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Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto
         Graduação em Ciências Biológicas




           EDUCAÇÃO AMBIENTAL
                  2011

                                                             AQUÍFERO
Profª. Drª Fernanda da Rocha Brando Fernandez
                                                             GUARANI:
                                                             Envenenando
       Fernanda Meneguzzo Beneduzi
                                                                a Fonte
           Vanessa Elisa Pinheiro
Ribeirão Preto
 Localiza-sena porção
 nordeste do Estado de São
 Paulo, possui
 aproximadamente 612.339
 habitantes e uma área
 total de 651 km²
                  (IBGE, 2010)
   Ribeirão Preto é tipicamente urbano e suas
    principais atividades estão centradas no
    comércio e na prestação de serviços, além de
    importantes centros universitários e de pesquisa.
   A agricultura ganha um papel de destaque na
    região, sendo a principal cultura a da cana- de-
    açúcar, que se constitui em, praticamente, uma
    monocultura na região.




        Vista aérea de Ribeirão Preto
 O clima típico é tropical úmido, caracterizado pelo
  verão chuvoso e pelo inverno seco, onde no
  verão, a temperatura média mensal é de ~25°C e
  umidade relativa do ar de ~80%. Já o inverno
  apresenta uma temperatura média mensal de
  ~19°C e umidade relativa do ar de ~60%.
                                            (DAEE, 2006)
   O município está situado como um divisor de
    águas de duas grandes bacias hidrográficas, a
    Bacia do Rio Pardo ao norte e a Bacia do Rio
    Mogi-Guaçu ao sul.
   A Bacia do rio Pardo tem uma área de
    afloramento de 1.327 km2, da qual 10% se localiza
    no município de Ribeirão Preto




                                Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo
Consumo da água do Aquífero
         Guaraní
            O abastecimento público de água em
               Ribeirão Preto é totalmente dependente
               da exploração do Aquífero Guarani e
               por este motivo, a proteção da água
               subterrânea é muito importante.



              A partir da década de 1960, o uso de
               água se intensificou no município. O
               número de poços saltou de 10 para 45
               no ano de 1970, e, no início do século
               XXI é de aproximadamente 400.
O consumo de
 água em Ribeirão
 está tão
 exacerbado que
 chega a ser 13
 vezes maior que o
 volume de água
 de recarga.
DAERP
   O responsável pelo
    abastecimento público
    em Ribeirão Preto é o
    Departamento de Água
    e Esgoto de Ribeirão
    Preto-DAERP.
   As águas subterrâneas
    são a única fonte
    utilizada para abastecer
    a área urbana.             DAERP
   O aqüífero Guarani é o
    responsável por fornecer
    água de qualidade aos
    habitantes e sustentar os
    processos produtivos que
    se desenvolvem no
    município de Ribeirão.
    Entre os vários usos das águas captadas desse aqüífero e as
    possibilidades de incrementar outras modalidades que favoreçam a
    implantação de empreendimentos na região, têm-se basicamente:
-   abastecimento público,
-   o desenvolvimento de atividades industriais e
-   agroindustriais (climatização de ambientes;
                     secagem de madeira;
                     fermentação da cevada para a produção de cerveja;
                     culturas em estufas;
                     proteção contra geadas combinada com a irrigação;
                     armazenamento de grãos;
                     evisceração de aves;
                     aqüicultura; elaboração de produtos lácteos;
                     esterilização;
                     destilação;
                     operações intensas de descongelamento;
                     biodegradação,
-   desenvolvimento do turismo com a instalação de estâncias hidrotermais
Mas de onde
 vem essa
água, afinal?
Ciclo Hidrológico
A água circula continuamente na Natureza, podendo passar pelos diferentes
estados – sólido, líquido e gasoso.

O ciclo da água ou ciclo hidrológico é explicado como o contínuo movimento
das águas ao redor do nosso Planeta.

O ciclo, não tem início nem fim. Acontece que as águas dos
oceanos, mares, rios, lagos, a umidade do solo e a transpiração das plantas
evaporam pela ação dos raios solares, formando, dessa maneira, as nuvens.

Em determinadas condições atmosféricas, as nuvens, por sua vez, tornam – se mais
densas e precipitam – se, isto é, caem na superfície terrestre em forma de
chuva, de orvalho, de neve ou granizo.

