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DEFINIÇÃO DE CORROSÃO
• Processo inverso da Metalurgia Extrativa, em que
  o metal retorna ao seu estado original.
• Corrosão é a destruição ou deterioração de um
  material devido à reação química ou eletroquímica
  com seu meio
• Corrosão é a transformação de um material pela
  sua interação química ou eletroquímica com o
  meio
ENGENHARIA DE CORROSÃO
• Aplicação de ciência e trabalho para prevenir ou controlar
  a corrosão de maneira econômica e segura
• Princípios químicos e metalúrgicos
• Propriedades mecânicas dos materiais
• Natureza dos meios corrosivos
• Disponibilidade de materiais
• Processos de fabricação
• Projeto
• Ensaios de corrosão
Resistência à corrosão


Disponibilidade                       Custo
                        Material
Resistência Mecânica                  Aparência


                  Processo de Fabricação
Aspectos eletroquímicos


Aspectos               Resistência à        Aspectos
Físico-Químicos        Corrosão             Metalúrgicos


                        Aspectos
                      Termodinâmicos
MEIOS DE CORROSÃO
• Atmosfera
• Principais Parâmetros:
  - materiais poluentes
  - umidade relativa
  - temperatura
  - intensidade e direção dos ventos
  - variações de temperatura e umidade
  - chuvas
  - radiação
MEIOS DE CORROSÃO
• Classificação:
  - Rural
  - Industrial
  - Marinha
  - Urbana
  - Urbana- Industrial
  - outras combinações
MEIOS DE CORROSÃO
• Meio aquoso
  - Águas naturais: água salgada e água doce
   - gases dissolvidos
   - sais dissolvidos
   - material orgânico
   - bactérias e algas
   - sólidos em suspensão
   - pH e temperatura
   - velocidade da água
MEIOS DE CORROSÃO
• Meio aquoso
  - Águas naturais: água salgada e água doce
   - gases dissolvidos
   - sais dissolvidos
   - material orgânico
   - bactérias e algas
   - sólidos em suspensão
   - pH e temperatura
   - velocidade da água
MEIOS DE CORRROSÃO
• Meios líquidos artificiais: produtos químicos em geral

• Solos:
  - aeração, umidade e pH
  - microorganismos
  - condições climáticas
  - heterogeneidades do solo
  - presença de sais, água e gases
  - resistividade elétrica
  - correntes de fuga
MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO

    Célula Eletroquímica: Célula de Daniell
MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO

Corrosão: a resistência entre os eletrodos é nula:
célula em curto-circuito
MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO


Exemplo: reação do zinco na presença de ácido clorídrico

               Zn + 2HCl         ZnCl2 + H2


                Zn + 2H+         Zn2+ + H2


      Reação de oxidação (anódica): Zn      Zn2+ + 2e
      Reação de redução (catódica): 2 H+ + 2e     H2
MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO


As reações anódica e catódica são reações parciais

Ambas reações acontecem simultaneamente e à mesma
  velocidade sobre a superfície do metal: não há acúmulo de
  carga elétrica

Qualquer reação que pode ser dividida em dois processos
  parciais de oxidação e redução é denominada reação
  eletroquímica
MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO


• Reações catódicas
• Evolução de hidrogênio (meios ácidos)
              2H+ + 2e        H2
• Redução de oxigênio (soluções ácidas)
            O2 + 4H+ + 4e      4OH-
• Redução de oxigênio (soluções neutra ou básicas)
          O2 + 2H2O + 4e         4OH-
• Redução de íon metálico     M3+ + e       M2+
• Deposição de metal          M+ + e        M
MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO


         Metal sofrendo corrosão consiste:
  • região que cede eletrons dissolução do metal
    (corrosão)      reação anódica
  • condutor eletrônico
  • região que consome eletrons      reação catódica
  • condutor iônico: eletrólito



       Teoria de Células Locais
MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO


• Fontes de Corrosão Eletroquímica
• Heterogeneidades primárias: são inerentes
  ao material
     • Impurezas no metal
     • Ligas
     • Vérticies e arestas de cristais
     • Pontos de ruptura de filmes protetore
MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO


• Heterogeneidades secundárias: não
  inerentes ao material
     • Correntes elétricas de fuga
     • contatos bimetálicos
     • diferenças no meio corrosivo (aeração,
       concentração)
CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE

• Ciência dos materiais: interpreta as propriedades dos
  materiais em termos das interações entre átomos e
  moléculas que constituem o todo do material
  interpretação parcial do comportamento do material.

