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FAAL — FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE
LIMEIRA
CURSO DE GRADUAÇÃO
LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA
NOME: VALDECI FERNANDES DA SILVA
ORIENTADOR: PROF TIAGO GIORGETTI CHINELLATO
LIMEIRA/SP
2015
1
A atuação do Professor-Auxiliar e sua possível contribuição para o rendimento
escolar dos alunos das escolas públicas do Estado de São Paulo
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como exigência para o Título de Licenciatura
Plena de Matemática, pela Faculdade de
Administração e Artes de Limeira, sob
orientação do Professor Ms. Tiago Giorgetti
Chinellato
LIMEIRA/SP
2015
2
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a atuação do Professor-Auxiliar (PA) nas
escolas públicas estaduais e sua possível contribuição para o rendimento escolar
dos alunos. Ao abordar esse tema, procurei mostrar as contribuições que o PA pode
trazer aos alunos e toda a comunidade escolar. A metodologia de pesquisa utilizada
foi do tipo qualitativa e envolveu os docentes que atuam como professor regente e
como PA, sendo aplicado um questionário e analisado seguindo as categorias de
codificação de Bogdan e Biklen (1994). Ao analisar os dados, constatamos que a
atuação do PA pode trazer melhorias para o rendimento escolar dos alunos e foram
apontadas também possíveis mudanças para que o projeto consiga atingir os níveis
máximos de eficiência, como aumento do número de aulas, inicio do PA desde o
começo do ano letivo, entre outros. Ao concluir a pesquisa, tem-se um panorama de
todo o projeto na visão dos professores e os dados obtidos poderão contribuir para a
melhoria do mesmo e servir de base para outras pesquisas sobre o tema.
Palavras-chave: Professor-Auxiliar. Capacitação de Professores. Rendimento
Escolar.
3
ABSTRACT
This research aims to evaluate the performance of Professor Assistant (PA) in public
schools and its possible contribution to the academic performance of students. In
addressing this issue, I have tried to show the contributions that the PA can bring
students and the entire school community. The research methodology used was of
qualitative kind and involved teachers who serve as classroom teacher and as PA,
applied a questionnaire and analyzed following the Bogdan coding categories and
Biklen (1994). In analyzing the data, we found that the PA's actions can bring
improvements to the academic performance of students and was appointed also
possible changes to the project will achieve the highest levels of efficiency, as
increasing the number of classes, beginning from the PA beginning of the school
year, among others. By completing the survey, there is an overview of the entire
project in the view of teachers and such data can contribute to improving the same
as a basis for further research on the topic
Keywords: Teacher-Assistant. Teacher Training. Educational Achievement.
4
SUMÁRIO
4.31- Introdução.........................................................................................................5
2- Referencial Bibliográfico......................................................................................7
2.1-Criação do Projeto Professor-Auxiliar (PA)................................................................... 7
2.2- Minha Atuação como PA e suas contribuições............................................................ 9
3- Metodologia e Procedimentos de Pesquisa .....................................................14
3.1- Pesquisa nas Escolas ............................................................................................... 15
4- Apresentação e análise dos dados obtidos......................................................19
4.1- Formação e tempo de atuação.................................................................................. 20
4.2- O Projeto PA na visão dos professores.. 21- Contribuições do projeto PA na visão dos
professores ...................................................................................................................... 23
4.4- Dificuldades do projeto PA na visão dos pesquisados............................................... 26
4.5- As mudanças sugeridas pelos professores ............................................................... 28
5- Conclusão............................................................................................................31
6- Referências Bibliográficas .................................................................................35
5
1- Introdução
Meu nome é Valdeci, e sou natural de Presidente Prudente (SP). Iniciei meus
estudos aos oito anos de idade e no 7° ano do Ensino Fundamental interrompi meus
estudos, mas retornei dois anos depois e no segundo ano do Ensino Médio iniciei
um curso de Técnico em Agropecuária em uma Escola Técnica Estadual do Estado
de São Paulo onde continuei estudando até a conclusão no Ensino Médio e técnico.
Sempre fui um aluno dedicado e com isso, decidi que continuaria os estudos no
Ensino Superior onde prestei o vestibular no ano de 1999 para o curso de
Licenciatura em Matemática na UNESP – campus de Presidente Prudente, mas não
obtive êxito.
Em 2012 ingressei no curso de Licenciatura em Matemática na Faculdade de
Administração e Artes de Limeira- FAAL, com duração mínima de seis semestres.
Como requisito para a obtenção do título em Licenciatura em Matemática, os alunos
precisam realizar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) onde o tema escolhido
por mim aborda o Professor-Auxiliar (PA) nas escolas estaduais do estado de São
Paulo.
A pesquisa sobre a atuação dos PA´s nas escolas públicas do estado de São
Paulo teve como inspiração minha atuação como Professor-Auxiliar na disciplina de
matemática a partir do ano de 2013. Outra motivação que me levou a pesquisar
sobre o tema foi o fato de esse projeto ter sido minha primeira experiência como
professor. Essa experiência ocorreu no 2° semestre do curso de Licenciatura Plena
em Matemática, onde tive a oportunidade de estar atuando em sala de aula como
PA. No inicio, nós professores temos a empolgação de colocar em pratica aquilo que
estamos aprendendo na faculdade e isso é facilitado pela possiblidade de atuarmos
em sala de aula mesmo antes da conclusão do curso.
Sempre tive dedicação como PA, as aulas eram preparadas antecipadamente,
muitas vezes junto com os professores regentes, discutíamos sobre a matéria,
tirávamos dúvidas, enfim, tudo era estrategicamente planejado para que tivéssemos
possíveis melhorias.
O trabalho do PA tem como principal função acompanhar o professor regente
dentro da sala de aula permanecendo de duas a três aulas na semana em cada
turma nas disciplinas de português e matemática, devendo para isso, estar
habilitado para lecionar nessas disciplinas.
6
Sentia-me bem com toda essa correria de professor, apesar de achar que era
tudo mais tranquilo, pois observando meus professores no Ensino Fundamental II
achava fácil o trabalho deles, imaginava que era só ali na sala de aula e depois eles
ficavam sem afazeres, mas vi que existem muitas coisas para serem realizadas
pelos professores como planejamento de aulas, preenchimento de diários entre
outros. Embora tivesse essas tarefas, me sentia feliz, pois estava se concretizando
aquilo que imaginei para minha vida profissional quando decidi fazer um curso de
Licenciatura em Matemática.
A experiência vivida como PA foi de extrema importância para a minha
formação e em diversos momentos contribuiu com o professor regente e com os
alunos na orientação dos mesmos. Tendo isso em vista, busco através dessa
pesquisa, uma possível resposta para a seguinte pergunta: Qual a contribuição do
PA para o rendimento escolar dos alunos?
A pesquisa terá um caráter qualitativo, de modo a sabermos as concepções
dos envolvidos na pesquisa. Para a realização desse estudo será feita a aplicação
de um questionário com os professores da rede pública das escolas de Artur
Nogueira e Limeira ambas sendo da Diretoria de Ensino de Limeira SP. A pesquisa
será dividida entre professores que atuam como regentes e como PA´s. Todas as
informações serão utilizadas exclusivamente para fins de pesquisa onde será
mantida a identidade dos participantes envolvidos e da escola em que atuam.
7
2- Referencial Bibliográfico
O rendimento escolar dos alunos das escolas públicas do estado de São Paulo
vem sendo alvo de muitas discussões nos últimos anos. Com a criação do SARESP
(Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) em 1996, a
Secretaria da Educação vem acompanhando os índices de rendimento dos alunos e
buscando meios para que esses números aumentem, elevando a qualidade da
educação no Brasil de modo a conseguir posição de destaque no cenário mundial.
Ter acesso à educação não é prioridade para poucos, o direito a alfabetização é
um direito garantido a todos conforme o art. 205 da Constituição Federal de 1988
onde aponta que:
A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1998, p. 121)
É importante pensar num aprendizado que traga ao aluno condições de
desenvolver seu raciocínio além daquele que se usa em sala de aula, formando
assim, cidadãos aptos para desenvolver seu potencial de conhecimento levando para
a vida muito mais que um aprendizado de teorias. Piaget (1999) fala da importância
de se estimular o aprendizado no estágio operacional formal que compreende a
adolescência, onde “o adolescente pretende inserir-se na sociedade dos adultos por
meios de projetos, de programas de vida, de sistemas muitas vezes teóricos, de
planos de reformas políticas ou sociais”. (ibid., p. 63).
A escola precisa proporcionar um ensino de qualidade que possa desenvolver as
capacidades e habilidades mencionadas por Piaget (1999). Assim, o Estado de São
Paulo criou em 2012 o Projeto Professor-Auxiliar para atuarem nas escolas públicas
estaduais como um possível meio para elevar a qualidade do ensino.
2.1-Criação do Projeto Professor-Auxiliar (PA)
Na busca por uma melhora na qualidade de ensino, considerando o direito a
uma educação de qualidade, que forneça subsídios para uma aprendizagem concreta
e de acordo com as habilidades condizentes com a série em que o aluno está
8
matriculado, o secretário da educação da época, com base nos artigos 1°, 2°e 3° que
trata a Resolução SE nº 02, de 12-1-2012, dispõe dos seguintes mecanismos de
apoio escolar:
I – Recuperação Contínua, com atuação de Professor Auxiliar em
classe regular do ensino fundamental e médio; II – Recuperação
Intensiva no ensino fundamental, constituindo classes em que se
desenvolverão atividades de ensino diferenciadas e específicas. (SÃO
PAULO, 2012, p. 246)
O projeto PA visa dar apoio aos professores que estão com alunos em
defasagem de aprendizagem, dando a esses estudantes condições de acompanhar o
restante da turma e aprender os conteúdos que não ficaram claros no momento da
explicação. O apoio do PA é feito no horário normal das aulas e as metodologias
adotadas são diversas e de acordo com cada professor, podendo o PA ficar na
mesmo sala com o professor regente ou retirar alguns alunos da sala de aula e ir para
outro local. Melchior (2012) fala da importância de se buscar alternativas de
recuperação o quanto antes, pois:
Se as dificuldades não são sanadas de imediato, elas vão se
somando. Aqueles conteúdos que são pré-requisitos para outros vão
gerando novas dificuldades, que passam a crescer como uma bola de
neve, ficando muitas vezes intransponíveis. (MELCHIOR, 2012, p.
104)
A importância de se fazer uma intervenção assim que notada a necessidade do
aluno, ajuda no tempo de recuperação do mesmo e também na evolução dos demais
discentes da sala, visto que, a matéria tem uma sequência lógica que necessita de
pré-requisitos. A Resolução SE n° 2, Artigo 4º, inciso 1º diz que:
§ 1º - a atuação do Professor Auxiliar ocorrerá, ouvido o professor
responsável pela classe ou disciplina, simultaneamente às atividades
desenvolvidas no horário regular de aula, mediante atendimento
individualizado ou em grupo, que propicie condições necessárias ao
aluno para aprender nas situações de ensino asseguradas à classe;
(SÃO PAULO. 2012. p. 246).
Também são definidos outros critérios para a atuação do PA, regulamentado na
mesma Resolução, entre eles, o mínimo de 25 alunos por sala nos anos iniciais, de
30 alunos por sala nos anos finais do Ensino Fundamental e de no mínimo 40 alunos
por sala no Ensino Médio. Portanto, para uma sala de aula receber o apoio do PA,
9
exige-se essa quantidade mínima de discentes em cada sala, pois se subentende que
uma sala com poucos estudantes, o professor regente conseguiria sanar qualquer
defasagem que vier a surgir.
Também é definida a quantidade de até 10 aulas na semana por sala, por tempo
indeterminado até que se constate a superação da defasagem dos alunos ou até o
termino do ano letivo. Essa quantidade de aulas disponíveis para o PA atuar numa
determinada sala de aula compreende, em primeiro lugar, as matérias de Português e
Matemática, podendo se estender às demais matérias que por ventura o aluno vier a
necessitar de apoio. O tempo de atuação do PA nesta sala depende do
desenvolvimento das habilidades dos alunos, que pode ser verificada pelo professor
regente nas avaliações, podendo o PA permanecer dando apoio até o término do ano
letivo.
A educação sendo um direito de todos deve abranger os alunos de forma a
capacitá-los para atuar como sucessores do atual profissional, começando na fase
inicial, nos primeiros anos, criando uma cultura de estudo e aprofundamento. Tendo
em vista a criação do PA e os seus objetivos dentro do ambiente escolar, nesse
momento é válido ressaltar também a atuação desse profissional nas escolas, durante
a disciplina de Matemática, que é o foco dessa pesquisa.
2.2- Minha Atuação como PA e suas contribuições
Antes de adentrar nas funções atribuídas ao PA, relato minha experiência
quando comecei a trabalhar como professor na rede estadual de ensino. Comecei
atuando nas séries iniciais do Ensino Fundamental II nas turmas de 6°, 7° e 8° anos.
Minha primeira experiência foi como PA, onde abordava as principais dificuldades dos
alunos e trabalhava na superação das defasagens desses discentes.
Meu trabalho como PA foi sempre muito produtivo, as atividades eram realizadas
mantendo um sincronismo com as matérias dadas pelo professor regente e sempre
estávamos adotando práticas que favorecia o aprendizado do aluno. Às vezes
trabalhávamos juntos na mesma sala de aula, outras vezes os discentes eram
retirados da sala e levados para outro ambiente. Os conteúdos aplicados pelo PA são
os mesmos dados pelo professor regente, pois nas aulas em que o PA não atua, os
alunos que estão tendo apoio ficam somente com o professor regente e com isso,
10
precisam estar atualizado com o conteúdo. As técnicas adotadas eram diversas,
como o uso de atividades impressas, jogos educativos, atividades de recortes e
colagens e os resultados eram notados nas avaliações.
Como PA tive a oportunidade de realizar três cursos de aperfeiçoamento que me
ajudaram a atuar em várias etapas no processo de recuperação e aprendizagem dos
alunos. O curso foi oferecido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo na
modalidade on line a todos os professores da rede estadual de ensino. O curso foi
essencial para conhecermos as técnicas e o momento da intervenção pedagógica.
No primeiro curso estudamos os processos de Articulação Pedagógica e
Práticas de Intervenção que consiste em: discutir os conceitos de avaliação formativa
e diagnóstica; analisar os conceitos de avaliação formativa e diagnóstica em
atividades práticas de avaliação; relacionar os principais aspectos de avaliações
diagnósticas em atividades de diferentes disciplinas curriculares. Aprendemos a
importância de se atuar em conjunto com os outros professores e também com os
coordenadores, realizando uma interdisciplinaridade.
No segundo curso estudamos os Recursos Metodológicos e Superação de
Defasagens. Nesse curso vimos diversos recursos como: compreender o que é um
plano de ação pedagógica; articular a construção de um plano de ação entre o
professor regente, o PA e o coordenador; refletir sobre ações necessárias para a
realização de um plano de ação que auxiliam na recuperação e aprendizagem que vai
desde uma simples rubrica nas avaliações até o feedback usado como um retorno,
uma devolutiva aos alunos. Paiva (2003, p.2), apresenta uma definição de feedback
como sendo a:
Reação à presença ou ausência de alguma ação com o objetivo de
avaliar ou pedir avaliação sobre o desempenho no processo de
ensino-aprendizagem e de refletir sobre a interação de forma a
estimulá-la, controlá-la ou avaliá-la. [...] o feedback pode ser também
fornecido por um colega ou até um indivíduo que não esteja inserido
no ambiente de aprendizagem. (PAIVA, 2003, p. 2)
No terceiro curso estudamos a Avaliação e Recuperação de Estudos onde foram
abordados os seguintes temas: premissas da AAP (Avaliação da Aprendizagem em
Processo); relacionar a AAP com uma proposta de intervenção pedagógica; elaborar
uma proposta de intervenção para o 6º ano. Com base na AAP, aprendemos a
11
acompanhar e registrar o desenvolvimento individual e coletivo dos alunos e com isso
aplicar os métodos de recuperação.
