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RM do Tornozelo

Revisão Temática, 9 Março 2011
         Lara Rodrigues
Moderador: Dr. Alfredo Gil Agostinho

  Clínica Universitária de Radiologia
  Director: Prof. Dr. Filipe Caseiro Alves
Introdução
 Ressonância Magnética (RM): modalidade imagiológica
  excelência na detecção precoce de alterações ósseas e dos
  tecidos moles

 Elevada resolução contraste tecidos moles
 Método não invasivo
 Capacidade multiplanar


 +++ avaliar estruturas que envolvem o tornozelo, como
  tendões, ligamentos, nervos e fascia / detectar lesões ósseas
  ocultas
Técnica
 Tornozelo:
   plano axial (perpendicular ao tampo da mesa)
   planos coronal e sagital (paralelos ao tampo da mesa)
 Pé:
   plano axial oblíquo (// eixo longo metatársicos)
   Planos coronal e sagital oblíquos (perpendiculares ao eixo longo
    metatársicos)
Técnica
 Decúbito dorsal
 Pé ~20º flexão plantar
 Antena de extremidade (↑ resolução espacial)

 Sequências:
    SE T1 (TR: 600/TE:20, ms)
    SE T2 (2000/20-80)
    Alterações MO - STIR (1500/20, TI: 100-150), < susceptibilidade à falta de
     homogeneidade campo magnético
    Cartilagem - GE bi/tridimesnionais


 FOV: 12-16cm
 Matriz: 256 x 192-512
 Espessura corte: 3-5 mm, 1mm intervalo
Anatomia Ligamentar
    Sindesmose                Ligamento                 Ligamento
 Tibiofibular Distal        Colateral Lateral         Colateral Medial
• Lig. Interósseo         • Lig. Talofibular        • Ligamento Deltóide
• Lig. Tibiofibular         Anterior                 •   Lig. Tibiotalar Anterior
  Anterior                • Lig. Talofibular         •   Lig. Tibiotalar Posterior
                            Posterior                •   Lig. Tibionavicular
• Lig. Tibiofibular
                                                     •   Lig. Tibiocalcaneano
  Posterior               • Lig. Calcaneofibular


      Ligamentos em RM: estruturas lineares finas com baixa IS
        juntando ossos adjacentes, geralmente delineadas por gordura
        hiperintensa contígua
Anatomia Ligamentar
    Sindesmose                  Ligamento                   Ligamento
 Tibiofibular Distal          Colateral Lateral           Colateral Medial
• Lig. Interósseo           • Lig. Talofibular          • Ligamento Deltóide
• Lig. Tibiofibular           Anterior                   •   Lig. Tibiotalar Anterior
  Anterior                  • Lig. Talofibular           •   Lig. Tibiotalar Posterior
                              Posterior                  •   Lig. Tibionavicular
• Lig. Tibiofibular
                                                         •   Lig. Tibiocalcaneano
  Posterior                 • Lig. Calcaneofibular


      Heterogeneidade de sinal deve-se a interposição de gordura entre
        as fibras ligamentares
          Lig. Tibiofibular Anterior
          Ligamento Talofibular Posterior
          Componentes Tibiotalar Ant./Post. (Lig. Deltóide)
Anatomia Ligamentar
    Sindesmose             Ligamento                            Ligamento
 Tibiofibular Distal     Colateral Lateral                    Colateral Medial
                                               Membrana 
• Lig. Interósseo      • Lig. Talofibular      interóssea•    Ligamento Deltóide
• Lig. Tibiofibular      Anterior                             •   Lig. Tibiotalar Anterior
                                            Ligamento         •   Lig. Tibiotalar Posterior
  Anterior             • Lig. Talofibular   tibiofibular 
                         Posterior                            •   Lig. Tibionavicular
• Lig. Tibiofibular                         anterior
                                                              •   Lig. Tibiocalcaneano
  Posterior            • Lig. Calcaneofibular Ligamento 
                                               interósseo

                                              Ligamento 
                                              tibiofibular 
                                              posterior
Anatomia Ligamentar
 Ligamentos Tibiofibulares Anterior e Posterior
 Sequências axiais e coronias ao nível do “plafond” tibial e da “cúpula” talar




                                                    Membrana 
                                                    interóssea

                                                  Ligamento 
                                                  tibiofibular 
                                                  anterior
                                                    Ligamento 
                                                    interósseo

