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CIÊNCIA DO CLIMA E SUA INTERDISCIPLINARIDADE:
PRINCIPAIS DESAFIOS DA VARIABILIDADE CLIMÁTICA NAS
MACROMETRÓPOLES
Tércio Ambrizzi
Departamento de Ciências Atmosféricas
IAG/USP
Diálogos interdisciplinares sobre a Governança Ambiental
da Macrometrópole Paulista
Maio 2018
Os temas ambientais
são complexos...
Seja na gestão de questões específicas.......
Complexidade de
cada setor
Seja na gestão do
campo.......
Complexidade das
áreas rurais
Seja na gestão das cidades.......
Complexidade das
cidades...
Fonte: PERTUBAÇÕES HUMANAS NO CICLO GLOBAL DE CARBONO - ARTAXO, 2012
Seja na compreensão das Mudanças Climáticas.......
Complexidade das
Mudanças
Climáticas...
Mudanças na temperatura global de 1850 a 2016
Concentração de Dióxido de Carbono Atmosférico (1958 - 2016)
UNEP (2016) The Emissions Gap Report 2016
IMPACTOS EM
FUNÇÃO DE
ESTUDOS
DESENVOLVIDOS
Avaliações das Contribuições Nacionais
Determinadas Individuais (INDC) pretendida
de membros do G20. Dados mostram ambição, mas
também revelam que a atual política para alguns
países são estimadas para entregar maior reduções
do que o INDC, indicando que pode haver espaço
para fortalecer a ambição do INDC, embora as
incertezas analíticas são razoavelmente grandes.
E A CONTRIBUIÇÃO DO
BRASIL?
Mudança do uso da terra e agropecuária
% das emissões totais
GEE
CO2
CH4
N2O
22
55
80
75
91
94
Queima
combustível
fóssil
Queima
combustível
fóssil
78 25
Global Brasil
Fontes de Emissões
Cortesia de Carlos Cerri (ESALQ 2009)
Que tipo de politicas publicas são necessárias para manter uma redução?
Desflorestamento foi
reduzido de 27.000 Km² em
2004 para 4,571 Km² em
2012. No ano de 2017 6,9Km2
número de focos de queimada no ano de 2010
(fonte: sigma.cptec.inpe.br/queimadas/)
campo de ventos e concentração
de aerossóis em um episódio de
queimadas em agosto de 2002,
mostrando como emissão e
campo de ventos interagem
gerando a distribuição espacial
da pluma
S. Paulo
solo
13%
industrial
13%
Veiculos
40%
Indeterminado
34%
Alta Floresta (estação seca)
Solo
14%
Queimada
71%
Biogênicos
5%
Outros
10%
Contribuição percentual de cada fonte de particulado fino
para o total da massa de aerossóis em São Paulo (Andrade
et al., 2010) e em Alta Floresta (MT) (Maenhaut et al., 2002),
região impactada por queimada
COMO TEM SIDO A
VARIAÇÃO CLIMÁTICA DA
PRECIPITAÇÃO E
TEMPERATURA GLOBAL?
MUDANÇAS OBSERVADAS EM
TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO
AO LONGO DO SÉCULO XX
IPCC 2013
IMPACTO NAS GLACIEIRAS DOS POLOS,MONTANHAS E NÍVEL DO MAR
E COMO TEM SIDO ESTAS
MUDANÇAS PARA A AMÉRICA
DO SUL E BRASIL?
Numero de desastres naturais entre 1980–2010
source: MunichRe NatCatSERVICE
The Global Climate Report WMO 2013
Gastos com
catástrofes
nos EUA em 2017 foi
de US$ 235,8 bilhões
Swiss Res Institute 2018
Estamos assistindo a mais extremos
hidrológicos?
“A Seca da Amazônia em 2005 considerada
uma das mais severas em 100 anos”
Seca da Amazônia em 2010 – maior que em
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Catarina: O primeiro furacão no oceano Atlântico Sul?