Ainda no curso, discutimos diversas funções que o PA pode desenvolver como o
apoio ao aluno até que ele se sinta seguro quanto a sua capacidade de
aprendizagem. Esse apoio do PA traz diversas contribuições para os alunos e
também para os professores regentes. Dentre essas contribuições aos alunos está o
aumento da autoestima, pois o apoio dado faz com que esses alunos consigam
acompanhar o conteúdo juntamente com a sala não ficando defasado em relação à
matéria, estímulo aos estudos diminuindo a evasão escolar e repetência, maior
organização do material didático, inclusão dos alunos com necessidades especiais,
menor índice de dispersão nas explicações da matéria, entre outros.
Muitas vezes as superlotações das classes e a indisciplina dos alunos fazem
com que os professores regentes queiram dividir a tarefa de educar e organizar a sala
de aula. Montanheiro1
(2007) diz que:
Logo ao chegar à escola, nota-se que o professor auxiliar é bastante
esperado pelo professor regente. Condições do sistema público de
ensino, sobretudo no que diz respeito ao elevado número de alunos
em cada sala de aula (38 em média), colocam o professor auxiliar
como um importante meio de atender os alunos de maneira mais
eficaz nas propostas, à medida que mais dúvidas podem ser
esclarecidas e mais crianças ajudadas nas atividades. Sendo assim, o
que se faz presente é um grande anseio por parte dos professores e
funcionários da unidade escolar por essa nova pessoa que chega,
sobretudo para ajudar ou complementar o trabalho que vinha sendo
executado.
O trabalho do PA deve ser visto como uma estratégia de recuperação para o
atual quadro educacional no Brasil, porém, muitos professores regentes veem o PA
como um observador de sua rotina, causando insegurança em alguns docentes.
Sobre isso, Freire (1996) argumenta:
Observar não é invadir o espaço do outro, sem pauta, sem
planejamento, nem devolução, e muito menos sem encontro
marcado... Observar uma situação pedagógica é olhá-la, fitá-la, mirá-
la, admirá-la, para ser iluminada por ela. Observar uma situação
1
http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/index. php/component/k2/item/17-papel-do-professor-auxiliar-
expectativas-e-desilus%C3%B5es. Acesso em 27/03/2015
12
pedagógica não é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, isto é, estar e
permanecer acordado por ela, na cumplicidade da construção do
projeto, na cumplicidade pedagógica. (FREIRE, 1996. p. 14)
O professor regente deve estar preparado a qualquer tipo de observação. A
observação parte de todos do ambiente escolar, desde os funcionários à equipe
gestora. Com o PA não é diferente, pois buscam novas metodologias de ensino como:
relação professor-aluno, negociação de significados, organização do espaço físico,
entre outros, que, se agregadas ao seu conhecimento, favorece o trabalho de ambos
e, consequente sucesso daquilo que se pretende aplicar. O mesmo acontece quando
se tem um estagiário na sala, que está ali para aprender com o professor regente,
absorvendo suas aulas, sua metodologia, se espelhando naquele profissional que
será seu companheiro na educação.
A presença de outro professor deve ser vista como um aliado para um possível
aprimoramento do trabalho do professor regente. Ainda que preparados, todo
profissional não detém todo conhecimento e outra pessoa pode fornecer um
feedback, sobre aquilo que se está fazendo.
A importância do PA na sala de aula é mostrada com a presença de estagiário
atuando em uma escola na cidade de São Paulo. Ruiz (2013) em matéria publicada
na Revista Gestão Escolar2
fala sobre a atuação de professores estagiários atuando
como auxiliares na rede pública estadual:
Aqui na escola o estagiário tem papel definido na rotina de sala de
aula e depois de um tempo observando e auxiliando o professor nos
encaminhamentos das situações didáticas já é possível dividir a turma
com o professor. As crianças são divididas em duas turmas (conforme
seus saberes e intencionalidade educativa da atividade). Enquanto um
grupo está com o professor num espaço definido (que pode ser dentro
da mesma sala, no pátio ou outro espaço), outro grupo de crianças
estará com o estagiário realizando uma atividade planejada e
orientada pelo professor. Certamente o ganho é de todos!
A atuação de professores estagiários mencionadas por Ruiz (2013) é de grande
importância, tanto para os alunos que são beneficiados com a aprendizagem, quanto
para os professores que pretendem iniciar na docência, pois complementam sua
aprendizagem da faculdade e adquirem experiência como profissional.
2
http://gestaoescolar.abril.com.br/blogs/coordenadoras/2013/03/05/o-papel-do-estagiario-na-minha-escola-
e-muito-mais-que-observar-e-cortar-papeis/#comments. Acesso em 30/30/2015
13
Um programa do Governo Federal que visa inserir os alunos das Licenciaturas
no ambiente escolar é o PIBID3
(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência) que tem como um dos objetivos:
[...] promover a inserção dos estudantes no contexto das escolas
públicas desde o início da sua formação acadêmica para que
desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um
docente da licenciatura e de um professor da escola. (BRASIL, 2015).
Esse programa oferecido pelo Governo Federal aos alunos de Licenciatura vem
de encontro com o que diz Ruiz (2013), pois unem a necessidade do aluno em ter um
apoio a mais dentro da sala de aula com a complementação pedagógica necessária
para o professor como estagiário.
O professor tem a missão de proporcionar condições favoráveis para um
aprendizado que vai muito além dos muros da escola e as políticas públicas devem
contribuir para que essa responsabilidade não fique somente nas mãos do professor.
Tendo em vista os apontamentos relatados nesse capítulo, essa pesquisa vem
buscar identificar qual a importância do PA no ensino da Matemática. Para isso
aplicou-se um questionário a professores regentes e PA´s buscando a concepção de
cada um deles sobre a importância do projeto em questão. Todo o trabalho de
pesquisa tem como principal objetivo ouvir professores para levantar dados que possa
contribuir para o aperfeiçoamento do projeto, mostrar a importância do PA como uma
possível solução para o rendimento escolar dos alunos e busca por melhorias nos
índices de avaliação.
3
http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid> Acesso em 16/06/2016
14
3- Metodologia e Procedimentos de Pesquisa
Buscar meios para aperfeiçoar aquilo que acreditamos foi uma das principais
motivações que me levou a pesquisar sobre a atuação do PA e suas possíveis
contribuições para o rendimento escolar dos alunos, e, com isso, ao elaborar minha
estratégia de pesquisa pensei em um método que poderia englobar os professores
envolvidos no projeto e buscar o maior número de informações possíveis. Diante
disso, optei pelo método qualitativo, pois segundo Goldenberg (2004):
Os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de
situações com o objetivo de compreender os indivíduos em seus
próprios termos. Estes dados não são padronizáveis como os dados
quantitativos, obrigando o pesquisador a ter flexibilidade e
criatividade no momento de coletá-los e analisá-los. Não existindo
regras precisas e passos a ser seguido, o bom resultado da pesquisa
dependem da sensibilidade, intuição e experiência do pesquisador.
(GOLDENBERG, 2004, p.53).
Minha pesquisa consiste na aplicação de dois questionários (Anexo I) contendo
sete questões dissertativas, sendo um questionário direcionado aos professores
regentes e outro para os PA´s. A ideia de formular dois questionários surgiu após
uma socialização de minha pesquisa com os demais alunos da turma de
Licenciatura Plena em Matemática, onde após colocarmos nossos projetos em
discussão, foram surgindo ideias e sendo acrescentadas ao projeto de pesquisa.
Buscar opiniões antes de formular o questionário foi uma estratégia que ajudou
a obter questões bem elaboradas e com isso, aproveitar o máximo que esse recurso
pode nos proporcionar, pois “o pesquisador deve elaborar um roteiro de questões
claras, simples e diretas, para não se perder em temas que não interessam ao seu
objetivo”. Goldenberg (2004, p. 56).
O questionário é um método de pesquisa que traz inúmeras vantagens,
principalmente para o pesquisador sem experiência. Sobre essas vantagens,
Goldenberg (2004) afirma que:
[...] exige menor habilidade para a aplicação; pode ser aplicado a um
grande número de pessoas ao mesmo tempo; os pesquisados se
sentem mais livres para exprimir opiniões que temem ser
desaprovadas ou que poderiam coloca-los em dificuldades.
(GOLDENBERG, 2004, p.87).
15
Por outro lado, a utilização do questionário traz também algumas
desvantagens, citadas por Goldenberg (2004, p. 88) que diz: “tem um baixo índice
de respostas; a estrutura rígida impede a expressão de sentimentos; exige
habilidades de ler e escrever e disponibilidade para responder”.
Definido o método de pesquisa e os profissionais que irão contribuir no
fornecimento dos dados, procurei os professores com o qual dei apoio como PA e
também busquei estender minha pesquisa a outros profissionais com os quais não
tive nenhum contato no local de trabalho, levando em conta a afirmação de
Goldenberg (2004) que diz:
O pesquisador interfere nas respostas do grupo ou indivíduo que
pesquisa. A melhor maneira de controlar essa interferência é tendo
consciência de como sua presença afeta o grupo e até que ponto
esse fato pode ser minimizado, ou, inclusive, analisado como dado
da pesquisa. (GOLDENBERG, 2004, p.55).
Com isso, procurei professores de outras escolas com o qual não tive nenhuma
relação de trabalho seguindo a ideia de Goldenberg (2004, p.59) que diz: “quanto
mais intensa a relação, maior a necessidade de um distanciamento do pesquisador
[...]”. Também procurei os alunos do Curso de Licenciatura Plena em Matemática
que atuaram como PA e como professor regente para responderem ao questionário.
3.1- Pesquisa nas Escolas
Antes de iniciar a coleta dos dados formulei uma carta de apresentação (anexo
II) onde continha um breve resumo de minha pesquisa e que seria um passaporte
para o acesso às dependências da escola e o contato com os sujeitos.
Munido dos questionários, do termo de consentimento livre e esclarecido
(anexo III) e do termo de consentimento da participação da pessoa como sujeito
(Anexo IV) fui a campo. Antes de cada abordagem era feita uma breve apresentação
na qual explicava a razão da minha pesquisa e as condições para que a pessoa
pudesse responder sem comprometimento futuro. Esse comprometimento inclui o
sigilo dos dados e da identidade da pessoa que irá responder ao questionário, pois
segundo Bogdan e Biklen (1994, p. 77): “as identidades dos sujeitos devem ser
16
protegidas, para que a informação que o investigador recolhe não possa causar-lhes
qualquer tipo de transtorno ou prejuízo”.
Na primeira escola onde iniciei minha pesquisa - aqui chamada de escola A –
fui muito bem recebido pelos funcionários e equipe gestora, porem só teve a
participação de três professores, sendo um professor-regente e dois PA´s. Como a
pesquisa esta centrada nos professores que lecionam matemática, a quantidade de
docentes que se encaixavam nesse requisito era reduzida. Agradeci os professores
que não responderam e também aqueles que não tinham perfil para responderem ao
questionário e fui à busca de novos campos para coleta dos dados.
Continuando a coleta dos dados, procurei outra unidade escolar, aqui chamada
de escola B, onde teve a participação de quatro professores sendo três regentes e
um PA. Nunca tive contato com esses professores e esse distanciamento favoreceu
respostas mais objetivas e livres de contaminação por influências.
Todos os questionários respondidos foram sendo separados por escola e
atuação dos docentes para facilitar a analise dos dados, seguindo a ideia de Alves-
Mazotti, Gewandsznajder (1999) que diz:
À medida que os dados vão sendo coletado, o pesquisador vai
procurando tentativamente identificar temas e relações, construindo
interpretações e gerando novas questões e/ou aperfeiçoando as
anteriores, o que, por sua vez, o leva a buscar novos dados,
complementares ou mais específicos, que testem suas
interpretações, num processo de “sintonia fina” que vai até a análise
final. (ALVES-MAZZOTTI, GEWANDSZNAJDER, 1999, p. 170).
Paralelamente às pesquisas nas escolas, foi também feita a distribuição de
questionários aos alunos do curso de Licenciatura Plena em Matemática que
atuaram como professores regentes e PA´s, totalizando assim cinco sujeitos que
responderam a pesquisa. Foi também estendido o convite a dois professores do
curso de Licenciatura Plena em Matemática que prontamente se comprometeram a
responder ao questionário.
O quadro abaixo mostra como foi a distribuição dos pesquisados por campo de
coleta dos dados e atuação.
17
Quadro 1- Campo de coleta dos dados e atuação
Campo de coleta dos dados Professores
Regentes
Prof. Auxiliares
(PA)
Escola A 2 1
Escola B 3 1
Alunos de Lic. em Matemática 1 4
Prof. Lic. em Matemática 2 -
Não responderam 1 1
Total 9 7
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Conforme os dados do Quadro 1, temos uma quantidade pequena de PA´s nas
escolas A e B que responderam à pesquisa. Tal fato se justifica pela atuação do PA
se iniciar a partir do 2° bimestre e no mês em que se realizava a coleta dos dados,
ainda não tinham PA´s atuando em sala de aula. Existem também uma
particularidade no que se refere a atuação dos professores, onde muitos atuam
como professores-regentes e PA, sendo nesse caso dada a opção para
responderem apenas um questionário.
Analisando o campo que se refere aos alunos de Licenciatura em Matemática,
vemos que a maior parte destes são PA´s. Isso se justifica pelo fato de serem
atribuídas aulas a alunos graduandos somente após a atribuição aos professores
formados, e pelo fato do projeto PA se iniciar sempre no 2° bimestre do ano letivo.
O quadro também mostra os professores do Curso de Licenciatura em
Matemática e que atuam como professores regentes. Esse pequeno número se
justifica pelo fato da pesquisa ser direcionada aos professores de Matemática,
excluindo-se os professores de matérias pedagógicas.
Existem também outros fatores que contribuíram para que a pesquisa não
tivesse um maior número de participantes: professores que não entregaram os
questionários com as respostas; prazo limitado para a realização da coleta dos
dados e a não atuação dos PA´s no período da pesquisa que foi realizada no final de
março e inicio de abril de 2015.
18
No período da coleta dos dados também teve outros imprevistos, entre eles:
uma grande quantidade de feriados no período da pesquisa e a paralização de
alguns professores reivindicando melhorias para a categoria, porém, esses
contratempos não afetou diretamente a pesquisa.
Contudo, os dados conseguidos foram de grande valia para essa pesquisa e
serão analisados seguindo a ideia de Bogdan e Biklen (1994) que dizem que:
Muitos observadores experientes sabem o que fazer- fazem um
intervalo. Deixam o material assentar, partem para as férias ou fazem
coisas que não puderam fazer por estarem ocupados com a recolha
de dados, e só voltam depois frescos e mais descansados.
(BOGDAN, BIKLEN, 1994, p.220).
Para mim, a pausa se deu por conta da semana de provas na faculdade, e
mesmo não podendo continuar a pesquisa nesse período de provas, estava
pensando na análise dos dados, e logo retornei para dar continuidade, pensando no
que diz Bogdan e Biklen (1994): “contudo, fazer um intervalo demasiado longo tem
os seus contras. Adiar o trabalho mais difícil pode transformar-se numa armadilha.
Pode, também, fazer com que perca o contato com o conteúdo de suas notas.”.
Sendo assim daremos sequência à pesquisa onde o próximo passo será a
análise dos dados, buscando resposta para a pergunta: Qual a contribuição do PA
para o rendimento escolar dos alunos?
19
4- Apresentação e análise dos dados obtidos
Neste capítulo são apresentados e analisados os dados coletados em campo,
dados estes que foram obtidos através de questionários aplicados aos professores
regentes e PA´s que lecionam Matemática. Segundo Gil (1999, p.168), “a análise
tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o
fornecimento de respostas ao problema proposto pela investigação”.
Para a coleta de dados foram distribuídos 16 questionários aos professores,
porém, destes, somente 14 entregaram as folhas com as respostas. Visando a
melhor análise desses dados, os questionários foram separados em grupos, sendo:
escola A, escola B, alunos de Licenciatura em Matemática e professores do curso de
Licenciatura em Matemática.
Esta fase da pesquisa exige muita organização, criatividade e conhecimento
por parte do pesquisador, pois é neste momento que são introduzidas as
informações mais relevantes da pesquisa que são as ideias dos sujeitos.
Goldenberg (2004, p.94) afirma: “este momento exige muito tempo de reflexão e
dedicação para se tirar o máximo de ideias de cada resposta conseguida”.
Para melhor análise dos dados, serão utilizadas categorias de codificação.