                                                   Ligamento 
                                                   tibiofibular 
                                                   posterior
Anatomia Ligamentar
 Ligamentos Tibiofibulares Anterior e Posterior
 Sequências axiais e coronias ao nível do “plafond” tibial e da “cúpula” talar
 Aspecto estriado devido à interposição de gordura entre os seus fascículos e ao
   seu trajecto descendente oblíquo em direcção à fíbula
Anatomia Ligamentar
    Sindesmose             Ligamento               Ligamento
 Tibiofibular Distal     Colateral Lateral       Colateral Medial
• Lig. Interósseo      • Lig. Talofibular       • Ligamento Deltóide
• Lig. Tibiofibular      Anterior                •   Lig. Tibiotalar Anterior
  Anterior             • Lig. Talofibular        •   Lig. Tibiotalar Posterior
                         Posterior               •   Lig. Tibionavicular
• Lig. Tibiofibular
                                                 •   Lig. Tibiocalcaneano
  Posterior            • Lig. Calcaneofibular
Anatomia Ligamentar
               Ligamentos Talofibulares
                 Anterior e Posterior
               Plano axial ligeiramente inferior ao dos
                 ligamentos tibiofibulares
               Finas bandas hipossinal ligando o talus ao
                 maléolo fibular
               Lig.TF Posterior apresenta uma inserção
                 na fíbula distal em forma de “leque” e
                 pode demonstrar acentuada
                 heterogeneidade de sinal e espessamento
Anatomia Ligamentar
               Ligamentos Talofibulares
                 Anterior e Posterior
               Plano axial ligeiramente inferior ao dos
                 ligamentos tibiofibulares
               Finas bandas hipossinal ligando o talus ao
                 maléolo fibular
               Lig.TF Posterior apresenta uma inserção
                 na fíbula distal em forma de “leque” e
                 pode demonstrar acentuada
                 heterogeneidade de sinal e espessamento
Anatomia Ligamentar
               Ligamento Calcaneofibular
               Banda hipossinal // à parede lateral do
                calcâneo


               Melhor visualizado no plano coronal
                como uma estrutura ovalada,
                homogénea, com hipossinal, desde a sua
                origem na fíbula até à sua inserção no
                calcâneo
Anatomia Ligamentar
               Ligamento Calcaneofibular
               Banda hipossinal // à parede lateral do
                calcâneo


               Melhor visualizado no plano coronal
                como uma estrutura ovalada,
                homogénea, com hipossinal, desde a sua
                origem na fíbula até à sua inserção no
                calcâneo
Anatomia Ligamentar
 Ligamento Deltóide
 Planos axial e coronal
 Componente Tibiotalar apresenta uma estriação regular, com aspecto
  heterogéneo
Lesões Ligamentares
 Entorses laterais tornozelo, 16-21% lesões
  traumáticas relacionadas com prática desporto
 Ligamento Talofibular Anterior é o + fraco, +
  frequentemente lesionado
 Geralmente, padrão previsível de lesão do
  ligamento colateral lateral:
    1º: Lig. Talofibular Anterior
    2º: Lig. Calcaneofibular
    3º: Lig. Talofibular Posterior
    Classificação: Entorse Grau I, II e III (rotura
     parcial/completa)

 Tratamento cirúrgico lesões agudas apenas é ponderado para atletas alta
  competição e para doentes com história da instabilidade crónica
  tornozelo
Lesões Ligamentares
 Rotura Aguda:
   Alterações morfológicas e da IS no interior e a rodear o ligamento
   Interrupção, arrancamento, espessamento, afilamento ou irregularidade do
      ligamento
     Heterogeneidade de sinal com aumento da IS intraligamentar, T2 FS (edema)
     Apagamento dos planos adiposos circundantes
     Extravasamento de derrame articular para os tecidos moles adjacentes
     Contusões talares
Lesões Ligamentares
                 Rotura Aguda, Ligamento
                  Calcaneofibular
                   Espessado, heterogéneo
                   Derrame bainha tendão peroneal,
                    pode ser um sinal secundário de
                    lesão deste ligamento
Lesões Ligamentares
 Rotura Crónica:
   Espessamento, afilamento,
    alongamento e tortuosidade ou
    contorno irregular do ligamento
   Geralmente, sem edema MO ou dos
    tecidos moles
   Diminuição da IS na gordura
    adjacente, em todas as sequências,
    indicativa de fibrose ou de
    proliferação sinovial
Lesões Ligamentares
 Contusão Ligamento Deltóide, particularmente componente tibiotalar
 Associadas a entorses invertidas
 Manifesta-se com perda do aspecto estriado normal deste ligamento
 Surge espessado, mas homogéneo, com IS intermédia
 Pode haver derrame bainha tendão tibial posterior
Síndrome Impingement
Anterolateral
 Motivo comum de dor crónica vertente lateral tornozelo
 Causas:
   Lesões ligamentos talofibular e tibiofibular anteriores
   Fascículo acessório no ligamento talofibular anterior