“Furação Catarina”, 27 Março de 2004 at 11:04:45 Local Time
Estado de
Santa Catarina
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Balneário Camboriu Blumenau
EVENTO EXTREMO
DE CHUVA EM
SANTA CATARINA
NOV/2008
As populações ribeirinhas
que vivem às margens do Rio Paraíba,
em cinco municípios, devem ser
transferidas para locais mais seguros. O
governo do Estado teme que o
iminente sangramento da barragem de
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pessoas. Sangra o açude Coremas.
Mais de 37 reservatórios
transbordaram.
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Enchentes no Rio Paraíba (João Pessoa, 05 de fevereiro de 2004)
Chuvas no Piauí
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Eventos intensos e inundações na cidade de São Paulo, Fevereiro 2010
Eventos de chuvas intensas no Sudeste
do Brasil - São Paulo 2010
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Folha de S. Paulo 12/04/2014
(Cortesia da Profa. Dra. Maria Assunção F. Silva Dias)
2014/
2015
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
mm
Clima de São Paulo mudou:
• Aquecimento (aproximadamente 3oC)
• Aumento da precipitação média mensal
• Aumento na frequência e intensidade
dos extremos de precipitação!
Silva Dias et al (2011)
Evolução mensal e anual da temperatura média diária do ar (oC) e umidade
relativa do ar (%) - (Estação Meteorológica do IAG-USP - 1936 a 2005)
(Marques et al 2006)
R10
2020-2030 2050-60 2080-90
Observações e Projeções de mudanças em chuvas extremas
(R10) e impactos na RMSP-Megacidades
Silva Dias et al (2011) e Nobre et al (2011)
Sumário das projeções climáticas derivadas do modelo Eta-
CPTEC 40 Km para a Região Metropolitana de São Paulo
[Adaptado de Nobre et al. 2010]
Do Not Cite, Quote, or DistributePrior to Public Releaseon 31 March 2014
Figure 27-7: Summary of observed changes in climate and other environmental factors in representative regions of
CA and SA. The boundaries of the regions in the map are conceptual (neither geographic nor political precision).
Information and references to changes provided are presented in different sections of the chapter.
ALGUMAS MUDANÇAS JÁ OBSERVADAS DEVIDO AO CLIMA
AR5 – IPCC 2014
E QUAL OS IMPACTOS DAS
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
SOBRE A SAÚDE?
DIAGRAMA CONCEITUAL MOSTRANDO OS CAMINHOS DE
EXPOSIÇÃO EM QUE O CLIMA PODE AFETAR A SAÚDE
AR5 -WGII 2014
Identificação de áreas de alto risco para mortalidade geral
considerando o aumento da temperatura em relação ao limiar de
temperatura estabelecido por Gasparrini et al. (2015), segundo
cenários climáticos RCP 4.5 e RCP 8.5 para janelas de tempo 2011 –
2040; 2041 – 2070 e 2071-2099.
Efeitos de ondas de calor
Duarte Costa e Christovam Barcellos
INCT – MC - FIOCRUZ
Difusão recente de dengue no Brasil
Expansão da área de
transmissão permanente
(2001 a 2012)
A Amazônia e sul como
barreiras
Barcellos & Lowe, 2013.
Eventos climáticos extremos
Estudos de caso: Enchentes
em Santa Catarina – 2008
Impactos dos desastres climáticos sobre a saúde
39
0
5
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15
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50
100
150
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2008/Abr 2008/Ago 2008/Dez 2009/Abr 2009/Ago 2009/Dez
D.Infecciosas
Fraturas
AVC
Leptospirose
Volume de
internações em
municípios
afetados pelas
enchentes, Santa
Catarina, 2008
Christovam Barcellos INCT – MC -
FIOCRUZ
Áreas de Risco Densidade Urbana
VETORES
Acesso a Serviços de Saúde
Saneamento
Habitação
Cortesia de Ulisses E C Confalonieri
APRESENTAÇÃO CONCEITUAL DOS IMPACTOS NA SAÚDE EM VIRTUDE DAS
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O POTENCIAL DE DIMINUIÇÃO DESTES IMPACTOS
ATRAVÉS DE ADAPTAÇÃO
AR5 -WGII 2014
QUAIS AS PROJEÇÕES DE
TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO
PARA O FUTURO?
