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CADERNOS 

RUMO À EXCELÊNCIA





                     CLIENTES
SÉRIE CADERNOS RUMO À EXCELÊNCIA

RESPONSABILIDADE                                                             COLABORAÇÃO
Antônio Tadeu Pagliuso – Superintendente Geral                               Carla Marina Soriano
Marcelo Marinho Aidar – Superintendente de Premiação e                       C. Adriano Silva
Aplicações do MEG                                                            Christiane Rodrigues Correia



REDAÇÃO                                                                      PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA
COORDENAÇÃO GERAL
                                                           Inah de Paula Comunicações
Caio Márcio Becker Soares


REVISOR TÉCNICO

                                                                             © DIREITOS RESERVADOS
Ronaldo Darwich Camillo

                                                                             Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação
EQUIPE
                                                                      sem o prévio consentimento, por escrito, da FNQ.
Critério 1 - Ivana Mara Rodrigues da Silva.

Critério 2 - Marcel Menezes Fortes.

Critério 3 - Gênia Porto.
                                                   Publicado por
Critério 4 - José Neci Corrêa Oliveira Junior e Nicole Orfali.

Critério 5 - Ivana Mara Rodrigues da Silva.

Critério 6 - Roberta Aquino.

Critério 7 - João Gilberto Andrade.

Critério 8 - Juliano Reimundo Zimmermann.


REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL

Mônica Silva





MISSÃO                                                                       VISÃO

Disseminar os fundamentos da excelência em                                   Ser um dos principais centros mundiais de
gestão para o aumento de competitividade das                                 estudo, debate e irradiação de conhecimento
organizações e do Brasil.                                                    sobre excelência em gestão.




Fundação Nacional da Qualidade
   Cadernos Rumo à Excelência®: Clientes / Fundação Nacional da Qualidade. - São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008.
   – (Série Cadernos Rumo à Excelência)

    Inclui bibliografia

    ISBN 978-85-60362-71-4


        1. 	 Rumo à Excelência. 2. Fundação Nacional da Qualidade. 3. Gestão da Qualidade Total. 4. Excelência empresarial.

                                                                                                              CDD 658.562




2 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
APRESENTAÇÃO

Este Caderno compõe a série Cadernos Rumo à Excelência, que tem por finalidade divulgar o Modelo de Excelência
da Gestão® (MEG) da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade nos seus níveis de maturidade da gestão. Desti-
na-se a esclarecer as dúvidas de seus usuários sobre o Modelo e a satisfazer aqueles que desejam aprofundar seus
conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma valiosa ferramenta para quem pretende aperfeiçoar-se como membro
da Banca Examinadora dos Prêmios Regionais, aprimorar a gestão de sua organização ou preparar uma candidatura
aos Prêmios Regionais ou Setoriais.

O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está apresentado na publicação Rumo à Excelência – Critérios para
a avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional”, editada, anualmente, pela FNQ. Para uma leitura mais
eficaz dos cadernos desta série, recomenda-se que seja efetuada em conjunto com os fundamentos da excelência e
os critérios Rumo à Excelência.

Os Cadernos Rumo à Excelência são publicados na forma de “apostila”, de modo a tornar a leitura mais agradável e a
facilitar seu manuseio. A série está organizada em nove volumes:


  • 	 Introdução ao Modelo de Gestão da                     • Sociedade

      Excelência da Gestão® (MEG)
                                                            • Informações e Conhecimento

  • Liderança
    	
                                                            • Pessoas
                                                              	
  • 	 Estratégias e Planos
                                                            • Processos
                                                              	
  • Clientes
    	
                                                            • Resultados
                                                              	



Escritos em linguagem acessível, os Cadernos Rumo à Excelência descrevem como os requisitos do Rumo à Excelência
podem ser implementados a partir de soluções práticas, sem caráter prescritivo. Como ilustração, são apresentados
exemplos de empresas finalistas ou vencedoras dos Prêmios Regionais, revelando o quanto podem ser proativas,
refinadas ou inovadoras as abordagens adotadas.

Espera-se que o leitor seja estimulado a consultar os Cadernos Rumo à Excelência sempre que necessário e que se
beneficie com os exemplos apresentados. A série está disponível também em meio eletrônico – www.fnq.org.br.

Equipe de Redação




                                                                        Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 3
CLIENTES



                          SUMÁRIO

                          APRESENTAÇÃO....................................................................................................................3
                          INTRODUÇÃO ........................................................................................................................5
                          IMAGEM E CONHECIMENTO DE MERCADO.............................................................7
                          RELACIONAMENTO COM CLIENTES.........................................................................12
                          BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................16




4 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
INTRODUÇÃO

A sobrevivência e o sucesso de uma organização estão
diretamente relacionados à sua capacidade de atender
às necessidades e expectativas dos clientes, as quais
devem ser identificadas e entendidas. Uma das apli-
cações mais comuns desse entendimento refere-se à
definição dos requisitos para que os produtos possam
ser desenvolvidos de forma a criar o valor necessário
para conquistar e fidelizar os clientes.

O que se quer dizer com o termo cliente? Para uma
empresa que fabrica caldeiras domésticas, seriam os
arquitetos que especificam esse tipo de caldeiras? Se-
riam os comerciantes que as mantêm em estoque para
venda? Seriam os instaladores que as buscam com os         respeito somente à região geográfica onde a organização
comerciantes e as instalam nas casas? Ou as pessoas        exerce suas atividades, mas, principalmente, às pessoas
das casas que usam a caldeira?                             físicas e/ou jurídicas que a organização atende ou pode
                                                           vir a atender com seus produtos. Esses clientes que
Neste sentido, definir cliente como “a pessoa que          podem vir a ser atendidos são os denominados “clien-
toma uma decisão de compra” seria muito limitado,          tes potenciais”, que podem estar sendo atendidos pela
pois exclui os clientes potenciais, os ex-clientes e       concorrência ou os usuários de outros produtos, que são
as pessoas que influenciam os clientes. Portanto, o        considerados como concorrência indireta. Um exemplo
conceito mais abrangente de cliente refere-se àque-        de concorrência indireta seria a TV versus cinema ou
las organizações e pessoas que recebem os produtos         teatro. Assim, mercado vem a ser o somatório de clien-
oferecidos por outra organização. Consumidor, usuá-        tes atuais e de clientes potenciais.
rio final, beneficiário e comprador são exemplos de
outras denominações para clientes. Entretanto, nos         Em algumas Organizações de Direito Privado sem Fins
Critérios Rumo à Excelência o termo Cliente é adotado      Lucrativos não se aplica o conceito de concorrência no
como definição padrão para todas às demais denomi-         sentido comumente usado. Neste caso, o estímulo ao
nações associadas.                                         atendimento às necessidades dos clientes tem de provir
                                                           do estabelecimento de desafios para a busca da excelên-
Se a organização se relaciona com diferentes tipos         cia no desempenho institucional. Essa busca implica em
de clientes, compondo uma cadeia de suprimen-              obter um alto grau de competência e credibilidade, re-
tos, também deve considerar essa distinção. Nesse          tendo os clientes atuais e conquistando novos clientes.
grupo de clientes podem ser incluídos atacadistas,         Em outras, há uma certa concorrência, materializada atra-
varejistas, franqueados, distribuidores ou represen-       vés da livre opção, por parte dos clientes, em fazer parte
tantes autorizados.                                        ou não de determinada sociedade ou em adquirir ou não
                                                           determinados produtos. Nestes casos, as Organizações
Pode acontecer, no setor público, por exemplo, que al-     de Direito Privado sem Fins Lucrativos disputam entre
guma organização afirme que toda a sociedade seja seu      si os recursos disponíveis pelos clientes comuns, obtendo
cliente uma vez que ela toda é o objetivo e razão do go-   sucesso as que melhor atenderem às suas necessidades.
verno. Teoricamente a afirmação está correta, porém,
conforme descrito anteriormente, cliente é aquele que      No setor público, mercado é a união do conjunto dos
recebe o produto da organização, ou o “destinatário/re-    cidadãos/organizações atendidas com o conjunto dos
ceptor” imediato do produto. Assim, por exemplo, os        cidadãos/organizações que potencialmente poderiam
clientes de um hospital são as pessoas ou entidades        ser atendidos. Temos, portanto, o público-alvo total a
que o buscam para algum tipo de atendimento ou ou-         ser atingido.
tro serviço. Os clientes de uma escola são as pessoas
ou entidades que a procuram para obtenção de algum         A figura representativa do Modelo de Excelência
produto (ensino, pesquisa e desenvolvimento, aluguel       da Gestão® simboliza a organização, considerada um
de infra-estrutura etc.).                                  sistema orgânico e adaptável que interage com o am-
                                                           biente externo. Neste modelo está inserido o Critério
Já o conceito relacionado a mercado é entendido como o     Clientes que se relaciona com os demais critérios na me-
ambiente socioeconômico-concorrencial em que as ati-       dida em que aborda o entendimento das necessidades
vidades de uma organização são exercidas para suprir as    dos clientes e do mercado que permitirá subsidiar o
necessidades e expectativas do conjunto de pessoas ou      processo de formulação das estratégias tendo como
entidades envolvidas. O conceito de mercado não diz        foco os resultados.


                                                                        Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 5
No Modelo de Excelência da Gestão® o Critério Clientes está diretamente relacionado ao
                          fundamento Conhecimento sobre o Cliente e o Mercado, que preconiza a criação e entrega de
                          valor para o cliente de forma proativa e duradoura. Incorporar este fundamento nos proces-
                          sos gerenciais significa utilizar práticas de gestão que permitam conhecer as necessidades e
                          expectativas dos diferentes grupos de clientes visando desenvolver e oferecer produtos ou
                          serviços diferenciados. No Modelo de Excelência da Gestão® estas práticas estão agrupadas
                          no Item Imagem e Conhecimento de Mercado.

                          Organizações com foco no cliente também estruturam práticas visando à promoção da satisfa-
                          ção e à conquista de sua fidelidade. Esse conjunto de práticas está correlacionado com o Item
                          Relacionamento com clientes.


                             Costumamos dizer na Caterpillar Brasil que não fazemos negócios, nós construímos
                             relacionamentos.
                             Caterpillar Brasil


                          As informações obtidas a partir das práticas de conhecimento do mercado e do relaciona-
                          mento com os clientes devem subsidiar a liderança (Critério Liderança) no estabelecimento
                          dos princípios organizacionais, na formulação das estratégias (Critério Estratégias e Planos)
                          e na definição dos requisitos dos projetos e processos (Critério Processos). Isto demonstrará
                          o entendimento da lógica de interdependência entre os vários subsistemas organizacionais e
                          conseqüentemente o exercício do fundamento pensamento sistêmico.