Quando a chuva atinge a superfície terrestre, uma parte escorre pela superfície do
terreno, alimentando rios, lagos e oceanos; outra parte volta para a atmosfera por
evaporação, formando nuvens. E há ainda uma outra parte que se infiltra pela
superfície da Terra e forma as águas subterrâneas e os aquíferos.
Aquífero Guarani
Abrangência do Aquífero
            Guaraní
   Maior reserva estratégica de água doce do
    mundo, com uma área de quase 1,2 milhões de
    km2

   Estende-se pelo Brasil, Uruguai, Paraguai e
    Argentina e seu nome é em homenagem à
    nação Guarani que ocorria nos quatro países
Aquífero Guaraní no Brasil

   Área de aproximadamente 848.800 km2

   Abrange os estados de :
       Mato Grosso
       Goiás
       Minas Gerais
       Mato Grosso do Sul
       São Paulo
       Paraná
       Santa Catarina
       Rio Grande do Sul
Aquífero Guaraní em São
         Paulo
              No Estado de São Paulo
               o Aqüífero
               alcança155.800 Km2

              72% dos 645 municípios
               são total ou
               parcialmente
               abastecidos por água
               subterrânea

              47% são inteiramente
               abastecidos por água
               subterrânea.
o Área de
  confinamento: 90%
  de sua superfície, a
  infiltração é lenta e
  se dá ao longo de
  descontinuidades no
  pacote basáltico.

o Área de recarga
  direta:10% da
  superfícia no
  afloramento do
  pacote arenoso em
  suas bordas.




         (Hamada et al., 2006)
Domínios Pedomorfoagroclimáticos das áreas de
       recarga do Sistema Aquífero Guarani
                           Domínio Planalto Médio
                            Paulista: 16.000 km2, em uma
                            faixa de norte a sul do estado.
                          Faixa centro-norte.
                          Intervenção imediata nas
                            áreas identificadas como
                            “piores casos”:
                                   Domínio “Nascentes do
                         Araguaia” - milho sorgo,
                                   Domínio “Planalto Médio
                         Paulista” - cana-de-açúcar
                                   Domínio “Campanha” -
                         arroz irrigado



(Gomes et al., 2006)
Uso do solo no Brasil   Ambientes agrícolas pouco
ocorre em               produtivos e desequilibrados.
desconformidade com
sua aptidão e
aspectos
agroclimáticos.

                        Ocupação de áreas
                        ambientalmente frágeis
                        (áreas de recarga do Aquífero
                        Guaraní).




                                   (Gomes et al., 2006)
Poluição do Aquífero Guaraní
   Expansão das
      cidades             Agricultura

 Lixões                Agrotóxicos
 Aterrosindustriais    Fertilizantes
 Armazenamento,        Formação      de
  manuseio e             ravinas e
  descarte               voçorocas
  inadequados de
  produtos químicos



                                (Gomes et al., 2006)
Movimento de agroquímicos
     no perfil do solo
    Seu estudo envolve muitos fatores e isso tem
contribuído para que o fenômeno seja ainda pouco
conhecido no meio técnico-científico.

O movimento de agrotóxicos e nutrientes no solo
             ocorre por meio de:

     difusão e pelo fluxo de massa em água

                 associado às

    transformações químicas e biológicas e
processos de adsorção e persistência do produto.
                                         (Gomes et al., 2006)
Caso da
Microbacia do
Córrego do
Espraiado –
Ribeirão Preto
Principais solos da microbacia
   do Córrego do Espraiado
 Predominam   o Latossolo Vermelho
 Eutroférrico e Distroférrico.

 Na porção representativa da recarga do
 Aqüífero Guarani, predominam solos
 arenosos do tipo Latossolo Vermelho
 Distrófico psamítico e Neossolo
 Quartzarênico (EMBRAPA,1999).


                                      (Gomes et al., 2002)
Vulnerabilidade das áreas de
  recarga do Aqüífero Guaraní
    Vulnerabilidade é a susceptibilidade de um
compartimento, solo ou água, por exemplo ser adversamente
afetado por uma carga contaminante qualquer.




                                            (Gomes et al., 2002)
Classificação da vulnerabilidade
        dos solos agricultáveis da
             microbacia do C. E.