Projeções regionalizadas de clima nos biomas brasileiros da Amazônia, Cerrado, Caatinga,
Pantanal, Mata Atlântica (setores nordeste e sul/sudeste) e Pampa para os períodos de
início (2011-2040), meados (2041-2070) e final (2071/2100) do século XXI, baseados nos
resultados científicos de modelagem climática global e regional. As regiões com diferentes
cores no mapa indicam o domínio geográfico dos biomas.
PBMC 2013
Schleussner et al (2015, ESD)
Resumo das principais
diferenças nos impactos
climáticos entre um
aquecimento de 1,5oC e 2oC
acima dos 1,5oC pré-
industriais e estilizados
Cenários de 2oC ao longo do
século XXI. Colchetes dão o
intervalo provável (66%).
Transformação das cidades em um
mundo mais quente de 1,5°C
● Cumprir a ambição do Acordo de Paris de manter o aquecimento a 1,5°C
exigirá uma "descarbonização e transformação" rápidas.
● Ao mesmo tempo, os moradores da cidade e a infraestrutura de que
dependem enfrentarão mais frequentes inundações, secas, ondas de calor e
intensos eventos de chuva, embora haja apenas 0,6ºC de aquecimento
adicional necessário para atingir 1,5ºC. As transformações são definidas
aqui como uma mudança ou transição que resulta em um sistema de gestão,
política, tecnologia ou governança e as normas subjacentes e valores
culturais que resultam em uma mudança de paradigma e o surgimento de
novos protocolos e estratégias de gestão.
● Atingir um mundo de 1,5oC apresenta diferentes desafios para as cidades
do Sul Global e do Norte Global. As cidades do Sul Global estarão mais
expostas aos riscos climáticos e se engajarão em micro-adaptação,
enquanto cidades no Norte Global poderão ter condições de pagar por
projetos de adaptação de marco em escala maior.
Solecki et al. (2018, Nature Climate Change)
Continuação
● Conversão rápida para construções urbanas, mobilidade, economia e estilos de
vida com baixo teor de carbono ou carbono zero - uma mudança que será difícil para
as cidades que necessitam de modernização e para as que estão sendo construídas
agora.
● Os caminhos para esse tipo de transformação urbana diferem significativamente no
Norte Global e no Sul Global. Dentro e entre países e cidades, há fortes
desigualdades entre os níveis de emissão dos ricos e dos pobres. O efeito
desproporcional da mudança climática atinge mais duramente a população urbana
mais pobre. Os governos locais na maioria das vezes precisam servir como agentes
principais de transformação.
● Com incentivo significativo de redes de cidades globais como C40, ICLEI, Aliança
de Prefeitos e UCCRN (Rede de Pesquisa de Mudança Climática Urbana), algumas
cidades ao redor do mundo - algumas com parceiros provinciais / estaduais -
começaram a desenvolver esforços integrados de adaptação climática e gás de efeito
estufa estratégias de redução. Abordagens convencionais de planejamento urbano e
estratégias de capacitação para enfrentar a crescente vulnerabilidade a eventos
extremos e demandas crescentes por uma transição para uma economia de baixo
carbono estão provando-se inadequada à medida que a necessidade de uma
transformação em grande escala para alcançar um mundo mais quente de 1.5oC se
torna evidente. Esses esforços devem agora passar para a super-velocidade,
especialmente no Sul Global, onde a rápida urbanização, a vulnerabilidade às
mudanças climáticas e a justiça ambiental colidem.
Seis prioridades de pesquisa para
cidades e mudanças climáticas
● Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas. As cidades são
responsáveis por até 75% das emissões de CO2 relacionadas à energia. Até 2050,
as necessidades de infraestrutura das cidades em crescimento nos países em
desenvolvimento liberarão mais de 4 vezes o carbono total necessário para atingir
o nível de infraestrutura atual nos países industrializados.
● As cidades estão cada vez mais sentindo o efeito das mudanças climáticas e do
clima extremo. Até 2030, milhões de vidas e milhões de pessoas e US$ 4 trilhões
em ativos estarão sob risco de tais eventos.