                          O avanço do estágio de maturidade da gestão das organizações irá depender do grau em que suas
                          práticas de gestão apresentam características de proatividade de forma que a organização seja
                          capaz de se antecipar aos fatos, assim como o uso continuado e abrangente dessas práticas (con-
                          tinuidade e disseminação). É fundamental também que as práticas sejam estruturadas sem
                          perder de vista o alinhamento com as estratégias, objetivos, interação entre áreas e outras práticas
                          de gestão da organização (integração), assim como passarem por avaliações periódicas para que
                          sejam aperfeiçoadas (refinamento) e, demonstrar o aprendizado organizacional.

                          Para uma maior compreensão do Modelo de Excelência da Gestão® e dos critérios que o
                          compõem, é importante a leitura do Caderno de Introdução ao Modelo de Excelência da Gestão.

                          Para exemplificar os fatores apresentados anteriormente, tomaremos como exemplo a seguir
                          uma prática de avaliação da satisfação de clientes.

                          Desde 2003 (continuidade) a pesquisa para avaliar a satisfação dos clientes é conduzida por
                          uma empresa especializada. O questionário está organizado por linha de produto e aplicado
                          a todos os clientes (disseminação), sendo preenchido por meio de entrevistas. Há uma
                          meta de 7% de retorno dos questionários para assegurar amostragem estatisticamente válida
                          (padrões de trabalho). O Assistente de Vendas monitora o retorno dos questionários e o
                          reporta semanalmente ao Gerente de marketing juntamente com os resultados tabulados
                          (controle – acompanhamento da execução da prática).

                          Um mês após as entrevistas dos grandes clientes, esses são visitados por um diretor para obter
                          feedback e para buscar novas oportunidades de negócio para a organização. (integração – inter-
                          relação com uma das práticas de Liderança – Critério 1)

                          Nos últimos cinco anos, o método de entrevista e os questionários utilizados na pesquisa foram
                          aprimorados três vezes com base na avaliação dos respondentes sobre a qualidade da pesquisa
                          e por meio de novas experiências trazidas pela consultoria (refinamento).




6 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
Para a segmentação do mercado podem ser seguidos
IMAGEM E                                                           os seguintes passos:

CONHECIMENTO                                                       1) 	Identificação do mercado: inclui uma análise
                                                                       cuidadosa, identificando a área geográfica de atu-
DE MERCADO                                                             ação da organização, os principais clientes e outros
                                                                       aspectos aplicáveis. Nesta etapa é importante que
                                                                       a organização adquira uma clara visão do seu mer-
                                                                       cado de atuação.
A organização geralmente adota práticas para conhecer
os clientes e os mercados e para se tornar conhecida.              2) 	 Escolha dos critérios para a divisão do mercado:
Isto implica que a organização precisa definir o seu                    os critérios para segmentação do mercado são par-
mercado de atuação com seus clientes-alvo, identifi-                    ticulares para cada organização. A escolha deve ser
cação das necessidades destes clientes, divulgação dos                  orientada pelo tipo de negócio, o tipo de mercado,
seus produtos e serviços e uma avaliação da imagem                      as características dos principais clientes identifica-
que consolide o conhecimento da organização sobre                       dos na etapa anterior, o porte da organização e ou-
como ela é reconhecida no mercado.                                      tros fatores pertinentes. A tabela 1 apresenta alguns
                                                                        exemplos de critérios de segmentação.
Para melhor entendimento de como atender aos re-                   3) 	Divisão do mercado: considerando os critérios
quisitos deste tema serão abordados a seguir, os seus                  pertinentes para o seu ramo de atuação a organi-
aspectos correlacionados.                                              zação deve fazer a divisão conceitual do mercado,
                                                                       identificando claramente os segmentos e respecti-
SEGMENTAÇÃO DO MERCADO E DEFI-                                         vos clientes, além dos grupos e subgrupos associa-
NIÇÃO DOS CLIENTES-ALVO                                                dos a cada segmento.
                                                                   4) 	Identificação dos clientes-alvo: em cada seg-
A segmentação do mercado e a definição dos clien-                      mento de mercado a organização deve analisar
tes-alvo são pontos básicos para identificar, analisar                 cada cliente verificando a sua relevância em rela-
e compreender as necessidades e expectativas dos                       ção à contribuição para a receita da organização, sua
clientes. Os clientes-alvo incluem os clientes atuais e                importância estratégica ou política nos negócios ou
potenciais, foco de interesse para o fornecimento de                   em relação a outros fatores pertinentes.
serviços ou produtos. A segmentação ainda pode in-
cluir os clientes da concorrência, ex-clientes e usuários
de soluções alternativas aos produtos ou serviços da               Tabela 1: Exemplos de critérios de segmentação
organização.                                                       Critérios de segmentação Baseado em
                                                                   grau de utilização         nível de consumo - (porte do cliente)
A segmentação é uma forma de dividir o mercado em                  benefícios                 benefícios procurados pelos clientes
subgrupos de clientes (ver figura 1) para permitir o                                          - (tipo de produto)
estabelecimento de um nível homogêneo de conheci-                  demográfica                características da população (raça,
mento das suas necessidades e expectativas.                                                   gênero, faixa etária, estado civil,
                                                                                              religião etc)
                                                                   sócio-econômica	           características sociais e econômicas da
                                                                                              população (renda, posses, escolaridade,
                                                     Mercado                                  classe social e ocupação profissional)
                                                                   geográfica                 critérios geográficos (localização,
        Segmento “A”    Segmento “B”                                                          densidade populacional)
                                            Segmento “C”
                                                                   psicográfica	              cultura (valores, tradies, estilo de vida,
                                                                                              interesses, opiniões, hábitos de
                                                                                              consumo).
                                                                   organização do mercado     setores existentes e organizados de
                                                                                              mercado



                                                                   Um conhecimento mais abrangente dos mercados, dos
                                                                   clientes e de suas necessidades e expectativas passou
    +     +     = participação no mercado           Cliente-alvo
                                                                   a ser fundamental para que a organização possa ofe-
                                                                   recer o que os diferentes tipos de clientes querem,
                                                                   caracterizando uma prática proativa. A prática adotada
Figura 1: Representação de mercado, segmentos e clientes-alvo      pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
Fonte: FNQ, Caderno de Excelência: Clientes, 2007                  (Coelba), descrita no quadro 1, exemplifica a proativi-
                                                                   dade nos critérios de segmentação.



                                                                                   Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 7
Quadro 1 – Segmentação de Clientes          normalmente não explicitadas ou latentes. O cliente “espera” que as ca-
da Coelba                                   racterísticas do produto atendam suas necessidades mais importantes ten-
                                            do em vista experiências passadas, comparações com produtos similares,
   Por força da legislação que              tecnologia disponível ou outros fatores. Como exemplos podem-se citar:
   regulamenta o setor elétrico,            cortesia do pessoal de atendimento, capacitação técnica dos profissionais,
   os clientes encontram-se seg-            acesso fácil às informações, instalações limpas e respostas rápidas às recla-
   mentados segundo Classes de              mações ou solicitações.
   Consumo e Tensão de Forneci-
   mento. A Coelba, anualmente              Portanto, é preciso que a organização tenha uma sistemática para entrar em
   durante o processo de plane-             contato com seus clientes, de tal forma que esse conhecimento resulte numa
   jamento estratégico, revisa os           vantagem competitiva no mercado. Para que se tornem eficazes, as práticas
   critérios de segmentação tendo           de gestão utilizadas para identificar as necessidades e expectativas dos clien-
   como base a nova realidade do            tes devem estar diretamente relacionadas às estratégias da organização, assim
   setor e o interesse da empresa           como à segmentação adotada para agrupar os clientes.
   em buscar maior proximidade
   e conhecimento dos clien-                O que os clientes querem? Esse questionamento deve ser respondido pelo pró-
   tes. Assim, novos critérios de           prio cliente para evitar as deduções feitas pelos profissionais das organizações a
   segmentação foram incluídos:             partir das suas próprias afirmações ou comportamentos, inferindo dessa forma
   Território, Ramo de Negócio              que as necessidades/expectativas e/ou desejos dos clientes são os mesmos seus.
   e Opção de pagamento de con-             O caminho mais simples e prático é fazer-lhes perguntas diretamente.
   tas gerando a segmentação de
   Grupo A, Grupo B, Prefeituras            Uma das ferramentas mais utilizadas para coletar as opiniões dos clientes é a
   Municipais, Poder Público fe-            pesquisa, sendo que os métodos adotados para coleta de dados podem ser do
   deral, Estadual, Clientes Rede,          tipo qualitativo ou quantitativo. As entrevistas e o questionário estão entre
   Clientes Especiais e Clientes            as abordagens mais comuns.
   Livres. Essa nova segmen-
   tação inclusive implicou em              As entrevistas permitem explorar ou examinar uma situação, identificar “por
   mudanças na estrutura organi-            quês” e desenvolver hipóteses. Elas são feitas a participantes selecionados,
   zacional, a exemplo da criação           podendo ser realizadas pessoalmente, por telefone ou e-mail. Podem ser
   do Departamento de Clientes              conduzidas individualmente ou em grupos; estruturadas (perguntas fecha-
   Corporativos.                            das) ou não-estruturadas (perguntas com resposta livre).