Classe do solo   Condutividade Declividade   Potencial     Potencial de   Profundidade   Vulnerabilidade
                 hidráulica    do terreno    de            escoamento     do lençol
                                             infiltração   de água        freático
                                             de água
  Latossolos
  Vermelhos
  Distróficos        Alta         Suave        Média/        Médio/        Profundo       Média/Alta
  Psamíticos                                    Alta          Baixo
  Neossolo
Quartzarênico        Alta         Suave          Alta         Baixo        Profundo/          Alta
                                                                             Muito
                                                                           profundo




                                                                                 (Gomes et al., 2002)
Vulnerabilidade das áreas de recarga do
Aquífero Guarani Microbacia do C. E.
                          Vulnerabilidade alta do
                           solo: alto potencial de
                           infiltração de água no
                           solo – contaminação do
                           lençol freático.

                          Vulnerabilidade baixa do
                           solo: baixo potencial de
                           infiltação, mas grande
                           escoamento superficial –
                           contaminação dos
                           cursos d’água.

                                      (Gomes et al., 2002)
Projeto “Ribeirão”
   Estudos desenvolvidos durante os anos de 1995 a 1999.

   Área de afloramento do A. G. Microbacia do C. E.

   Poço semi-artesiano como ponto de amostragem.

   Presença de agrotóxicos como tebutiuron, hexazinone e
    ametrina (elementos de alta mobilidade)em níveis crescentes
    de um ano para o outro na água subterrânea.

   Aumento nos teores de nitrato nas águas subterrâneas.




                                     (Gomes, et al – Embrapa Meio Ambiente)
Concentração atingiu o valor de 0,08 ug/L, próximo do
nível crítico para o padrão de potabilidade, adotado
pela Diretiva da Comunidade Econômica Européia
(DCEE) que é de 0,10 μg/L.

                                  (Gomes, et al – Embrapa Meio Ambiente)
Processo de
                                              realimentação do
                                              aqüífero (alto índice de
                                              precipitação no período).

                                              Houve arraste das
                                              moléculas de tebutiuron
                                              em concentração
                                              expressiva, neutralizando
                                              o efeito diluidor da água
                                              (agente condutor da
                                              molécula até a zona
                                              saturada do aqüífero).




O tebutiuron pode   Porém concentra-se nos meses de outubro,
ser aplicado em     novembro e dezembro (período chuvoso) na
qualquer época      microbacia estudada.
do ano, tanto no
período chuvoso
como no seco.


                                  (Gomes, et al – Embrapa Meio Ambiente)
Os maiores valores de concentração residual de tebutiuron na água subterrânea nos
meses chuvosos podem ser indicativos de que:
         Lixiviação é muito                      A degradação diminui
         intensa e imediata            OU        drasticamente em
                                                 profundidade no solo
        Solo com grande                        O tebutiuron sofre
         condutividade hidráulica.               degradação microbiana e
                                                 química.
        A profundidade do topo
         do aquífero varia                      É persistente em solos, sendo
         sazonalmente                            esperado que sua meia-vida
                                                 seja ainda mais longa em
         (chuvas), alterando a                   regiões e/ou épocas secas
         condutividade hidráulica
         nas camadas profundas                  A capacidade de retenção
         do solo, sendo maior em                 (sorção) do herbicida é
         condições saturadas que                 baixa já nas camadas
         em condições insaturadas.               superficiais do solo na área
                                                 estudada devido ao baixo
                                                 teor de matéria orgânica,
                                                 característico nos Neossolos
                                                 Quartzarênicos.
                                              (Gomes, et al – Embrapa Meio Ambiente)
Problema ambiental...


   Que também é social.
Da aplicação até o consumo:
   Seguindo o ciclo Hidrológico:

    - água é contaminada pelos agrotóxicos utilizados na cada – de –
    açúcar

    - essa água contaminada se infiltra no solo

    - se acumula no Aquífero Guarani
     - com a abertura de poços, essa água do Aquífero é utilizada para o
    abastecimento da cidade de Ribeirão Preto ( usos
    industrial, doméstico, agrícola novamente...)
     - o agrotóxico está na água, que para o consumo populacional
    recebe apenas um tratamento com Flúor que não é suficiente para
    purifica – la
    - No organismo pode se acumular fazendo muito mal à saúde
Prejuízos á saúde causados
                    por agrotóxicos
        As patologias decorrentes de
        freqüentes exposições são:
    •    Inflamação do sistema nervoso
         periférico;
    •    Irritações na mucosa e na pele;
    •    Distúrbios oftalmológicos;
    •    Distúrbios no aparelho reprodutivo e
         hormonais;
•       Intoxicações crônicas;
•       Aparecimento de carcinogênese
        (produção do câncer) e
        teratogênese (alterações do
        desenvolvimento embrionário e
        fetal, incluindo alterações sutis como
        as bioquímicas, comportamentais e
        até monstruosidades).                    Irritações na pele
Problema ambiental, social...