● A ciência precisa ter um papel mais forte na política e na prática urbana. Estudos
interdisciplinares de longo prazo são necessários para reduzir as emissões de
carbono e os riscos urbanos causados pelo aquecimento global. O artigo
apresenta seis prioridades de pesquisa para cidades e mudanças climáticas,
identificadas pelos membros do Comitê de Direção Científica da conferência
CitiesIPCC, para fornecer uma base para discussão na conferência.
● As seis prioridades de pesquisa são:
○ Expandir observações,
○ Entenda as interações climáticas,
○ Estude assentamentos informais,
○ Aproveitar tecnologias disruptivas,
○ Transformação de suporte e
○ Reconhecer o contexto global de sustentabilidade. Bai et al, 2018, Nature
Continuação
• ● Pesquisadores, formuladores de políticas, profissionais e outras partes
interessadas da cidade precisam fortalecer parcerias e produzir
conhecimento juntos. Esta pesquisa e inovação para mitigar a mudança
climática urbana e adaptar-se a ela deve ser apoiada em uma escala que
combine com a magnitude do problema.
● Em particular, os autores concluem:
○ As universidades devem apoiar plataformas de dados e programas de
pesquisa de longo prazo em suas cidades, compartilhando conhecimento
nacional e internacionalmente;
○ As cidades devem estabelecer conselhos consultivos científicos,
presididos por um assessor científico chefe, que possa melhorar o perfil
da ciência, fortalecer a capacidade e a liderança e fornecer um ponto de
contato;
○ Agências de financiamento devem fornecer subsídios para pesquisa
interdisciplinar e estudos comparativos; e
○ As plataformas on-line devem ir além do compartilhamento de dados
para ajudar pesquisadores, formuladores de políticas, profissionais e
cidadãos a diagnosticar problemas, gerar soluções e testar e avaliar sua
eficácia e incorporar o aprendizado.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e
Adaptação às Mudanças Climáticas nas Cidades
● Este artigo analisa como e por que os ODSs fornecem uma janela de oportunidade para a
criação de abordagens operacionais multidimensionais para a adaptação às mudanças
climáticas nas cidades. De fato, o ODS 11 autônomo sobre as cidades e o clima dos ODS 13,
em particular, destaca a necessidade urgente de explorar as oportunidades que a
urbanização poderia dar ao enfrentar as mudanças climáticas e outros desafios iníquos que
os ODS foram projetados para enfrentar.
● Este artigo destaca o fato de que os conceitos mais avançados, como cidades
inteligentes e cidades verdes, muitas vezes confundem não apenas tomadores de decisão,
mas planejadores, profissionais e membros do público, quando falamos sobre adaptação
às mudanças climáticas.
● No entanto, com base em seu escopo, os ODS desempenham um papel importante na
criação de uma narrativa mais inclusiva que cubra as dimensões social, econômica política
e institucional do desenvolvimento. O documento enfatiza a necessidade do seguinte: 1)
Construir abordagens multidimensionais para redirecionar o planejamento urbano de forma
a refletir o paradigma dos ODS para uma urbanização integrada, multidisciplinar e inclusiva
e adaptação às mudanças climáticas - isso é muito importante para os países em
desenvolvimento. 2) preencher as lacunas entre o planejamento e a implementação da
adaptação: em muitos países em desenvolvimento há fragmentação, confusão e
pensamento em silos na implementação de estratégias de adaptação às mudanças
climáticas entre as partes interessadas e as agências. Finalmente, o documento pede uma
ação rápida na implementação da adaptação às mudanças climáticas e nos ODS nos países
em desenvolvimento.