• Ciência de Superfície: permite explicar falhas inesperadas
  através da associação com eventos que se dão na superfície
             associação de um defeito em escala atômica na
  superfície causado por uma reação de superfície e uma
  tensão aplicada ou residual.
CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE

• INTERFACES

Metal: é constituído de partículas carregadas positivas e
  negativas balanceadas entre si - condutor eletrônico

Filme de umidade: moléculas de água, oxigênio e hidrogênio
   - condutor iônico

Interface entre um condutor eletrônico e um condutor iônico
CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE

• Moléculas de água são dipolos elétricos
                 - +
                 - +
                 - +
                 - +
• Troca de carga
              + -     2H+ + 2e          H2
              + -       H2       2H+ + 2e
              + -
CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE

• Independentemente da forma como ocorre, sempre que há
  uma interface, ocorre o carregamento de ambos os lados
  desta interface, e o desenvolvimento de uma diferença de
  potencial através da INTERFASE. Esse carregamento
  ocorre antes que as cargas nas duas fases sejam iguais em
  magnitude mas de sinais opostos
• Todas as interfaces são eletrificadas e as superfícies têm
  excesso de carga. Esse excesso de carga é que afeta as
  propriedades de superfície dos materiais fazendo-as
  desviar daquelas determinadas para o material como um
  todo.
CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE

• Eletroquímica é a ciência que estuda as conseqüências da
  transferência de cargas elétricas de uma fase para outra

• A ciência eletroquímica estuda, principalmente, a situação
  superficial, particularmente aquelas resultantes das
  propriedades elétricas da interfase.
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• Sistema Eletroquímico
  - um condutor eletrônico em contato com um condutor
  iônico (eletrólito) que consiste de ions em movimento



Interações ion- solvente          Interações ion-ion
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• Água: estruturalmente é descrita como uma forma
  quebrada e xpandida do retículo do gelo, havendo um grau
  considerável de ordem a curta-distância, caracterizada por
  ligações tetraédricas.
• Moléculas que formam o retículo + moléculas livres que se
  movimentam livremente
• A molécula de água é polar - dipolo elétrico



         O que acontece na presença de ions?
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• Ions orientam dipolos
• Considerando o ion como uma carga pontual e as
  moléculas de solvente como dipolos elétricos = interação
  ion-solvente

• Passa a existir uma entidade ion-solvente que se
  movimenta como uma entidade cinética única
O ion e seu envólucro de moléculas de água são uma
entidade cinética única




                           H H



               H                   H
                           +
               H                   H



                       H       H
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• O que acontece a determinada distância do ion?

1. Região primária: região próxima ao ion no qual o campo
   iônico tenta alinhar os dipolos das moléculas de água

2. Na região distante do ion mantém-se o retículo da água

3. Região secundária: região intermediária, onde a orientação
   depende da distância com relação ao ion.
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• Essas interações geram a energia de solvatação, ou seja, a
  energia de ligação entre ion e solvente:

1. Se o ion está fortemente ligado ao solvente não será fácil a
   reação de troca de carga

2. Se o ion está fracamente ligado ao solvente a troca de carga
   será facilitada.
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• Interação ion-ion: depende fortemente da concentração dos
  ions em solução

1. Para soluções diluídas a interação é do tipo eletrostática

2. Para maiores concentrações, os ions aproximam-se uns dos
   outros podendo ocorrer a sobreposição das camadas de
   solvatação: interações do tipo eletrostática e do tipo ion-
   dipolo
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• Transporte de ion em solução

1. Se houver uma diferença de concentração de ions em
   regiões distintas do eletrólito: gradiente de concentração,
   produzindo um fluxo de ions = difusão
   Num sistema eletroquímico: se um eletrodo está doando
   eletrons a cátions metálicos existirá um gradiente de
   concentração na direção do eletrodo. A difusão ocorre em
   direção ao eletrodo
ELETROQUÍMICA BÁSICA

2. Se houver diferenças no potencial eletrostático em vários
   pontos do eletrólito, o campo elétrico gerado produz um
   fluxo de cargas na direção do campo = condução

campo elétrico = diferença de potencial através da solução
                      distância entre os eletrodos