 Instabilidade crónica tornozelo → inflamação sinovial
  repetição → “massa” tecidos moles (tecido sinovial
  hipertrofiado e fibrose) na goteira lateral
 Existência de osteófitos na vertente anterior da articulação
  tornozelo pode exacerbar esta condição
 Tratamento: desbridamento por artroscopia
Síndrome Impingement
Anterolateral
 RM: massa “meniscóide” na goteira lateral do tornozelo,
  hipointensidade de sinal nas várias sequências, melhor
  delineada se coexistir derrame articular
Síndrome Sinus Tarsi



 Sinus Tarsi – espaço lateral localizado entre o talus e o calcâneo
 Contém:
    Ligamentos Talocalcaneanos Cervical e Interósseo
    Raízes mediais Retinaculum Extensor Inferior
    Estruturas neurovasculares, Gordura

 Causado por hemorragia ou inflamação dos recessos sinoviais do
  sinus tarsi, com ou sem rotura dos ligamentos associados
Síndrome Sinus Tarsi
 Frequentemente associado a lesões do ligamento colateral lateral
 Também relacionado com doenças reumatológicas e
  biomecanismos alterados, sobretudo por rotura tendão tibial
  posterior (pé plano)
 Clínica: instabilidade retropé e
  dor ao longo da vertente
  lateral do pé
 RM:
     Apagamento gordura sinus tarsi
     Espaço substituído por líquido
      ou tecido fibroso
     Pode haver rotura ligamentar
      associada
Anatomia Tendinosa
 Tendões: estruturas com baixa IS em todas as sequências
 T1: bom detalhe anatómico
 T2: avaliar o aumento do teor de água nos tecidos, que caracteriza a >ia
  dos processos patológicos
 Plano Axial:
    características morfológicas
    rasgões longitudinais
    líquido bainha tendinosa
    alterações tecidos moles adjacentes

 Plano Sagital: Tendão de Aquiles
 Plano Coronal: o menos útil na avaliação da doença tendinosa

 N.B.: Quantidade mínima de líquido na bainha tendinosa é clinicamente
  insignificante
Anatomia Tendinosa
Anatomia Tendinosa
 Efeito Ângulo Mágico
 Produz aumento IS em tendões normais qd formam um ângulo ~55º
  com o vector magnético principal




 Fenómeno visto geralmente com TE < 20 ms (T1, DP ou GE)
 Comum tendões tornozelo devido ao seu trajecto curvilíneo, rodeando a
  articulação (tendão tibial posterior é particularmente susceptível ao
  nível da sua inserção no osso navicular)
Anatomia Tendinosa
 Efeito Ângulo Mágico
Lesões Tendinosas
Tendinose
 • Espessamento fusiforme e/ou áreas focais de espessamento nodular
 • Aumento IS tendão em T1, DP; em T2, se degenerescência intrasubstância significativa
Peritendinose
 • Acumulação líquido, proliferação sinovial ou cicatrização/fibrose “peritendão” ou tecidos moles
   adjacentes
Tenossinovite
 • Acumulação líquido, proliferação sinovial ou cicatrização/fibrose bainha tendinosa
 • Tenossinovite Estenosante – qd estas alterações causam aprisionamento e até rotura do tendão
Rotura
 • Parcial – área focal intrasubstância de > IS em T1, DP (~ à tendinose avançada)
 • Completa – interrupção das fibras tendinosas
Luxação
 • Tendões Tibial posterior e Peroneal
Lesões Tendão Aquiles
 Peritendinose T. Aquiles
 Áreas lineares ou irregulares de alteração IS na almofada adiposa
  pré-Aquiliana, indicando a presença de edema



 Tendinose T. Aquiles
 Axial: perda da concavidade anterior da superfície do tendão
 Sagital: espessamento fusiforme
Lesões Tendão Aquiles
           Tendinose Insercional
           Associada ao calcâneo com deformação de
            Haglund (tuberosidade calcaneana
            posterosuperior proeminente), uso de calçado
            mal ajustado
           Ponto doloroso no local de inserção do tendão

           Achados RM:
             Aumento IS e espessamento da inserção tendão
             Calcificações intrasubstância
             Deformação Haglund
             Edema MO calcâneo
             Bursite Retrocalcaneana
Lesões Tendão Aquiles
 Rotura T. Aquiles
 Parcial – Espessamento e heterogenedade IS do
  tendão, sem interrupção completa das fibras
 Distinção com tendinose crónica severa é
  virtualmente impossível...
   História clínica
   Sinais de alteração aguda (edema e hemorragia
    estruturas circundantes)