Rodriguez et al, 2018, Nature Climate Change
INterdisciplinary CLimate
INvestigation cEnter
ADAPTAÇÃO EFETIVA À
MUDANÇA CLIMÁTICA
E AOS EXTREMOS NAS
MACROMETRÓPOLIS
O GRANDE DESAFIO
OBRIGADO PELA ATENÇÃO
Prof. Tércio Ambrizzi – ambrizzi@model.iag.usp.br
INter-disciplinary CLimate INvEstigation Center
www.incline.iag.usp.br

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  • 1. CIÊNCIA DO CLIMA E SUA INTERDISCIPLINARIDADE: PRINCIPAIS DESAFIOS DA VARIABILIDADE CLIMÁTICA NAS MACROMETRÓPOLES Tércio Ambrizzi Departamento de Ciências Atmosféricas IAG/USP Diálogos interdisciplinares sobre a Governança Ambiental da Macrometrópole Paulista Maio 2018
  • 3. Seja na gestão de questões específicas....... Complexidade de cada setor
  • 4. Seja na gestão do campo....... Complexidade das áreas rurais
  • 5. Seja na gestão das cidades....... Complexidade das cidades...
  • 6. Fonte: PERTUBAÇÕES HUMANAS NO CICLO GLOBAL DE CARBONO - ARTAXO, 2012 Seja na compreensão das Mudanças Climáticas....... Complexidade das Mudanças Climáticas...
  • 7. Mudanças na temperatura global de 1850 a 2016
  • 8.
  • 9. Concentração de Dióxido de Carbono Atmosférico (1958 - 2016)
  • 10. UNEP (2016) The Emissions Gap Report 2016 IMPACTOS EM FUNÇÃO DE ESTUDOS DESENVOLVIDOS Avaliações das Contribuições Nacionais Determinadas Individuais (INDC) pretendida de membros do G20. Dados mostram ambição, mas também revelam que a atual política para alguns países são estimadas para entregar maior reduções do que o INDC, indicando que pode haver espaço para fortalecer a ambição do INDC, embora as incertezas analíticas são razoavelmente grandes.
  • 11. E A CONTRIBUIÇÃO DO BRASIL?
  • 12. Mudança do uso da terra e agropecuária % das emissões totais GEE CO2 CH4 N2O 22 55 80 75 91 94 Queima combustível fóssil Queima combustível fóssil 78 25 Global Brasil Fontes de Emissões Cortesia de Carlos Cerri (ESALQ 2009)
  • 13.
  • 14.
  • 15. Que tipo de politicas publicas são necessárias para manter uma redução? Desflorestamento foi reduzido de 27.000 Km² em 2004 para 4,571 Km² em 2012. No ano de 2017 6,9Km2
  • 16. número de focos de queimada no ano de 2010 (fonte: sigma.cptec.inpe.br/queimadas/) campo de ventos e concentração de aerossóis em um episódio de queimadas em agosto de 2002, mostrando como emissão e campo de ventos interagem gerando a distribuição espacial da pluma S. Paulo solo 13% industrial 13% Veiculos 40% Indeterminado 34% Alta Floresta (estação seca) Solo 14% Queimada 71% Biogênicos 5% Outros 10% Contribuição percentual de cada fonte de particulado fino para o total da massa de aerossóis em São Paulo (Andrade et al., 2010) e em Alta Floresta (MT) (Maenhaut et al., 2002), região impactada por queimada
  • 17. COMO TEM SIDO A VARIAÇÃO CLIMÁTICA DA PRECIPITAÇÃO E TEMPERATURA GLOBAL?
  • 18. MUDANÇAS OBSERVADAS EM TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO AO LONGO DO SÉCULO XX IPCC 2013
  • 19. IMPACTO NAS GLACIEIRAS DOS POLOS,MONTANHAS E NÍVEL DO MAR
  • 20. E COMO TEM SIDO ESTAS MUDANÇAS PARA A AMÉRICA DO SUL E BRASIL?
  • 21. Numero de desastres naturais entre 1980–2010 source: MunichRe NatCatSERVICE The Global Climate Report WMO 2013 Gastos com catástrofes nos EUA em 2017 foi de US$ 235,8 bilhões Swiss Res Institute 2018
  • 22. Estamos assistindo a mais extremos hidrológicos? “A Seca da Amazônia em 2005 considerada uma das mais severas em 100 anos” Seca da Amazônia em 2010 – maior que em 2005 ?
  • 23. Catarina: O primeiro furacão no oceano Atlântico Sul? “Furação Catarina”, 27 Março de 2004 at 11:04:45 Local Time Estado de Santa Catarina Cortesia de Carlos Nobre – CPTEC/INPE
  • 24.