Resultante: a velocidade de chegada dos ions a um eletrodo
  irá depender do gradiente de concentração e do campo
  elétrico na solução
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• Difusão: predominante na região próxima à interface
• Condução: predominante na região intermediária entre os
  eletrodos, onde não há gradiente de concentração.
  - os ânions movem-se mais rapidamente que os cátions
  - para a densidade de corrente total carregada pelos ions
  dá-se o nome de i, onde
                i = i- + i +
  - número de transporte: t+ = i+/i     t- = i-/i
ELETROQUÍMICA BÁSICA

• Para cada eletron doado em um eletrodo deve-se ter um
  ion recebendo eletron no outro: correntes iguais

• Fazer com que as correntes sejam iguais em cada eletrodo
  é papel da difusão. Os gradientes de concentração nos
  eletrodos irão se ajustar de forma que a corrente seja igual
  nos dois.
A DUPLA CAMADA ELÉTRICA

• As propriedades da região de fronteira eletrodo/eletrólito
  são anisotrópicas, e dependem da distância entre as fases.
• Ocorre uma orientação preferencial dos dipolos do
  solvente e excesso de carga na superfície do eletrodo, em
  decorrência da orientação existente no eletrólito.
• Resultado: separação de cargas através da interface
  eletrodo/eletrólito, embora a interfase seja eletricamente
  neutra.
• Em decorrência da separação de cargas aparece uma
  diferença de potencial através da fronteira
  eletrodo/eletrólito
A DUPLA CAMADA ELÉTRICA

• ddp = 1V
• Dimensão da interfase = 10 angstrons
• Gradiente de potencial = 107 V/cm         essência da
  eletroquímica

• Dupla camada elétrica: descrve o arranjo das cargas e a
  orientação dos dipolos que constituem a interfase na
  fronteira = interface eletrificada
A DUPLA CAMADA ELÉTRICA


• Para os processos corrosivos a influência da dupla camada
  recai sobre a velocidade com que esses processos ocorrem.
  A velocidade de corrosão depende parcialmente da
  estrutura da dupla camada, isto é, do campo elétrico
  através da interfase. Sendo assim, a dupla camada
  influencia a estabilidade das superfícies metálicas e como
  conseqüência a resistência mecânica desses materiais.

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Definição e aspectos da corrosão

