada, que golpeia todas as suas convicções, dissolve seus velhos ideais e exige a reformulação de seus valores, para que eles adquiram a chamada “experiência da vida”. Qualquer manifestação do espírito de justiça cria mal-entendidos, suscita antipatia de superiores hierárquicos e dificulta-lhes o sucesso na profissão. Qualquer intenção de justiça é considerada como pedantismo ou inexperiência. A essa altura, o sentimento de justiça é posto de lado, num canto do coração, sendo substituído pelo “senso prático”. Considera-se, então, que o jovem se aprimorou na arte de viver em sociedade. Não digo que isto seja propriamente mau; contudo, o aumento de pessoas acomodadas afrouxa a estrutura da sociedade e facilita o aparecimento de corruptos e criminosos. A nossa realidade social torna patente o que acabo de afirmar.”
  • 56. 56 • Felizmente, ladrão não é necessário no Mundo Ideal. “Deus construiu este mundo de tal forma que todas as coisas sujas fossem limpas. Por conseguinte, conseguir entender isso, realmente, é o ponto de vista amplo. Porém, não se deve falar muito sobre esse assunto porque, senão, acabarão pensando que o ladrão também é necessário. Podem interpretar erroneamente, logo, essas coisas devem ser compreendidas internamente.” • Esperteza e fraude são o que comanda as eleições. “No caso das eleições é a mesma coisa. Realmente, as leis e o controle são extremamente rigorosos e minuciosos, mas isso é apenas na aparência; na realidade, é considerado esperto aquele que consegue ludibriar a lei.” “Atualmente o povo vive criticando, e com razão, a degeneração da Política, as fraudes eleitorais, a prevaricação dos funcionários públicos, a degradação dos educadores, etc..” • Quando os sistemas e regimes vão maus é devido o governo e o povo terem aura debilitada. “Quando a política de um país vai mal, com certeza, seus dirigentes e representantes, bem como o povo, que sofre as consequências da má administração, têm aura fina. É um processo inevitável.”
  • 57. 57 • Variedade de partidos e doutrina arcaica impede a disponibilidade à verdade e a harmonia. “De modo especial entre os japoneses, tal hábito tornou- se comum. Na verdade, é um indício de que a maioria segue inconscientemente a linha da inversão da verdade. (...) Já, neste aspecto, os japoneses são bem diferentes dos anglo-saxões. Mais divergentes, criam oposição a tudo; eis por que no Japão existem muitas religiões e um número bem maior de facções políticas.” • A revolução cultural do Messias é atacada pelos políticos diante de uma ralé enganada. “Criar o Mundo de Miroku é transformar o mundo infernal em paradisíaco. Por isso, ocorrerá uma grande revolução jamais vista desde o início da humanidade. Não há nenhuma revolução tão grande como esta e, ao mesmo tempo, tão fácil de ser realizada.” “Há tempo, estou alertando para a chegada de um período de terror. Agora sinto que está próximo. O povo, contudo, ainda não percebeu as mudanças que começam a ocorrer.” “Os políticos do Japão, por exemplo, quando entram em contato com a Messiânica, julgam-na extremamente supersticiosa e lançam críticas através da impressa falada e escrita. Há, inclusive, alguns grupos que proíbem as pessoas de se aproximarem de nós. Por sua vez, o povo, enganado, não consegue compreender a verdade por nós divulgada; fica receoso e não faz referência alguma à Messiânica. Então, observando mais atentamente os fatos, podemos perceber que a maioria dos intelectuais, embora sem querer, impede a criação da nova cultura. Essa mesma atitude está presente tanto no Oriente