  • 25.
  • 26. Balneário Camboriu Blumenau EVENTO EXTREMO DE CHUVA EM SANTA CATARINA NOV/2008
  • 27. As populações ribeirinhas que vivem às margens do Rio Paraíba, em cinco municípios, devem ser transferidas para locais mais seguros. O governo do Estado teme que o iminente sangramento da barragem de Acauã coloque em risco a vida destas pessoas. Sangra o açude Coremas. Mais de 37 reservatórios transbordaram. Foto : Marcus Antonius/Secom/PB Enchentes no Rio Paraíba (João Pessoa, 05 de fevereiro de 2004) Chuvas no Piauí (Abril de 2009)
  • 28. Eventos intensos e inundações na cidade de São Paulo, Fevereiro 2010 Eventos de chuvas intensas no Sudeste do Brasil - São Paulo 2010
  • 29. Sistema Cantareira, São Paulo, Verão 2013/2014 Folha de S. Paulo 12/04/2014 (Cortesia da Profa. Dra. Maria Assunção F. Silva Dias) 2014/ 2015
  • 30. 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 mm Clima de São Paulo mudou: • Aquecimento (aproximadamente 3oC) • Aumento da precipitação média mensal • Aumento na frequência e intensidade dos extremos de precipitação! Silva Dias et al (2011)
  • 31. Evolução mensal e anual da temperatura média diária do ar (oC) e umidade relativa do ar (%) - (Estação Meteorológica do IAG-USP - 1936 a 2005) (Marques et al 2006)
  • 32. R10 2020-2030 2050-60 2080-90 Observações e Projeções de mudanças em chuvas extremas (R10) e impactos na RMSP-Megacidades Silva Dias et al (2011) e Nobre et al (2011)
  • 33. Sumário das projeções climáticas derivadas do modelo Eta- CPTEC 40 Km para a Região Metropolitana de São Paulo [Adaptado de Nobre et al. 2010]
  • 34. Do Not Cite, Quote, or DistributePrior to Public Releaseon 31 March 2014 Figure 27-7: Summary of observed changes in climate and other environmental factors in representative regions of CA and SA. The boundaries of the regions in the map are conceptual (neither geographic nor political precision). Information and references to changes provided are presented in different sections of the chapter. ALGUMAS MUDANÇAS JÁ OBSERVADAS DEVIDO AO CLIMA AR5 – IPCC 2014
  • 35. E QUAL OS IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SOBRE A SAÚDE?
  • 36. DIAGRAMA CONCEITUAL MOSTRANDO OS CAMINHOS DE EXPOSIÇÃO EM QUE O CLIMA PODE AFETAR A SAÚDE AR5 -WGII 2014
  • 37. Identificação de áreas de alto risco para mortalidade geral considerando o aumento da temperatura em relação ao limiar de temperatura estabelecido por Gasparrini et al. (2015), segundo cenários climáticos RCP 4.5 e RCP 8.5 para janelas de tempo 2011 – 2040; 2041 – 2070 e 2071-2099. Efeitos de ondas de calor Duarte Costa e Christovam Barcellos INCT – MC - FIOCRUZ
  • 38. Difusão recente de dengue no Brasil Expansão da área de transmissão permanente (2001 a 2012) A Amazônia e sul como barreiras Barcellos & Lowe, 2013.
  • 39. Eventos climáticos extremos Estudos de caso: Enchentes em Santa Catarina – 2008 Impactos dos desastres climáticos sobre a saúde 39 0 5 10 15 20 0 50 100 150 200 2008/Abr 2008/Ago 2008/Dez 2009/Abr 2009/Ago 2009/Dez D.Infecciosas Fraturas AVC Leptospirose Volume de internações em municípios afetados pelas enchentes, Santa Catarina, 2008 Christovam Barcellos INCT – MC - FIOCRUZ
  • 40. Áreas de Risco Densidade Urbana VETORES Acesso a Serviços de Saúde Saneamento Habitação Cortesia de Ulisses E C Confalonieri
  • 41. APRESENTAÇÃO CONCEITUAL DOS IMPACTOS NA SAÚDE EM VIRTUDE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O POTENCIAL DE DIMINUIÇÃO DESTES IMPACTOS ATRAVÉS DE ADAPTAÇÃO AR5 -WGII 2014
  • 42. QUAIS AS PROJEÇÕES DE TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO PARA O FUTURO?