 Completa: interrupção das fibras, com
  retracção das extremidades
   Aguda - gap preenchido por edema/hemorragia
   Crónica – fibrose/gordura
Lesões Tendão Aquiles
 Xantoma T. Aquiles
 Espessamento fusiforme com acentuada heterogeneidade tendão
 Contexto hipercolesterolémia familiar
 Suspeitar-se sempre que haja alterações bilaterais!
Disfunção Tendão Tibial Posterior
 Espectro de alterações:
tendinose/tenossinovite →
rotura parcial/completa

 Tendinose/tenossinovite aguda – indivíduos jovens, atléticos
 Rotura crónica – mulheres, 5ª-6ª décadas vida, atrás do maléolo
  medial (fricção >)
 Rotura aguda – menos frequente, indivíduos jovens, junto à
  inserção no navicular
Disfunção Tendão Tibial Posterior
 Classificação Roturas TTP
 Tipo I – rotura parcial
   Espessamento fusiforme
   Degenerescência intrasubstância
   Rasgões longitudinais (focos de
    hiperssinal em T1, DP)
   Axial: diâmetro TTP = 5-10xs
    diâmetro tendão longo flexor
    dedos
   Distinção com tendinose
    praticamente impossível...
Disfunção Tendão Tibial Posterior
 Classificação Roturas TTP
 Tipo II – rotura parcial
   Alongamento progressivo, com
    redução do seu diâmetro
   Geralmente sem alterações IS
   Axial: diâmetro TTP = ou <
    diâmetro tendão longo flexor
    dedos

 Tipo III – rotura completa
   Interrupção tendão; gap
    preenchido com líquido ou
    tecido granulação (cronicidade)
Disfunção Tendão Tibial Posterior
 Luxação TTP
 Rara
 Doentes jovens, após traumatismo conhecido
 Mecanismo: dorsiflexão violenta com rotura do retinaculum flexor,
  permitindo que o tendão se desloque para fora do sulco
 RM: tendão é visualizado medial e anterior ao maléolo medial
Lesões Tendão Peroneal
 Peritendinose, tenossinovite, tendinose,
  rotura e luxação

 Peritendinose/tenossinovite aguda –
  fibrose “peritendão” e líquido bainha
  tendinosa, respectivamente, com
  preservação das características
  morfológicas do tendão
 N.B.: distinguir tenossinovite de derrame
  na bainha tendinosa secundário a lesão lig.
  calcaneofibular
Lesões Tendão Peroneal
 Rotura Aguda/Crónica TP – tanto em
  doentes jovens, atléticos, como em
  idosos, sedentários
   Rotura Longitudinal Crónica Tendão
    Curto Peroneal:
     Geralmente ao nível da sua passagem
      entre o Tendão Longo Peroneal e o
      maléolo lateral
     RM: assume uma configuração em “C”
      ou em “boomerang”, que envolve
      parcialmente o Tendão Longo Peroneal
Lesões Tendão Peroneal
 Luxação TP
 Muitas vezes diagnosticada como
  entorse tornozelo
 Mecanismo: contracção violenta
  músculos peroneais, com
  destacamento do retinaculum peroneal
  superior e luxação do TP para fora do
  sulco retromaleolar
 RM: tendão é visualizado anterior e
  lateral ao maléolo; pode formar-se
  uma “bolsa” (retinaculum arrancado)
Síndrome Túnel Társico
 Neuropatia Compressiva
 Dor e parestesia no aspecto plantar do pé e dedos
 Frequentemente unilateral, ao contrário do S. Tunel Cárpico
 Compressão ocorre ao nível do nervo tibial posterior ou de seus
  ramos (calcaneano medial, plantar lateral, plantar medial), produzindo
  diferentes sintomas consoante a sua localização
 Causas Intrínsecas:
    Músculos acessórios, “ganglion cysts”, tumores neurogénicos, varizes,
     lipomas, hipertrofia sinovial, tecido fibroso
 Causas Extrínsecas:
    Deformações pé, músculos acessórios ou hipertrofiados, ossículo
     acessório (os trigonum), excessiva pronação na prática de certos
     desportos
Síndrome Túnel Társico
 50% casos, causa não é identificada...
 Clínica:
   Dor, parestesia, sensação de ardor, sinal Tinnel positivo ao longo dos
    aspectos plantar e medial do pé e dedo grande
   Tornozelo é poupado
   Dor exacerbada com exercício