                                            Considerando que o processo de entrevista pode levar muito tempo e ser
Fonte: Relatório da Gestão, Coelba, 2006    caro, o questionário pode ser o método mais adequado. Um questionário
                                            é uma lista de perguntas cuidadosamente estruturadas com o objetivo de
A segmentação do mercado e o agru-          extrair respostas confiáveis de uma amostra escolhida. As questões fechadas
pamento de clientes devem orientar          permitirão que o respondente selecione uma resposta dentre várias alter-
a definição dos canais de relaciona-        nativas predeterminadas, o que as tornam fáceis de tabular e analisar. En-
mento com o cliente, assim como             tretanto, as questões abertas oferecem a vantagem de que os respondentes
os mecanismos de interação da Di-           podem expressar suas opiniões de maneira mais precisa.
reção com os clientes (que deve ser
considerado um canal especial).             A escolha do meio de aplicação do questionário dependerá do tamanho
                                            e da localização dos respondentes (amostra a ser pesquisada). Dentre os
IDENTIFICAÇÃO E TRATA-                      meios podem ser citados: correio, telefone, entrevista pessoal, distribuição
                                            em grupo ou distribuição pessoal. Maior detalhamento de como estruturar
MENTO DAS NECESSIDA-                        entrevistas e questionários pode ser obtido em Collis, conforme referência
DES E EXPECTATIVAS DOS                      bibliográfica.
CLIENTES-ALVO
                                            Um projeto bem sucedido de pesquisa pode ser resumido em cinco fases con-
Para que uma organização seja bem-          forme figura 2.
sucedida num mercado cada vez
mais exigente, ela precisa oferecer               Planejamento           Estruturação da
                                                                                                   Coleta de dados
                                                   da pesquisa           coleta de dados
aquilo que o cliente quer adquirir.
Para saber o que os clientes querem,
a organização precisa saber quais as
suas necessidades e expectativas.
                                                       Processamento
As necessidades incluem os requi-                                             Análise dos dados
                                                         dos dados
sitos dos clientes. As expectativas
representam aquelas necessidades,           Figura 2 – Fases de um projeto de Pesquisa


8 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
Toda técnica de pesquisa tem seus benefí-        Tabela 2 – Levantamento de informações na Belgo - Usina de Monlevade

cios e limitações. Sendo assim, o que defi-       Item                         Freqüência                  Responsável
nirá qual delas utilizar serão os objetivos da    Visitas de Assistência       Conforme                    GTEC – Assistência
pesquisa para identificação das necessida-        Técnica                      Cronograma                  Técnica
des e expectativas dos clientes, os recursos      Reclamações de Clientes      Relatório semanal           GTEC e GPLO (Ge-
e tempos disponíveis.                                                                                      rência de Programação e
                                                                                                           Logística)
Segundo Hayes, determinar as necessidades         Solicitação direta aos       Anual                       GTEC e GPLO
dos clientes é estabelecer uma lista abran-       clientes de necessidades
                                                  de melhoria
gente de todas as dimensões que descrevem
o serviço ou produto oferecido. Para isso, ele    Informações de Vendas        Levantamento anual          Vendas
apresenta dois métodos: o primeiro requer         Pesquisa de Satisfação de    Anual                       Marketing
                                                  Clientes
que a organização estabeleça as dimensões
com base em informações internas e especí-
                                                 Fonte: Relatório da Gestão – Caso para Estudo, Belgo, 2005
ficas do setor. O segundo método consiste na
sistemática dos incidentes críticos e envolve    A Tabela 3 apresenta as necessidades dos clientes do Laboratório
os clientes na determinação das dimensões.       Nabuco Lopes em cada um dos segmentos adotados pela empresa.

Incidente crítico representa qualquer in-        Tabela 3 – Principais Necessidades dos clientes do Laboratório
teração entre o cliente e a organização e         Segmento                   Principais Necessidades
que tem potencial de lhe causar satisfação        Pessoa Física              Prazo de entrega, preço competitivo, qualidade no
ou insatisfação. Como resultado, estes in-                                   atendimento, confiabilidade e limpeza.
cidentes geralmente definem o desempe-            Médicos                    Prazo de entrega, confiabilidade, assessoria média e
nho da equipe (em empresas prestadoras                                       laudos evolutivos.
de serviços) e a qualidade do produto (em         Convênios                  Variedade de exames, localização, capacidade de
empresas de manufatura). Esses incidentes                                    produção e confiabilidade.
críticos são denominados por outros auto-         Empresas                   Preço competitivo, prazo de entrega, qualidade do
res como “horas da verdade” ou “momen-                                       atendimento.
tos da verdade”.                                 Fonte: Relatório da Gestão, Laboratório Nabuco Lopes, 2005-2006

Ao mapear estes incidentes críticos a or-        As estratégias de atuação no mercado (Critério Estratégias e Planos)
ganização terá uma lista dos aspectos mais       dependem da compreensão das necessidades dos clientes e do nível
importantes para incluir em sua pesquisa         de conhecimento dos clientes e do mercado sobre a organização,
quantitativa de validação junto aos clien-       seus produtos e marcas como exemplificado pela prática da Belgo,
tes. Nesta pesquisa recomenda-se a iden-         descrita anteriormente.
tificação da importância relativa para cada
um destes aspectos para permitir a priori-       Os processos principais do negócio e os processos de apoio (Critério
zação de ações.                                  Processos) devem ser definidos de modo a atender às necessidades e
                                                 expectativas dos clientes, gerando benefícios para eles. Por exemplo, se
Embora os exemplos anteriores destaquem          uma necessidade detectada está relacionada à agilidade das entregas, a
os esforços feitos pelas empresas para obter     organização, deve traduzir essa necessidade em requisito do processo
melhores informações a respeito dos seus         (prazo de entrega), controlar essa medida por meio de um indicador e
clientes, há outra fonte valiosa: o empregado    corrigir suas ações quando a medida indicar não-conformidade.
da linha de frente. Quando os funcionários
são treinados e incentivados para ouvir aten-
tamente os clientes, isto não gera apenas sa-       Para a organização conseguir traduzir a necessidade do cliente é
tisfação para eles, mas também aumenta o            preciso estar próximo a ele.
conhecimento da empresa sobre as possíveis          Cláudio Mendes, Belgo Juiz de Fora
alterações nas necessidades dos clientes.

Na Belgo - Usina de Monlevade o levanta-         DIVULGAÇÃO DOS PRODUTOS E MARCAS
mento das necessidades dos clientes é apoia-
do por diversos meios conforme apresentado       O conhecimento do mercado e dos clientes requer práticas de interação
na tabela 2, sendo que as informações são        de mão dupla. Por um lado, a organização precisa conhecer seus clien-
analisadas anualmente pela GTEC e GPLO           tes, e por outro criar mecanismos para tornar seus produtos, serviços
numa das etapas do Planejamento Estratégico      e marcas conhecidos e reconhecidos por estes. Com essa finalidade,
denominada Shake Down, a partir do qual são      são estabelecidos planos de comunicação que incluem diversos meios,
definidos os projetos prioritários para o ano.   dentre os quais podem ser citados:




                                                                                  Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 9
• veiculação de anúncios nas diversas mídias;
                                • materiais publicados em meio físico (revistas, folhetos, catálogos);
                                • divulgação em meio eletrônico (site na internet, mensagens eletrônicas);
                                • patrocínio e participação em eventos (feiras, congressos, cursos);
                                • visita às instalações dos clientes; e
                                • visita dos clientes às instalações da organização.
                                A figura 3 apresenta os canais de divulgação utilizados pela Cemig Distribuição S.A. incluin-
                                do seus produtos, serviços e marca.

 Canal                            Descrição
 TV Cemig                         Programa produzido na Cemig desde 1992 e apresentado em rede estadual pelas emissoras Rede Minas, TV
                                  Horizonte e PUC TV, que tem como objetivo informar as ações e os projetos que estão sendo realizados para que
                                  a Cemig possa melhorar continuamente a qualidade dos serviços prestados, divulgando assim a marca Cemig.
 Sites                            a) O site www.energiacemig.com.br disponibiliza aos clientes corporativos informações sobre o setor
                                     elétrico e legislação específica, venda de energias especiais, divulgação de seminários específicos e links de
                                     interesse desses clientes.
                                  b) Portal www.cemig.com.br para consulta de informações relativas à Empresa, produtos e serviços, artigos
                                     técnicos para pesquisas e links para fazer contato com a Cemig.
 Jornal, Revistas, TV e Rádio     Propaganda, divulgação de releases relativos a ações, publicação de artigos técnicos ligados à eficiência energética.
 Programas de unidades            Programas de divulgação por meio de traillers e/ou carretas, levando a marca Cemig, percorrendo o Estado de
 móveis de divulgação             Minas Gerais.
 Agência de Atendimento           Canal de interação e divulgação da marca Cemig em cidades estratégicas em todo o Estado.
 Folders, cartilhas e Banners     Distribuídos nas Agências de Atendimento.
 Eventos Institucionais           Patrocínio e/ou promoções de eventos.
 Aplicação da Logomarca           Em todos os eventos, brindes, estandes, outdoors, propagandas, canais de atendimento, dentre outros.

                                Figura 3: Canais de Divulgação da CEMIG Distribuição
                                Fonte: Relatório da Gestão, CEMIG Distribuição, Prêmio Mineiro da Qualidade 2005


                                A marca é uma forma de identificar bens ou serviços e de diferenciá-los dos concorrentes.
                                É um ativo intangível com diversos exemplos conhecidos, em que a marca é de alcance
                                mundial e de grande valor comercial. Periodicamente, a mídia apresenta lista das mar-
                                cas mais valiosas no mundo, demonstrando inclusive evolução de valorização de algumas
                                como é o caso da marca Google que ocupa o topo de uma lista publicada este ano por uma
                                consultoria americana. Resultado conseguido em menos de uma década e superando mar-
                                cas famosas como Coca-Cola e McDonalds.

                                Existem organizações que definem como Visão “Estar entre as 10 marcas mais conhecidas
                                no mercado nacional”. Neste caso, definir mecanismos de divulgação que reforcem o valor
                                da marca é essencial.

                                Quaisquer que sejam os métodos empregados para esta divulgação é necessário que as
                                mensagens veiculadas junto aos clientes criem credibilidade, confiança e uma imagem
                                positiva da organização e, também, não criem expectativas que extrapolem o que é efe-
                                tivamente oferecido. Prometer e não entregar o prometido – a conhecida “propaganda
                                enganosa”, considerada no Código de Defesa do Consumidor (art. 37 – Lei n. 8.078/90)
                                – é uma situação a que uma organização rumo à excelência não pode estar sujeita.

                                Dependendo do porte da organização, a centralização da divulgação para o público exter-
                                no por assessoria de imprensa ou de propaganda é prática usual, para assegurar a clareza
                                e a autenticidade das informações que são passadas. Dependendo do seu conteúdo, as
                                mensagens devem ser aprovadas pela área técnica e passar também pela análise do setor
                                jurídico da organização.

                                O Quadro 2 apresenta o enfoque dado pela Suspensys para este aspecto.