  • 43. Projeções regionalizadas de clima nos biomas brasileiros da Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica (setores nordeste e sul/sudeste) e Pampa para os períodos de início (2011-2040), meados (2041-2070) e final (2071/2100) do século XXI, baseados nos resultados científicos de modelagem climática global e regional. As regiões com diferentes cores no mapa indicam o domínio geográfico dos biomas. PBMC 2013
  • 44. Schleussner et al (2015, ESD) Resumo das principais diferenças nos impactos climáticos entre um aquecimento de 1,5oC e 2oC acima dos 1,5oC pré- industriais e estilizados Cenários de 2oC ao longo do século XXI. Colchetes dão o intervalo provável (66%).
  • 45. Transformação das cidades em um mundo mais quente de 1,5°C ● Cumprir a ambição do Acordo de Paris de manter o aquecimento a 1,5°C exigirá uma "descarbonização e transformação" rápidas. ● Ao mesmo tempo, os moradores da cidade e a infraestrutura de que dependem enfrentarão mais frequentes inundações, secas, ondas de calor e intensos eventos de chuva, embora haja apenas 0,6ºC de aquecimento adicional necessário para atingir 1,5ºC. As transformações são definidas aqui como uma mudança ou transição que resulta em um sistema de gestão, política, tecnologia ou governança e as normas subjacentes e valores culturais que resultam em uma mudança de paradigma e o surgimento de novos protocolos e estratégias de gestão. ● Atingir um mundo de 1,5oC apresenta diferentes desafios para as cidades do Sul Global e do Norte Global. As cidades do Sul Global estarão mais expostas aos riscos climáticos e se engajarão em micro-adaptação, enquanto cidades no Norte Global poderão ter condições de pagar por projetos de adaptação de marco em escala maior. Solecki et al. (2018, Nature Climate Change)
  • 46. Continuação ● Conversão rápida para construções urbanas, mobilidade, economia e estilos de vida com baixo teor de carbono ou carbono zero - uma mudança que será difícil para as cidades que necessitam de modernização e para as que estão sendo construídas agora. ● Os caminhos para esse tipo de transformação urbana diferem significativamente no Norte Global e no Sul Global. Dentro e entre países e cidades, há fortes desigualdades entre os níveis de emissão dos ricos e dos pobres. O efeito desproporcional da mudança climática atinge mais duramente a população urbana mais pobre. Os governos locais na maioria das vezes precisam servir como agentes principais de transformação. ● Com incentivo significativo de redes de cidades globais como C40, ICLEI, Aliança de Prefeitos e UCCRN (Rede de Pesquisa de Mudança Climática Urbana), algumas cidades ao redor do mundo - algumas com parceiros provinciais / estaduais - começaram a desenvolver esforços integrados de adaptação climática e gás de efeito estufa estratégias de redução. Abordagens convencionais de planejamento urbano e estratégias de capacitação para enfrentar a crescente vulnerabilidade a eventos extremos e demandas crescentes por uma transição para uma economia de baixo carbono estão provando-se inadequada à medida que a necessidade de uma transformação em grande escala para alcançar um mundo mais quente de 1.5oC se torna evidente. Esses esforços devem agora passar para a super-velocidade, especialmente no Sul Global, onde a rápida urbanização, a vulnerabilidade às mudanças climáticas e a justiça ambiental colidem.