            Que também é
             econômico.
   Acresce-se à fragilidade que a área de recarga apresenta,
    o aumento na demanda por água e o alto custo de
    tratamento das águas superficiais para consumo humano e
    a tendência a se escassear.
Soluções
Soluções: Plano diretor
    Intervenção imediata do poder público
    impedindo a aplicação de agrotóxicos e
    adubos químicos nas áreas de recarga.

   Formulação de leis que regulem a
    ocupação agrícola dessas áreas (Plano
    Diretor).

 Implantação     de um plano de manejo
    para as áreas de recarga, considerando
    a fragilidade do solo.
Soluções: Implantação de cana
            de açúcar orgânica
 Eliminação do uso
  de agrotóxicos
 Aumento da
  matéria orgânica
  no solo
    (retenção do agrotóxico)
 Aumento     da
    diversidade no solo
    (degradação microbiana)
Exemplo de Usina de cana
orgânica: Usina São Francisco




Usina de cana Orgânica em Sertãozinho - SP
   Iniciou em 1986 o “Projeto Cana Verde”
    que diminuiu o uso de insumos

   Em 1994 começou a produção orgânica de
    cana de açúcar

   Tem 13,5 mil hectares plantados de cana
    orgânica

   247 espécies de vertebrados como onça
    parda, jacaré – coroa, lobos - guarás, falcões, jibóia.

                                 De julho de 2006 a Janeiro de
                                  2007 a cana representa 66,68%
                                  das exportações orgânicas do
                                  Brasil.
                                 90% da produção brasileira é
                                  exportada
Terras para a reforma
            agrária
 Incra:   órgão executor da reforma
agrária.

 Estratégiade planejamento: eleição de
 áreas prioritárias de atuação
 fundamentadas no diagnóstico regional.

 Terras
       improdutivas, proprietários com
 dívidas com a união.
Soluções: Reforma Agrária nas
        áreas de recarga

 Capacitação   de
 famílias para o
 trabalho com
 produtos orgânicos
 e/ou agroflorestais

 Experiências
             bem
 sucedidas no
 assentamento Mario
 Lago e Sepé Tiaraju.
Soluções: Manejo Agroecológico
   Aumento da
    diversidade e matéria
    orgânica no solo.

   Eliminação dos
    agrotóxicos e adubos
    químicos.

   Presença de árvores
    que aumentarão a
    permeabilidade do solo.

   Solo rico e equilibrado.
Proposta de ação:
       Divulgação do problema
ambiental para a sociedade
através de panfletos, sites e blogs
informativos e palestras a respeito
do assunto suscitando uma
campanha para pressionar o
poder público a:

   Intervir imediatamente
    proibindo o uso de agrotóxicos
    nas áreas de recarga.

   Regulamentar a ocupação
    das áreas de recarga através
    do Plano Diretor.

   Elaborar um Plano de Manejo
    das áreas de recarga.
                                      Prefeitura de Ribeirão Preto
Referências Bibliográficas
   Gomes, M. A. F.; Spadotto, C. A.; Filizola, H. F. Uso agrícolo das áreas de recarga do aqüífero Guarani
    no Brasil e implicações na qualidade da água subterrânea. Projeto executado pela Embrapa Meio
    Ambiente, Jaguariúna.

   Gomes, M. A. F.; Spadotto, C. A.; Pessoa, M. C. P. Y. Avaliação da vulnerabilidade natural do solo em
    áreas agrícolas: subsídio à avaliação do risco de contaminação do lençol freático por
    agroquímicos. Pesticidas: R.Ecotoxicol. e Meio Ambiente, Curitiba, v. 12, p. 169-179, 2002.

   Gomes, M. A. F.; Filizola, H. F.; Spadotto. Classificação das áreas de recarga do sistema Aqüífero
    Guarani no Brasil em Domínios Pedomorfoagroclimáticos – Subsídio ao estudo de avaliação de risco
    de contaminação das áreas subterrâneas. Revista do Departamento de Geografia, v. 18, p. 67 –
    74, 2006.

   Hamada, E.; Assad, M. L. L.; Pereira, D. A. Aptidão agrícola na área de recarga do Aqüífero Guaraní:
    Caso da Microbacia do Córrego do Espraiado, Ribeirão Preto – SP. Engenharia Ambiental – Espírito
    Santo do Pinhal, v. 3, n. 1, p. 62 - 71, 2006.