10 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
Quadro 2 – Prática de Gestão da Suspensys

   Como critério para assegurar a clareza, a autenticidade e o conteúdo adequado das
   informações divulgadas ao mercado, todas as peças promocionais ou institucionais são
   analisadas pela área de Marketing, juntamente com a agência de comunicação respon-
   sável. A área de Marketing analisa também a acuracidade do conteúdo das veiculações
   de nível nacional e internacional (jornais, revistas e guias especializados). Já quando
   se trata de questões de conteúdo técnico, os responsáveis pelo desenvolvimento do
   material (catálogo ou anúncio) buscam auxílio das áreas de Engenharia, Qualidade ou
   Pós-Venda, a fim de assegurar que não sejam criadas expectativas que extrapolem o
   que é efetivamente oferecido pelo produto ou serviço.

Fonte: Relatório da Gestão, Suspensys Sistemas Automotivos, 2006


IMAGEM DA ORGANIZAÇÃO PERANTE OS CLIENTES

Tão importante quanto as marcas, os produtos e os serviços oferecidos, a imagem da orga-
nização precisa ser continuamente melhorada e preservada. Uma imagem organizacional
pode ser considerada o conjunto de associações que os consumidores guardam na memória
relacionadas aos produtos ou serviços, segundo Keller. A verificação da percepção desta
imagem torna-se fundamental no processo de relacionamento com os clientes. Uma imagem
organizacional é construída ao longo do tempo, normalmente, durante anos, por meio de
trabalho árduo, contínuo e profissional, identificando e atendendo, plena e corretamente, as
necessidades e expectativas dos clientes.

Uma imagem organizacional depende de vários fatores tais como os apresentados na figura 4.

Figura 4 – Fatores determinantes da imagem organizacional
  Atitude social com                                                                                        Conduta em relação
  • Meio ambiente                                      Apoio a                                              aos funcionários
  • Cidadania                                          • Instituições de caridade                           • Respeito
  • Qualidade de Vida                                  • Escolas e universidades                            • Salário
  • Comunidade                                         • Organizações artísticas                            • Carreira



  Conduta nos negócios                                                                                      Produtos
  • Reputação                                                                                               • Características
  • Inovação                                                                                                • Desempenho
  • Saúde financeira                                                                                        • Conformidade
  • Qualidade da                                                                                            • Durabilidade
    administração                                                                                           • Qualidade
                                                                                                            • Confiabilidade
                                                             Imagem
                                                          organizacional
  Força de vendas                                                                                           Comunicação
  • Tamanho e cobertura                                                                                     • Propaganda
  • Competência                                                                                             • Relações públicas
  • Cortesia                                                                                                • Promoções
  • Confiabilidade                                                                                          • Mala direta
  • Capacidade                                                                                              • Telemarketing
    de resposta



  Canais de                           Serviços                            Apoio                             Preços
  distribuição                        • Instalação                        • Manuais                         • Preço-padrão
  • Localização                       • Qualidade e prazos                • Treinamento do                  • Descontos
  • Serviço                           • Disponibilidade                     consumidor                      • Bonificação
  • Eficiência                          de peças                          • Consultoria                     • Condições de
                                                                                                              pagamento

A avaliação da imagem pode ser feita por meio de pesquisa com os clientes e clientes-alvo, a
qual pode ser conduzida pela própria organização ou por organização externa independente.
Os aspectos a serem avaliados dependem do que a organização definiu como aqueles que
ela espera que o cliente a reconheça.

                                                                                    Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 11
RELACIONAMENTO COM CLIENTES

                      O relacionamento é um recurso fundamental para o entendimento e o tratamento das necessidades
                      e expectativas dos clientes, bem como para o desenvolvimento de novos negócios. O relaciona-
                      mento com os clientes considera como os canais de relacionamento são definidos e colocados à
                      disposição dos clientes para que estes apresentem suas manifestações – reclamações, sugestões,
                      pedidos, solicitação de informações e elogios e como essas manifestações são tratadas. Outro ponto
                      que compõe o relacionamento com os clientes diz respeito à forma pela qual a organização avalia a
                      satisfação e a insatisfação dos clientes.

                      Para melhor entendimento de como atender aos requisitos deste tema, serão abordados a seguir
                      os seus aspectos correlacionados.


                      DEFINIÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS CANAIS DE RELACIONAMENTO

                      Os canais de relacionamento representam os veículos ou meios pelos quais a organização interage com
                      os seus clientes. São exemplos de meios de acesso: serviços de atendimento ao cliente (SAC) com a
                      utilização de números telefônicos gratuitos tais como 0800; acessos por meio de fax, carta ou internet,
                      folhetos de sugestões; pesquisas de opinião; ouvidoria e direto do tipo “Fale com o presidente”.

                      Um importante e simples canal de relacionamento com os clientes é o contato direto, realizado,
                      normalmente, pelas pessoas da linha de frente. Esses momentos podem fornecer informações
                      vitais para estabelecimento de relações duradouras com os clientes como já abordado no tópico
                      sobre identificação e tratamento das necessidades dos clientes.

                      É importante que os canais escolhidos pela organização estejam de acordo com os tipos de
                      clientes (segmentação do mercado e agrupamento dos clientes), conforme abordado no tópico
                      sobre segmentação, e que estes sejam divulgados para se tornarem conhecidos e facilitar a efe-
                      tiva utilização pelos clientes.

                      A figura 5 apresenta os canais de relacionamento da Suspensys com seus respectivos públicos.

                              FORMAS DE UTILIZAÇÃO DOS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO
                     Veículo                            Público                           Utilização
                                                 Clientes, comunidade,          Reclamar, sugerir, solicitar
                    Telefone
                                                fornecedores, acionistas     informações e adquirir produtos
                                                 Clientes, comunidade,          Reclamar, sugerir, solicitar
               Correio Eletrônico
                                                fornecedores, acionistas     informações e adquirir produtos
                     Extranet                           Clientes         Solicitar informações e adquirir produto
                                                 Clientes, comunidade,               Reclamar, sugerir e
                     Internet
                                                fornecedores, acionistas            solicitar informações
                                                                                Integrar, reclamar, sugerir,
                 Feiras e eventos               Clientes e fornecedores
                                                                                    solicitar informações
                                                                                Integrar, reclamar, sugerir,
              Encontro de frotistas                     Clientes
                                                                                    solicitar informações
                                                                                Integrar, reclamar, sugerir,
           Encontro Rede Suspensys                      Clientes
                                                                                    solicitar informações
         EDI – Sistema de comunicação                                              Solicitar informações e
                                                        Clientes
            direta com as montadoras                                                  adquirir produtos
               Assistentes técnicos                     Clientes         Reclamar, sugerir e solicitar informações
              Assistentes de vendas                     Clientes         Reclamar, sugerir e solicitar informações
          Gerentes e Grupo de Gestão                    Clientes         Reclamar, sugerir e solicitar informações
           Engenharia experimental e
                                                        Clientes         Reclamar, sugerir e solicitar informações
             Engenharia do produto
                                                                                Integrar, reclamar, sugerir,
          Encontros de confraternização         Clientes e comunidade
                                                                                    solicitar informações
                                                 Clientes, comunidade,               Reclamar, sugerir,
    Sistema de comunicação interna e externa
                                                fornecedores, acionistas            solicitar informações

                      Figura 5 – Veículos de comunicação da Suspensys Sistemas Automotivos
                      Fonte: Relatório da Gestão, Suspensys Sistemas Automotivos, 2006


12 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
TRATAMENTO DAS RECLAMAÇÕES OU SUGESTÕES
De nada adianta que uma organização tenha diversos canais de relacionamento com os clien-
tes se não existe um processo estruturado para tratar e responder de forma rápida e eficaz
a essas manifestações. Esse processo deve incluir a definição de padrões de atendimento e
tempo para resposta formal aos clientes.

A gestão das reclamações e sugestões inclui a análise das causas e a determinação de prio-
ridades com base no impacto das demandas nos custos, nas possibilidades de retenção do
cliente e na imagem da organização. Todo o processo pode ser apoiado pela atuação de
grupos multifuncionais para a solução de problemas e, também, por sistemas informatizados
que permitem o registro e acompanhamento das reclamações e sugestões. É importante que
sejam consideradas todas as reclamações e sugestões incluindo aquelas recebidas por meio
de contatos informais.

É comum o uso, pelas organizações, de procedimentos de tratamento de reclamações e su-
gestões pertencentes aos sistemas de gestão como os que atendem aos requisitos das normas
ISO 9001 e 14001.

O Quadro 3 apresenta o processo de tratamento de reclamações da Idéia Digital o qual está
inserido no sistema de gestão ISO 9001.
Quadro 3 – Processo de Tratamento das Reclamações da Idéia Digital

   Na Idéia Digital, no caso de reclama
  -
   ções, o procedimento interno consiste 

   na abertura de um indício de não con
  -
   formidade, o qual orientará para a

   identificação dos fatos geradores da

   reclamação, conforme fluxo básico a 

   seguir. Caso a reclamação seja resul
  -
   tante de deficiências na condução

   ou orientação dos processos internos 

   da empresa, é imediatamente gerado 

   um registro de não conformidade, em 

   seguida é aberto um plano de ação para

                                          -
   corrigir os efeitos gerados pelo proble

   ma e para evitar que os mesmos voltem

   a ocorrer, conforme os padrões descri
 -
   tos na instrução Registro e Tratamento

   de Não Conformidades. No caso de 

   sugestão dada pelo cliente, o tratamen
-
   to é dado conforme procedimento de 

   Ação Preventiva, o qual encaminhará 

   as providências para avaliação da               mesma, incorporação nos processos

   sugestão e, no caso de aceitação da             normais da empresa.


Fonte: Relatório da Gestão, Idéia Digital, 2006


ACOMPANHAMENTO DAS TRANSAÇÕES – NOVOS CLIENTES/NOVOS
PRODUTOS

As transações recentes são caracterizadas por negociações ou vendas de novos produtos ou
serviços aos novos clientes.

O acompanhamento das transações é uma forma de realimentação processada na organiza-
ção para evitar problemas de relacionamento, em que se procura verificar o desempenho dos
produtos e, até mesmo, o atendimento durante todo o processo de fornecimento. As práticas
de acompanhamento das transações demonstram a consideração com o cliente, sendo um
forte mecanismo de aumento da sua satisfação e fidelização.