  • 58. 58 quanto no Ocidente. Que o digam todos os precursores de ideias revolucionárias! (...) quando se propõem preceitos altamente inovadores sugerindo mudanças nas posturas preestabelecidas, seus autores são vítimas de perseguições e ataques cruéis, chegando, muitas vezes, a fatalidades irreversíveis. Foi o que aconteceu com Jesus, Sócrates, Galileu, Copérnico, Lutero, além de outros. Imaginem, então, os Ensinamentos da Messiânica! São conceitos bem mais revolucionários que os dos meus predecessores. Estão dois séculos à frente dos conhecimentos vigentes.” • Cargos e postos são ocupados por apegados, ardilosos e criminosos. “Muitos políticos, por exemplo, deixam de afastar-se da vida pública no momento oportuno, devido exatamente ao excesso de apego a uma posição de destaque. Chegam, por isso, às vezes, a situações deploráveis.” “(...) o problema não envolve apenas as pessoas das classes inferiores; ele vem de cima, começando por ministros, políticos, deputados e funcionários públicos, e atingindo até famosos empresários. Podemos dizer que poucas são as pessoas que não cometem crimes. Acontece que os criminosos que se mostram abertamente como tal, são apenas uma parte; costuma-se mesmo dizer que os que foram agarrados pelas malhas da lei não tiveram sorte, o que prova a existência de muitos crimes submersos, que não vêm à tona.” • Dirigentes e representantes do público têm que possuir caráter elevado e grande sabedoria. “O mesmo se pode dizer das personalidades públicas, como chefes de Estado, ministros, governadores, prefeitos,
  • 59. 59 senadores e deputados, os quais têm ligações com o povo que governam, ou ao qual representam. Quanto mais alta for a posição ocupada por alguém, maior o número de elos espirituais existentes. Por isso, os dirigentes devem ter um caráter nobre para poderem exercer condignamente a sua função na sociedade.” • O extremismo partidário é prejudicial ao país e o povo, a solução é o método ‘Izunomê’. “Em síntese, 'lzunome' significa 'princípio imparcial', isto é, manter-se sempre no centro. Não é 'Shojo' nem 'Daijo': é Shojo e Daijo simultaneamente, ou seja, significa não tender aos extremos, nem decidir-se de maneira impensada. Naturalmente não podemos fugir à decisão de determinadas questões, mas a dificuldade está no julgamento. O espírito de ‘lzunome' assemelha-se à arte culinária: o alimento deve ser temperado na justa medida - nem doce, nem salgado. Assemelha-se também ao clima - nem quente, nem frio. É o clima agradável da primavera e do outono. Se os homens adotassem esse espírito e agissem de acordo com ele, seriam estimados por todos e tudo lhes correria bem. Entretanto, os homens de hoje mostram acentuada tendência ao radicalismo. Temos melhor exemplo na Política. Os políticos professam princípios radicais, denominando-os de partido direitista ou esquerdista. Como esses pensamentos estão associados à obstinação, eles vivem em conflitos. E tudo isso prejudica grandemente o país e o povo. O método 'lzunome' deveria ser adotado na Política; contudo, há pouca probabilidade de aparecerem políticos ou partidos que tenham consciência disso. A guerra origina-se, também, do choque gerado pela imposição de princípios extremistas.”
  • 60. 60 • Ativismo político sem “ismos” e democracia é uma necessidade de todos. “Não se trata de comunismo, nem tampouco de socialismo, capitalismo ou democracia. Nascerá (...) a manifestação de uma profunda Administração de Deus.”
