O documento descreve a Secção Etnográfica Metropolitana da Exposição do Mundo Português de 1940, que visava mostrar a vida rural e popular portuguesa através de aldeias típicas de cada região. A secção incluiu réplicas de casas transmontanas, beiras, minhotas, estremenhas, alentejanas e algarvias, assim como espaços dedicados à vida popular e às suas artes.
2. “Um povo que não vê, que não lê, que não ouve, que não vibra, que não sai
da sua vida material, do Deve e do Haver, torna-se um povo inútil e mal-
humorado. A Beleza - desde a Beleza moral à Beleza plástica - deve constituir a
ambição suprema dos homens e das raças. A literatura e a arte são os dois
grandes órgãos dessa aspiração, dois órgãos que precisam de uma afinação
constante, que contêm, nos seus tubos, a essência e a finalidade da Criação.”
António Ferro, 1932
3. Contexto Político e Sociocultural
Liberdade
Nos anos 30, está consolidado o regime
Igualdade
ditatorial do Estado Novo viabilizado pelo
Fraternidade
golpe de estado de 28 de Maio de
1926, que parece conduzir o país para uma
instabilidade.
4. • Instrumento de controlo da sociedade;
Secretariado da • Objetivo de dinamizar e legitimar o novo
Propaganda Nacional regime e para fazer propaganda de
Salazar enquanto “Grande Chefe” que
era;
• Cultura Popular.
5. Ato político e cultural de propaganda e
legitimação do Estado Novo, pretendia-
se, através da glorificação do
passado, garantir a continuidade desse
regime fascista.
“Um oásis no meio do terror”
7. Ilustração 3: O Presidente da República (General Óscar Carmona), o Presidente do Conselho de Ministros (António de
Oliveira Salazar), O Cardeal Patriarca de Lisboa (Manuel Gonçalves Cerejeira).
8. 2 de
Dezembro
Nota oficiosa
23 de Junho Expo40 da presidência
do conselho
Comissão da
Exposição do
Mundo
Português
9. Curiosidade
Custou cerca de 35 000 de contos, trabalharam neles 5000 operários, 15
engenheiros, 17 arquitetos, 43 pintores-decoradores, 129 auxiliares, mais de
1000 modeladores-estucadores, sendo que os bilhetes custavam 200
escudos para toda a temporada.
10. Secção Etnográfica Metropolitana: Centro Regional
• Criação de uma certa ideia de
português, rural, ligado à
terra, aos costumes
tradicionais, à religião católica e à
vida familiar;
• Esta secção tem como objetivo
mostrar em como o povo
modesto das aldeias apresenta
uma capacidade artística.
Ilustração 4: Propaganda do Roteiro do Centro Regional da
Exposição do Mundo Português
11. Secção Etnográfica Metropolitana: Centro Regional
Subsecção Aldeias Portuguesas:
1.º Aldeia - Transmontana “Casa do Passal” e beirã “Casa do Lavrador”
Ilustração 6: Casa Transmontana
17. Secção Etnográfica Metropolitana: Centro Regional
Subsecção Vida Popular:
Pretendia-se demonstrar que a arte popular
estava repleta de potencial artístico;
Importante dedicarmo-nos à cultura popular
pois o povo era o melhor maestro na
matéria.
Ilustração 11: Entrada da Secção da Vida Popular
19. Bibliografia
• Maia e Carmo, João, “A Exposição do Mundo Português, 1940”, Monografia de
Licenciatura em antropologia, 1995;
• Dos Santos, Graça, “ «Política do espírito»: o bom gosto obrigatório para embelezar a
realidade”, Media & Jornalismo, (12) 2008, pp. 59-72;
• Ferrão, Humberto Nelson, “RIBATEJO: do rancho de trabalhadores ao rancho
folclórico a construção social de novas práticas configuradas numa identidade
regional”; IV Congresso Português de Sociologia;
• Weber, Cristina, “As artes plásticas e a arquitetura em Portugal no Estado Novo”.