 RM é útil na avaliação lesões expansivas como causa do síndrome
Fasciíte Plantar
 Traumatismos de repetição e stress mecânico → microroturas
  e inflamação da fascia e dos tecidos moles perifascia
 + comum em corredores e indivíduos obesos
 Clínica: dor calcanhar, exacerbada pela dorsiflexão dedos, +
  severa manhã
 RM:
   Fascia normal – estrutura fina, hipointensa, estendendo-se a
    partir da tuberosidade calcaneana (~3mm espessura)
Fasciíte Plantar
 RM:
  Fascia alterada – espessamento (~7mm) fusiforme, com IS
   intermédia em T1 e DP e hiperintensidade sinal em T2, de
   forma + proeminente junto à sua inserção no calcâneo; se
   interrupção das fibras, existe rotura fascia

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Rm do tornozelo

  • 1. RM do Tornozelo Revisão Temática, 9 Março 2011 Lara Rodrigues Moderador: Dr. Alfredo Gil Agostinho Clínica Universitária de Radiologia Director: Prof. Dr. Filipe Caseiro Alves
  • 2. Introdução  Ressonância Magnética (RM): modalidade imagiológica excelência na detecção precoce de alterações ósseas e dos tecidos moles  Elevada resolução contraste tecidos moles  Método não invasivo  Capacidade multiplanar  +++ avaliar estruturas que envolvem o tornozelo, como tendões, ligamentos, nervos e fascia / detectar lesões ósseas ocultas
  • 3. Técnica  Tornozelo:  plano axial (perpendicular ao tampo da mesa)  planos coronal e sagital (paralelos ao tampo da mesa)  Pé:  plano axial oblíquo (// eixo longo metatársicos)  Planos coronal e sagital oblíquos (perpendiculares ao eixo longo metatársicos)
  • 4. Técnica  Decúbito dorsal  Pé ~20º flexão plantar  Antena de extremidade (↑ resolução espacial)  Sequências:  SE T1 (TR: 600/TE:20, ms)  SE T2 (2000/20-80)  Alterações MO - STIR (1500/20, TI: 100-150), < susceptibilidade à falta de homogeneidade campo magnético  Cartilagem - GE bi/tridimesnionais  FOV: 12-16cm  Matriz: 256 x 192-512  Espessura corte: 3-5 mm, 1mm intervalo
  • 5. Anatomia Ligamentar Sindesmose Ligamento Ligamento Tibiofibular Distal Colateral Lateral Colateral Medial • Lig. Interósseo • Lig. Talofibular • Ligamento Deltóide • Lig. Tibiofibular Anterior • Lig. Tibiotalar Anterior Anterior • Lig. Talofibular • Lig. Tibiotalar Posterior Posterior • Lig. Tibionavicular • Lig. Tibiofibular • Lig. Tibiocalcaneano Posterior • Lig. Calcaneofibular  Ligamentos em RM: estruturas lineares finas com baixa IS juntando ossos adjacentes, geralmente delineadas por gordura hiperintensa contígua
  • 6. Anatomia Ligamentar Sindesmose Ligamento Ligamento Tibiofibular Distal Colateral Lateral Colateral Medial • Lig. Interósseo • Lig. Talofibular • Ligamento Deltóide • Lig. Tibiofibular Anterior • Lig. Tibiotalar Anterior Anterior • Lig. Talofibular • Lig. Tibiotalar Posterior Posterior • Lig. Tibionavicular • Lig. Tibiofibular • Lig. Tibiocalcaneano Posterior • Lig. Calcaneofibular  Heterogeneidade de sinal deve-se a interposição de gordura entre as fibras ligamentares  Lig. Tibiofibular Anterior  Ligamento Talofibular Posterior  Componentes Tibiotalar Ant./Post. (Lig. Deltóide)
  • 7. Anatomia Ligamentar Sindesmose Ligamento Ligamento Tibiofibular Distal Colateral Lateral Colateral Medial Membrana  • Lig. Interósseo • Lig. Talofibular interóssea• Ligamento Deltóide • Lig. Tibiofibular Anterior • Lig. Tibiotalar Anterior Ligamento  • Lig. Tibiotalar Posterior Anterior • Lig. Talofibular tibiofibular  Posterior • Lig. Tibionavicular • Lig. Tibiofibular anterior • Lig. Tibiocalcaneano Posterior • Lig. Calcaneofibular Ligamento  interósseo Ligamento  tibiofibular  posterior
  • 8. Anatomia Ligamentar  Ligamentos Tibiofibulares Anterior e Posterior  Sequências axiais e coronias ao nível do “plafond” tibial e da “cúpula” talar Membrana  interóssea Ligamento  tibiofibular  anterior Ligamento  interósseo Ligamento  tibiofibular  posterior
  • 9. Anatomia Ligamentar  Ligamentos Tibiofibulares Anterior e Posterior  Sequências axiais e coronias ao nível do “plafond” tibial e da “cúpula” talar  Aspecto estriado devido à interposição de gordura entre os seus fascículos e ao seu trajecto descendente oblíquo em direcção à fíbula