  • 62. 62
  • 63. 63 TEMA • Homossexual É alguém que: sente atração sexual por um ser do mesmo sexo (homos = mesmo; sexus = sexo); está sob a condição da homossexualidade, ou seja, de um modo de ser; pratica o homossexualismo, isto é, maneira de pensar e proceder. Homossexualidade é uma das quatro principais categorias de orientação sexual, juntamente com a heterossexualidade, a bissexualidade e a assexualidade. Enquanto orientação sexual, ela se refere a padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas principalmente ou exclusivamente entre pessoas do mesmo sexo. O primeiro registro de uma união homossexual da história foi o de Khnumhotep e Niankhkhnum que foram serventes confidentes do rei Niuserré do Egito durante a V dinastia - cerca de 2400 a.C. O par é retratado durante um beijo na mais íntima pose na arte egípcia, e na tumba são mostrados se abraçando e de mãos dadas. Em culturas influenciadas pelas religiões abraâmicas, a lei e a igreja estabeleciam a sodomia como uma transgressão contra a lei divina ou um crime contra a natureza. A condenação do sexo anal entre homens, no entanto, é anterior à crença cristã. Muitas figuras históricas, como Sócrates, tiveram termos como homossexual ou bissexual aplicados a eles. No entanto, o homossexualismo esteve presente em todos os continentes. Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade foram admirados, tolerados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram. Quando admirados, esses aspectos eram entendidos como uma maneira
  • 64. 64 de melhorar a sociedade; quando condenados, eram considerados um pecado ou algum tipo de doença, sendo, em alguns casos, proibidos por lei. Antigamente conhecida por nomes como "pecado nefando" ou "terceiro sexo", só em 1869, na Alemanha, o amor entre pessoas do mesmo sexo recebeu o nome científico de "homossexualismo". O médico, seu criador, que seria ele próprio homossexual, visava apresentar a atração pelo mesmo sexo como inata, portanto natural e não adquirida, para assim afastar a culpa por sua prática. Tal intenção lhe valeu a simpatia do mundo científico progressista da época. Na verdade, o tiro saiu pela culatra, pois o conceito científico foi englobado pela psiquiatria. Com isso, o amor entre pessoas do mesmo sexo deixou de ser matéria de pecado para tornar-se doença e, portanto, passível de tratamentos. Sua condenação transferiu-se da esfera da religião para a ciência, de modo que os padres foram substituídos pelos médicos como seus algozes. Desde meados do século XX a homossexualidade tem sido gradualmente desclassificada como doença e descriminalizada em quase todos os países desenvolvidos e na maioria do mundo ocidental. Atualmente, as principais organizações internacionais de saúde (incluindo as de psicologia) afirmam que ser homossexual ou bissexual é uma característica compatível com uma saúde mental e um ajustamento social completamente normal; tais instituições médicas também não recomendam que as pessoas tentem alterar a sua orientação sexual. Desde 1973 a homossexualidade não é mais classificada como um transtorno pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975, a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento ao deixar de considerar a homossexualidade uma doença. No Brasil, em 1984, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) posicionou-se contra a discriminação e considerou a
  • 65. 65 homossexualidade algo que não prejudica a sociedade. Em 1985, a ABP foi seguida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e, em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em relação às questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e/ou cura da homossexualidade. No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de Doenças. Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra os homossexuais uma violação aos direitos humanos. Entretanto, o estatuto jurídico das relações homossexuais ainda varia muito de país para país. Enquanto em alguns países o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, em outros, certos comportamentos homossexuais são crimes com penalidades severas, incluindo a pena de morte (o Irã condena homossexuais ao enforcamento, enquanto a Arábia Saudita os apedreja). A prevalência da homossexualidade entre os humanos é difícil de determinar com precisão; na sociedade ocidental moderna, os principais estudos indicam uma prevalência de 2% a 13% de indivíduos homossexuais na população, enquanto outros estudos sugerem que aproximadamente 22% da população apresente algum grau de tendência homossexual. • Genética e/ou comportamento? A religião foi a primeira área do conhecimento humano a apresentar argumentos em relação ao homossexualismo. Mais tarde, com o desenvolvimento científico, vieram basicamente a
  • 66. 66 psicologia comportamental e a biologia genética. Isso não quer dizer que não existiram outras áreas envolvidas neste tema como ambiente, neurociência, sexologia, antropologia, sociologia, demografia e direito. Grosso modo se pode dizer que existem os que acham que os homossexuais já nascem assim. Outros, ao contrário, dizem que a conjunção do ambiente social com a figura dominadora do genitor do sexo oposto é que são decisivos na expressão da homossexualidade masculina ou feminina. Como separar o patrimônio genético herdado involuntariamente de nossos antepassados da influência do meio foi uma discussão que monopolizou o estudo do comportamento humano durante pelo menos dois terços do século XX. Os defensores da origem genética da homossexualidade usam como argumento os trabalhos que encontraram maior prevalência de homossexualidade em irmãos gêmeos univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato pessoal. Porém as evidências suportam a afirmação que “ninguém nasce gay”, pois como negar que a figura excessivamente protetora da mãe, aliada à do pai pusilânime, seja comum a muitos homens homossexuais? Ou que uma ligação forte com o pai tenha influência na definição da sexualidade da filha? Mais tarde, com os avanços dos métodos de neuro- imagem, alguns autores procuraram diferenças na morfologia do cérebro que explicassem o comportamento homossexual. Os que defendem a influência do meio têm ojeriza aos argumentos genéticos, para eles, o comportamento humano é de tal complexidade que fica ridículo limitá-lo à bioquímica da expressão de meia dúzia de genes. Alguns consideram essa discussão antiquada. Tão inútil insistir nela como discutir se a música escutada ao longe vem do piano ou do pianista.