                                                                       Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 13
Esse acompanhamento pode ser feito por meio de:
                          • 	 Acompanhamento sistemático de um vendedor e de um funcionário da área técnica, am-
                              bos com pleno conhecimento do produto ou serviço adquirido pelo cliente. Este acom-
                              panhamento visa assessorar o cliente no uso do produto ou do serviço adquirido, além de
                              disponibilizar o treinamento necessário e adequado para esta utilização.
                          • 	 Prévia orientação e treinamento do cliente com relação à utilização dos produtos e serviços
                              adquiridos.

                          A minimização de problemas de relacionamento em transações recentes requer também
                          ações proativas quando do desenvolvimento de novos produtos e serviços (Critério 7 - Pro-
                          cessos) tais como:
                          • 	 Verificação e validação de projeto de novos produtos e serviços antes da disponibilização
                              aos clientes;
                          • 	 Construção e análise crítica de protótipos de novos produtos, incluindo a validação pelo cliente;
                          • 	 Série piloto e análise crítica do processo para novos serviços;
                          • 	 Treinamento dos funcionários diretamente envolvidos com os novos produtos e serviços
                              antes da disponibilização aos clientes;
                          • 	 Elaboração de manuais (do Proprietário, de Operação ou de Serviço), orientando clara-
                              mente os clientes a respeito da utilização do novo produto ou serviço, definindo suas
                              capacidades e limitações;
                          • 	 As organizações que dispõem de serviço de atendimento ao cliente devem garantir
                              que os funcionários que se relacionam diretamente com os clientes estão treinados em
                              relação aos novos produtos e serviços.


                          AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO E DA INSATISFAÇÃO

                          O termo “satisfação do cliente” está relacionado à percepção que o cliente tem ao comparar
                          o desempenho do produto/serviço com suas expectativas. A satisfação do cliente pode ser
                          então considerada, de forma simplificada, uma questão de análise da expectativa versus
                          desempenho efetivo.

                          O conhecimento das percepções e reações dos clientes pode aumentar significativamente as possi-
                          bilidades de melhores decisões empresariais. Assim, para captar adequadamente essas percepções
                          e reações, os instrumentos de avaliação da satisfação devem ser bem definidos, caso contrário, as
                          decisões tomadas a partir dessas informações podem ser prejudiciais ao sucesso da organização.

                          A avaliação da satisfação e da insatisfação do cliente pode incluir tanto métodos quantitati-
                          vos quanto qualitativos, conforme já mencionado no tópico sobre identificação e tratamento
                          das necessidades e expectativas dos clientes. Uma avaliação eficaz deve fornecer informa-
                          ções confiáveis sobre os atributos do produto e dos serviços, segundo a visão do cliente, bem
                          como sobre a relação entre essa visão e a probabilidade de suas ações futuras relacionadas à
                          nova compra e ao fornecimento de referências positivas para a organização.

                          Um modelo geral para o processo de avaliação da satisfação por meio de questionário inclui as
                          seguintes etapas.

                          1. 	 Determinar as necessidades dos clientes (ver tópico sobre Identificação e tratamento das
                               necessidades e expectativas)
                          2. 	 Elaborar e avaliar o questionário
                          3. Aplicar o questionário
                          4. 	 Tabular os dados
                          5. Analisar
                          6. 	 Tomar decisões, programar a execução das ações e promover melhorias

                          O Quadro 4 apresenta o processo de avaliação da satisfação e identificação das necessidades
                          dos clientes na Suspensys.


14 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
Quadro 4 – Medição da satisfação e levantamento das necessidades dos clientes da Suspensys.



   A avaliação da satisfação e identificação das necessi-              em reuniões específicas com o Grupo de Gestão,
   dades dos clientes na Suspensys é realizada através                 além de ficarem disponíveis para consulta sempre
   de Pesquisa, realizada a cada dois anos abordando                   que necessário. Já com relação aos clientes, os re-
   questões como: avaliação do preço, produtos, qua-                   sultados da pesquisa são divulgados por meio de
   lidade, processo logístico, imagem da organização,                  contato direto através dos profissionais da empresa,
   dentre outros. Os resultados da pesquisa, depois de                 que pode ser pela Gestão, área Comercial ou Téc-
   analisados, são apresentados na Reunião Mensal e                    nica. A pesquisa segue o fluxo a seguir.


                 INÍCIO



                                                                                     3                                                3
       Necessidade da realização da                     Elabora o questionário                     Informa/entrega os resultados
     Pesquisa de Satisfação do Cliente.                     da pesquisa.                             da pesquisa a Suspensys.


                                      1/2                                            2/3                                             2/4
           Contrata empresa                            Contata comempresa
                                                          Contrata os clientes
                                                                                                   Avalia e divulga os resultados.
            especializada.                              a serem pesquisados.
                                                            especializada.


                                      2/3                                            2                                                2
       Formulação do Plano Geral                         Aprova o questionário                           Contrata empresa
                                                                                                   Coordena cronograma de ações.
         e Escopo da Pesquisa.                        a ser utilizado na pesquisa.                        especializada.


                                      4                                              3                                                5
      Definição dos Clientes/Áreas                                                                  Desenvolve estratégias de
                                                        Realiza as entrevistas.                     Planos de Ação, baseado no
       e pessoala ser entrevistado.                                                                 Planejamento Estratégico.

                                      2/4                                            3                                               2/4/5
         Divulga internamente                        Computa os dados. Elabora o                       Avalia o processo de
        o Processo da Pesquisa.                       relatório final da pesquisa.                  Implementação e Progresso.

  Responsabilidades:
  1- Diretor Comercial.
  2- Supervisor de Vendas Mercado Doméstico e Exportação.                                                       FIM
  3- Empresa Contratada.
  4- Alta Administração.
  5- Gerência e/ou Supervisão e Funcionário das Áreas Envolvidas.


Fonte: Relatório da Gestão, Suspensys Sistemas Automotivos, 2006


Um cliente altamente satisfeito permanece fiel por                       re, usualmente, da ocorrência de eventos adversos,
mais tempo, compra mais, fala bem da empresa e de                        que podem ser monitorados diretamente pela orga-
seus produtos. Ele também dá sugestões para produtos                     nização, tais como número e gravidade das reclama-
e serviços e custa menos para ser atendido do que no-                    ções, atrasos na entrega, erros de quantidades ou es-
vos clientes, uma vez que as transações são rotineiras.                  pecificações, falhas nos documentos, atendimentos
Assim, a organização deve avaliar a satisfação de seus                   em garantia apontados pelos clientes e outros.
clientes regularmente e tentar superar as expectativas
deles, em vez de apenas atendê-las.                                      A avaliação da satisfação e da insatisfação dos clientes
                                                                         subsidia as análises estratégicas (Critério Estratégias
A satisfação e a insatisfação dos clientes são fatores                   e Planos) assim como a identificação de ativos intan-
diferentes e não complementares. Se a organização                        gíveis geradores de diferenciais competitivos tratados
mede percentualmente a satisfação dos seus clientes                      no Critério Informações e conhecimento.
alcançando um índice de 95% de satisfação não signi-
fica que 5% é o índice de insatisfação.                                  Os processos principais do negócio e os processos de
                                                                         apoio (Critério Processos) podem ser melhorados com
Enquanto a satisfação só pode ser avaliada por meio                      base nas informações decorrentes da avaliação e com-
de manifestações dos clientes, a insatisfação decor-                     paração da satisfação e da insatisfação dos clientes.




                                                                                      Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 15
BIBLIOGRAFIA
1. ASSOCIAÇÃO BAIANA PARA GESTÃO COM-
PETITIVA. Relatório da Gestão da Coelba. Salva-
dor: Associação Baiana para Gestão Competitiva, 2006.
Disponível em: www.fieb.org.br/abgc.

2. ___. Relatório da Gestão da Idéia Digital. Salva-
dor: Associação Baiana para Gestão Competitiva, 2006.
Disponível em: www.fieb.org.br/abgc.

3. ASSOCIAÇÃO GAÚCHA DA QUALIDADE. Re-
latório da Gestão da Suspensys. Porto Alegre: Asso-
ciação Gaúcha da Qualidade, 2006.

4. COLLIS, Jill. Pesquisa em Administração: um
guia prático para alunos de graduação e pós-graduação.
Porto Alegre: Bookman, 2005. p.144-184.

5. CQH. Relatório da Gestão do Laboratório Na-
buco Lopes. Maceió: CQH, 2005.

6. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE.
Critérios Rumo à Excelência. São Paulo: Fundação
Nacional da Qualidade, 2007.

7. ___. Cadernos de Excelência: Clientes. São Pau-
lo: Fundação Nacional da Qualidade, 2007. Disponí-
vel em: www.fnq.org.br.

8. GOOGLE ocupa o topo do ranking de marcas.
Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 24 abr 2007. Caderno
Economia, p.19.

9. HAYES, Bob E. Medindo a satisfação do cliente.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995.

10. INSTITUTO MINEIRO DA QUALIDADE.
Relatório da Gestão da Belgo – Caso para Estu-
do. Belo Horizonte: Instituto Mineiro da Qualidade,
2005.

11. ___. Relatório da Gestão da Cemig. Belo Hori-
zonte: Instituto Mineiro da Qualidade, 2005.

