A colheita de trigo está quase finalizada no Paraná e avançada no Rio Grande do Sul, com preços elevados. As negociações estão lentas com os moinhos retraídos nas compras devido aos altos preços e maior oferta com o fim da colheita. Apesar da queda recente, os preços médios permanecem em níveis elevados.
Relatorio diario cogo inteligencia em agronegocio 19 10-2020
Relatorio diario cogo inteligencia em agronegocio 23 11-2020
1. Relatório Diário Cogo Inteligência em Agronegócio
Trigo: colheita finalizada com preços em níveis
elevados e moinhos retraídos na compras
23/11/2020
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➔ As negociações de trigo transcorrem de forma lenta, com preços elevados em relação à
média histórica e moinhos aproveitando o maior volume de ofertas à medida que a colheita
se aproxima do fim no Paraná e se acelera no Rio Grande do Sul.
➔ No Paraná, a colheita da safra 2020 está praticamente no final e alcança 99% da área.
➔ As condições das lavouras pioraram, com 87% em boas condições e 13% em situação média.
➔ As poucas áreas ainda não colhidas já estão em maturação.
➔ No Rio Grande do Sul a colheita do trigo se aproxima do final, com 97% da área colhida.
➔ As lavouras não prejudicadas pelas geadas de agosto têm produtividade dentro da
expectativa, de mais de 3,6 toneladas por hectare.
➔ Na média geral, o Estado deverá registrar quebras, pois, além dos danos provocados pelas
geadas, ocorreu a falta de chuvas no período de enchimento de grão (outubro).
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TRIGO: PREÇOS ELEVADOS E MOINHOS RETRAÍDOS
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➔ Em Santa Catarina, a estiagem e as geadas ocorridas durante o desenvolvimento das
lavouras comprometeram 20% da safra de trigo do Estado.
➔ A confirmação de quebra, porém, só deve vir após o final da colheita, que está próximo.
➔ Se confirmado esse percentual, a safra deve ficar entre 140 mil e 150 mil toneladas,
praticamente igualando as 152 mil toneladas de 2019.
➔ A proximidade da chegada do trigo vindo da Argentina e a redução no preço de importação
após os recuos do dólar também contribuíram para a demanda mais fraca dos compradores.
➔ No Paraná, na região dos Campos Gerais, a indicação de compra está entre R$ 1.350 a R$
1.380 por tonelada, para retirada imediata e pagamento em 30 dias.
➔ Depois que o dólar começou a ceder, a negociação travou, com a concorrência do trigo
importado, com negócios pontuais a R$ 1.400 por tonelada e pagamento em janeiro de 2021.
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➔ O trigo importado chegaria ao Porto de Paranaguá por cerca de R$ 1.500 por tonelada, e
cargas encomendadas previamente do país vizinho devem chegar em dezembro.
➔ O vendedor sem necessidade urgente mantém o pedido de R$ 1.500 por tonelada.
➔ No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a referência de compra é de R$ 1.300 por
tonelada para retirada entre 15/12/2020 e 15/01/2021 e pagamento 30 dias após embarque.
➔ Os vendedores pedem R$ 1.400 por tonelada, mas há muita oferta no mercado.
➔ Os moinhos gaúchos estão retraídos, mas, caso se confirmem perdas expressivas por seca
na safra de verão de milho do Estado, os preços podem voltar a subir, já que o trigo tem sido
usado para ração como substituto do milho.
➔ Apesar do desaquecimentos dos preços nas principais regiões produtoras nas últimas
semanas, as cotações médias seguem operando em patamares elevados.
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➔ Na parcial deste mês de novembro, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociações
entre empresas) do Paraná está em R$ 1.424,18 por tonelada, avanço de 11% frente ao preço
médio de outubro.
➔ No Rio Grande do Sul, a média está em R$ 1.442,52 por tonelada, alta de 18,5% em relação
ao mês anterior, voltando, portanto, a ficar acima da média registrada no Paraná.
➔ Esse cenário é atípico, tendo em vista que, historicamente, os preços no Paraná superam os
do Rio Grande do Sul.
➔ Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da
Bolsa de Chicago apresenta desvalorização de 0,1%, a US$ 5,93 por bushel (US$ 217,98 por
tonelada), enquanto na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard
Winter registra recuo de 0,3%, a US$ 550,25 por bushel (US$ 202,18 por tonelada).
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➔ Os valores FOB Porto de Buenos Aires, na Argentina, registram queda de 1,9% nos últimos
sete dias, com cotação de US$ 260,00 por tonelada.
➔ A paridade de importação do trigo com origem na Argentina é de US$ 260,10 por tonelada
para o produto posto no Paraná.
➔ Considerando-se o dólar médio de R$ 5,38, o trigo importado é negociado a R$ 1.401,74 por
tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, tem média de R$ 1.422,72 por tonelada.
➔ Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 243,52 por tonelada,
o equivalente a R$ 1.312,38 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.458,45 por
tonelada no Rio Grande do Sul.
➔ A tendência é de preços sustentados para o trigo no curto e médio prazo e uma pressão
baixista só poderá ocorrer caso o dólar tenha queda acentuada ante o Real.
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