Bogdan e Biklen (1994) definem as categorias de codificação como sendo:
O desenvolvimento de um sistema de codificação envolve vários
passos: percorre os seus dados na procura por regularidades e
padrões bem como de tópicos presentes nos dados e, em seguida
escreve palavras e frases que representam estes mesmo tópicos e
padrões. Estas palavras ou frases são categorias de codificações.
(BOGDAN E BIKLEN, 1994, p. 220).
Essas categorias se fazem necessárias, pois facilitam a melhor compreensão
dos dados. Para Gil (1999, p. 169), “as respostas fornecidas pelos elementos
pesquisados tendem a ser as mais variadas. Para que essas respostas possam ser
adequadamente analisadas, torna-se necessária, portanto, organizá-las, o que é
feito mediante o seu agrupamento em certo número de categorias”.
As categorias com o qual organizei os dados foram: Formação e tempo de
atuação, o projeto PA na visão dos professores, contribuições do projeto PA na
visão dos professores, dificuldades do projeto PA na visão dos docentes e as
mudanças sugeridas pelos professores.
20
Sendo assim, daremos inicio a análise dos dados, classificando pelos pontos
mais relevantes das respostas dadas nos questionários.
4.1- Formação e tempo de atuação
Nesta categoria, apresento os dados referentes à formação e tempo de
atuação dos professores que responderam à pesquisa. O objetivo dessas
informações é traçar o perfil dos pesquisados e com isso maximizar a confiabilidade
da pesquisa. Sobre os procedimentos para maximizar a confiabilidade, Alvez Mazotti
(1999) relata que:
A natureza das abordagens qualitativas, aliada à sua disseminação
recente em algumas áreas de conhecimento como a educação e a
psicologia, exige que os pesquisadores que a adotam demonstrem
preocupação com o rigor com que pretendem conduzir sua
investigação. (ALVES-MAZZOTTI, GEWANDSZNAJDER, 1999, p.
171).
Portanto, é considerada toda informação obtida sobre o sujeito pesquisado,
típico de uma pesquisa qualitativa.
As informações sobre formação e tempo de atuação foram levantadas com
base na questão um do questionário apresentado aos sujeitos da pesquisa. Dos 14
professores participantes da pesquisa, 12 deles tem formação em Licenciatura Plena
em Matemática ou estão concluindo o curso, correspondendo a 85% dos
pesquisados. Dos outros professores, um tem formação em Ciências com
especialização em Matemática e outro com formação em Química. Há casos
particulares em que um professor tem formação em Licenciatura Plena em
Matemática e Mestrado em Educação Matemática, outro caso de um professor com
formação em Ciências e especialização em Matemática e outro com Licenciatura em
Pedagogia e Matemática.
Quanto ao tempo de atuação, três professores atuam a mais de cinco anos na
rede estadual de ensino, o que corresponde a 21% do total dos participantes, outros
seis professores tem atuação entre dois e cinco anos, correspondendo a 43% dos
pesquisados e os cinco restantes tem menos de dois anos de atuação
representando 36% dos colaboradores com a pesquisa.
21
Observamos que a formação dos professores, em sua maioria, é em
Licenciatura Matemática e isso pode facilitar na hora do auxílio em sala de aula,
pois, a sua formação é especifica para a área. O tempo de atuação como professor
também deve ser considerado, pois os docentes com maior tempo em sala de aula
podem trazer um comparativo entre o tempo em que não havia PA em suas aulas e
os dias atuais em que o PA esta atuando junto com ele. A seguir, vamos abordar
qual é a visão dos professores sobre o Projeto Professor Auxiliar.
4.2- O Projeto PA na visão dos professores
Uma das maiores preocupações dos professores é com o rendimento escolar
dos alunos e o projeto PA pode ser uma das soluções para que a aprendizagem
aconteça de forma igualitária a todos os discentes. Essa preocupação por parte dos
docentes vem da necessidade de dar ao aluno condições para sua evolução social e
pessoal. Sobre isso, o Currículo do Estado de São Paulo diz que:
Em um mundo no qual o conhecimento é usado de forma intensiva, o
diferencial está na qualidade da educação recebida. A qualidade do
convívio, assim como dos conhecimentos e das competências
constituídas na vida escolar, será determinante para a participação
do indivíduo em seu próprio grupo social e para que ele tome parte
em processos de crítica e renovação. (SÃO PAULO, 2011, p. 09).
O desejo de todos os educadores é que a educação tenha melhorias e que o
aluno seja beneficiado com ações que contribuam para o seu aprendizado. Com
isso, foi perguntada aos professores através do questionário, a opinião de cada
docente em relação ao projeto PA. Dos catorze questionários analisados, dez
professores aprovam o projeto e quatro deles disseram ser um bom projeto, mas
que precisa de ajustes para que haja melhorias.
Dos professores que aprovaram o projeto, a PA Bianca4
cita que, “todos os
esforços para melhorar a aprendizagem são válidos, e a ajuda de um profissional
especializado para apoiar o professor em sala de aula ajuda muito”. Esta fala é
complementada pelo professor regente Pedro que diz: “na minha visão, o PA em
matemática é de extrema importância, pois ajuda os professores durante as aulas
4
Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos sujeitos
22
em diversas ocasiões: dúvidas dos alunos, acompanhamento dos discentes que tem
dificuldades, entre outros”.
Continuando a análise, percebemos que as opiniões são diversas, mas todas
direcionam para que o projeto se multiplique e se estenda às outras disciplinas.
Ainda sobre as opiniões referentes ao projeto PA, a professora regente Paula relata:
”ter um professor auxiliar nas aulas foi muito gratificante, os alunos se sentiram
melhor atendidos em suas dificuldades e a aula rendeu mais”. As palavras dos
professores têm pontos em comum, pois todos relatam melhorias com a atuação do
PA. Estas melhorias realmente acontecem, pois quando atuei como PA foi
constatado diversos avanços na aprendizagem dos alunos, chegando até a alcançar
as metas estabelecidas nas avaliações de rendimento escolar.
Para alguns professores, o projeto PA precisa de ajustes para suprir as
defasagens existentes. Sobre essas mudanças, a professora regente Gisele diz:
“Acho uma boa iniciativa, porém, precisa haver mudanças para se ter um melhor
resultado”. As mudanças referidas pela professora Gisele é relatada em outra
pergunta do questionário onde ela destaca que “o PA deve ter mais autonomia na
avaliação do aluno que ele auxilia”. Concordo com Gisele, mas essa autonomia
depende muito da relação entre o professor regente e PA que deve ser sincronizada.
Para a professora regente Beth “o PA deve trabalhar em conjunto com o
professor regente, auxiliando os alunos com maiores dificuldades”. Sobre isso
Barbara complementa: “O PA é um bom projeto, mas depende muito da
comunicação do professor regente da sala com o professor auxiliar, pois os dois
devem trabalhar em conjunto para assim obter maiores resultados”. O trabalho em
conjunto é essencial e esse tema foi abordado no primeiro curso que realizei sobre o
projeto PA, onde se tratava da Articulação Pedagógica e Práticas de Intervenção.
Os cursos de aperfeiçoamento foram oferecidos a todos os professores
envolvidos no projeto, mas por ser um curso facultativo, houve pouca adesão por
parte dos docentes. Dos entrevistados, somente a professora regente Beth fez os
cursos de aperfeiçoamento.
Analisando as respostas dos professores que apontaram ajustes para o
projeto, notamos vários pontos em comum: todas as respostas não reprovam a
atuação do PA, apenas recomendam mudanças e aperfeiçoamento de algumas
práticas. Sobre isso, o PA Alan afirma: “... a quantidade de aulas disponíveis para o
PA não são suficientes para a recuperação do aluno”. Para Alan, o PA deveria atuar
23
em todas as aulas do professor regente. Em outra pergunta, Alan traz uma
observação importante sobre o assunto. Ele destaca: “ ...maior quantidade de aulas
por sala e materiais didáticos próprios para alunos em defasagem. O material
didático próprio pode ser uma das alternativas para a recuperação dos alunos, visto
que, muitos dos discentes trazem dificuldades acumuladas desde as séries iniciais.
Ainda que o projeto PA precise de mudanças na visão de alguns pesquisados,
podemos observar na fala dos docentes que os alunos e docentes se sentem mais
atendidos com o PA e assim tem condições de acompanhar o andamento da
disciplina. No próximo tópico vamos analisar as respostas dos professores
referentes às contribuições e dificuldades vivenciadas pelos docentes.
4.3- Contribuições do projeto PA na visão dos professores
No questionário apresentado aos professores, foi perguntado sobre as
principais contribuições do projeto PA para o rendimento escolar dos alunos e
superação de defasagem. As opiniões são diversas e todas remetem aos avanços
obtidos com a atuação do PA.
Para a professora Paula, as contribuições eram: “melhoria no atendimento à
diversidade em sala de aula (dificuldades de aprendizagem) aos alunos de inclusão
e auxílio na recuperação paralelo-contínua dos alunos”. Essa diversidade relatada
por Paula vem de encontro com o que diz o Currículo do Estado de São Paulo:
Construir identidade, agir com autonomia e em relação com o outro,
bem como incorporar a diversidade, são as bases para a construção
de valores de pertencimento e de responsabilidade, essenciais para
a inserção cidadã nas dimensões sociais e produtivas. (SÃO PAULO,
2011, p.10)
De acordo com a fala de Paula, complementada pelo que diz o Currículo do
Estado de São Paulo, o PA foi um fator determinante para o rendimento escolar dos
alunos, podendo haver melhorias sociais e produtivas, ao levar em conta que a
aprendizagem obtida na escola pode servir de base para a sua vida.
Destaco também a fala do professor regente Bruno que diz: “as principais
contribuições foi que muitos dos alunos tiveram um avanço na aprendizagem, pois
necessitavam de uma atenção maior para que compreendessem determinados
conteúdos”. Esse avanço na aprendizagem relatada por Bruno realmente acontece,
24
pois na minha atuação como PA percebi melhorias e evolução dos discentes como o
aumento das notas nas avaliações bimestrais, aumento dos índices nas Avaliações
de Aprendizagem em Processo (AAP), bem como evolução nas avaliações do
SARESP superando as médias dos anos anteriores em algumas séries. A partir
dessas evoluções, os alunos sentiam-se motivados e com isso, houve um aumento
significativo nas participações dos discentes em sala de aula.
Para a professora Beth, o PA contribui não somente com os alunos com
maiores dificuldades, mas de um modo geral com todos os alunos da sala. Isso é
notado quando Beth diz: “O PA além de ajudar os alunos com dificuldades, auxiliava
também nas aulas em que os conteúdos eram dinâmicos, onde os alunos
precisavam de uma atenção maior”. De acordo com Beth, o apoio do PA beneficia
todos os envolvidos no projeto, até mesmo aqueles alunos que não necessitam
desse auxilio. Essa afirmação é coerente, pois nas aulas diferenciadas como usar o
laboratório de informática, trabalhos de recortes e colagens, visita a exposições,
parques e museus, etc..., o apoio do PA se faz necessário e abrange todos os
discentes da sala.
Segundo Alan, as contribuições foram diversas, entre elas, a recuperação de
muitos alunos que estavam sem condições de acompanhar o restante da turma.
Esse relato mostra uma dimensão maior do apoio do PA, onde as contribuições não
se limitavam somente aos alunos com dificuldades, nem nas matérias em que este
profissional estava presente, pois ao obter domínio sobre os conteúdos de
matemática e português onde tinham o apoio do PA, os discentes se sentiam mais
seguros em outras disciplinas.
As dúvidas quando sanadas no momento em que surgem, contribuem para que
o aluno avance e não perca a sequência lógica do conteúdo que esta sendo
aplicado. Nesse momento a presença de um PA faz grande diferença, pois a
matemática depende de conceitos que, se não são entendidos pelos alunos,
certamente haverá dificuldades nos próximos conteúdos. O professor regente muitas
vezes não consegue sanar todas as duvidas dos alunos, visto que, as salas de aulas
sempre tem uma grande quantidade de discentes.
Como parte da pesquisa, foi feito um levantamento das médias do SARESP
entre os anos de 2009 a 2014 das escolas pesquisadas, onde as médias obtidas
poderão servir de comparativo entre os anos em que não houve atuação do PA
nessas escolas.
25
O quadro abaixo mostra os dados do SARESP entre os anos de 2009 a 2014
nas escolas A e B, tendo como principal objetivo analisar possível evolução das
médias nessas escolas após a implantação do Projeto PA no ano de 2012.
Quadro 2 – Médias do SARESP das escolas pesquisadas
7° EF 9° EF 3° EM 7° EF 9° EF 3° EM
2014 - 284,9 282,9 - 240,4 274,3
2013 219,9 239,5 276,5 217,4 261,2 272,5
2012 221,7 249,5 278,8 225,5 241,5 272,6
2011 216,7 249,1 263,6 233,1 249,4 273,4
2010 209,4 250,8 259,4 216,5 250 268,9
2009 216,5 250,8 272,4 226,3 247,7 265,6
Fonte: Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, 2009-2014.
De acordo com os dados do Quadro 2, das seis classes que realizaram a
avaliação do SARESP, quatro delas apresentaram evolução a partir do ano de 2012.
Todas as classes avaliadas na escola A tiveram evolução, onde o 7°EF teve uma
pequena queda na média entre os anos de 2012 e 2013, mas a média supera os
anos anteriores em que não tinha atuação do PA. No 9°EF houve queda nos anos
de 2012 e 2013, mas no ano de 2014, a média adquirida foi superior a 25 pontos. Já
no 3°EM houve um crescimento significativo nas médias dos últimos três anos
avaliados.
Analisando as médias da escola B, notamos um grande declínio nas médias no
7° EF. No ano de 2014 as avaliações nos 7° EF foram feitas em algumas escolas
por amostragem, o que justifica a falta de dados referente ao ano de 2014 no
quadro. Continuando a análise, notamos que as médias no 9° EF teve queda após a
atuação do PA em 2012, seguido de um aumento no ano de 2013 e novamente
queda na média no ano de 2014. Isso pode ter ocorrido por diversos fatores, que
pode ser a não atuação do PA nessas classes ou a diminuição no número de aulas
destinadas ao PA. Já no 3° EM houve uma pequena queda nos índices, mas último
ano da avaliação houve um crescimento.
26
Observando os dados, nota-se que das classes que tiveram evolução, todas
apresenta um crescimento a partir do ano de 2012, indicando uma possível
contribuição do projeto PA para esse crescimento.
Levando em conta que todas as salas avaliadas na escola A teve aumento na
nota, e nas salas da escola B houve queda na média do 7° EF a partir de 2012 e no
9° EF houve variações com queda na média em 2012, aumento na média no ano de
2013 e novamente queda em 2014, ficando somente o 3° EM com evolução,
percebe-se que as diferenças de médias entre as escolas A e B são grandes. Essa
diferença nas médias entre as escolas A e B pode ser justificada pelas
particularidades existentes entre uma escola e outra e com isso, as notas são
diferentes.
Dos catorze professores que responderam ao questionário, oito deles relatam
as contribuições que o projeto traz para a evolução dos alunos. Os demais docentes
não opinaram sobre as principais contribuições, apenas relatam suas opiniões
acerca do projeto PA. Isso se dá pelo fato de muitos professores estarem atuando
há pouco tempo no magistério, como mostrado no Quadro 1. O pouco tempo de
atuação dos docentes faz com que estes não tenham bases comparativas entre
turmas que não receberam apoio e turmas que recebem apoio do PA.
Na próxima categoria destaco as dificuldades relatadas pelos professores que
atuaram no projeto.
4.4- Dificuldades do projeto PA na visão dos pesquisados.
Analisaremos agora as respostas dos docentes quando perguntados sobre as
dificuldades obtidas por cada professor. Dos que responderam a essa pergunta,
50% das respostas foram referentes às dificuldades que não advém do projeto PA e
que são comuns em todas as salas de aula. Muitos professores fizeram uma espécie
de “desabafo” relatando a indisciplinas de alguns alunos. Isso é comprovado com a
fala de alguns docentes. A professora Giovana relata: “O professor regente confunde
o PA com secretário ou, ao invés de separar alunos com dificuldades, acaba
deixando com os PA´s os alunos com problemas disciplinares”. A PA Glaucia
complementa dizendo: “A maior dificuldade foi a indisciplina dos alunos e falta de
interesse do professor regente”.