12. KELLER, Kevin Lane. Gestão estratégica de
marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.




16 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
ANOTAÇÕES
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                                                            Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 17
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                      Av. das Nações Unidas, 11.857, 6º andar, Conj. 62
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  • 1. CADERNOS RUMO À EXCELÊNCIA CLIENTES
  • 2. SÉRIE CADERNOS RUMO À EXCELÊNCIA RESPONSABILIDADE COLABORAÇÃO Antônio Tadeu Pagliuso – Superintendente Geral Carla Marina Soriano Marcelo Marinho Aidar – Superintendente de Premiação e C. Adriano Silva Aplicações do MEG Christiane Rodrigues Correia REDAÇÃO PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA COORDENAÇÃO GERAL Inah de Paula Comunicações Caio Márcio Becker Soares REVISOR TÉCNICO © DIREITOS RESERVADOS Ronaldo Darwich Camillo Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação EQUIPE sem o prévio consentimento, por escrito, da FNQ. Critério 1 - Ivana Mara Rodrigues da Silva. Critério 2 - Marcel Menezes Fortes. Critério 3 - Gênia Porto. Publicado por Critério 4 - José Neci Corrêa Oliveira Junior e Nicole Orfali. Critério 5 - Ivana Mara Rodrigues da Silva. Critério 6 - Roberta Aquino. Critério 7 - João Gilberto Andrade. Critério 8 - Juliano Reimundo Zimmermann. REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL Mônica Silva MISSÃO VISÃO Disseminar os fundamentos da excelência em Ser um dos principais centros mundiais de gestão para o aumento de competitividade das estudo, debate e irradiação de conhecimento organizações e do Brasil. sobre excelência em gestão. Fundação Nacional da Qualidade Cadernos Rumo à Excelência®: Clientes / Fundação Nacional da Qualidade. - São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008. – (Série Cadernos Rumo à Excelência) Inclui bibliografia ISBN 978-85-60362-71-4 1. Rumo à Excelência. 2. Fundação Nacional da Qualidade. 3. Gestão da Qualidade Total. 4. Excelência empresarial. CDD 658.562 2 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
  • 3. APRESENTAÇÃO Este Caderno compõe a série Cadernos Rumo à Excelência, que tem por finalidade divulgar o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade nos seus níveis de maturidade da gestão. Desti- na-se a esclarecer as dúvidas de seus usuários sobre o Modelo e a satisfazer aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma valiosa ferramenta para quem pretende aperfeiçoar-se como membro da Banca Examinadora dos Prêmios Regionais, aprimorar a gestão de sua organização ou preparar uma candidatura aos Prêmios Regionais ou Setoriais. O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está apresentado na publicação Rumo à Excelência – Critérios para a avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional”, editada, anualmente, pela FNQ. Para uma leitura mais eficaz dos cadernos desta série, recomenda-se que seja efetuada em conjunto com os fundamentos da excelência e os critérios Rumo à Excelência. Os Cadernos Rumo à Excelência são publicados na forma de “apostila”, de modo a tornar a leitura mais agradável e a facilitar seu manuseio. A série está organizada em nove volumes: • Introdução ao Modelo de Gestão da • Sociedade Excelência da Gestão® (MEG) • Informações e Conhecimento • Liderança • Pessoas • Estratégias e Planos • Processos • Clientes • Resultados Escritos em linguagem acessível, os Cadernos Rumo à Excelência descrevem como os requisitos do Rumo à Excelência podem ser implementados a partir de soluções práticas, sem caráter prescritivo. Como ilustração, são apresentados exemplos de empresas finalistas ou vencedoras dos Prêmios Regionais, revelando o quanto podem ser proativas, refinadas ou inovadoras as abordagens adotadas. Espera-se que o leitor seja estimulado a consultar os Cadernos Rumo à Excelência sempre que necessário e que se beneficie com os exemplos apresentados. A série está disponível também em meio eletrônico – www.fnq.org.br. Equipe de Redação Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 3
  • 4. CLIENTES SUMÁRIO APRESENTAÇÃO....................................................................................................................3 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................5 IMAGEM E CONHECIMENTO DE MERCADO.............................................................7 RELACIONAMENTO COM CLIENTES.........................................................................12 BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................16 4 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
  • 5. INTRODUÇÃO A sobrevivência e o sucesso de uma organização estão diretamente relacionados à sua capacidade de atender às necessidades e expectativas dos clientes, as quais devem ser identificadas e entendidas. Uma das apli- cações mais comuns desse entendimento refere-se à definição dos requisitos para que os produtos possam ser desenvolvidos de forma a criar o valor necessário para conquistar e fidelizar os clientes. O que se quer dizer com o termo cliente? Para uma empresa que fabrica caldeiras domésticas, seriam os arquitetos que especificam esse tipo de caldeiras? Se- riam os comerciantes que as mantêm em estoque para venda? Seriam os instaladores que as buscam com os respeito somente à região geográfica onde a organização comerciantes e as instalam nas casas? Ou as pessoas exerce suas atividades, mas, principalmente, às pessoas das casas que usam a caldeira? físicas e/ou jurídicas que a organização atende ou pode vir a atender com seus produtos. Esses clientes que Neste sentido, definir cliente como “a pessoa que podem vir a ser atendidos são os denominados “clien- toma uma decisão de compra” seria muito limitado, tes potenciais”, que podem estar sendo atendidos pela pois exclui os clientes potenciais, os ex-clientes e concorrência ou os usuários de outros produtos, que são as pessoas que influenciam os clientes. Portanto, o considerados como concorrência indireta. Um exemplo conceito mais abrangente de cliente refere-se àque- de concorrência indireta seria a TV versus cinema ou las organizações e pessoas que recebem os produtos teatro. Assim, mercado vem a ser o somatório de clien- oferecidos por outra organização. Consumidor, usuá- tes atuais e de clientes potenciais. rio final, beneficiário e comprador são exemplos de outras denominações para clientes. Entretanto, nos Em algumas Organizações de Direito Privado sem Fins Critérios Rumo à Excelência o termo Cliente é adotado Lucrativos não se aplica o conceito de concorrência no como definição padrão para todas às demais denomi- sentido comumente usado. Neste caso, o estímulo ao nações associadas. atendimento às necessidades dos clientes tem de provir do estabelecimento de desafios para a busca da excelên- Se a organização se relaciona com diferentes tipos cia no desempenho institucional. Essa busca implica em de clientes, compondo uma cadeia de suprimen- obter um alto grau de competência e credibilidade, re- tos, também deve considerar essa distinção. Nesse tendo os clientes atuais e conquistando novos clientes. grupo de clientes podem ser incluídos atacadistas, Em outras, há uma certa concorrência, materializada atra- varejistas, franqueados, distribuidores ou represen- vés da livre opção, por parte dos clientes, em fazer parte tantes autorizados. ou não de determinada sociedade ou em adquirir ou não determinados produtos. Nestes casos, as Organizações Pode acontecer, no setor público, por exemplo, que al- de Direito Privado sem Fins Lucrativos disputam entre guma organização afirme que toda a sociedade seja seu si os recursos disponíveis pelos clientes comuns, obtendo cliente uma vez que ela toda é o objetivo e razão do go- sucesso as que melhor atenderem às suas necessidades. verno. Teoricamente a afirmação está correta, porém, conforme descrito anteriormente, cliente é aquele que No setor público, mercado é a união do conjunto dos recebe o produto da organização, ou o “destinatário/re- cidadãos/organizações atendidas com o conjunto dos ceptor” imediato do produto. Assim, por exemplo, os cidadãos/organizações que potencialmente poderiam clientes de um hospital são as pessoas ou entidades ser atendidos. Temos, portanto, o público-alvo total a que o buscam para algum tipo de atendimento ou ou- ser atingido. tro serviço. Os clientes de uma escola são as pessoas ou entidades que a procuram para obtenção de algum A figura representativa do Modelo de Excelência produto (ensino, pesquisa e desenvolvimento, aluguel da Gestão® simboliza a organização, considerada um de infra-estrutura etc.). sistema orgânico e adaptável que interage com o am- biente externo. Neste modelo está inserido o Critério Já o conceito relacionado a mercado é entendido como o Clientes que se relaciona com os demais critérios na me- ambiente socioeconômico-concorrencial em que as ati- dida em que aborda o entendimento das necessidades vidades de uma organização são exercidas para suprir as dos clientes e do mercado que permitirá subsidiar o necessidades e expectativas do conjunto de pessoas ou processo de formulação das estratégias tendo como entidades envolvidas. O conceito de mercado não diz foco os resultados. Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 5
  • 6. No Modelo de Excelência da Gestão® o Critério Clientes está diretamente relacionado ao fundamento Conhecimento sobre o Cliente e o Mercado, que preconiza a criação e entrega de valor para o cliente de forma proativa e duradoura. Incorporar este fundamento nos proces- sos gerenciais significa utilizar práticas de gestão que permitam conhecer as necessidades e expectativas dos diferentes grupos de clientes visando desenvolver e oferecer produtos ou serviços diferenciados. No Modelo de Excelência da Gestão® estas práticas estão agrupadas no Item Imagem e Conhecimento de Mercado. Organizações com foco no cliente também estruturam práticas visando à promoção da satisfa- ção e à conquista de sua fidelidade. Esse conjunto de práticas está correlacionado com o Item Relacionamento com clientes. Costumamos dizer na Caterpillar Brasil que não fazemos negócios, nós construímos relacionamentos. Caterpillar Brasil As informações obtidas a partir das práticas de conhecimento do mercado e do relaciona- mento com os clientes devem subsidiar a liderança (Critério Liderança) no estabelecimento dos princípios organizacionais, na formulação das estratégias (Critério Estratégias e Planos) e na definição dos requisitos dos projetos e processos (Critério Processos). Isto demonstrará o entendimento da lógica de interdependência entre os vários subsistemas organizacionais e conseqüentemente o exercício do fundamento pensamento sistêmico. O avanço do estágio de maturidade da gestão das organizações irá depender do grau em que suas práticas de gestão apresentam características de proatividade de forma que a organização seja capaz de se antecipar aos fatos, assim como o uso continuado e abrangente dessas práticas (con- tinuidade e disseminação). É fundamental também que as práticas sejam estruturadas sem perder de vista o alinhamento com as estratégias, objetivos, interação entre áreas e outras práticas de gestão da organização (integração), assim como passarem por avaliações periódicas para que sejam aperfeiçoadas (refinamento) e, demonstrar o aprendizado organizacional. Para uma maior compreensão do Modelo de Excelência da Gestão® e dos critérios que o compõem, é importante a leitura do Caderno de Introdução ao Modelo de Excelência da Gestão. Para exemplificar os fatores apresentados anteriormente, tomaremos como exemplo a seguir uma prática de avaliação da satisfação de clientes. Desde 2003 (continuidade) a pesquisa para avaliar a satisfação dos clientes é conduzida por uma empresa especializada. O questionário está organizado por linha de produto e aplicado a todos os clientes (disseminação), sendo preenchido por meio de entrevistas. Há uma meta de 7% de retorno dos questionários para assegurar amostragem estatisticamente válida (padrões de trabalho). O Assistente de Vendas monitora o retorno dos questionários e o reporta semanalmente ao Gerente de marketing juntamente com os resultados tabulados (controle – acompanhamento da execução da prática). Um mês após as entrevistas dos grandes clientes, esses são visitados por um diretor para obter feedback e para buscar novas oportunidades de negócio para a organização. (integração – inter- relação com uma das práticas de Liderança – Critério 1) Nos últimos cinco anos, o método de entrevista e os questionários utilizados na pesquisa foram aprimorados três vezes com base na avaliação dos respondentes sobre a qualidade da pesquisa e por meio de novas experiências trazidas pela consultoria (refinamento). 6 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