   PERTICARRARI, C. Plano de bacia do Rio Pardo. In: DAEE/IG. (org.). Memória seminário aqüífero
    Guarani. Anais. Ribeirão Preto: DAEE, 2003, p. 90-95.

   Sinelli, O. Geologia e água subterrânea no município de Ribeirão Preto e adjacências. Ribeirão
    Preto, 1970.116 p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
    Preto, Universidade de São Paulo.

   FARIA, C. O ciclo hidrológico - http://www.infoescola.com/geografia/ciclo-hidrologico-ciclo-da-
    agua/

   http://www.igeologico.sp.gov.br/ler_noticia.asp?id=109

   http://www.bragancanet.pt/agua/ciclo.htm

   http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/daerp/i04principal.php

   http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-34022009000200003&lang=pt

   http://www.sa.df.gov.br/sites/100/148/00002062.pdf

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Aquífero Guarani: Envenenando a Fonte

  • 1. Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto Graduação em Ciências Biológicas EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2011 AQUÍFERO Profª. Drª Fernanda da Rocha Brando Fernandez GUARANI: Envenenando Fernanda Meneguzzo Beneduzi a Fonte Vanessa Elisa Pinheiro
  • 2. Ribeirão Preto  Localiza-sena porção nordeste do Estado de São Paulo, possui aproximadamente 612.339 habitantes e uma área total de 651 km² (IBGE, 2010)
  • 3. Ribeirão Preto é tipicamente urbano e suas principais atividades estão centradas no comércio e na prestação de serviços, além de importantes centros universitários e de pesquisa.  A agricultura ganha um papel de destaque na região, sendo a principal cultura a da cana- de- açúcar, que se constitui em, praticamente, uma monocultura na região. Vista aérea de Ribeirão Preto
  • 4.  O clima típico é tropical úmido, caracterizado pelo verão chuvoso e pelo inverno seco, onde no verão, a temperatura média mensal é de ~25°C e umidade relativa do ar de ~80%. Já o inverno apresenta uma temperatura média mensal de ~19°C e umidade relativa do ar de ~60%. (DAEE, 2006)
  • 5. O município está situado como um divisor de águas de duas grandes bacias hidrográficas, a Bacia do Rio Pardo ao norte e a Bacia do Rio Mogi-Guaçu ao sul.  A Bacia do rio Pardo tem uma área de afloramento de 1.327 km2, da qual 10% se localiza no município de Ribeirão Preto Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo
  • 6. Consumo da água do Aquífero Guaraní  O abastecimento público de água em Ribeirão Preto é totalmente dependente da exploração do Aquífero Guarani e por este motivo, a proteção da água subterrânea é muito importante.  A partir da década de 1960, o uso de água se intensificou no município. O número de poços saltou de 10 para 45 no ano de 1970, e, no início do século XXI é de aproximadamente 400.
  • 7. O consumo de água em Ribeirão está tão exacerbado que chega a ser 13 vezes maior que o volume de água de recarga.
  • 8. DAERP  O responsável pelo abastecimento público em Ribeirão Preto é o Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto-DAERP.  As águas subterrâneas são a única fonte utilizada para abastecer a área urbana. DAERP
  • 9. O aqüífero Guarani é o responsável por fornecer água de qualidade aos habitantes e sustentar os processos produtivos que se desenvolvem no município de Ribeirão.
  • 10. Entre os vários usos das águas captadas desse aqüífero e as possibilidades de incrementar outras modalidades que favoreçam a implantação de empreendimentos na região, têm-se basicamente: - abastecimento público, - o desenvolvimento de atividades industriais e - agroindustriais (climatização de ambientes; secagem de madeira; fermentação da cevada para a produção de cerveja; culturas em estufas; proteção contra geadas combinada com a irrigação; armazenamento de grãos; evisceração de aves; aqüicultura; elaboração de produtos lácteos; esterilização; destilação; operações intensas de descongelamento; biodegradação, - desenvolvimento do turismo com a instalação de estâncias hidrotermais
  • 11. Mas de onde vem essa água, afinal?
  • 12.