27
A opinião dos professores é valida e traduz aquilo que vivenciaram em sala de
aula. Para entender melhor a fala dos professores, Montanheiro (2007) diz:
Essa idealização do aluno também contribui para que o professor
atribua às atitudes indisciplinares e violentas dos estudantes o
fracasso da estrutura escolar da atualidade, não sendo raras às
vezes em que se faz analogia à escola de décadas atrás, nas quais
os alunos eram “mais comportados e respeitosos”.
A indisciplina dos alunos é um dos maiores entraves enfrentado pelos
professores em suas aulas. Em minha opinião, deveria adotar regras mais rígidas
para os alunos que vai à escola no intuito de atrapalhar o trabalho do professor e a
aprendizagem dos demais alunos. Ainda que falte nesses alunos indisciplinados
uma estrutura familiar adequada que ajude na educação, os professores e demais
discentes não podem ter o rendimento das aulas comprometidas por conta daqueles
que atrapalham.
Ainda que com todos esses contratempos, o objetivo da pesquisa foi buscar
informações referentes ao apoio do PA e sobre isso, cito a fala da professora
regente Barbara: ”O maior desafio para mim é identificar a real dificuldade de cada
aluno e trabalhar em cima disso, pois as dificuldades são distintas...”. O professor
Pedro relata também que uma das dificuldades era que “o PA acompanhava
somente três, das seis aulas semanais”. Segundo Barbara e Pedro, as dificuldades
existem, porém, algumas mudanças na forma como o projeto é implantado, pode
trazer aos alunos condições para suprir as defasagens existentes.
As dificuldades, segundo a professora Beth, é a falta de apoio didático para
trabalhar com os alunos que necessitam de recuperação. Para Beth, “o PA deveria
receber mais materiais para trabalhar com os alunos e também materiais para sua
formação contínua”. É notável pela fala de Beth e também de outros professores,
que o material didático diferenciado para alunos em processos de recuperação se
faz necessário, pois as dificuldades não são limitadas aos conteúdos aplicados
naquele momento, mas de lacunas deixadas nos anos anteriores.
Para a professora regente Andréia, que também trabalhou como PA, uma das
dificuldades vivenciadas por ela é que o professor muitas vezes pedia que ela
retirasse os alunos indisciplinados da sala de aula para dar apoio. Vejamos o que diz
Andréia: “Uma das dificuldades é muitas vezes ter que tirar os alunos indisciplinados
da sala, devido o professor não ter domínio sobre esses discentes”. Sobre isso,
28
penso que essa atitude do professor regente é valida ao levarmos em conta que
todo aluno com problemas disciplinares certamente não terá raciocínio para resolver
determinadas atividades de matemática, gerando com isso, defasagem no
aprendizado e ao separar esse aluno dos demais discentes, provavelmente seu
comportamento mudara.
Dentre todas as dificuldades citadas pelos professores, coloco aqui a fala de
Alan que diz: “A falta de autonomia do PA foi uma das dificuldades encontradas”.
Para Bruno as dificuldades foram com a falta de interesse dos alunos. Já para a PA
Giovana, a maior dificuldade era adquirir a confiança dos alunos. A falta de
autonomia citada por Alan se deve ao fato do PA ficar somente algumas aulas com
esses alunos e quando não há apoio, os mesmos ficam com o professor regente que
avalia e sugere atividades de recuperação de acordo com a dificuldade de cada um.
Quanto à falta de interesse citada por Bruno, acredito ser algo comum, pois muitos
alunos não tem motivação para os estudos e o PA poderá despertar esse interesse
nos alunos. O mesmo acontece ao buscar a confiança desses alunos, onde o
professor devera conhecer bem a turma e trabalhar de modo que eles se sintam
seguro com as metodologias aplicadas pelo docente.
Analisando todo o contexto, vemos que as dificuldades existem e não é
somente a indisciplina dos alunos o principal problema existente. Como professores,
sabemos que as adversidades existem em qualquer atividade aplicada aos alunos e,
o que da certo em uma determinada sala, pode não dar certo em outra. Assim
acontece com o apoio do PA, que muitas vezes encontra barreiras que devem ser
contornadas para que seu objetivo seja atingido.
Dado todos os comentários feito pelos professores, trago na próxima categoria
as principais mudanças sugeridas pelos docentes.
4.5- As mudanças sugeridas pelos professores
Das perguntas feitas no questionário, foi proposto aos pesquisados sugestões
de como melhorar o projeto PA na visão de cada professor. Dentre as diversas
opiniões relatadas pelos docentes, uma delas se refere à quantidade de aulas
ofertadas ao PA para atuar em cada sala de aula. Dos catorze pesquisados, nove
deles sugeriram que todas as aulas do professor regente deveriam ser
29
acompanhadas pelo PA, ou seja, 64% dos docentes opinam pelo aumento da carga
horaria atual para acompanhamento integral pelo PA. Esse acompanhamento pode
ser estendido nas preparações das aulas, preparação e correção de provas, enfim,
ajudar o professor regente no que for necessário.
Sobre a quantidade de aulas, cito a fala do professor regente Pedro que diz: “O
PA deveria acompanhar todas as aulas do professor regente e não somente
algumas”. Sobre isso, o professor Bruno acrescenta: “Um número maior de aulas,
um conteúdo elaborado de acordo com as dificuldades de cada aluno para suprir as
deficiências de aprendizagem”. A fala de Pedro e Bruno, assim como de todos os
professores tem relevância, pois na minha atuação como PA notei que a quantidade
de aulas não era suficiente para suprir as defasagens dos alunos.
Complementando os relatos de Pedro e Bruno, trago a fala da PA Bianca que
sugere o aumento na quantidade de aulas. Sobre isso ela diz: “o projeto ajuda muito
na aprendizagem do aluno, porém como eu tinha apenas duas aulas por sala, sentia
a falta de um vínculo maior com os alunos”.
Continuando a análise das respostas, compartilho a fala da professora Andréia
que diz: “... ter uma sala para poder ensinar, pois trabalhar na sala de aula com os
demais alunos ou no pátio não da, se tivesse uma sala própria para trabalhar com
esses alunos seria melhor para sua aprendizagem”.
Concordo com Andréia, onde uma das principais mudanças no projeto PA
deveria ser de um local adequado para trabalhar com os alunos que necessitam do
apoio, pois muitas vezes (ou todas), os alunos são levados para o pátio, onde o
ambiente não favorece uma aprendizagem efetiva.
Na opinião de Bruno, “deveria ter um conteúdo elaborado de acordo com as
dificuldades de cada aluno para suprir as deficiências de aprendizagem. Professor
regente e PA trabalhando próximos e de maneiras semelhantes”. Para Giovana, o
PA deveria estar com a turma logo no início do ano letivo e não dois meses depois.
Pedro complementa dizendo que “deveriam efetivar o PA nas escolas públicas
desde o primeiro dia de aula até o último”.
Tendo em vista todas as opiniões dadas pelos professores, um dos pontos em
comum nessas opiniões diz respeito ao aumento do tempo de apoio do PA em cada
sala de aula. Para a maioria dos professores, tanto o tempo de atuação do PA, como
a quantidade de aulas deveriam ser aumentadas. O anseio à expansão do projeto
pelos professores tem como objetivo único e exclusivo, a aprendizagem dos alunos,
30
pois mesmo com essa pequena quantidade de aulas atribuídas ao PA, é notável a
recuperação dos discentes. O aumento na quantidade de aulas poderiam trazer
ainda mais benefícios para esses alunos.
Com base nos dados analisados, concluímos que o projeto PA é uma das
alternativas que pode contribuir para que haja um maior rendimento escolar dos
alunos e superação das defasagens existentes, e que, mesmo com algumas
dificuldades encontradas, são notáveis as contribuições que o projeto traz para os
alunos e toda comunidade escolar.
Após ter analisado todos os dados, será feito no capítulo seguinte à conclusão
da pesquisa, onde serão retomados os debates levantados na análise dos dados, as
bibliografias apresentadas e as minhas percepções acerca de todo conteúdo aqui
apresentado.
31
5- Conclusão
Neste capítulo apresento a conclusão final da pesquisa onde retomo alguns
pontos que se destacaram, retratando minha visão sobre eles.
Com essa pesquisa, procurei buscar respostas para a pergunta norteadora: “A
importância do professor-auxiliar e sua contribuição para um possível rendimento
escolar dos alunos!”. Em cada capítulo da pesquisa destaquei cada processo de
aprendizagem e sua eficiência baseadas em minha experiência obtida como PA, na
visão de outros pesquisadores e também na pesquisa de campo feita com
professores regentes e auxiliares.
A pesquisa mostra a forma que o Professor Auxiliar contribui para um melhor
rendimento escolar dos alunos no Ensino Fundamental e Médio e as intervenções
nos processos de aprendizagem, quando aplicados no tempo certo, podem fazer a
diferença na vida escolar e profissional dos mesmos.
Na minha atuação como PA, percebi o quanto o projeto PA contribuía para o
rendimento das aulas em geral, pois favorecia o trabalho do professor regente e
consequente aprendizagem dos alunos. Sempre eram adotados diversos modos de
trabalho, às vezes juntos na mesma sala, outras vezes com alguns alunos retirados
da sala e trabalhados num ambiente separado, todas as formas eram eficazes.
Quando dentro da sala junto com o professor regente, o apoio era fundamental, pois
eram muitos alunos que não compreendiam de imediato as operações. Quando eu
os retirava da sala, ficava melhor o trabalho, pois a sala era diluída e o silencio e a
concentração eram maiores.
As dificuldades dos alunos, principalmente aquelas advindas das series iniciais
do Ensino Fundamental II, eram muitas, principalmente com relação às quatro
operações. Muitos não trazem uma preparação solida, especificamente na matéria
de Matemática, pois, na maioria das vezes esses alunos são alfabetizados por
professores formados em pedagogia que não possuem uma formação Matemática e
ao entrar nas séries finais do Ensino Fundamental II, esses alunos já vêm
necessitando de apoio. Com isso, os participantes dessa pesquisa sugerem que,
além de manter o PA o projeto precisa ser iniciado já no 1°bimestre do ano letivo.
O fato de uma nova dinâmica nas matérias também influencia, pois ao começar
o 6° ano do Ensino fundamental II, tem-se mudanças significativas no conteúdo, na
32
quantidade de professores, lotação das salas entre outros. Diante desse fato, a
presença de um PA vem ao encontro com a nova realidade dos alunos, inserindo-os
no novo modelo de ensino, ate então desconhecido por eles.
No Ensino Médio, o trabalho do Professor Auxiliar é uma ferramenta importante
e necessária para preparar o aluno para seu ingresso nos cursos técnico e de
graduação. A partir daí, vejo o quanto é importante para os alunos terem acesso a
mais um professor da disciplina para auxilia-los na preparação para as provas que
esses discentes terão que fazer no 3°ano do Ensino Médio como o ENEM e
vestibulares.
Conforme vimos nas falas dos professores, o apoio do PA pode ser uma das
soluções para que a aprendizagem aconteça de forma concreta, e mesmo que o
projeto precise de algumas mudanças como o aumento no numero de aulas por
sala, efetivação do PA desde o primeiro dia letivo, espaço próprio para trabalhar com
alunos em recuperação, entre outras, ainda assim tem-se notado que as
contribuições superam todas as dificuldades que existem no projeto.
Outro ponto importante e que deve ser levado em conta é que muitos dos
projetos referentes à educação têm-se resultados sempre em longo prazo, e as
contribuições do projeto PA poderão ser observadas com as notas obtidas no
SARESP e em outras avaliações nos anos seguintes. O mesmo acontece com as
escola de tempo integral, que, se aplicado tudo que prevê o projeto, a longo prazo
poderá alcançar seus objetivos (MAFFEI, 2015).
Além da aprendizagem que acontece de forma contínua, vimos também que as
contribuições do projeto PA se estende a realização pessoal dos alunos, pois ao
avançar em um determinado conteúdo, esses discentes aumentam a autoestima,
gerando com isso motivação e interesse pelos conteúdos seguintes e até mesmo em
outras disciplinas onde o PA não atua.
Tendo em vista alguns professores citarem dificuldades acerca do projeto, os
mesmos não reprovam a atuação do PA. Muitos justificam o fato dos alunos não
mostrarem interesse pelos conteúdos aplicados, a falta de estrutura fisica para
acolher esses alunos que necessitam de recuperação, bem como a quantidade de
aulas que são insuficientes e os materiais didáticos inadequados para alunos em
defasagem.
A partir das dificuldades que foram apresentadas na pesquisa, proponho
algumas possíveis medidas que poderão contribuir para uma maior eficiência do
33
projeto PA, entre elas: ter um local próprio para trabalhar a recuperação dos alunos
em defasagem; a atuação do PA desde o inicio do ano letivo e em todas as aulas do
professor regente; mais autonomia do PA para avaliar e fazer intervenção quando
notada essa necessidade, entre outras.
De uma forma geral, a pesquisa mostrou através da fala dos professores, que o
projeto PA contribui para a recuperação e superação da defasagem dos alunos. Por
ser um projeto iniciado há poucos anos, os resultados já são notados nas avaliações
de aprendizagem, como falado nos capítulos anteriores. Avalio os resultados da
pesquisa como sendo positivo para o projeto PA, tendo como base a pesquisa com
os professores e a minha experiência quando atuei no projeto.
Na coleta dos dados, foi notado um grande empenho por parte dos professores
em contribuir com a pesquisa e ajudar na melhoria do projeto, pois como docentes
todos veem a educação como um meio de mudar o atual cenário em que os
estudantes estão inseridos. Com isso, nota-se que a educação esta nas mãos de
profissionais empenhados e comprometidos com sua missão de educar, mas que
dependem de políticas públicas para melhorar a qualidade do ensino. Essas
políticas incluem melhores condições de salários e plano de carreira para os
professores, aumento da quantidade de aulas destinadas à preparação de
conteúdos, disponibilização de maquina fotocopiadora para impressão de avaliações
e trabalhos em geral, mais salas de aulas com menor quantidade de alunos por sala,
mais projetos de apoio e recuperação, atividades culturais, aulas de musica e teatro,
entre outras, de acordo com o perfil de cada comunidade na qual a escola esta
instalada.
Por fim, concluímos a pesquisa, onde o tema apresentado poderá ser usado
para outros estudos, analisando outro referencial teórico e com outros professores,
podendo apontar resultados distintos dos aqui apresentados. Assim, esperamos que
esse trabalho seja incentivo para que novos estudos voltados para a atuação do
Professor Auxiliar sejam realizados. Podemos pensar em pesquisas sobre o Projeto
PA na visão dos alunos, o que eles têm a dizer sobre o projeto, os pontos positivos e
negativos. Outra ideia de pesquisa poderá ser feita entre escolas onde se tem o
projeto implantado, comparando experiências, dificuldades encontradas e
resultados. Poderá também ser feito um estudo com os familiares desses alunos, no
qual se busca saber se houve mais dedicação, mais comprometimento, mais
34
organização por parte dos alunos atendidos pelo Projeto PA. Enfim, todo estudo é
valido e os resultados visam contribuir ainda mais com a educação pública.
35
6- Referências Bibliográficas
ALVES-MAZZOTTI, A. J; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências
naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1999.
203p
BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução
à teoria e aos métodos. Lisboa: Porto Editora, 1994.
BRASIL. Constituição Federal. 1998, p. 121
FREIRE, M. Observação – Registro - Reflexão. Instrumentos Metodológicos I.
Série Seminários. São Paulo: Publicações do Espaço Pedagógico, 1996.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo. Ed. Atlas, 1999.
GOLDENBERG, M. A arte de Pesquisar. Rio de Janeiro- São Paulo. Editora
Record, 2004
MAFFEI, J.C. Escola de Tempo Integral. Limeira - SP, 2015, p. 28.
MELCHIOR, M. C. O Sucesso Escolar através da Avaliação e da Recuperação.
Ed. Premier, 2012, 104 págs.
MONTANHEIRO, A. G. Papel do Professor Auxiliar: Expectativas e Desilusões.