  • 1. DEFINIÇÃO DE CORROSÃO • Processo inverso da Metalurgia Extrativa, em que o metal retorna ao seu estado original. • Corrosão é a destruição ou deterioração de um material devido à reação química ou eletroquímica com seu meio • Corrosão é a transformação de um material pela sua interação química ou eletroquímica com o meio
  • 2. ENGENHARIA DE CORROSÃO • Aplicação de ciência e trabalho para prevenir ou controlar a corrosão de maneira econômica e segura • Princípios químicos e metalúrgicos • Propriedades mecânicas dos materiais • Natureza dos meios corrosivos • Disponibilidade de materiais • Processos de fabricação • Projeto • Ensaios de corrosão
  • 3. Resistência à corrosão Disponibilidade Custo Material Resistência Mecânica Aparência Processo de Fabricação
  • 4. Aspectos eletroquímicos Aspectos Resistência à Aspectos Físico-Químicos Corrosão Metalúrgicos Aspectos Termodinâmicos
  • 5. MEIOS DE CORROSÃO • Atmosfera • Principais Parâmetros: - materiais poluentes - umidade relativa - temperatura - intensidade e direção dos ventos - variações de temperatura e umidade - chuvas - radiação
  • 6. MEIOS DE CORROSÃO • Classificação: - Rural - Industrial - Marinha - Urbana - Urbana- Industrial - outras combinações
  • 7. MEIOS DE CORROSÃO • Meio aquoso - Águas naturais: água salgada e água doce - gases dissolvidos - sais dissolvidos - material orgânico - bactérias e algas - sólidos em suspensão - pH e temperatura - velocidade da água
  • 8. MEIOS DE CORROSÃO • Meio aquoso - Águas naturais: água salgada e água doce - gases dissolvidos - sais dissolvidos - material orgânico - bactérias e algas - sólidos em suspensão - pH e temperatura - velocidade da água
  • 9. MEIOS DE CORRROSÃO • Meios líquidos artificiais: produtos químicos em geral • Solos: - aeração, umidade e pH - microorganismos - condições climáticas - heterogeneidades do solo - presença de sais, água e gases - resistividade elétrica - correntes de fuga
  • 10. MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO Célula Eletroquímica: Célula de Daniell
  • 11. MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO Corrosão: a resistência entre os eletrodos é nula: célula em curto-circuito
  • 12. MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO Exemplo: reação do zinco na presença de ácido clorídrico Zn + 2HCl ZnCl2 + H2 Zn + 2H+ Zn2+ + H2 Reação de oxidação (anódica): Zn Zn2+ + 2e Reação de redução (catódica): 2 H+ + 2e H2
  • 13. MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO As reações anódica e catódica são reações parciais Ambas reações acontecem simultaneamente e à mesma velocidade sobre a superfície do metal: não há acúmulo de carga elétrica Qualquer reação que pode ser dividida em dois processos parciais de oxidação e redução é denominada reação eletroquímica
  • 14. MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO • Reações catódicas • Evolução de hidrogênio (meios ácidos) 2H+ + 2e H2 • Redução de oxigênio (soluções ácidas) O2 + 4H+ + 4e 4OH- • Redução de oxigênio (soluções neutra ou básicas) O2 + 2H2O + 4e 4OH- • Redução de íon metálico M3+ + e M2+ • Deposição de metal M+ + e M
  • 15. MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO Metal sofrendo corrosão consiste: • região que cede eletrons dissolução do metal (corrosão) reação anódica • condutor eletrônico • região que consome eletrons reação catódica • condutor iônico: eletrólito Teoria de Células Locais
  • 16. MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO • Fontes de Corrosão Eletroquímica • Heterogeneidades primárias: são inerentes ao material • Impurezas no metal • Ligas • Vérticies e arestas de cristais • Pontos de ruptura de filmes protetore
  • 17. MECANISMO ELETROQUÍMICO DA CORROSÃO • Heterogeneidades secundárias: não inerentes ao material • Correntes elétricas de fuga • contatos bimetálicos • diferenças no meio corrosivo (aeração, concentração)
  • 18. CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE • Ciência dos materiais: interpreta as propriedades dos materiais em termos das interações entre átomos e moléculas que constituem o todo do material interpretação parcial do comportamento do material. • Ciência de Superfície: permite explicar falhas inesperadas através da associação com eventos que se dão na superfície associação de um defeito em escala atômica na superfície causado por uma reação de superfície e uma tensão aplicada ou residual.
  • 19. CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE • INTERFACES Metal: é constituído de partículas carregadas positivas e negativas balanceadas entre si - condutor eletrônico Filme de umidade: moléculas de água, oxigênio e hidrogênio - condutor iônico Interface entre um condutor eletrônico e um condutor iônico
  • 20. CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE • Moléculas de água são dipolos elétricos - + - + - + - + • Troca de carga + - 2H+ + 2e H2 + - H2 2H+ + 2e + -
  • 21. CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE • Independentemente da forma como ocorre, sempre que há uma interface, ocorre o carregamento de ambos os lados desta interface, e o desenvolvimento de uma diferença de potencial através da INTERFASE. Esse carregamento ocorre antes que as cargas nas duas fases sejam iguais em magnitude mas de sinais opostos • Todas as interfaces são eletrificadas e as superfícies têm excesso de carga. Esse excesso de carga é que afeta as propriedades de superfície dos materiais fazendo-as desviar daquelas determinadas para o material como um todo.