  • 7. Para a segmentação do mercado podem ser seguidos IMAGEM E os seguintes passos: CONHECIMENTO 1) Identificação do mercado: inclui uma análise cuidadosa, identificando a área geográfica de atu- DE MERCADO ação da organização, os principais clientes e outros aspectos aplicáveis. Nesta etapa é importante que a organização adquira uma clara visão do seu mer- cado de atuação. A organização geralmente adota práticas para conhecer os clientes e os mercados e para se tornar conhecida. 2) Escolha dos critérios para a divisão do mercado: Isto implica que a organização precisa definir o seu os critérios para segmentação do mercado são par- mercado de atuação com seus clientes-alvo, identifi- ticulares para cada organização. A escolha deve ser cação das necessidades destes clientes, divulgação dos orientada pelo tipo de negócio, o tipo de mercado, seus produtos e serviços e uma avaliação da imagem as características dos principais clientes identifica- que consolide o conhecimento da organização sobre dos na etapa anterior, o porte da organização e ou- como ela é reconhecida no mercado. tros fatores pertinentes. A tabela 1 apresenta alguns exemplos de critérios de segmentação. Para melhor entendimento de como atender aos re- 3) Divisão do mercado: considerando os critérios quisitos deste tema serão abordados a seguir, os seus pertinentes para o seu ramo de atuação a organi- aspectos correlacionados. zação deve fazer a divisão conceitual do mercado, identificando claramente os segmentos e respecti- SEGMENTAÇÃO DO MERCADO E DEFI- vos clientes, além dos grupos e subgrupos associa- NIÇÃO DOS CLIENTES-ALVO dos a cada segmento. 4) Identificação dos clientes-alvo: em cada seg- A segmentação do mercado e a definição dos clien- mento de mercado a organização deve analisar tes-alvo são pontos básicos para identificar, analisar cada cliente verificando a sua relevância em rela- e compreender as necessidades e expectativas dos ção à contribuição para a receita da organização, sua clientes. Os clientes-alvo incluem os clientes atuais e importância estratégica ou política nos negócios ou potenciais, foco de interesse para o fornecimento de em relação a outros fatores pertinentes. serviços ou produtos. A segmentação ainda pode in- cluir os clientes da concorrência, ex-clientes e usuários de soluções alternativas aos produtos ou serviços da Tabela 1: Exemplos de critérios de segmentação organização. Critérios de segmentação Baseado em grau de utilização nível de consumo - (porte do cliente) A segmentação é uma forma de dividir o mercado em benefícios benefícios procurados pelos clientes subgrupos de clientes (ver figura 1) para permitir o - (tipo de produto) estabelecimento de um nível homogêneo de conheci- demográfica características da população (raça, mento das suas necessidades e expectativas. gênero, faixa etária, estado civil, religião etc) sócio-econômica características sociais e econômicas da população (renda, posses, escolaridade, Mercado classe social e ocupação profissional) geográfica critérios geográficos (localização, Segmento “A” Segmento “B” densidade populacional) Segmento “C” psicográfica cultura (valores, tradies, estilo de vida, interesses, opiniões, hábitos de consumo). organização do mercado setores existentes e organizados de mercado Um conhecimento mais abrangente dos mercados, dos clientes e de suas necessidades e expectativas passou + + = participação no mercado Cliente-alvo a ser fundamental para que a organização possa ofe- recer o que os diferentes tipos de clientes querem, caracterizando uma prática proativa. A prática adotada Figura 1: Representação de mercado, segmentos e clientes-alvo pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia Fonte: FNQ, Caderno de Excelência: Clientes, 2007 (Coelba), descrita no quadro 1, exemplifica a proativi- dade nos critérios de segmentação. Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 7
  • 8. Quadro 1 – Segmentação de Clientes normalmente não explicitadas ou latentes. O cliente “espera” que as ca- da Coelba racterísticas do produto atendam suas necessidades mais importantes ten- do em vista experiências passadas, comparações com produtos similares, Por força da legislação que tecnologia disponível ou outros fatores. Como exemplos podem-se citar: regulamenta o setor elétrico, cortesia do pessoal de atendimento, capacitação técnica dos profissionais, os clientes encontram-se seg- acesso fácil às informações, instalações limpas e respostas rápidas às recla- mentados segundo Classes de mações ou solicitações. Consumo e Tensão de Forneci- mento. A Coelba, anualmente Portanto, é preciso que a organização tenha uma sistemática para entrar em durante o processo de plane- contato com seus clientes, de tal forma que esse conhecimento resulte numa jamento estratégico, revisa os vantagem competitiva no mercado. Para que se tornem eficazes, as práticas critérios de segmentação tendo de gestão utilizadas para identificar as necessidades e expectativas dos clien- como base a nova realidade do tes devem estar diretamente relacionadas às estratégias da organização, assim setor e o interesse da empresa como à segmentação adotada para agrupar os clientes. em buscar maior proximidade e conhecimento dos clien- O que os clientes querem? Esse questionamento deve ser respondido pelo pró- tes. Assim, novos critérios de prio cliente para evitar as deduções feitas pelos profissionais das organizações a segmentação foram incluídos: partir das suas próprias afirmações ou comportamentos, inferindo dessa forma Território, Ramo de Negócio que as necessidades/expectativas e/ou desejos dos clientes são os mesmos seus. e Opção de pagamento de con- O caminho mais simples e prático é fazer-lhes perguntas diretamente. tas gerando a segmentação de Grupo A, Grupo B, Prefeituras Uma das ferramentas mais utilizadas para coletar as opiniões dos clientes é a Municipais, Poder Público fe- pesquisa, sendo que os métodos adotados para coleta de dados podem ser do deral, Estadual, Clientes Rede, tipo qualitativo ou quantitativo. As entrevistas e o questionário estão entre Clientes Especiais e Clientes as abordagens mais comuns. Livres. Essa nova segmen- tação inclusive implicou em As entrevistas permitem explorar ou examinar uma situação, identificar “por mudanças na estrutura organi- quês” e desenvolver hipóteses. Elas são feitas a participantes selecionados, zacional, a exemplo da criação podendo ser realizadas pessoalmente, por telefone ou e-mail. Podem ser do Departamento de Clientes conduzidas individualmente ou em grupos; estruturadas (perguntas fecha- Corporativos. das) ou não-estruturadas (perguntas com resposta livre). Considerando que o processo de entrevista pode levar muito tempo e ser Fonte: Relatório da Gestão, Coelba, 2006 caro, o questionário pode ser o método mais adequado. Um questionário é uma lista de perguntas cuidadosamente estruturadas com o objetivo de A segmentação do mercado e o agru- extrair respostas confiáveis de uma amostra escolhida. As questões fechadas pamento de clientes devem orientar permitirão que o respondente selecione uma resposta dentre várias alter- a definição dos canais de relaciona- nativas predeterminadas, o que as tornam fáceis de tabular e analisar. En- mento com o cliente, assim como tretanto, as questões abertas oferecem a vantagem de que os respondentes os mecanismos de interação da Di- podem expressar suas opiniões de maneira mais precisa. reção com os clientes (que deve ser considerado um canal especial). A escolha do meio de aplicação do questionário dependerá do tamanho e da localização dos respondentes (amostra a ser pesquisada). Dentre os IDENTIFICAÇÃO E TRATA- meios podem ser citados: correio, telefone, entrevista pessoal, distribuição em grupo ou distribuição pessoal. Maior detalhamento de como estruturar MENTO DAS NECESSIDA- entrevistas e questionários pode ser obtido em Collis, conforme referência DES E EXPECTATIVAS DOS bibliográfica. CLIENTES-ALVO Um projeto bem sucedido de pesquisa pode ser resumido em cinco fases con- Para que uma organização seja bem- forme figura 2. sucedida num mercado cada vez mais exigente, ela precisa oferecer Planejamento Estruturação da Coleta de dados da pesquisa coleta de dados aquilo que o cliente quer adquirir. Para saber o que os clientes querem, a organização precisa saber quais as suas necessidades e expectativas. Processamento As necessidades incluem os requi- Análise dos dados dos dados sitos dos clientes. As expectativas representam aquelas necessidades, Figura 2 – Fases de um projeto de Pesquisa 8 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