  • 67. 67 A propriedade mais importante do sistema nervoso central é sua plasticidade. Dos pais se herda o formato da rede de neurônios trazida ao mundo. No decorrer da vida, entretanto, os sucessivos impactos do ambiente provocam tamanha alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se torna absolutamente irreconhecível e original. Ainda que existam irmãos geneticamente iguais, jamais se podem evitar as diferenças dos estímulos que moldarão a estrutura microscópica de seus sistemas nervosos. Da mesma forma, mesmo que o oposto fosse possível – garantir estímulos ambientais idênticos para dois recém-nascidos diferentes – nunca se obteria duas pessoas iguais por causa das diferenças na constituição de sua circuitaria de neurônios. Por isso, é impossível existirem dois habitantes na Terra com a mesma forma de agir e de pensar. Tapando o olho esquerdo de um recém-nascido por 30 dias, a visão daquele olho jamais se desenvolverá em sua plenitude. Estimulado pela luz, o olho direito enxergará normalmente, mas o esquerdo não. Ao nascerem, os neurônios das duas retinas eram idênticos, porém os que permaneceram no escuro perderam a oportunidade de ser ativados no momento crucial. Tem sentido, nesse caso, perguntar o que é mais importante para a visão: os neurônios ou a incidência da luz na retina? Em matéria de comportamento, o resultado do impacto da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja mais complexo e imprevisível, é regido por interações semelhantes. No caso da sexualidade, para voltar ao tema, uma mulher com desejo sexual por outras pode muito bem se casar e até ser fiel a um homem, mas jamais deixará de se interessar por mulheres. Quantos homens casados vivem experiências homossexuais fora do casamento? Teoricamente, cada um tem discernimento para escolher o comportamento pessoal mais
  • 68. 68 adequado socialmente, mas não há quem consiga esconder de si próprio suas preferências sexuais. Até onde a memória alcança, sempre existiram maiorias de mulheres e homens heterossexuais e uma minoria de homossexuais. O espectro da sexualidade humana é amplo e de alta complexidade, no entanto; vai dos heterossexuais empedernidos aos que não têm o mínimo interesse pelo sexo oposto. Entre os dois extremos, em gradações variadas entre a hetero e a homossexualidade, oscilam os menos ortodoxos. Como o presente não faz crer que essa ordem natural vá se modificar, por que é tão difícil aceitar a riqueza da biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistir no preconceito contra um fato biológico inerente à condição humana? • Comum e/ou natural? A parte que tantos outros decidem ignorar, é que ninguém nasce heterossexual também. Afinal, como brilhantemente apontou Freud, se vai indagar sobre as causas da homossexualidade, é igualmente pertinente se indagar sobre quais são as causas da heterossexualidade, já que "o interesse sexual exclusivo do homem pela mulher é também um problema que exige esclarecimento, e não uma evidencia indiscutível que se possa atribuir a uma atração de base química". O argumento de que a homossexualidade não é natural porque não leva à reprodução, não apenas ignora um grande número de comportamentos sexuais que também não levam à reprodução (sexo com métodos contraceptivos, em períodos inférteis, com pessoas inférteis, após a menopausa, anal, masturbação, etc.) como pressupõe que o instinto sexual tem como objetivo a reprodução. Dizer que o instinto sexual tem um objetivo já é certamente incorreto (é um pensamento