Disponível em
<http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/index. php/component/k2/item/17-papel-do-
professor-auxiliar-expectativas-e-desilus%C3%B5es> Acesso em 08 Mai 2015
PAIVA, V. L. M. O. Feedback em Ambiente Virtual. In: LEFFA, V. (org.) Interação
na aprendizagem das línguas. Pelotas: EDUCAT, 2003. p. 219-254. Disponível em:
http://www.veramenezes.com/feedback.htm. Acesso em: 26 mai. 2015.
PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. 20° ed. Rio de Janeiro: Forense.
Universitária, 1994
RUIZ, L. O papel do estagiário na minha escola é muito mais que observar e
cortar papéis. Disponível em:
http://gestaoescolar.abril.com.br/blogs/coordenadoras/2013/03/05/o-papel-do-
estagiario-na-minha-escola-e-muito-mais-que-observar-e-cortar-papeis/#comments
Acesso em: 15 Abr. 2015
SÃO PAULO, Secretária da Educação do Estado de São Paulo, Proposta
Curricular do Estado de São Paulo, 2011, p.10.
SÃO PAULO, Secretária da Educação do Estado de São Paulo, Resolução SE n° 2,
Artigo 4º, 2012, p.246.

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A atuação do professor auxiliar e suas possíveis contribuições

  • 1. 0 FAAL — FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA NOME: VALDECI FERNANDES DA SILVA ORIENTADOR: PROF TIAGO GIORGETTI CHINELLATO LIMEIRA/SP 2015
  • 2. 1 A atuação do Professor-Auxiliar e sua possível contribuição para o rendimento escolar dos alunos das escolas públicas do Estado de São Paulo Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para o Título de Licenciatura Plena de Matemática, pela Faculdade de Administração e Artes de Limeira, sob orientação do Professor Ms. Tiago Giorgetti Chinellato LIMEIRA/SP 2015
  • 3. 2 RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a atuação do Professor-Auxiliar (PA) nas escolas públicas estaduais e sua possível contribuição para o rendimento escolar dos alunos. Ao abordar esse tema, procurei mostrar as contribuições que o PA pode trazer aos alunos e toda a comunidade escolar. A metodologia de pesquisa utilizada foi do tipo qualitativa e envolveu os docentes que atuam como professor regente e como PA, sendo aplicado um questionário e analisado seguindo as categorias de codificação de Bogdan e Biklen (1994). Ao analisar os dados, constatamos que a atuação do PA pode trazer melhorias para o rendimento escolar dos alunos e foram apontadas também possíveis mudanças para que o projeto consiga atingir os níveis máximos de eficiência, como aumento do número de aulas, inicio do PA desde o começo do ano letivo, entre outros. Ao concluir a pesquisa, tem-se um panorama de todo o projeto na visão dos professores e os dados obtidos poderão contribuir para a melhoria do mesmo e servir de base para outras pesquisas sobre o tema. Palavras-chave: Professor-Auxiliar. Capacitação de Professores. Rendimento Escolar.
  • 4. 3 ABSTRACT This research aims to evaluate the performance of Professor Assistant (PA) in public schools and its possible contribution to the academic performance of students. In addressing this issue, I have tried to show the contributions that the PA can bring students and the entire school community. The research methodology used was of qualitative kind and involved teachers who serve as classroom teacher and as PA, applied a questionnaire and analyzed following the Bogdan coding categories and Biklen (1994). In analyzing the data, we found that the PA's actions can bring improvements to the academic performance of students and was appointed also possible changes to the project will achieve the highest levels of efficiency, as increasing the number of classes, beginning from the PA beginning of the school year, among others. By completing the survey, there is an overview of the entire project in the view of teachers and such data can contribute to improving the same as a basis for further research on the topic Keywords: Teacher-Assistant. Teacher Training. Educational Achievement.
  • 5. 4 SUMÁRIO 4.31- Introdução.........................................................................................................5 2- Referencial Bibliográfico......................................................................................7 2.1-Criação do Projeto Professor-Auxiliar (PA)................................................................... 7 2.2- Minha Atuação como PA e suas contribuições............................................................ 9 3- Metodologia e Procedimentos de Pesquisa .....................................................14 3.1- Pesquisa nas Escolas ............................................................................................... 15 4- Apresentação e análise dos dados obtidos......................................................19 4.1- Formação e tempo de atuação.................................................................................. 20 4.2- O Projeto PA na visão dos professores.. 21- Contribuições do projeto PA na visão dos professores ...................................................................................................................... 23 4.4- Dificuldades do projeto PA na visão dos pesquisados............................................... 26 4.5- As mudanças sugeridas pelos professores ............................................................... 28 5- Conclusão............................................................................................................31 6- Referências Bibliográficas .................................................................................35
  • 6. 5 1- Introdução Meu nome é Valdeci, e sou natural de Presidente Prudente (SP). Iniciei meus estudos aos oito anos de idade e no 7° ano do Ensino Fundamental interrompi meus estudos, mas retornei dois anos depois e no segundo ano do Ensino Médio iniciei um curso de Técnico em Agropecuária em uma Escola Técnica Estadual do Estado de São Paulo onde continuei estudando até a conclusão no Ensino Médio e técnico. Sempre fui um aluno dedicado e com isso, decidi que continuaria os estudos no Ensino Superior onde prestei o vestibular no ano de 1999 para o curso de Licenciatura em Matemática na UNESP – campus de Presidente Prudente, mas não obtive êxito. Em 2012 ingressei no curso de Licenciatura em Matemática na Faculdade de Administração e Artes de Limeira- FAAL, com duração mínima de seis semestres. Como requisito para a obtenção do título em Licenciatura em Matemática, os alunos precisam realizar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) onde o tema escolhido por mim aborda o Professor-Auxiliar (PA) nas escolas estaduais do estado de São Paulo. A pesquisa sobre a atuação dos PA´s nas escolas públicas do estado de São Paulo teve como inspiração minha atuação como Professor-Auxiliar na disciplina de matemática a partir do ano de 2013. Outra motivação que me levou a pesquisar sobre o tema foi o fato de esse projeto ter sido minha primeira experiência como professor. Essa experiência ocorreu no 2° semestre do curso de Licenciatura Plena em Matemática, onde tive a oportunidade de estar atuando em sala de aula como PA. No inicio, nós professores temos a empolgação de colocar em pratica aquilo que estamos aprendendo na faculdade e isso é facilitado pela possiblidade de atuarmos em sala de aula mesmo antes da conclusão do curso. Sempre tive dedicação como PA, as aulas eram preparadas antecipadamente, muitas vezes junto com os professores regentes, discutíamos sobre a matéria, tirávamos dúvidas, enfim, tudo era estrategicamente planejado para que tivéssemos possíveis melhorias. O trabalho do PA tem como principal função acompanhar o professor regente dentro da sala de aula permanecendo de duas a três aulas na semana em cada turma nas disciplinas de português e matemática, devendo para isso, estar habilitado para lecionar nessas disciplinas.
  • 7. 6 Sentia-me bem com toda essa correria de professor, apesar de achar que era tudo mais tranquilo, pois observando meus professores no Ensino Fundamental II achava fácil o trabalho deles, imaginava que era só ali na sala de aula e depois eles ficavam sem afazeres, mas vi que existem muitas coisas para serem realizadas pelos professores como planejamento de aulas, preenchimento de diários entre outros. Embora tivesse essas tarefas, me sentia feliz, pois estava se concretizando aquilo que imaginei para minha vida profissional quando decidi fazer um curso de Licenciatura em Matemática. A experiência vivida como PA foi de extrema importância para a minha formação e em diversos momentos contribuiu com o professor regente e com os alunos na orientação dos mesmos. Tendo isso em vista, busco através dessa pesquisa, uma possível resposta para a seguinte pergunta: Qual a contribuição do PA para o rendimento escolar dos alunos? A pesquisa terá um caráter qualitativo, de modo a sabermos as concepções dos envolvidos na pesquisa. Para a realização desse estudo será feita a aplicação de um questionário com os professores da rede pública das escolas de Artur Nogueira e Limeira ambas sendo da Diretoria de Ensino de Limeira SP. A pesquisa será dividida entre professores que atuam como regentes e como PA´s. Todas as informações serão utilizadas exclusivamente para fins de pesquisa onde será mantida a identidade dos participantes envolvidos e da escola em que atuam.
  • 8. 7 2- Referencial Bibliográfico O rendimento escolar dos alunos das escolas públicas do estado de São Paulo vem sendo alvo de muitas discussões nos últimos anos. Com a criação do SARESP (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) em 1996, a Secretaria da Educação vem acompanhando os índices de rendimento dos alunos e buscando meios para que esses números aumentem, elevando a qualidade da educação no Brasil de modo a conseguir posição de destaque no cenário mundial. Ter acesso à educação não é prioridade para poucos, o direito a alfabetização é um direito garantido a todos conforme o art. 205 da Constituição Federal de 1988 onde aponta que: A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1998, p. 121) É importante pensar num aprendizado que traga ao aluno condições de desenvolver seu raciocínio além daquele que se usa em sala de aula, formando assim, cidadãos aptos para desenvolver seu potencial de conhecimento levando para a vida muito mais que um aprendizado de teorias. Piaget (1999) fala da importância de se estimular o aprendizado no estágio operacional formal que compreende a adolescência, onde “o adolescente pretende inserir-se na sociedade dos adultos por meios de projetos, de programas de vida, de sistemas muitas vezes teóricos, de planos de reformas políticas ou sociais”. (ibid., p. 63). A escola precisa proporcionar um ensino de qualidade que possa desenvolver as capacidades e habilidades mencionadas por Piaget (1999). Assim, o Estado de São Paulo criou em 2012 o Projeto Professor-Auxiliar para atuarem nas escolas públicas estaduais como um possível meio para elevar a qualidade do ensino. 2.1-Criação do Projeto Professor-Auxiliar (PA) Na busca por uma melhora na qualidade de ensino, considerando o direito a uma educação de qualidade, que forneça subsídios para uma aprendizagem concreta e de acordo com as habilidades condizentes com a série em que o aluno está
  • 9. 8 matriculado, o secretário da educação da época, com base nos artigos 1°, 2°e 3° que trata a Resolução SE nº 02, de 12-1-2012, dispõe dos seguintes mecanismos de apoio escolar: I – Recuperação Contínua, com atuação de Professor Auxiliar em classe regular do ensino fundamental e médio; II – Recuperação Intensiva no ensino fundamental, constituindo classes em que se desenvolverão atividades de ensino diferenciadas e específicas. (SÃO PAULO, 2012, p. 246) O projeto PA visa dar apoio aos professores que estão com alunos em defasagem de aprendizagem, dando a esses estudantes condições de acompanhar o restante da turma e aprender os conteúdos que não ficaram claros no momento da explicação. O apoio do PA é feito no horário normal das aulas e as metodologias adotadas são diversas e de acordo com cada professor, podendo o PA ficar na mesmo sala com o professor regente ou retirar alguns alunos da sala de aula e ir para outro local. Melchior (2012) fala da importância de se buscar alternativas de recuperação o quanto antes, pois: Se as dificuldades não são sanadas de imediato, elas vão se somando. Aqueles conteúdos que são pré-requisitos para outros vão gerando novas dificuldades, que passam a crescer como uma bola de neve, ficando muitas vezes intransponíveis. (MELCHIOR, 2012, p. 104) A importância de se fazer uma intervenção assim que notada a necessidade do aluno, ajuda no tempo de recuperação do mesmo e também na evolução dos demais discentes da sala, visto que, a matéria tem uma sequência lógica que necessita de pré-requisitos. A Resolução SE n° 2, Artigo 4º, inciso 1º diz que: § 1º - a atuação do Professor Auxiliar ocorrerá, ouvido o professor responsável pela classe ou disciplina, simultaneamente às atividades desenvolvidas no horário regular de aula, mediante atendimento individualizado ou em grupo, que propicie condições necessárias ao aluno para aprender nas situações de ensino asseguradas à classe; (SÃO PAULO. 2012. p. 246). Também são definidos outros critérios para a atuação do PA, regulamentado na mesma Resolução, entre eles, o mínimo de 25 alunos por sala nos anos iniciais, de 30 alunos por sala nos anos finais do Ensino Fundamental e de no mínimo 40 alunos por sala no Ensino Médio. Portanto, para uma sala de aula receber o apoio do PA,
  • 10. 9 exige-se essa quantidade mínima de discentes em cada sala, pois se subentende que uma sala com poucos estudantes, o professor regente conseguiria sanar qualquer defasagem que vier a surgir. Também é definida a quantidade de até 10 aulas na semana por sala, por tempo indeterminado até que se constate a superação da defasagem dos alunos ou até o termino do ano letivo. Essa quantidade de aulas disponíveis para o PA atuar numa determinada sala de aula compreende, em primeiro lugar, as matérias de Português e Matemática, podendo se estender às demais matérias que por ventura o aluno vier a necessitar de apoio. O tempo de atuação do PA nesta sala depende do desenvolvimento das habilidades dos alunos, que pode ser verificada pelo professor regente nas avaliações, podendo o PA permanecer dando apoio até o término do ano letivo. A educação sendo um direito de todos deve abranger os alunos de forma a capacitá-los para atuar como sucessores do atual profissional, começando na fase inicial, nos primeiros anos, criando uma cultura de estudo e aprofundamento. Tendo em vista a criação do PA e os seus objetivos dentro do ambiente escolar, nesse momento é válido ressaltar também a atuação desse profissional nas escolas, durante a disciplina de Matemática, que é o foco dessa pesquisa. 2.2- Minha Atuação como PA e suas contribuições Antes de adentrar nas funções atribuídas ao PA, relato minha experiência quando comecei a trabalhar como professor na rede estadual de ensino. Comecei atuando nas séries iniciais do Ensino Fundamental II nas turmas de 6°, 7° e 8° anos. Minha primeira experiência foi como PA, onde abordava as principais dificuldades dos alunos e trabalhava na superação das defasagens desses discentes. Meu trabalho como PA foi sempre muito produtivo, as atividades eram realizadas mantendo um sincronismo com as matérias dadas pelo professor regente e sempre estávamos adotando práticas que favorecia o aprendizado do aluno. Às vezes trabalhávamos juntos na mesma sala de aula, outras vezes os discentes eram retirados da sala e levados para outro ambiente. Os conteúdos aplicados pelo PA são os mesmos dados pelo professor regente, pois nas aulas em que o PA não atua, os alunos que estão tendo apoio ficam somente com o professor regente e com isso,
  • 11. 10 precisam estar atualizado com o conteúdo. As técnicas adotadas eram diversas, como o uso de atividades impressas, jogos educativos, atividades de recortes e colagens e os resultados eram notados nas avaliações. Como PA tive a oportunidade de realizar três cursos de aperfeiçoamento que me ajudaram a atuar em várias etapas no processo de recuperação e aprendizagem dos alunos. O curso foi oferecido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo na modalidade on line a todos os professores da rede estadual de ensino. O curso foi essencial para conhecermos as técnicas e o momento da intervenção pedagógica. No primeiro curso estudamos os processos de Articulação Pedagógica e Práticas de Intervenção que consiste em: discutir os conceitos de avaliação formativa e diagnóstica; analisar os conceitos de avaliação formativa e diagnóstica em atividades práticas de avaliação; relacionar os principais aspectos de avaliações diagnósticas em atividades de diferentes disciplinas curriculares. Aprendemos a importância de se atuar em conjunto com os outros professores e também com os coordenadores, realizando uma interdisciplinaridade. No segundo curso estudamos os Recursos Metodológicos e Superação de Defasagens. Nesse curso vimos diversos recursos como: compreender o que é um plano de ação pedagógica; articular a construção de um plano de ação entre o professor regente, o PA e o coordenador; refletir sobre ações necessárias para a realização de um plano de ação que auxiliam na recuperação e aprendizagem que vai desde uma simples rubrica nas avaliações até o feedback usado como um retorno, uma devolutiva aos alunos. Paiva (2003, p.2), apresenta uma definição de feedback como sendo a: Reação à presença ou ausência de alguma ação com o objetivo de avaliar ou pedir avaliação sobre o desempenho no processo de ensino-aprendizagem e de refletir sobre a interação de forma a estimulá-la, controlá-la ou avaliá-la. [...] o feedback pode ser também fornecido por um colega ou até um indivíduo que não esteja inserido no ambiente de aprendizagem. (PAIVA, 2003, p. 2) No terceiro curso estudamos a Avaliação e Recuperação de Estudos onde foram abordados os seguintes temas: premissas da AAP (Avaliação da Aprendizagem em Processo); relacionar a AAP com uma proposta de intervenção pedagógica; elaborar uma proposta de intervenção para o 6º ano. Com base na AAP, aprendemos a