  • 47. Seis prioridades de pesquisa para cidades e mudanças climáticas ● Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas. As cidades são responsáveis por até 75% das emissões de CO2 relacionadas à energia. Até 2050, as necessidades de infraestrutura das cidades em crescimento nos países em desenvolvimento liberarão mais de 4 vezes o carbono total necessário para atingir o nível de infraestrutura atual nos países industrializados. ● As cidades estão cada vez mais sentindo o efeito das mudanças climáticas e do clima extremo. Até 2030, milhões de vidas e milhões de pessoas e US$ 4 trilhões em ativos estarão sob risco de tais eventos. ● A ciência precisa ter um papel mais forte na política e na prática urbana. Estudos interdisciplinares de longo prazo são necessários para reduzir as emissões de carbono e os riscos urbanos causados pelo aquecimento global. O artigo apresenta seis prioridades de pesquisa para cidades e mudanças climáticas, identificadas pelos membros do Comitê de Direção Científica da conferência CitiesIPCC, para fornecer uma base para discussão na conferência. ● As seis prioridades de pesquisa são: ○ Expandir observações, ○ Entenda as interações climáticas, ○ Estude assentamentos informais, ○ Aproveitar tecnologias disruptivas, ○ Transformação de suporte e ○ Reconhecer o contexto global de sustentabilidade. Bai et al, 2018, Nature
  • 48. Continuação • ● Pesquisadores, formuladores de políticas, profissionais e outras partes interessadas da cidade precisam fortalecer parcerias e produzir conhecimento juntos. Esta pesquisa e inovação para mitigar a mudança climática urbana e adaptar-se a ela deve ser apoiada em uma escala que combine com a magnitude do problema. ● Em particular, os autores concluem: ○ As universidades devem apoiar plataformas de dados e programas de pesquisa de longo prazo em suas cidades, compartilhando conhecimento nacional e internacionalmente; ○ As cidades devem estabelecer conselhos consultivos científicos, presididos por um assessor científico chefe, que possa melhorar o perfil da ciência, fortalecer a capacidade e a liderança e fornecer um ponto de contato; ○ Agências de financiamento devem fornecer subsídios para pesquisa interdisciplinar e estudos comparativos; e ○ As plataformas on-line devem ir além do compartilhamento de dados para ajudar pesquisadores, formuladores de políticas, profissionais e cidadãos a diagnosticar problemas, gerar soluções e testar e avaliar sua eficácia e incorporar o aprendizado.
  • 49. OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)
  • 50. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e Adaptação às Mudanças Climáticas nas Cidades ● Este artigo analisa como e por que os ODSs fornecem uma janela de oportunidade para a criação de abordagens operacionais multidimensionais para a adaptação às mudanças climáticas nas cidades. De fato, o ODS 11 autônomo sobre as cidades e o clima dos ODS 13, em particular, destaca a necessidade urgente de explorar as oportunidades que a urbanização poderia dar ao enfrentar as mudanças climáticas e outros desafios iníquos que os ODS foram projetados para enfrentar. ● Este artigo destaca o fato de que os conceitos mais avançados, como cidades inteligentes e cidades verdes, muitas vezes confundem não apenas tomadores de decisão, mas planejadores, profissionais e membros do público, quando falamos sobre adaptação às mudanças climáticas. ● No entanto, com base em seu escopo, os ODS desempenham um papel importante na criação de uma narrativa mais inclusiva que cubra as dimensões social, econômica política e institucional do desenvolvimento. O documento enfatiza a necessidade do seguinte: 1) Construir abordagens multidimensionais para redirecionar o planejamento urbano de forma a refletir o paradigma dos ODS para uma urbanização integrada, multidisciplinar e inclusiva e adaptação às mudanças climáticas - isso é muito importante para os países em desenvolvimento. 2) preencher as lacunas entre o planejamento e a implementação da adaptação: em muitos países em desenvolvimento há fragmentação, confusão e pensamento em silos na implementação de estratégias de adaptação às mudanças climáticas entre as partes interessadas e as agências. Finalmente, o documento pede uma ação rápida na implementação da adaptação às mudanças climáticas e nos ODS nos países em desenvolvimento. Rodriguez et al, 2018, Nature Climate Change
  • 52. ADAPTAÇÃO EFETIVA À MUDANÇA CLIMÁTICA E AOS EXTREMOS NAS MACROMETRÓPOLIS O GRANDE DESAFIO
  • 53. OBRIGADO PELA ATENÇÃO Prof. Tércio Ambrizzi – ambrizzi@model.iag.usp.br INter-disciplinary CLimate INvEstigation Center www.incline.iag.usp.br