  • 69. 69 teleológico, incoerente com a seleção natural), mas, mesmo se tivesse este não seria a reprodução, mas apenas sua satisfação. Basta lembrar que para Freud a homossexualidade é tão natural quanto à heterossexualidade e foi militante em sua época, fazendo frente a seus colegas que se recusavam a dar o título de psicanalista a homossexuais, assinando uma petição pela revisão do código penal e a supressão do delito da homossexualidade entre adultos que consentem, dentre outros. Não se pode esquecer também que em 1935, ele escreve uma carta endereçada a uma mãe que havia lhe solicitado ajuda em relação às condutas e comportamentos que ela considerava anormais por parte de seu filho. Ao que Freud respondeu: “Eu creio compreender, após ler sua carta, que seu filho é homossexual. Fiquei muito surpreso pelo fato que a senhora não mencionou esse termo nas informações que deu sobre ele. Posso eu, vos perguntar por que evitou esta palavra? A homossexualidade não é evidentemente uma vantagem, mas não há nada do que sentir vergonha. Ela não é nem um vício, nem uma desonra e não poderíamos qualificá-la de doença. Muitos indivíduos altamente respeitáveis, nos tempos antigos e modernos, foram homossexuais, como Platão, Michelangelo e Leonardo da Vinci. É uma grande injustiça perseguir a homossexualidade como crime e também uma crueldade”. • Deixar de ser ou continuar sendo? A orientação sexual é algo mais complexo do que características inatas ou uma escolha. Diz-se que alguém tem determinada orientação sexual numa interseção entre como ele se comporta e, principalmente, como ele se vê. Se alguém diz que não é mais homossexual porque não mais tem relações com pessoas do mesmo sexo e não se considera mais homossexual, então não há nada que legitime dizer que ele ainda é homossexual. E existem muitas pessoas que se dizem ex-gays.
  • 70. 70 A principal questão a respeito das terapias de reorientação sexual não é se conseguem alterar a orientação sexual ou não, mas sim por que se deveria fazer isso. Estas não são questões estritamente científicas, mas morais, éticas e, mais especificamente, teorias morais que orientam nossas escolhas sobre o que deve ser feito. Há quem acredite que a ciência não pode arbitrar questões como estas, pois o papel da ciência seria descrever como as coisas são e não como elas deveriam ser. A respeito do por que, é relevante ressaltar, por exemplo, que quase todos proponentes das terapias de reorientação sexual são religiosos que justificam sua reivindicação com base em doutrinas religiosas. Estas doutrinas geralmente se referem à homossexualidade como “abominação”, “não natural” ou “doença”. Como já foi esclarecido, a Psicologia não dá respaldo para essas crenças, pelo contrário, traz evidências do exato oposto e, em parte por este motivo, há décadas não mais a entende como uma patologia. Seria um contrassenso uma terapia com objetivo de tratar algo que, por si só, não tem justificativa para ser tratado - a não ser a desaprovação moral de um grupo de pessoas. Seria algo análogo a propor uma terapia que trate o gosto por música porque um grupo de pessoas (por maior que seja) acha que gostar de música é errado. Por isso mesmo, alguns proponentes dessa terapia tentam convencer com a alegação de que alguém pode sofrer com sua homossexualidade, como as próprias pessoas com convicções religiosas que a condenam, e querer, por vontade própria, se ver livre de seus desejos homossexuais. Este é o argumento mais forte a favor das terapias de reorientação sexual. Mesmo assim, não é lá muito bom. Pois: - Pelas razões já expostas, temos fortes motivos para acreditar que sempre existirão pessoas homossexuais ou no mínimo com fortes desejos homossexuais;