  • 12. 11 acompanhar e registrar o desenvolvimento individual e coletivo dos alunos e com isso aplicar os métodos de recuperação. Ainda no curso, discutimos diversas funções que o PA pode desenvolver como o apoio ao aluno até que ele se sinta seguro quanto a sua capacidade de aprendizagem. Esse apoio do PA traz diversas contribuições para os alunos e também para os professores regentes. Dentre essas contribuições aos alunos está o aumento da autoestima, pois o apoio dado faz com que esses alunos consigam acompanhar o conteúdo juntamente com a sala não ficando defasado em relação à matéria, estímulo aos estudos diminuindo a evasão escolar e repetência, maior organização do material didático, inclusão dos alunos com necessidades especiais, menor índice de dispersão nas explicações da matéria, entre outros. Muitas vezes as superlotações das classes e a indisciplina dos alunos fazem com que os professores regentes queiram dividir a tarefa de educar e organizar a sala de aula. Montanheiro1 (2007) diz que: Logo ao chegar à escola, nota-se que o professor auxiliar é bastante esperado pelo professor regente. Condições do sistema público de ensino, sobretudo no que diz respeito ao elevado número de alunos em cada sala de aula (38 em média), colocam o professor auxiliar como um importante meio de atender os alunos de maneira mais eficaz nas propostas, à medida que mais dúvidas podem ser esclarecidas e mais crianças ajudadas nas atividades. Sendo assim, o que se faz presente é um grande anseio por parte dos professores e funcionários da unidade escolar por essa nova pessoa que chega, sobretudo para ajudar ou complementar o trabalho que vinha sendo executado. O trabalho do PA deve ser visto como uma estratégia de recuperação para o atual quadro educacional no Brasil, porém, muitos professores regentes veem o PA como um observador de sua rotina, causando insegurança em alguns docentes. Sobre isso, Freire (1996) argumenta: Observar não é invadir o espaço do outro, sem pauta, sem planejamento, nem devolução, e muito menos sem encontro marcado... Observar uma situação pedagógica é olhá-la, fitá-la, mirá- la, admirá-la, para ser iluminada por ela. Observar uma situação 1 http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/index. php/component/k2/item/17-papel-do-professor-auxiliar- expectativas-e-desilus%C3%B5es. Acesso em 27/03/2015
  • 13. 12 pedagógica não é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por ela, na cumplicidade da construção do projeto, na cumplicidade pedagógica. (FREIRE, 1996. p. 14) O professor regente deve estar preparado a qualquer tipo de observação. A observação parte de todos do ambiente escolar, desde os funcionários à equipe gestora. Com o PA não é diferente, pois buscam novas metodologias de ensino como: relação professor-aluno, negociação de significados, organização do espaço físico, entre outros, que, se agregadas ao seu conhecimento, favorece o trabalho de ambos e, consequente sucesso daquilo que se pretende aplicar. O mesmo acontece quando se tem um estagiário na sala, que está ali para aprender com o professor regente, absorvendo suas aulas, sua metodologia, se espelhando naquele profissional que será seu companheiro na educação. A presença de outro professor deve ser vista como um aliado para um possível aprimoramento do trabalho do professor regente. Ainda que preparados, todo profissional não detém todo conhecimento e outra pessoa pode fornecer um feedback, sobre aquilo que se está fazendo. A importância do PA na sala de aula é mostrada com a presença de estagiário atuando em uma escola na cidade de São Paulo. Ruiz (2013) em matéria publicada na Revista Gestão Escolar2 fala sobre a atuação de professores estagiários atuando como auxiliares na rede pública estadual: Aqui na escola o estagiário tem papel definido na rotina de sala de aula e depois de um tempo observando e auxiliando o professor nos encaminhamentos das situações didáticas já é possível dividir a turma com o professor. As crianças são divididas em duas turmas (conforme seus saberes e intencionalidade educativa da atividade). Enquanto um grupo está com o professor num espaço definido (que pode ser dentro da mesma sala, no pátio ou outro espaço), outro grupo de crianças estará com o estagiário realizando uma atividade planejada e orientada pelo professor. Certamente o ganho é de todos! A atuação de professores estagiários mencionadas por Ruiz (2013) é de grande importância, tanto para os alunos que são beneficiados com a aprendizagem, quanto para os professores que pretendem iniciar na docência, pois complementam sua aprendizagem da faculdade e adquirem experiência como profissional. 2 http://gestaoescolar.abril.com.br/blogs/coordenadoras/2013/03/05/o-papel-do-estagiario-na-minha-escola- e-muito-mais-que-observar-e-cortar-papeis/#comments. Acesso em 30/30/2015
  • 14. 13 Um programa do Governo Federal que visa inserir os alunos das Licenciaturas no ambiente escolar é o PIBID3 (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) que tem como um dos objetivos: [...] promover a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola. (BRASIL, 2015). Esse programa oferecido pelo Governo Federal aos alunos de Licenciatura vem de encontro com o que diz Ruiz (2013), pois unem a necessidade do aluno em ter um apoio a mais dentro da sala de aula com a complementação pedagógica necessária para o professor como estagiário. O professor tem a missão de proporcionar condições favoráveis para um aprendizado que vai muito além dos muros da escola e as políticas públicas devem contribuir para que essa responsabilidade não fique somente nas mãos do professor. Tendo em vista os apontamentos relatados nesse capítulo, essa pesquisa vem buscar identificar qual a importância do PA no ensino da Matemática. Para isso aplicou-se um questionário a professores regentes e PA´s buscando a concepção de cada um deles sobre a importância do projeto em questão. Todo o trabalho de pesquisa tem como principal objetivo ouvir professores para levantar dados que possa contribuir para o aperfeiçoamento do projeto, mostrar a importância do PA como uma possível solução para o rendimento escolar dos alunos e busca por melhorias nos índices de avaliação. 3 http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid> Acesso em 16/06/2016
  • 15. 14 3- Metodologia e Procedimentos de Pesquisa Buscar meios para aperfeiçoar aquilo que acreditamos foi uma das principais motivações que me levou a pesquisar sobre a atuação do PA e suas possíveis contribuições para o rendimento escolar dos alunos, e, com isso, ao elaborar minha estratégia de pesquisa pensei em um método que poderia englobar os professores envolvidos no projeto e buscar o maior número de informações possíveis. Diante disso, optei pelo método qualitativo, pois segundo Goldenberg (2004): Os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações com o objetivo de compreender os indivíduos em seus próprios termos. Estes dados não são padronizáveis como os dados quantitativos, obrigando o pesquisador a ter flexibilidade e criatividade no momento de coletá-los e analisá-los. Não existindo regras precisas e passos a ser seguido, o bom resultado da pesquisa dependem da sensibilidade, intuição e experiência do pesquisador. (GOLDENBERG, 2004, p.53). Minha pesquisa consiste na aplicação de dois questionários (Anexo I) contendo sete questões dissertativas, sendo um questionário direcionado aos professores regentes e outro para os PA´s. A ideia de formular dois questionários surgiu após uma socialização de minha pesquisa com os demais alunos da turma de Licenciatura Plena em Matemática, onde após colocarmos nossos projetos em discussão, foram surgindo ideias e sendo acrescentadas ao projeto de pesquisa. Buscar opiniões antes de formular o questionário foi uma estratégia que ajudou a obter questões bem elaboradas e com isso, aproveitar o máximo que esse recurso pode nos proporcionar, pois “o pesquisador deve elaborar um roteiro de questões claras, simples e diretas, para não se perder em temas que não interessam ao seu objetivo”. Goldenberg (2004, p. 56). O questionário é um método de pesquisa que traz inúmeras vantagens, principalmente para o pesquisador sem experiência. Sobre essas vantagens, Goldenberg (2004) afirma que: [...] exige menor habilidade para a aplicação; pode ser aplicado a um grande número de pessoas ao mesmo tempo; os pesquisados se sentem mais livres para exprimir opiniões que temem ser desaprovadas ou que poderiam coloca-los em dificuldades. (GOLDENBERG, 2004, p.87).
  • 16. 15 Por outro lado, a utilização do questionário traz também algumas desvantagens, citadas por Goldenberg (2004, p. 88) que diz: “tem um baixo índice de respostas; a estrutura rígida impede a expressão de sentimentos; exige habilidades de ler e escrever e disponibilidade para responder”. Definido o método de pesquisa e os profissionais que irão contribuir no fornecimento dos dados, procurei os professores com o qual dei apoio como PA e também busquei estender minha pesquisa a outros profissionais com os quais não tive nenhum contato no local de trabalho, levando em conta a afirmação de Goldenberg (2004) que diz: O pesquisador interfere nas respostas do grupo ou indivíduo que pesquisa. A melhor maneira de controlar essa interferência é tendo consciência de como sua presença afeta o grupo e até que ponto esse fato pode ser minimizado, ou, inclusive, analisado como dado da pesquisa. (GOLDENBERG, 2004, p.55). Com isso, procurei professores de outras escolas com o qual não tive nenhuma relação de trabalho seguindo a ideia de Goldenberg (2004, p.59) que diz: “quanto mais intensa a relação, maior a necessidade de um distanciamento do pesquisador [...]”. Também procurei os alunos do Curso de Licenciatura Plena em Matemática que atuaram como PA e como professor regente para responderem ao questionário. 3.1- Pesquisa nas Escolas Antes de iniciar a coleta dos dados formulei uma carta de apresentação (anexo II) onde continha um breve resumo de minha pesquisa e que seria um passaporte para o acesso às dependências da escola e o contato com os sujeitos. Munido dos questionários, do termo de consentimento livre e esclarecido (anexo III) e do termo de consentimento da participação da pessoa como sujeito (Anexo IV) fui a campo. Antes de cada abordagem era feita uma breve apresentação na qual explicava a razão da minha pesquisa e as condições para que a pessoa pudesse responder sem comprometimento futuro. Esse comprometimento inclui o sigilo dos dados e da identidade da pessoa que irá responder ao questionário, pois segundo Bogdan e Biklen (1994, p. 77): “as identidades dos sujeitos devem ser
  • 17. 16 protegidas, para que a informação que o investigador recolhe não possa causar-lhes qualquer tipo de transtorno ou prejuízo”. Na primeira escola onde iniciei minha pesquisa - aqui chamada de escola A – fui muito bem recebido pelos funcionários e equipe gestora, porem só teve a participação de três professores, sendo um professor-regente e dois PA´s. Como a pesquisa esta centrada nos professores que lecionam matemática, a quantidade de docentes que se encaixavam nesse requisito era reduzida. Agradeci os professores que não responderam e também aqueles que não tinham perfil para responderem ao questionário e fui à busca de novos campos para coleta dos dados. Continuando a coleta dos dados, procurei outra unidade escolar, aqui chamada de escola B, onde teve a participação de quatro professores sendo três regentes e um PA. Nunca tive contato com esses professores e esse distanciamento favoreceu respostas mais objetivas e livres de contaminação por influências. Todos os questionários respondidos foram sendo separados por escola e atuação dos docentes para facilitar a analise dos dados, seguindo a ideia de Alves- Mazotti, Gewandsznajder (1999) que diz: À medida que os dados vão sendo coletado, o pesquisador vai procurando tentativamente identificar temas e relações, construindo interpretações e gerando novas questões e/ou aperfeiçoando as anteriores, o que, por sua vez, o leva a buscar novos dados, complementares ou mais específicos, que testem suas interpretações, num processo de “sintonia fina” que vai até a análise final. (ALVES-MAZZOTTI, GEWANDSZNAJDER, 1999, p. 170). Paralelamente às pesquisas nas escolas, foi também feita a distribuição de questionários aos alunos do curso de Licenciatura Plena em Matemática que atuaram como professores regentes e PA´s, totalizando assim cinco sujeitos que responderam a pesquisa. Foi também estendido o convite a dois professores do curso de Licenciatura Plena em Matemática que prontamente se comprometeram a responder ao questionário. O quadro abaixo mostra como foi a distribuição dos pesquisados por campo de coleta dos dados e atuação.
  • 18. 17 Quadro 1- Campo de coleta dos dados e atuação Campo de coleta dos dados Professores Regentes Prof. Auxiliares (PA) Escola A 2 1 Escola B 3 1 Alunos de Lic. em Matemática 1 4 Prof. Lic. em Matemática 2 - Não responderam 1 1 Total 9 7 Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Conforme os dados do Quadro 1, temos uma quantidade pequena de PA´s nas escolas A e B que responderam à pesquisa. Tal fato se justifica pela atuação do PA se iniciar a partir do 2° bimestre e no mês em que se realizava a coleta dos dados, ainda não tinham PA´s atuando em sala de aula. Existem também uma particularidade no que se refere a atuação dos professores, onde muitos atuam como professores-regentes e PA, sendo nesse caso dada a opção para responderem apenas um questionário. Analisando o campo que se refere aos alunos de Licenciatura em Matemática, vemos que a maior parte destes são PA´s. Isso se justifica pelo fato de serem atribuídas aulas a alunos graduandos somente após a atribuição aos professores formados, e pelo fato do projeto PA se iniciar sempre no 2° bimestre do ano letivo. O quadro também mostra os professores do Curso de Licenciatura em Matemática e que atuam como professores regentes. Esse pequeno número se justifica pelo fato da pesquisa ser direcionada aos professores de Matemática, excluindo-se os professores de matérias pedagógicas. Existem também outros fatores que contribuíram para que a pesquisa não tivesse um maior número de participantes: professores que não entregaram os questionários com as respostas; prazo limitado para a realização da coleta dos dados e a não atuação dos PA´s no período da pesquisa que foi realizada no final de março e inicio de abril de 2015.
  • 19. 18 No período da coleta dos dados também teve outros imprevistos, entre eles: uma grande quantidade de feriados no período da pesquisa e a paralização de alguns professores reivindicando melhorias para a categoria, porém, esses contratempos não afetou diretamente a pesquisa. Contudo, os dados conseguidos foram de grande valia para essa pesquisa e serão analisados seguindo a ideia de Bogdan e Biklen (1994) que dizem que: Muitos observadores experientes sabem o que fazer- fazem um intervalo. Deixam o material assentar, partem para as férias ou fazem coisas que não puderam fazer por estarem ocupados com a recolha de dados, e só voltam depois frescos e mais descansados. (BOGDAN, BIKLEN, 1994, p.220). Para mim, a pausa se deu por conta da semana de provas na faculdade, e mesmo não podendo continuar a pesquisa nesse período de provas, estava pensando na análise dos dados, e logo retornei para dar continuidade, pensando no que diz Bogdan e Biklen (1994): “contudo, fazer um intervalo demasiado longo tem os seus contras. Adiar o trabalho mais difícil pode transformar-se numa armadilha. Pode, também, fazer com que perca o contato com o conteúdo de suas notas.”. Sendo assim daremos sequência à pesquisa onde o próximo passo será a análise dos dados, buscando resposta para a pergunta: Qual a contribuição do PA para o rendimento escolar dos alunos?
  • 20. 19 4- Apresentação e análise dos dados obtidos Neste capítulo são apresentados e analisados os dados coletados em campo, dados estes que foram obtidos através de questionários aplicados aos professores regentes e PA´s que lecionam Matemática. Segundo Gil (1999, p.168), “a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto pela investigação”. Para a coleta de dados foram distribuídos 16 questionários aos professores, porém, destes, somente 14 entregaram as folhas com as respostas. Visando a melhor análise desses dados, os questionários foram separados em grupos, sendo: escola A, escola B, alunos de Licenciatura em Matemática e professores do curso de Licenciatura em Matemática. Esta fase da pesquisa exige muita organização, criatividade e conhecimento por parte do pesquisador, pois é neste momento que são introduzidas as informações mais relevantes da pesquisa que são as ideias dos sujeitos. Goldenberg (2004, p.94) afirma: “este momento exige muito tempo de reflexão e dedicação para se tirar o máximo de ideias de cada resposta conseguida”. Para melhor análise dos dados, serão utilizadas categorias de codificação. Bogdan e Biklen (1994) definem as categorias de codificação como sendo: O desenvolvimento de um sistema de codificação envolve vários passos: percorre os seus dados na procura por regularidades e padrões bem como de tópicos presentes nos dados e, em seguida escreve palavras e frases que representam estes mesmo tópicos e padrões. Estas palavras ou frases são categorias de codificações. (BOGDAN E BIKLEN, 1994, p. 220). Essas categorias se fazem necessárias, pois facilitam a melhor compreensão dos dados. Para Gil (1999, p. 169), “as respostas fornecidas pelos elementos pesquisados tendem a ser as mais variadas. Para que essas respostas possam ser adequadamente analisadas, torna-se necessária, portanto, organizá-las, o que é feito mediante o seu agrupamento em certo número de categorias”. As categorias com o qual organizei os dados foram: Formação e tempo de atuação, o projeto PA na visão dos professores, contribuições do projeto PA na visão dos professores, dificuldades do projeto PA na visão dos docentes e as mudanças sugeridas pelos professores.