  • 22. CIÊNCIA DA SUPERFÍCIE • Eletroquímica é a ciência que estuda as conseqüências da transferência de cargas elétricas de uma fase para outra • A ciência eletroquímica estuda, principalmente, a situação superficial, particularmente aquelas resultantes das propriedades elétricas da interfase.
  • 23. ELETROQUÍMICA BÁSICA • Sistema Eletroquímico - um condutor eletrônico em contato com um condutor iônico (eletrólito) que consiste de ions em movimento Interações ion- solvente Interações ion-ion
  • 24. ELETROQUÍMICA BÁSICA • Água: estruturalmente é descrita como uma forma quebrada e xpandida do retículo do gelo, havendo um grau considerável de ordem a curta-distância, caracterizada por ligações tetraédricas. • Moléculas que formam o retículo + moléculas livres que se movimentam livremente • A molécula de água é polar - dipolo elétrico O que acontece na presença de ions?
  • 25. ELETROQUÍMICA BÁSICA • Ions orientam dipolos • Considerando o ion como uma carga pontual e as moléculas de solvente como dipolos elétricos = interação ion-solvente • Passa a existir uma entidade ion-solvente que se movimenta como uma entidade cinética única
  • 26. O ion e seu envólucro de moléculas de água são uma entidade cinética única H H H H + H H H H
  • 27. ELETROQUÍMICA BÁSICA • O que acontece a determinada distância do ion? 1. Região primária: região próxima ao ion no qual o campo iônico tenta alinhar os dipolos das moléculas de água 2. Na região distante do ion mantém-se o retículo da água 3. Região secundária: região intermediária, onde a orientação depende da distância com relação ao ion.
  • 28. ELETROQUÍMICA BÁSICA • Essas interações geram a energia de solvatação, ou seja, a energia de ligação entre ion e solvente: 1. Se o ion está fortemente ligado ao solvente não será fácil a reação de troca de carga 2. Se o ion está fracamente ligado ao solvente a troca de carga será facilitada.
  • 29. ELETROQUÍMICA BÁSICA • Interação ion-ion: depende fortemente da concentração dos ions em solução 1. Para soluções diluídas a interação é do tipo eletrostática 2. Para maiores concentrações, os ions aproximam-se uns dos outros podendo ocorrer a sobreposição das camadas de solvatação: interações do tipo eletrostática e do tipo ion- dipolo
  • 30. ELETROQUÍMICA BÁSICA • Transporte de ion em solução 1. Se houver uma diferença de concentração de ions em regiões distintas do eletrólito: gradiente de concentração, produzindo um fluxo de ions = difusão Num sistema eletroquímico: se um eletrodo está doando eletrons a cátions metálicos existirá um gradiente de concentração na direção do eletrodo. A difusão ocorre em direção ao eletrodo
  • 31. ELETROQUÍMICA BÁSICA 2. Se houver diferenças no potencial eletrostático em vários pontos do eletrólito, o campo elétrico gerado produz um fluxo de cargas na direção do campo = condução campo elétrico = diferença de potencial através da solução distância entre os eletrodos Resultante: a velocidade de chegada dos ions a um eletrodo irá depender do gradiente de concentração e do campo elétrico na solução
  • 32. ELETROQUÍMICA BÁSICA • Difusão: predominante na região próxima à interface • Condução: predominante na região intermediária entre os eletrodos, onde não há gradiente de concentração. - os ânions movem-se mais rapidamente que os cátions - para a densidade de corrente total carregada pelos ions dá-se o nome de i, onde i = i- + i + - número de transporte: t+ = i+/i t- = i-/i
  • 33. ELETROQUÍMICA BÁSICA • Para cada eletron doado em um eletrodo deve-se ter um ion recebendo eletron no outro: correntes iguais • Fazer com que as correntes sejam iguais em cada eletrodo é papel da difusão. Os gradientes de concentração nos eletrodos irão se ajustar de forma que a corrente seja igual nos dois.
  • 34. A DUPLA CAMADA ELÉTRICA • As propriedades da região de fronteira eletrodo/eletrólito são anisotrópicas, e dependem da distância entre as fases. • Ocorre uma orientação preferencial dos dipolos do solvente e excesso de carga na superfície do eletrodo, em decorrência da orientação existente no eletrólito. • Resultado: separação de cargas através da interface eletrodo/eletrólito, embora a interfase seja eletricamente neutra. • Em decorrência da separação de cargas aparece uma diferença de potencial através da fronteira eletrodo/eletrólito
  • 35. A DUPLA CAMADA ELÉTRICA • ddp = 1V • Dimensão da interfase = 10 angstrons • Gradiente de potencial = 107 V/cm essência da eletroquímica • Dupla camada elétrica: descrve o arranjo das cargas e a orientação dos dipolos que constituem a interfase na fronteira = interface eletrificada
  • 36. A DUPLA CAMADA ELÉTRICA • Para os processos corrosivos a influência da dupla camada recai sobre a velocidade com que esses processos ocorrem. A velocidade de corrosão depende parcialmente da estrutura da dupla camada, isto é, do campo elétrico através da interfase. Sendo assim, a dupla camada influencia a estabilidade das superfícies metálicas e como conseqüência a resistência mecânica desses materiais.