  • 13. Ciclo Hidrológico A água circula continuamente na Natureza, podendo passar pelos diferentes estados – sólido, líquido e gasoso. O ciclo da água ou ciclo hidrológico é explicado como o contínuo movimento das águas ao redor do nosso Planeta. O ciclo, não tem início nem fim. Acontece que as águas dos oceanos, mares, rios, lagos, a umidade do solo e a transpiração das plantas evaporam pela ação dos raios solares, formando, dessa maneira, as nuvens. Em determinadas condições atmosféricas, as nuvens, por sua vez, tornam – se mais densas e precipitam – se, isto é, caem na superfície terrestre em forma de chuva, de orvalho, de neve ou granizo. Quando a chuva atinge a superfície terrestre, uma parte escorre pela superfície do terreno, alimentando rios, lagos e oceanos; outra parte volta para a atmosfera por evaporação, formando nuvens. E há ainda uma outra parte que se infiltra pela superfície da Terra e forma as águas subterrâneas e os aquíferos.
  • 14.
  • 16. Abrangência do Aquífero Guaraní  Maior reserva estratégica de água doce do mundo, com uma área de quase 1,2 milhões de km2  Estende-se pelo Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina e seu nome é em homenagem à nação Guarani que ocorria nos quatro países
  • 17.
  • 18. Aquífero Guaraní no Brasil  Área de aproximadamente 848.800 km2  Abrange os estados de : Mato Grosso Goiás Minas Gerais Mato Grosso do Sul São Paulo Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul
  • 19. Aquífero Guaraní em São Paulo  No Estado de São Paulo o Aqüífero alcança155.800 Km2  72% dos 645 municípios são total ou parcialmente abastecidos por água subterrânea  47% são inteiramente abastecidos por água subterrânea.
  • 20. o Área de confinamento: 90% de sua superfície, a infiltração é lenta e se dá ao longo de descontinuidades no pacote basáltico. o Área de recarga direta:10% da superfícia no afloramento do pacote arenoso em suas bordas. (Hamada et al., 2006)
  • 21. Domínios Pedomorfoagroclimáticos das áreas de recarga do Sistema Aquífero Guarani  Domínio Planalto Médio Paulista: 16.000 km2, em uma faixa de norte a sul do estado.  Faixa centro-norte.  Intervenção imediata nas áreas identificadas como “piores casos”: Domínio “Nascentes do Araguaia” - milho sorgo, Domínio “Planalto Médio Paulista” - cana-de-açúcar Domínio “Campanha” - arroz irrigado (Gomes et al., 2006)
  • 22. Uso do solo no Brasil Ambientes agrícolas pouco ocorre em produtivos e desequilibrados. desconformidade com sua aptidão e aspectos agroclimáticos. Ocupação de áreas ambientalmente frágeis (áreas de recarga do Aquífero Guaraní). (Gomes et al., 2006)
  • 23. Poluição do Aquífero Guaraní Expansão das cidades Agricultura  Lixões  Agrotóxicos  Aterrosindustriais  Fertilizantes  Armazenamento,  Formação de manuseio e ravinas e descarte voçorocas inadequados de produtos químicos (Gomes et al., 2006)
  • 24. Movimento de agroquímicos no perfil do solo Seu estudo envolve muitos fatores e isso tem contribuído para que o fenômeno seja ainda pouco conhecido no meio técnico-científico. O movimento de agrotóxicos e nutrientes no solo ocorre por meio de: difusão e pelo fluxo de massa em água associado às transformações químicas e biológicas e processos de adsorção e persistência do produto. (Gomes et al., 2006)
  • 25. Caso da Microbacia do Córrego do Espraiado – Ribeirão Preto
  • 26. Principais solos da microbacia do Córrego do Espraiado  Predominam o Latossolo Vermelho Eutroférrico e Distroférrico.  Na porção representativa da recarga do Aqüífero Guarani, predominam solos arenosos do tipo Latossolo Vermelho Distrófico psamítico e Neossolo Quartzarênico (EMBRAPA,1999). (Gomes et al., 2002)
  • 27. Vulnerabilidade das áreas de recarga do Aqüífero Guaraní Vulnerabilidade é a susceptibilidade de um compartimento, solo ou água, por exemplo ser adversamente afetado por uma carga contaminante qualquer. (Gomes et al., 2002)