  • 21. 20 Sendo assim, daremos inicio a análise dos dados, classificando pelos pontos mais relevantes das respostas dadas nos questionários. 4.1- Formação e tempo de atuação Nesta categoria, apresento os dados referentes à formação e tempo de atuação dos professores que responderam à pesquisa. O objetivo dessas informações é traçar o perfil dos pesquisados e com isso maximizar a confiabilidade da pesquisa. Sobre os procedimentos para maximizar a confiabilidade, Alvez Mazotti (1999) relata que: A natureza das abordagens qualitativas, aliada à sua disseminação recente em algumas áreas de conhecimento como a educação e a psicologia, exige que os pesquisadores que a adotam demonstrem preocupação com o rigor com que pretendem conduzir sua investigação. (ALVES-MAZZOTTI, GEWANDSZNAJDER, 1999, p. 171). Portanto, é considerada toda informação obtida sobre o sujeito pesquisado, típico de uma pesquisa qualitativa. As informações sobre formação e tempo de atuação foram levantadas com base na questão um do questionário apresentado aos sujeitos da pesquisa. Dos 14 professores participantes da pesquisa, 12 deles tem formação em Licenciatura Plena em Matemática ou estão concluindo o curso, correspondendo a 85% dos pesquisados. Dos outros professores, um tem formação em Ciências com especialização em Matemática e outro com formação em Química. Há casos particulares em que um professor tem formação em Licenciatura Plena em Matemática e Mestrado em Educação Matemática, outro caso de um professor com formação em Ciências e especialização em Matemática e outro com Licenciatura em Pedagogia e Matemática. Quanto ao tempo de atuação, três professores atuam a mais de cinco anos na rede estadual de ensino, o que corresponde a 21% do total dos participantes, outros seis professores tem atuação entre dois e cinco anos, correspondendo a 43% dos pesquisados e os cinco restantes tem menos de dois anos de atuação representando 36% dos colaboradores com a pesquisa.
  • 22. 21 Observamos que a formação dos professores, em sua maioria, é em Licenciatura Matemática e isso pode facilitar na hora do auxílio em sala de aula, pois, a sua formação é especifica para a área. O tempo de atuação como professor também deve ser considerado, pois os docentes com maior tempo em sala de aula podem trazer um comparativo entre o tempo em que não havia PA em suas aulas e os dias atuais em que o PA esta atuando junto com ele. A seguir, vamos abordar qual é a visão dos professores sobre o Projeto Professor Auxiliar. 4.2- O Projeto PA na visão dos professores Uma das maiores preocupações dos professores é com o rendimento escolar dos alunos e o projeto PA pode ser uma das soluções para que a aprendizagem aconteça de forma igualitária a todos os discentes. Essa preocupação por parte dos docentes vem da necessidade de dar ao aluno condições para sua evolução social e pessoal. Sobre isso, o Currículo do Estado de São Paulo diz que: Em um mundo no qual o conhecimento é usado de forma intensiva, o diferencial está na qualidade da educação recebida. A qualidade do convívio, assim como dos conhecimentos e das competências constituídas na vida escolar, será determinante para a participação do indivíduo em seu próprio grupo social e para que ele tome parte em processos de crítica e renovação. (SÃO PAULO, 2011, p. 09). O desejo de todos os educadores é que a educação tenha melhorias e que o aluno seja beneficiado com ações que contribuam para o seu aprendizado. Com isso, foi perguntada aos professores através do questionário, a opinião de cada docente em relação ao projeto PA. Dos catorze questionários analisados, dez professores aprovam o projeto e quatro deles disseram ser um bom projeto, mas que precisa de ajustes para que haja melhorias. Dos professores que aprovaram o projeto, a PA Bianca4 cita que, “todos os esforços para melhorar a aprendizagem são válidos, e a ajuda de um profissional especializado para apoiar o professor em sala de aula ajuda muito”. Esta fala é complementada pelo professor regente Pedro que diz: “na minha visão, o PA em matemática é de extrema importância, pois ajuda os professores durante as aulas 4 Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos sujeitos
  • 23. 22 em diversas ocasiões: dúvidas dos alunos, acompanhamento dos discentes que tem dificuldades, entre outros”. Continuando a análise, percebemos que as opiniões são diversas, mas todas direcionam para que o projeto se multiplique e se estenda às outras disciplinas. Ainda sobre as opiniões referentes ao projeto PA, a professora regente Paula relata: ”ter um professor auxiliar nas aulas foi muito gratificante, os alunos se sentiram melhor atendidos em suas dificuldades e a aula rendeu mais”. As palavras dos professores têm pontos em comum, pois todos relatam melhorias com a atuação do PA. Estas melhorias realmente acontecem, pois quando atuei como PA foi constatado diversos avanços na aprendizagem dos alunos, chegando até a alcançar as metas estabelecidas nas avaliações de rendimento escolar. Para alguns professores, o projeto PA precisa de ajustes para suprir as defasagens existentes. Sobre essas mudanças, a professora regente Gisele diz: “Acho uma boa iniciativa, porém, precisa haver mudanças para se ter um melhor resultado”. As mudanças referidas pela professora Gisele é relatada em outra pergunta do questionário onde ela destaca que “o PA deve ter mais autonomia na avaliação do aluno que ele auxilia”. Concordo com Gisele, mas essa autonomia depende muito da relação entre o professor regente e PA que deve ser sincronizada. Para a professora regente Beth “o PA deve trabalhar em conjunto com o professor regente, auxiliando os alunos com maiores dificuldades”. Sobre isso Barbara complementa: “O PA é um bom projeto, mas depende muito da comunicação do professor regente da sala com o professor auxiliar, pois os dois devem trabalhar em conjunto para assim obter maiores resultados”. O trabalho em conjunto é essencial e esse tema foi abordado no primeiro curso que realizei sobre o projeto PA, onde se tratava da Articulação Pedagógica e Práticas de Intervenção. Os cursos de aperfeiçoamento foram oferecidos a todos os professores envolvidos no projeto, mas por ser um curso facultativo, houve pouca adesão por parte dos docentes. Dos entrevistados, somente a professora regente Beth fez os cursos de aperfeiçoamento. Analisando as respostas dos professores que apontaram ajustes para o projeto, notamos vários pontos em comum: todas as respostas não reprovam a atuação do PA, apenas recomendam mudanças e aperfeiçoamento de algumas práticas. Sobre isso, o PA Alan afirma: “... a quantidade de aulas disponíveis para o PA não são suficientes para a recuperação do aluno”. Para Alan, o PA deveria atuar
  • 24. 23 em todas as aulas do professor regente. Em outra pergunta, Alan traz uma observação importante sobre o assunto. Ele destaca: “ ...maior quantidade de aulas por sala e materiais didáticos próprios para alunos em defasagem. O material didático próprio pode ser uma das alternativas para a recuperação dos alunos, visto que, muitos dos discentes trazem dificuldades acumuladas desde as séries iniciais. Ainda que o projeto PA precise de mudanças na visão de alguns pesquisados, podemos observar na fala dos docentes que os alunos e docentes se sentem mais atendidos com o PA e assim tem condições de acompanhar o andamento da disciplina. No próximo tópico vamos analisar as respostas dos professores referentes às contribuições e dificuldades vivenciadas pelos docentes. 4.3- Contribuições do projeto PA na visão dos professores No questionário apresentado aos professores, foi perguntado sobre as principais contribuições do projeto PA para o rendimento escolar dos alunos e superação de defasagem. As opiniões são diversas e todas remetem aos avanços obtidos com a atuação do PA. Para a professora Paula, as contribuições eram: “melhoria no atendimento à diversidade em sala de aula (dificuldades de aprendizagem) aos alunos de inclusão e auxílio na recuperação paralelo-contínua dos alunos”. Essa diversidade relatada por Paula vem de encontro com o que diz o Currículo do Estado de São Paulo: Construir identidade, agir com autonomia e em relação com o outro, bem como incorporar a diversidade, são as bases para a construção de valores de pertencimento e de responsabilidade, essenciais para a inserção cidadã nas dimensões sociais e produtivas. (SÃO PAULO, 2011, p.10) De acordo com a fala de Paula, complementada pelo que diz o Currículo do Estado de São Paulo, o PA foi um fator determinante para o rendimento escolar dos alunos, podendo haver melhorias sociais e produtivas, ao levar em conta que a aprendizagem obtida na escola pode servir de base para a sua vida. Destaco também a fala do professor regente Bruno que diz: “as principais contribuições foi que muitos dos alunos tiveram um avanço na aprendizagem, pois necessitavam de uma atenção maior para que compreendessem determinados conteúdos”. Esse avanço na aprendizagem relatada por Bruno realmente acontece,
  • 25. 24 pois na minha atuação como PA percebi melhorias e evolução dos discentes como o aumento das notas nas avaliações bimestrais, aumento dos índices nas Avaliações de Aprendizagem em Processo (AAP), bem como evolução nas avaliações do SARESP superando as médias dos anos anteriores em algumas séries. A partir dessas evoluções, os alunos sentiam-se motivados e com isso, houve um aumento significativo nas participações dos discentes em sala de aula. Para a professora Beth, o PA contribui não somente com os alunos com maiores dificuldades, mas de um modo geral com todos os alunos da sala. Isso é notado quando Beth diz: “O PA além de ajudar os alunos com dificuldades, auxiliava também nas aulas em que os conteúdos eram dinâmicos, onde os alunos precisavam de uma atenção maior”. De acordo com Beth, o apoio do PA beneficia todos os envolvidos no projeto, até mesmo aqueles alunos que não necessitam desse auxilio. Essa afirmação é coerente, pois nas aulas diferenciadas como usar o laboratório de informática, trabalhos de recortes e colagens, visita a exposições, parques e museus, etc..., o apoio do PA se faz necessário e abrange todos os discentes da sala. Segundo Alan, as contribuições foram diversas, entre elas, a recuperação de muitos alunos que estavam sem condições de acompanhar o restante da turma. Esse relato mostra uma dimensão maior do apoio do PA, onde as contribuições não se limitavam somente aos alunos com dificuldades, nem nas matérias em que este profissional estava presente, pois ao obter domínio sobre os conteúdos de matemática e português onde tinham o apoio do PA, os discentes se sentiam mais seguros em outras disciplinas. As dúvidas quando sanadas no momento em que surgem, contribuem para que o aluno avance e não perca a sequência lógica do conteúdo que esta sendo aplicado. Nesse momento a presença de um PA faz grande diferença, pois a matemática depende de conceitos que, se não são entendidos pelos alunos, certamente haverá dificuldades nos próximos conteúdos. O professor regente muitas vezes não consegue sanar todas as duvidas dos alunos, visto que, as salas de aulas sempre tem uma grande quantidade de discentes. Como parte da pesquisa, foi feito um levantamento das médias do SARESP entre os anos de 2009 a 2014 das escolas pesquisadas, onde as médias obtidas poderão servir de comparativo entre os anos em que não houve atuação do PA nessas escolas.
  • 26. 25 O quadro abaixo mostra os dados do SARESP entre os anos de 2009 a 2014 nas escolas A e B, tendo como principal objetivo analisar possível evolução das médias nessas escolas após a implantação do Projeto PA no ano de 2012. Quadro 2 – Médias do SARESP das escolas pesquisadas 7° EF 9° EF 3° EM 7° EF 9° EF 3° EM 2014 - 284,9 282,9 - 240,4 274,3 2013 219,9 239,5 276,5 217,4 261,2 272,5 2012 221,7 249,5 278,8 225,5 241,5 272,6 2011 216,7 249,1 263,6 233,1 249,4 273,4 2010 209,4 250,8 259,4 216,5 250 268,9 2009 216,5 250,8 272,4 226,3 247,7 265,6 Fonte: Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, 2009-2014. De acordo com os dados do Quadro 2, das seis classes que realizaram a avaliação do SARESP, quatro delas apresentaram evolução a partir do ano de 2012. Todas as classes avaliadas na escola A tiveram evolução, onde o 7°EF teve uma pequena queda na média entre os anos de 2012 e 2013, mas a média supera os anos anteriores em que não tinha atuação do PA. No 9°EF houve queda nos anos de 2012 e 2013, mas no ano de 2014, a média adquirida foi superior a 25 pontos. Já no 3°EM houve um crescimento significativo nas médias dos últimos três anos avaliados. Analisando as médias da escola B, notamos um grande declínio nas médias no 7° EF. No ano de 2014 as avaliações nos 7° EF foram feitas em algumas escolas por amostragem, o que justifica a falta de dados referente ao ano de 2014 no quadro. Continuando a análise, notamos que as médias no 9° EF teve queda após a atuação do PA em 2012, seguido de um aumento no ano de 2013 e novamente queda na média no ano de 2014. Isso pode ter ocorrido por diversos fatores, que pode ser a não atuação do PA nessas classes ou a diminuição no número de aulas destinadas ao PA. Já no 3° EM houve uma pequena queda nos índices, mas último ano da avaliação houve um crescimento.
  • 27. 26 Observando os dados, nota-se que das classes que tiveram evolução, todas apresenta um crescimento a partir do ano de 2012, indicando uma possível contribuição do projeto PA para esse crescimento. Levando em conta que todas as salas avaliadas na escola A teve aumento na nota, e nas salas da escola B houve queda na média do 7° EF a partir de 2012 e no 9° EF houve variações com queda na média em 2012, aumento na média no ano de 2013 e novamente queda em 2014, ficando somente o 3° EM com evolução, percebe-se que as diferenças de médias entre as escolas A e B são grandes. Essa diferença nas médias entre as escolas A e B pode ser justificada pelas particularidades existentes entre uma escola e outra e com isso, as notas são diferentes. Dos catorze professores que responderam ao questionário, oito deles relatam as contribuições que o projeto traz para a evolução dos alunos. Os demais docentes não opinaram sobre as principais contribuições, apenas relatam suas opiniões acerca do projeto PA. Isso se dá pelo fato de muitos professores estarem atuando há pouco tempo no magistério, como mostrado no Quadro 1. O pouco tempo de atuação dos docentes faz com que estes não tenham bases comparativas entre turmas que não receberam apoio e turmas que recebem apoio do PA. Na próxima categoria destaco as dificuldades relatadas pelos professores que atuaram no projeto. 4.4- Dificuldades do projeto PA na visão dos pesquisados. Analisaremos agora as respostas dos docentes quando perguntados sobre as dificuldades obtidas por cada professor. Dos que responderam a essa pergunta, 50% das respostas foram referentes às dificuldades que não advém do projeto PA e que são comuns em todas as salas de aula. Muitos professores fizeram uma espécie de “desabafo” relatando a indisciplinas de alguns alunos. Isso é comprovado com a fala de alguns docentes. A professora Giovana relata: “O professor regente confunde o PA com secretário ou, ao invés de separar alunos com dificuldades, acaba deixando com os PA´s os alunos com problemas disciplinares”. A PA Glaucia complementa dizendo: “A maior dificuldade foi a indisciplina dos alunos e falta de interesse do professor regente”.