  • 10. Anatomia Ligamentar Sindesmose Ligamento Ligamento Tibiofibular Distal Colateral Lateral Colateral Medial • Lig. Interósseo • Lig. Talofibular • Ligamento Deltóide • Lig. Tibiofibular Anterior • Lig. Tibiotalar Anterior Anterior • Lig. Talofibular • Lig. Tibiotalar Posterior Posterior • Lig. Tibionavicular • Lig. Tibiofibular • Lig. Tibiocalcaneano Posterior • Lig. Calcaneofibular
  • 11. Anatomia Ligamentar  Ligamentos Talofibulares Anterior e Posterior  Plano axial ligeiramente inferior ao dos ligamentos tibiofibulares  Finas bandas hipossinal ligando o talus ao maléolo fibular  Lig.TF Posterior apresenta uma inserção na fíbula distal em forma de “leque” e pode demonstrar acentuada heterogeneidade de sinal e espessamento
  • 12. Anatomia Ligamentar  Ligamentos Talofibulares Anterior e Posterior  Plano axial ligeiramente inferior ao dos ligamentos tibiofibulares  Finas bandas hipossinal ligando o talus ao maléolo fibular  Lig.TF Posterior apresenta uma inserção na fíbula distal em forma de “leque” e pode demonstrar acentuada heterogeneidade de sinal e espessamento
  • 13. Anatomia Ligamentar  Ligamento Calcaneofibular  Banda hipossinal // à parede lateral do calcâneo  Melhor visualizado no plano coronal como uma estrutura ovalada, homogénea, com hipossinal, desde a sua origem na fíbula até à sua inserção no calcâneo
  • 14. Anatomia Ligamentar  Ligamento Calcaneofibular  Banda hipossinal // à parede lateral do calcâneo  Melhor visualizado no plano coronal como uma estrutura ovalada, homogénea, com hipossinal, desde a sua origem na fíbula até à sua inserção no calcâneo
  • 15. Anatomia Ligamentar  Ligamento Deltóide  Planos axial e coronal  Componente Tibiotalar apresenta uma estriação regular, com aspecto heterogéneo
  • 16. Lesões Ligamentares  Entorses laterais tornozelo, 16-21% lesões traumáticas relacionadas com prática desporto  Ligamento Talofibular Anterior é o + fraco, + frequentemente lesionado  Geralmente, padrão previsível de lesão do ligamento colateral lateral:  1º: Lig. Talofibular Anterior  2º: Lig. Calcaneofibular  3º: Lig. Talofibular Posterior  Classificação: Entorse Grau I, II e III (rotura parcial/completa)  Tratamento cirúrgico lesões agudas apenas é ponderado para atletas alta competição e para doentes com história da instabilidade crónica tornozelo
  • 17. Lesões Ligamentares  Rotura Aguda:  Alterações morfológicas e da IS no interior e a rodear o ligamento  Interrupção, arrancamento, espessamento, afilamento ou irregularidade do ligamento  Heterogeneidade de sinal com aumento da IS intraligamentar, T2 FS (edema)  Apagamento dos planos adiposos circundantes  Extravasamento de derrame articular para os tecidos moles adjacentes  Contusões talares
  • 18. Lesões Ligamentares  Rotura Aguda, Ligamento Calcaneofibular  Espessado, heterogéneo  Derrame bainha tendão peroneal, pode ser um sinal secundário de lesão deste ligamento
  • 19. Lesões Ligamentares  Rotura Crónica:  Espessamento, afilamento, alongamento e tortuosidade ou contorno irregular do ligamento  Geralmente, sem edema MO ou dos tecidos moles  Diminuição da IS na gordura adjacente, em todas as sequências, indicativa de fibrose ou de proliferação sinovial
  • 20. Lesões Ligamentares  Contusão Ligamento Deltóide, particularmente componente tibiotalar  Associadas a entorses invertidas  Manifesta-se com perda do aspecto estriado normal deste ligamento  Surge espessado, mas homogéneo, com IS intermédia  Pode haver derrame bainha tendão tibial posterior
  • 21. Síndrome Impingement Anterolateral  Motivo comum de dor crónica vertente lateral tornozelo  Causas:  Lesões ligamentos talofibular e tibiofibular anteriores  Fascículo acessório no ligamento talofibular anterior  Instabilidade crónica tornozelo → inflamação sinovial repetição → “massa” tecidos moles (tecido sinovial hipertrofiado e fibrose) na goteira lateral  Existência de osteófitos na vertente anterior da articulação tornozelo pode exacerbar esta condição  Tratamento: desbridamento por artroscopia