  • 28. Classificação da vulnerabilidade dos solos agricultáveis da microbacia do C. E. Classe do solo Condutividade Declividade Potencial Potencial de Profundidade Vulnerabilidade hidráulica do terreno de escoamento do lençol infiltração de água freático de água Latossolos Vermelhos Distróficos Alta Suave Média/ Médio/ Profundo Média/Alta Psamíticos Alta Baixo Neossolo Quartzarênico Alta Suave Alta Baixo Profundo/ Alta Muito profundo (Gomes et al., 2002)
  • 29. Vulnerabilidade das áreas de recarga do Aquífero Guarani Microbacia do C. E.  Vulnerabilidade alta do solo: alto potencial de infiltração de água no solo – contaminação do lençol freático.  Vulnerabilidade baixa do solo: baixo potencial de infiltação, mas grande escoamento superficial – contaminação dos cursos d’água. (Gomes et al., 2002)
  • 30. Projeto “Ribeirão”  Estudos desenvolvidos durante os anos de 1995 a 1999.  Área de afloramento do A. G. Microbacia do C. E.  Poço semi-artesiano como ponto de amostragem.  Presença de agrotóxicos como tebutiuron, hexazinone e ametrina (elementos de alta mobilidade)em níveis crescentes de um ano para o outro na água subterrânea.  Aumento nos teores de nitrato nas águas subterrâneas. (Gomes, et al – Embrapa Meio Ambiente)
  • 31. Concentração atingiu o valor de 0,08 ug/L, próximo do nível crítico para o padrão de potabilidade, adotado pela Diretiva da Comunidade Econômica Européia (DCEE) que é de 0,10 μg/L. (Gomes, et al – Embrapa Meio Ambiente)
  • 32. Processo de realimentação do aqüífero (alto índice de precipitação no período). Houve arraste das moléculas de tebutiuron em concentração expressiva, neutralizando o efeito diluidor da água (agente condutor da molécula até a zona saturada do aqüífero). O tebutiuron pode Porém concentra-se nos meses de outubro, ser aplicado em novembro e dezembro (período chuvoso) na qualquer época microbacia estudada. do ano, tanto no período chuvoso como no seco. (Gomes, et al – Embrapa Meio Ambiente)
  • 33. Os maiores valores de concentração residual de tebutiuron na água subterrânea nos meses chuvosos podem ser indicativos de que: Lixiviação é muito A degradação diminui intensa e imediata OU drasticamente em profundidade no solo  Solo com grande  O tebutiuron sofre condutividade hidráulica. degradação microbiana e química.  A profundidade do topo do aquífero varia  É persistente em solos, sendo sazonalmente esperado que sua meia-vida seja ainda mais longa em (chuvas), alterando a regiões e/ou épocas secas condutividade hidráulica nas camadas profundas  A capacidade de retenção do solo, sendo maior em (sorção) do herbicida é condições saturadas que baixa já nas camadas em condições insaturadas. superficiais do solo na área estudada devido ao baixo teor de matéria orgânica, característico nos Neossolos Quartzarênicos. (Gomes, et al – Embrapa Meio Ambiente)
  • 34. Problema ambiental... Que também é social.
  • 35. Da aplicação até o consumo:  Seguindo o ciclo Hidrológico: - água é contaminada pelos agrotóxicos utilizados na cada – de – açúcar - essa água contaminada se infiltra no solo - se acumula no Aquífero Guarani - com a abertura de poços, essa água do Aquífero é utilizada para o abastecimento da cidade de Ribeirão Preto ( usos industrial, doméstico, agrícola novamente...) - o agrotóxico está na água, que para o consumo populacional recebe apenas um tratamento com Flúor que não é suficiente para purifica – la - No organismo pode se acumular fazendo muito mal à saúde
  • 36. Prejuízos á saúde causados por agrotóxicos  As patologias decorrentes de freqüentes exposições são: • Inflamação do sistema nervoso periférico; • Irritações na mucosa e na pele; • Distúrbios oftalmológicos; • Distúrbios no aparelho reprodutivo e hormonais; • Intoxicações crônicas; • Aparecimento de carcinogênese (produção do câncer) e teratogênese (alterações do desenvolvimento embrionário e fetal, incluindo alterações sutis como as bioquímicas, comportamentais e até monstruosidades). Irritações na pele
  • 37. Problema ambiental, social... Que também é econômico.
  • 38. Acresce-se à fragilidade que a área de recarga apresenta, o aumento na demanda por água e o alto custo de tratamento das águas superficiais para consumo humano e a tendência a se escassear.