  • 28. 27 A opinião dos professores é valida e traduz aquilo que vivenciaram em sala de aula. Para entender melhor a fala dos professores, Montanheiro (2007) diz: Essa idealização do aluno também contribui para que o professor atribua às atitudes indisciplinares e violentas dos estudantes o fracasso da estrutura escolar da atualidade, não sendo raras às vezes em que se faz analogia à escola de décadas atrás, nas quais os alunos eram “mais comportados e respeitosos”. A indisciplina dos alunos é um dos maiores entraves enfrentado pelos professores em suas aulas. Em minha opinião, deveria adotar regras mais rígidas para os alunos que vai à escola no intuito de atrapalhar o trabalho do professor e a aprendizagem dos demais alunos. Ainda que falte nesses alunos indisciplinados uma estrutura familiar adequada que ajude na educação, os professores e demais discentes não podem ter o rendimento das aulas comprometidas por conta daqueles que atrapalham. Ainda que com todos esses contratempos, o objetivo da pesquisa foi buscar informações referentes ao apoio do PA e sobre isso, cito a fala da professora regente Barbara: ”O maior desafio para mim é identificar a real dificuldade de cada aluno e trabalhar em cima disso, pois as dificuldades são distintas...”. O professor Pedro relata também que uma das dificuldades era que “o PA acompanhava somente três, das seis aulas semanais”. Segundo Barbara e Pedro, as dificuldades existem, porém, algumas mudanças na forma como o projeto é implantado, pode trazer aos alunos condições para suprir as defasagens existentes. As dificuldades, segundo a professora Beth, é a falta de apoio didático para trabalhar com os alunos que necessitam de recuperação. Para Beth, “o PA deveria receber mais materiais para trabalhar com os alunos e também materiais para sua formação contínua”. É notável pela fala de Beth e também de outros professores, que o material didático diferenciado para alunos em processos de recuperação se faz necessário, pois as dificuldades não são limitadas aos conteúdos aplicados naquele momento, mas de lacunas deixadas nos anos anteriores. Para a professora regente Andréia, que também trabalhou como PA, uma das dificuldades vivenciadas por ela é que o professor muitas vezes pedia que ela retirasse os alunos indisciplinados da sala de aula para dar apoio. Vejamos o que diz Andréia: “Uma das dificuldades é muitas vezes ter que tirar os alunos indisciplinados da sala, devido o professor não ter domínio sobre esses discentes”. Sobre isso,
  • 29. 28 penso que essa atitude do professor regente é valida ao levarmos em conta que todo aluno com problemas disciplinares certamente não terá raciocínio para resolver determinadas atividades de matemática, gerando com isso, defasagem no aprendizado e ao separar esse aluno dos demais discentes, provavelmente seu comportamento mudara. Dentre todas as dificuldades citadas pelos professores, coloco aqui a fala de Alan que diz: “A falta de autonomia do PA foi uma das dificuldades encontradas”. Para Bruno as dificuldades foram com a falta de interesse dos alunos. Já para a PA Giovana, a maior dificuldade era adquirir a confiança dos alunos. A falta de autonomia citada por Alan se deve ao fato do PA ficar somente algumas aulas com esses alunos e quando não há apoio, os mesmos ficam com o professor regente que avalia e sugere atividades de recuperação de acordo com a dificuldade de cada um. Quanto à falta de interesse citada por Bruno, acredito ser algo comum, pois muitos alunos não tem motivação para os estudos e o PA poderá despertar esse interesse nos alunos. O mesmo acontece ao buscar a confiança desses alunos, onde o professor devera conhecer bem a turma e trabalhar de modo que eles se sintam seguro com as metodologias aplicadas pelo docente. Analisando todo o contexto, vemos que as dificuldades existem e não é somente a indisciplina dos alunos o principal problema existente. Como professores, sabemos que as adversidades existem em qualquer atividade aplicada aos alunos e, o que da certo em uma determinada sala, pode não dar certo em outra. Assim acontece com o apoio do PA, que muitas vezes encontra barreiras que devem ser contornadas para que seu objetivo seja atingido. Dado todos os comentários feito pelos professores, trago na próxima categoria as principais mudanças sugeridas pelos docentes. 4.5- As mudanças sugeridas pelos professores Das perguntas feitas no questionário, foi proposto aos pesquisados sugestões de como melhorar o projeto PA na visão de cada professor. Dentre as diversas opiniões relatadas pelos docentes, uma delas se refere à quantidade de aulas ofertadas ao PA para atuar em cada sala de aula. Dos catorze pesquisados, nove deles sugeriram que todas as aulas do professor regente deveriam ser
  • 30. 29 acompanhadas pelo PA, ou seja, 64% dos docentes opinam pelo aumento da carga horaria atual para acompanhamento integral pelo PA. Esse acompanhamento pode ser estendido nas preparações das aulas, preparação e correção de provas, enfim, ajudar o professor regente no que for necessário. Sobre a quantidade de aulas, cito a fala do professor regente Pedro que diz: “O PA deveria acompanhar todas as aulas do professor regente e não somente algumas”. Sobre isso, o professor Bruno acrescenta: “Um número maior de aulas, um conteúdo elaborado de acordo com as dificuldades de cada aluno para suprir as deficiências de aprendizagem”. A fala de Pedro e Bruno, assim como de todos os professores tem relevância, pois na minha atuação como PA notei que a quantidade de aulas não era suficiente para suprir as defasagens dos alunos. Complementando os relatos de Pedro e Bruno, trago a fala da PA Bianca que sugere o aumento na quantidade de aulas. Sobre isso ela diz: “o projeto ajuda muito na aprendizagem do aluno, porém como eu tinha apenas duas aulas por sala, sentia a falta de um vínculo maior com os alunos”. Continuando a análise das respostas, compartilho a fala da professora Andréia que diz: “... ter uma sala para poder ensinar, pois trabalhar na sala de aula com os demais alunos ou no pátio não da, se tivesse uma sala própria para trabalhar com esses alunos seria melhor para sua aprendizagem”. Concordo com Andréia, onde uma das principais mudanças no projeto PA deveria ser de um local adequado para trabalhar com os alunos que necessitam do apoio, pois muitas vezes (ou todas), os alunos são levados para o pátio, onde o ambiente não favorece uma aprendizagem efetiva. Na opinião de Bruno, “deveria ter um conteúdo elaborado de acordo com as dificuldades de cada aluno para suprir as deficiências de aprendizagem. Professor regente e PA trabalhando próximos e de maneiras semelhantes”. Para Giovana, o PA deveria estar com a turma logo no início do ano letivo e não dois meses depois. Pedro complementa dizendo que “deveriam efetivar o PA nas escolas públicas desde o primeiro dia de aula até o último”. Tendo em vista todas as opiniões dadas pelos professores, um dos pontos em comum nessas opiniões diz respeito ao aumento do tempo de apoio do PA em cada sala de aula. Para a maioria dos professores, tanto o tempo de atuação do PA, como a quantidade de aulas deveriam ser aumentadas. O anseio à expansão do projeto pelos professores tem como objetivo único e exclusivo, a aprendizagem dos alunos,
  • 31. 30 pois mesmo com essa pequena quantidade de aulas atribuídas ao PA, é notável a recuperação dos discentes. O aumento na quantidade de aulas poderiam trazer ainda mais benefícios para esses alunos. Com base nos dados analisados, concluímos que o projeto PA é uma das alternativas que pode contribuir para que haja um maior rendimento escolar dos alunos e superação das defasagens existentes, e que, mesmo com algumas dificuldades encontradas, são notáveis as contribuições que o projeto traz para os alunos e toda comunidade escolar. Após ter analisado todos os dados, será feito no capítulo seguinte à conclusão da pesquisa, onde serão retomados os debates levantados na análise dos dados, as bibliografias apresentadas e as minhas percepções acerca de todo conteúdo aqui apresentado.
  • 32. 31 5- Conclusão Neste capítulo apresento a conclusão final da pesquisa onde retomo alguns pontos que se destacaram, retratando minha visão sobre eles. Com essa pesquisa, procurei buscar respostas para a pergunta norteadora: “A importância do professor-auxiliar e sua contribuição para um possível rendimento escolar dos alunos!”. Em cada capítulo da pesquisa destaquei cada processo de aprendizagem e sua eficiência baseadas em minha experiência obtida como PA, na visão de outros pesquisadores e também na pesquisa de campo feita com professores regentes e auxiliares. A pesquisa mostra a forma que o Professor Auxiliar contribui para um melhor rendimento escolar dos alunos no Ensino Fundamental e Médio e as intervenções nos processos de aprendizagem, quando aplicados no tempo certo, podem fazer a diferença na vida escolar e profissional dos mesmos. Na minha atuação como PA, percebi o quanto o projeto PA contribuía para o rendimento das aulas em geral, pois favorecia o trabalho do professor regente e consequente aprendizagem dos alunos. Sempre eram adotados diversos modos de trabalho, às vezes juntos na mesma sala, outras vezes com alguns alunos retirados da sala e trabalhados num ambiente separado, todas as formas eram eficazes. Quando dentro da sala junto com o professor regente, o apoio era fundamental, pois eram muitos alunos que não compreendiam de imediato as operações. Quando eu os retirava da sala, ficava melhor o trabalho, pois a sala era diluída e o silencio e a concentração eram maiores. As dificuldades dos alunos, principalmente aquelas advindas das series iniciais do Ensino Fundamental II, eram muitas, principalmente com relação às quatro operações. Muitos não trazem uma preparação solida, especificamente na matéria de Matemática, pois, na maioria das vezes esses alunos são alfabetizados por professores formados em pedagogia que não possuem uma formação Matemática e ao entrar nas séries finais do Ensino Fundamental II, esses alunos já vêm necessitando de apoio. Com isso, os participantes dessa pesquisa sugerem que, além de manter o PA o projeto precisa ser iniciado já no 1°bimestre do ano letivo. O fato de uma nova dinâmica nas matérias também influencia, pois ao começar o 6° ano do Ensino fundamental II, tem-se mudanças significativas no conteúdo, na
  • 33. 32 quantidade de professores, lotação das salas entre outros. Diante desse fato, a presença de um PA vem ao encontro com a nova realidade dos alunos, inserindo-os no novo modelo de ensino, ate então desconhecido por eles. No Ensino Médio, o trabalho do Professor Auxiliar é uma ferramenta importante e necessária para preparar o aluno para seu ingresso nos cursos técnico e de graduação. A partir daí, vejo o quanto é importante para os alunos terem acesso a mais um professor da disciplina para auxilia-los na preparação para as provas que esses discentes terão que fazer no 3°ano do Ensino Médio como o ENEM e vestibulares. Conforme vimos nas falas dos professores, o apoio do PA pode ser uma das soluções para que a aprendizagem aconteça de forma concreta, e mesmo que o projeto precise de algumas mudanças como o aumento no numero de aulas por sala, efetivação do PA desde o primeiro dia letivo, espaço próprio para trabalhar com alunos em recuperação, entre outras, ainda assim tem-se notado que as contribuições superam todas as dificuldades que existem no projeto. Outro ponto importante e que deve ser levado em conta é que muitos dos projetos referentes à educação têm-se resultados sempre em longo prazo, e as contribuições do projeto PA poderão ser observadas com as notas obtidas no SARESP e em outras avaliações nos anos seguintes. O mesmo acontece com as escola de tempo integral, que, se aplicado tudo que prevê o projeto, a longo prazo poderá alcançar seus objetivos (MAFFEI, 2015). Além da aprendizagem que acontece de forma contínua, vimos também que as contribuições do projeto PA se estende a realização pessoal dos alunos, pois ao avançar em um determinado conteúdo, esses discentes aumentam a autoestima, gerando com isso motivação e interesse pelos conteúdos seguintes e até mesmo em outras disciplinas onde o PA não atua. Tendo em vista alguns professores citarem dificuldades acerca do projeto, os mesmos não reprovam a atuação do PA. Muitos justificam o fato dos alunos não mostrarem interesse pelos conteúdos aplicados, a falta de estrutura fisica para acolher esses alunos que necessitam de recuperação, bem como a quantidade de aulas que são insuficientes e os materiais didáticos inadequados para alunos em defasagem. A partir das dificuldades que foram apresentadas na pesquisa, proponho algumas possíveis medidas que poderão contribuir para uma maior eficiência do
  • 34. 33 projeto PA, entre elas: ter um local próprio para trabalhar a recuperação dos alunos em defasagem; a atuação do PA desde o inicio do ano letivo e em todas as aulas do professor regente; mais autonomia do PA para avaliar e fazer intervenção quando notada essa necessidade, entre outras. De uma forma geral, a pesquisa mostrou através da fala dos professores, que o projeto PA contribui para a recuperação e superação da defasagem dos alunos. Por ser um projeto iniciado há poucos anos, os resultados já são notados nas avaliações de aprendizagem, como falado nos capítulos anteriores. Avalio os resultados da pesquisa como sendo positivo para o projeto PA, tendo como base a pesquisa com os professores e a minha experiência quando atuei no projeto. Na coleta dos dados, foi notado um grande empenho por parte dos professores em contribuir com a pesquisa e ajudar na melhoria do projeto, pois como docentes todos veem a educação como um meio de mudar o atual cenário em que os estudantes estão inseridos. Com isso, nota-se que a educação esta nas mãos de profissionais empenhados e comprometidos com sua missão de educar, mas que dependem de políticas públicas para melhorar a qualidade do ensino. Essas políticas incluem melhores condições de salários e plano de carreira para os professores, aumento da quantidade de aulas destinadas à preparação de conteúdos, disponibilização de maquina fotocopiadora para impressão de avaliações e trabalhos em geral, mais salas de aulas com menor quantidade de alunos por sala, mais projetos de apoio e recuperação, atividades culturais, aulas de musica e teatro, entre outras, de acordo com o perfil de cada comunidade na qual a escola esta instalada. Por fim, concluímos a pesquisa, onde o tema apresentado poderá ser usado para outros estudos, analisando outro referencial teórico e com outros professores, podendo apontar resultados distintos dos aqui apresentados. Assim, esperamos que esse trabalho seja incentivo para que novos estudos voltados para a atuação do Professor Auxiliar sejam realizados. Podemos pensar em pesquisas sobre o Projeto PA na visão dos alunos, o que eles têm a dizer sobre o projeto, os pontos positivos e negativos. Outra ideia de pesquisa poderá ser feita entre escolas onde se tem o projeto implantado, comparando experiências, dificuldades encontradas e resultados. Poderá também ser feito um estudo com os familiares desses alunos, no qual se busca saber se houve mais dedicação, mais comprometimento, mais
  • 35. 34 organização por parte dos alunos atendidos pelo Projeto PA. Enfim, todo estudo é valido e os resultados visam contribuir ainda mais com a educação pública.
  • 36. 35 6- Referências Bibliográficas ALVES-MAZZOTTI, A. J; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1999. 203p BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Lisboa: Porto Editora, 1994. BRASIL. Constituição Federal. 1998, p. 121 FREIRE, M. Observação – Registro - Reflexão. Instrumentos Metodológicos I. Série Seminários. São Paulo: Publicações do Espaço Pedagógico, 1996. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo. Ed. Atlas, 1999. GOLDENBERG, M. A arte de Pesquisar. Rio de Janeiro- São Paulo. Editora Record, 2004 MAFFEI, J.C. Escola de Tempo Integral. Limeira - SP, 2015, p. 28. MELCHIOR, M. C. O Sucesso Escolar através da Avaliação e da Recuperação. Ed. Premier, 2012, 104 págs. MONTANHEIRO, A. G. Papel do Professor Auxiliar: Expectativas e Desilusões. Disponível em <http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/index. php/component/k2/item/17-papel-do- professor-auxiliar-expectativas-e-desilus%C3%B5es> Acesso em 08 Mai 2015 PAIVA, V. L. M. O. Feedback em Ambiente Virtual. In: LEFFA, V. (org.) Interação na aprendizagem das línguas. Pelotas: EDUCAT, 2003. p. 219-254. Disponível em: http://www.veramenezes.com/feedback.htm. Acesso em: 26 mai. 2015. PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. 20° ed. Rio de Janeiro: Forense. Universitária, 1994 RUIZ, L. O papel do estagiário na minha escola é muito mais que observar e cortar papéis. Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/blogs/coordenadoras/2013/03/05/o-papel-do- estagiario-na-minha-escola-e-muito-mais-que-observar-e-cortar-papeis/#comments Acesso em: 15 Abr. 2015 SÃO PAULO, Secretária da Educação do Estado de São Paulo, Proposta Curricular do Estado de São Paulo, 2011, p.10. SÃO PAULO, Secretária da Educação do Estado de São Paulo, Resolução SE n° 2, Artigo 4º, 2012, p.246.