  • 22. Síndrome Impingement Anterolateral  RM: massa “meniscóide” na goteira lateral do tornozelo, hipointensidade de sinal nas várias sequências, melhor delineada se coexistir derrame articular
  • 23. Síndrome Sinus Tarsi  Sinus Tarsi – espaço lateral localizado entre o talus e o calcâneo  Contém:  Ligamentos Talocalcaneanos Cervical e Interósseo  Raízes mediais Retinaculum Extensor Inferior  Estruturas neurovasculares, Gordura  Causado por hemorragia ou inflamação dos recessos sinoviais do sinus tarsi, com ou sem rotura dos ligamentos associados
  • 24. Síndrome Sinus Tarsi  Frequentemente associado a lesões do ligamento colateral lateral  Também relacionado com doenças reumatológicas e biomecanismos alterados, sobretudo por rotura tendão tibial posterior (pé plano)  Clínica: instabilidade retropé e dor ao longo da vertente lateral do pé  RM:  Apagamento gordura sinus tarsi  Espaço substituído por líquido ou tecido fibroso  Pode haver rotura ligamentar associada
  • 25. Anatomia Tendinosa  Tendões: estruturas com baixa IS em todas as sequências  T1: bom detalhe anatómico  T2: avaliar o aumento do teor de água nos tecidos, que caracteriza a >ia dos processos patológicos  Plano Axial:  características morfológicas  rasgões longitudinais  líquido bainha tendinosa  alterações tecidos moles adjacentes  Plano Sagital: Tendão de Aquiles  Plano Coronal: o menos útil na avaliação da doença tendinosa  N.B.: Quantidade mínima de líquido na bainha tendinosa é clinicamente insignificante
  • 27. Anatomia Tendinosa  Efeito Ângulo Mágico  Produz aumento IS em tendões normais qd formam um ângulo ~55º com o vector magnético principal  Fenómeno visto geralmente com TE < 20 ms (T1, DP ou GE)  Comum tendões tornozelo devido ao seu trajecto curvilíneo, rodeando a articulação (tendão tibial posterior é particularmente susceptível ao nível da sua inserção no osso navicular)
  • 28. Anatomia Tendinosa  Efeito Ângulo Mágico
  • 29. Lesões Tendinosas Tendinose • Espessamento fusiforme e/ou áreas focais de espessamento nodular • Aumento IS tendão em T1, DP; em T2, se degenerescência intrasubstância significativa Peritendinose • Acumulação líquido, proliferação sinovial ou cicatrização/fibrose “peritendão” ou tecidos moles adjacentes Tenossinovite • Acumulação líquido, proliferação sinovial ou cicatrização/fibrose bainha tendinosa • Tenossinovite Estenosante – qd estas alterações causam aprisionamento e até rotura do tendão Rotura • Parcial – área focal intrasubstância de > IS em T1, DP (~ à tendinose avançada) • Completa – interrupção das fibras tendinosas Luxação • Tendões Tibial posterior e Peroneal
  • 30. Lesões Tendão Aquiles  Peritendinose T. Aquiles  Áreas lineares ou irregulares de alteração IS na almofada adiposa pré-Aquiliana, indicando a presença de edema  Tendinose T. Aquiles  Axial: perda da concavidade anterior da superfície do tendão  Sagital: espessamento fusiforme
  • 31. Lesões Tendão Aquiles  Tendinose Insercional  Associada ao calcâneo com deformação de Haglund (tuberosidade calcaneana posterosuperior proeminente), uso de calçado mal ajustado  Ponto doloroso no local de inserção do tendão  Achados RM:  Aumento IS e espessamento da inserção tendão  Calcificações intrasubstância  Deformação Haglund  Edema MO calcâneo  Bursite Retrocalcaneana
  • 32. Lesões Tendão Aquiles  Rotura T. Aquiles  Parcial – Espessamento e heterogenedade IS do tendão, sem interrupção completa das fibras  Distinção com tendinose crónica severa é virtualmente impossível...  História clínica  Sinais de alteração aguda (edema e hemorragia estruturas circundantes)  Completa: interrupção das fibras, com retracção das extremidades  Aguda - gap preenchido por edema/hemorragia  Crónica – fibrose/gordura
  • 33. Lesões Tendão Aquiles  Xantoma T. Aquiles  Espessamento fusiforme com acentuada heterogeneidade tendão  Contexto hipercolesterolémia familiar  Suspeitar-se sempre que haja alterações bilaterais!