  • 40. Soluções: Plano diretor  Intervenção imediata do poder público impedindo a aplicação de agrotóxicos e adubos químicos nas áreas de recarga.  Formulação de leis que regulem a ocupação agrícola dessas áreas (Plano Diretor).  Implantação de um plano de manejo para as áreas de recarga, considerando a fragilidade do solo.
  • 41. Soluções: Implantação de cana de açúcar orgânica  Eliminação do uso de agrotóxicos  Aumento da matéria orgânica no solo (retenção do agrotóxico)  Aumento da diversidade no solo (degradação microbiana)
  • 42. Exemplo de Usina de cana orgânica: Usina São Francisco Usina de cana Orgânica em Sertãozinho - SP
  • 43. Iniciou em 1986 o “Projeto Cana Verde” que diminuiu o uso de insumos  Em 1994 começou a produção orgânica de cana de açúcar  Tem 13,5 mil hectares plantados de cana orgânica  247 espécies de vertebrados como onça parda, jacaré – coroa, lobos - guarás, falcões, jibóia.  De julho de 2006 a Janeiro de 2007 a cana representa 66,68% das exportações orgânicas do Brasil.  90% da produção brasileira é exportada
  • 44. Terras para a reforma agrária  Incra: órgão executor da reforma agrária.  Estratégiade planejamento: eleição de áreas prioritárias de atuação fundamentadas no diagnóstico regional.  Terras improdutivas, proprietários com dívidas com a união.
  • 45. Soluções: Reforma Agrária nas áreas de recarga  Capacitação de famílias para o trabalho com produtos orgânicos e/ou agroflorestais  Experiências bem sucedidas no assentamento Mario Lago e Sepé Tiaraju.
  • 46. Soluções: Manejo Agroecológico  Aumento da diversidade e matéria orgânica no solo.  Eliminação dos agrotóxicos e adubos químicos.  Presença de árvores que aumentarão a permeabilidade do solo.  Solo rico e equilibrado.
  • 47. Proposta de ação: Divulgação do problema ambiental para a sociedade através de panfletos, sites e blogs informativos e palestras a respeito do assunto suscitando uma campanha para pressionar o poder público a:  Intervir imediatamente proibindo o uso de agrotóxicos nas áreas de recarga.  Regulamentar a ocupação das áreas de recarga através do Plano Diretor.  Elaborar um Plano de Manejo das áreas de recarga. Prefeitura de Ribeirão Preto
  • 48. Referências Bibliográficas  Gomes, M. A. F.; Spadotto, C. A.; Filizola, H. F. Uso agrícolo das áreas de recarga do aqüífero Guarani no Brasil e implicações na qualidade da água subterrânea. Projeto executado pela Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna.  Gomes, M. A. F.; Spadotto, C. A.; Pessoa, M. C. P. Y. Avaliação da vulnerabilidade natural do solo em áreas agrícolas: subsídio à avaliação do risco de contaminação do lençol freático por agroquímicos. Pesticidas: R.Ecotoxicol. e Meio Ambiente, Curitiba, v. 12, p. 169-179, 2002.  Gomes, M. A. F.; Filizola, H. F.; Spadotto. Classificação das áreas de recarga do sistema Aqüífero Guarani no Brasil em Domínios Pedomorfoagroclimáticos – Subsídio ao estudo de avaliação de risco de contaminação das áreas subterrâneas. Revista do Departamento de Geografia, v. 18, p. 67 – 74, 2006.  Hamada, E.; Assad, M. L. L.; Pereira, D. A. Aptidão agrícola na área de recarga do Aqüífero Guaraní: Caso da Microbacia do Córrego do Espraiado, Ribeirão Preto – SP. Engenharia Ambiental – Espírito Santo do Pinhal, v. 3, n. 1, p. 62 - 71, 2006.  PERTICARRARI, C. Plano de bacia do Rio Pardo. In: DAEE/IG. (org.). Memória seminário aqüífero Guarani. Anais. Ribeirão Preto: DAEE, 2003, p. 90-95.  Sinelli, O. Geologia e água subterrânea no município de Ribeirão Preto e adjacências. Ribeirão Preto, 1970.116 p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.  FARIA, C. O ciclo hidrológico - http://www.infoescola.com/geografia/ciclo-hidrologico-ciclo-da- agua/  http://www.igeologico.sp.gov.br/ler_noticia.asp?id=109  http://www.bragancanet.pt/agua/ciclo.htm  http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/daerp/i04principal.php  http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-34022009000200003&lang=pt  http://www.sa.df.gov.br/sites/100/148/00002062.pdf