  • 34. Disfunção Tendão Tibial Posterior  Espectro de alterações: tendinose/tenossinovite → rotura parcial/completa  Tendinose/tenossinovite aguda – indivíduos jovens, atléticos  Rotura crónica – mulheres, 5ª-6ª décadas vida, atrás do maléolo medial (fricção >)  Rotura aguda – menos frequente, indivíduos jovens, junto à inserção no navicular
  • 35. Disfunção Tendão Tibial Posterior  Classificação Roturas TTP  Tipo I – rotura parcial  Espessamento fusiforme  Degenerescência intrasubstância  Rasgões longitudinais (focos de hiperssinal em T1, DP)  Axial: diâmetro TTP = 5-10xs diâmetro tendão longo flexor dedos  Distinção com tendinose praticamente impossível...
  • 36. Disfunção Tendão Tibial Posterior  Classificação Roturas TTP  Tipo II – rotura parcial  Alongamento progressivo, com redução do seu diâmetro  Geralmente sem alterações IS  Axial: diâmetro TTP = ou < diâmetro tendão longo flexor dedos  Tipo III – rotura completa  Interrupção tendão; gap preenchido com líquido ou tecido granulação (cronicidade)
  • 37. Disfunção Tendão Tibial Posterior  Luxação TTP  Rara  Doentes jovens, após traumatismo conhecido  Mecanismo: dorsiflexão violenta com rotura do retinaculum flexor, permitindo que o tendão se desloque para fora do sulco  RM: tendão é visualizado medial e anterior ao maléolo medial
  • 38. Lesões Tendão Peroneal  Peritendinose, tenossinovite, tendinose, rotura e luxação  Peritendinose/tenossinovite aguda – fibrose “peritendão” e líquido bainha tendinosa, respectivamente, com preservação das características morfológicas do tendão  N.B.: distinguir tenossinovite de derrame na bainha tendinosa secundário a lesão lig. calcaneofibular
  • 39. Lesões Tendão Peroneal  Rotura Aguda/Crónica TP – tanto em doentes jovens, atléticos, como em idosos, sedentários  Rotura Longitudinal Crónica Tendão Curto Peroneal:  Geralmente ao nível da sua passagem entre o Tendão Longo Peroneal e o maléolo lateral  RM: assume uma configuração em “C” ou em “boomerang”, que envolve parcialmente o Tendão Longo Peroneal
  • 40. Lesões Tendão Peroneal  Luxação TP  Muitas vezes diagnosticada como entorse tornozelo  Mecanismo: contracção violenta músculos peroneais, com destacamento do retinaculum peroneal superior e luxação do TP para fora do sulco retromaleolar  RM: tendão é visualizado anterior e lateral ao maléolo; pode formar-se uma “bolsa” (retinaculum arrancado)
  • 41. Síndrome Túnel Társico  Neuropatia Compressiva  Dor e parestesia no aspecto plantar do pé e dedos  Frequentemente unilateral, ao contrário do S. Tunel Cárpico  Compressão ocorre ao nível do nervo tibial posterior ou de seus ramos (calcaneano medial, plantar lateral, plantar medial), produzindo diferentes sintomas consoante a sua localização  Causas Intrínsecas:  Músculos acessórios, “ganglion cysts”, tumores neurogénicos, varizes, lipomas, hipertrofia sinovial, tecido fibroso  Causas Extrínsecas:  Deformações pé, músculos acessórios ou hipertrofiados, ossículo acessório (os trigonum), excessiva pronação na prática de certos desportos
  • 42. Síndrome Túnel Társico  50% casos, causa não é identificada...  Clínica:  Dor, parestesia, sensação de ardor, sinal Tinnel positivo ao longo dos aspectos plantar e medial do pé e dedo grande  Tornozelo é poupado  Dor exacerbada com exercício  RM é útil na avaliação lesões expansivas como causa do síndrome
  • 43. Fasciíte Plantar  Traumatismos de repetição e stress mecânico → microroturas e inflamação da fascia e dos tecidos moles perifascia  + comum em corredores e indivíduos obesos  Clínica: dor calcanhar, exacerbada pela dorsiflexão dedos, + severa manhã  RM:  Fascia normal – estrutura fina, hipointensa, estendendo-se a partir da tuberosidade calcaneana (~3mm espessura)
  • 44. Fasciíte Plantar  RM:  Fascia alterada – espessamento (~7mm) fusiforme, com IS intermédia em T1 e DP e hiperintensidade sinal em T2, de forma + proeminente junto à sua inserção no calcâneo; se interrupção das fibras, existe rotura fascia