  • 9. Toda técnica de pesquisa tem seus benefí- Tabela 2 – Levantamento de informações na Belgo - Usina de Monlevade cios e limitações. Sendo assim, o que defi- Item Freqüência Responsável nirá qual delas utilizar serão os objetivos da Visitas de Assistência Conforme GTEC – Assistência pesquisa para identificação das necessida- Técnica Cronograma Técnica des e expectativas dos clientes, os recursos Reclamações de Clientes Relatório semanal GTEC e GPLO (Ge- e tempos disponíveis. rência de Programação e Logística) Segundo Hayes, determinar as necessidades Solicitação direta aos Anual GTEC e GPLO dos clientes é estabelecer uma lista abran- clientes de necessidades de melhoria gente de todas as dimensões que descrevem o serviço ou produto oferecido. Para isso, ele Informações de Vendas Levantamento anual Vendas apresenta dois métodos: o primeiro requer Pesquisa de Satisfação de Anual Marketing Clientes que a organização estabeleça as dimensões com base em informações internas e especí- Fonte: Relatório da Gestão – Caso para Estudo, Belgo, 2005 ficas do setor. O segundo método consiste na sistemática dos incidentes críticos e envolve A Tabela 3 apresenta as necessidades dos clientes do Laboratório os clientes na determinação das dimensões. Nabuco Lopes em cada um dos segmentos adotados pela empresa. Incidente crítico representa qualquer in- Tabela 3 – Principais Necessidades dos clientes do Laboratório teração entre o cliente e a organização e Segmento Principais Necessidades que tem potencial de lhe causar satisfação Pessoa Física Prazo de entrega, preço competitivo, qualidade no ou insatisfação. Como resultado, estes in- atendimento, confiabilidade e limpeza. cidentes geralmente definem o desempe- Médicos Prazo de entrega, confiabilidade, assessoria média e nho da equipe (em empresas prestadoras laudos evolutivos. de serviços) e a qualidade do produto (em Convênios Variedade de exames, localização, capacidade de empresas de manufatura). Esses incidentes produção e confiabilidade. críticos são denominados por outros auto- Empresas Preço competitivo, prazo de entrega, qualidade do res como “horas da verdade” ou “momen- atendimento. tos da verdade”. Fonte: Relatório da Gestão, Laboratório Nabuco Lopes, 2005-2006 Ao mapear estes incidentes críticos a or- As estratégias de atuação no mercado (Critério Estratégias e Planos) ganização terá uma lista dos aspectos mais dependem da compreensão das necessidades dos clientes e do nível importantes para incluir em sua pesquisa de conhecimento dos clientes e do mercado sobre a organização, quantitativa de validação junto aos clien- seus produtos e marcas como exemplificado pela prática da Belgo, tes. Nesta pesquisa recomenda-se a iden- descrita anteriormente. tificação da importância relativa para cada um destes aspectos para permitir a priori- Os processos principais do negócio e os processos de apoio (Critério zação de ações. Processos) devem ser definidos de modo a atender às necessidades e expectativas dos clientes, gerando benefícios para eles. Por exemplo, se Embora os exemplos anteriores destaquem uma necessidade detectada está relacionada à agilidade das entregas, a os esforços feitos pelas empresas para obter organização, deve traduzir essa necessidade em requisito do processo melhores informações a respeito dos seus (prazo de entrega), controlar essa medida por meio de um indicador e clientes, há outra fonte valiosa: o empregado corrigir suas ações quando a medida indicar não-conformidade. da linha de frente. Quando os funcionários são treinados e incentivados para ouvir aten- tamente os clientes, isto não gera apenas sa- Para a organização conseguir traduzir a necessidade do cliente é tisfação para eles, mas também aumenta o preciso estar próximo a ele. conhecimento da empresa sobre as possíveis Cláudio Mendes, Belgo Juiz de Fora alterações nas necessidades dos clientes. Na Belgo - Usina de Monlevade o levanta- DIVULGAÇÃO DOS PRODUTOS E MARCAS mento das necessidades dos clientes é apoia- do por diversos meios conforme apresentado O conhecimento do mercado e dos clientes requer práticas de interação na tabela 2, sendo que as informações são de mão dupla. Por um lado, a organização precisa conhecer seus clien- analisadas anualmente pela GTEC e GPLO tes, e por outro criar mecanismos para tornar seus produtos, serviços numa das etapas do Planejamento Estratégico e marcas conhecidos e reconhecidos por estes. Com essa finalidade, denominada Shake Down, a partir do qual são são estabelecidos planos de comunicação que incluem diversos meios, definidos os projetos prioritários para o ano. dentre os quais podem ser citados: Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 9
  • 10. • veiculação de anúncios nas diversas mídias; • materiais publicados em meio físico (revistas, folhetos, catálogos); • divulgação em meio eletrônico (site na internet, mensagens eletrônicas); • patrocínio e participação em eventos (feiras, congressos, cursos); • visita às instalações dos clientes; e • visita dos clientes às instalações da organização. A figura 3 apresenta os canais de divulgação utilizados pela Cemig Distribuição S.A. incluin- do seus produtos, serviços e marca. Canal Descrição TV Cemig Programa produzido na Cemig desde 1992 e apresentado em rede estadual pelas emissoras Rede Minas, TV Horizonte e PUC TV, que tem como objetivo informar as ações e os projetos que estão sendo realizados para que a Cemig possa melhorar continuamente a qualidade dos serviços prestados, divulgando assim a marca Cemig. Sites a) O site www.energiacemig.com.br disponibiliza aos clientes corporativos informações sobre o setor elétrico e legislação específica, venda de energias especiais, divulgação de seminários específicos e links de interesse desses clientes. b) Portal www.cemig.com.br para consulta de informações relativas à Empresa, produtos e serviços, artigos técnicos para pesquisas e links para fazer contato com a Cemig. Jornal, Revistas, TV e Rádio Propaganda, divulgação de releases relativos a ações, publicação de artigos técnicos ligados à eficiência energética. Programas de unidades Programas de divulgação por meio de traillers e/ou carretas, levando a marca Cemig, percorrendo o Estado de móveis de divulgação Minas Gerais. Agência de Atendimento Canal de interação e divulgação da marca Cemig em cidades estratégicas em todo o Estado. Folders, cartilhas e Banners Distribuídos nas Agências de Atendimento. Eventos Institucionais Patrocínio e/ou promoções de eventos. Aplicação da Logomarca Em todos os eventos, brindes, estandes, outdoors, propagandas, canais de atendimento, dentre outros. Figura 3: Canais de Divulgação da CEMIG Distribuição Fonte: Relatório da Gestão, CEMIG Distribuição, Prêmio Mineiro da Qualidade 2005 A marca é uma forma de identificar bens ou serviços e de diferenciá-los dos concorrentes. É um ativo intangível com diversos exemplos conhecidos, em que a marca é de alcance mundial e de grande valor comercial. Periodicamente, a mídia apresenta lista das mar- cas mais valiosas no mundo, demonstrando inclusive evolução de valorização de algumas como é o caso da marca Google que ocupa o topo de uma lista publicada este ano por uma consultoria americana. Resultado conseguido em menos de uma década e superando mar- cas famosas como Coca-Cola e McDonalds. Existem organizações que definem como Visão “Estar entre as 10 marcas mais conhecidas no mercado nacional”. Neste caso, definir mecanismos de divulgação que reforcem o valor da marca é essencial. Quaisquer que sejam os métodos empregados para esta divulgação é necessário que as mensagens veiculadas junto aos clientes criem credibilidade, confiança e uma imagem positiva da organização e, também, não criem expectativas que extrapolem o que é efe- tivamente oferecido. Prometer e não entregar o prometido – a conhecida “propaganda enganosa”, considerada no Código de Defesa do Consumidor (art. 37 – Lei n. 8.078/90) – é uma situação a que uma organização rumo à excelência não pode estar sujeita. Dependendo do porte da organização, a centralização da divulgação para o público exter- no por assessoria de imprensa ou de propaganda é prática usual, para assegurar a clareza e a autenticidade das informações que são passadas. Dependendo do seu conteúdo, as mensagens devem ser aprovadas pela área técnica e passar também pela análise do setor jurídico da organização. O Quadro 2 apresenta o enfoque dado pela Suspensys para este aspecto. 10 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
  • 11. Quadro 2 – Prática de Gestão da Suspensys Como critério para assegurar a clareza, a autenticidade e o conteúdo adequado das informações divulgadas ao mercado, todas as peças promocionais ou institucionais são analisadas pela área de Marketing, juntamente com a agência de comunicação respon- sável. A área de Marketing analisa também a acuracidade do conteúdo das veiculações de nível nacional e internacional (jornais, revistas e guias especializados). Já quando se trata de questões de conteúdo técnico, os responsáveis pelo desenvolvimento do material (catálogo ou anúncio) buscam auxílio das áreas de Engenharia, Qualidade ou Pós-Venda, a fim de assegurar que não sejam criadas expectativas que extrapolem o que é efetivamente oferecido pelo produto ou serviço. Fonte: Relatório da Gestão, Suspensys Sistemas Automotivos, 2006 IMAGEM DA ORGANIZAÇÃO PERANTE OS CLIENTES Tão importante quanto as marcas, os produtos e os serviços oferecidos, a imagem da orga- nização precisa ser continuamente melhorada e preservada. Uma imagem organizacional pode ser considerada o conjunto de associações que os consumidores guardam na memória relacionadas aos produtos ou serviços, segundo Keller. A verificação da percepção desta imagem torna-se fundamental no processo de relacionamento com os clientes. Uma imagem organizacional é construída ao longo do tempo, normalmente, durante anos, por meio de trabalho árduo, contínuo e profissional, identificando e atendendo, plena e corretamente, as necessidades e expectativas dos clientes. Uma imagem organizacional depende de vários fatores tais como os apresentados na figura 4. Figura 4 – Fatores determinantes da imagem organizacional Atitude social com Conduta em relação • Meio ambiente Apoio a aos funcionários • Cidadania • Instituições de caridade • Respeito • Qualidade de Vida • Escolas e universidades • Salário • Comunidade • Organizações artísticas • Carreira Conduta nos negócios Produtos • Reputação • Características • Inovação • Desempenho • Saúde financeira • Conformidade • Qualidade da • Durabilidade administração • Qualidade • Confiabilidade Imagem organizacional Força de vendas Comunicação • Tamanho e cobertura • Propaganda • Competência • Relações públicas • Cortesia • Promoções • Confiabilidade • Mala direta • Capacidade • Telemarketing de resposta Canais de Serviços Apoio Preços distribuição • Instalação • Manuais • Preço-padrão • Localização • Qualidade e prazos • Treinamento do • Descontos • Serviço • Disponibilidade consumidor • Bonificação • Eficiência de peças • Consultoria • Condições de pagamento A avaliação da imagem pode ser feita por meio de pesquisa com os clientes e clientes-alvo, a qual pode ser conduzida pela própria organização ou por organização externa independente. Os aspectos a serem avaliados dependem do que a organização definiu como aqueles que ela espera que o cliente a reconheça. Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 11
  • 12. RELACIONAMENTO COM CLIENTES O relacionamento é um recurso fundamental para o entendimento e o tratamento das necessidades e expectativas dos clientes, bem como para o desenvolvimento de novos negócios. O relaciona- mento com os clientes considera como os canais de relacionamento são definidos e colocados à disposição dos clientes para que estes apresentem suas manifestações – reclamações, sugestões, pedidos, solicitação de informações e elogios e como essas manifestações são tratadas. Outro ponto que compõe o relacionamento com os clientes diz respeito à forma pela qual a organização avalia a satisfação e a insatisfação dos clientes. Para melhor entendimento de como atender aos requisitos deste tema, serão abordados a seguir os seus aspectos correlacionados. DEFINIÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS CANAIS DE RELACIONAMENTO Os canais de relacionamento representam os veículos ou meios pelos quais a organização interage com os seus clientes. São exemplos de meios de acesso: serviços de atendimento ao cliente (SAC) com a utilização de números telefônicos gratuitos tais como 0800; acessos por meio de fax, carta ou internet, folhetos de sugestões; pesquisas de opinião; ouvidoria e direto do tipo “Fale com o presidente”. Um importante e simples canal de relacionamento com os clientes é o contato direto, realizado, normalmente, pelas pessoas da linha de frente. Esses momentos podem fornecer informações vitais para estabelecimento de relações duradouras com os clientes como já abordado no tópico sobre identificação e tratamento das necessidades dos clientes. É importante que os canais escolhidos pela organização estejam de acordo com os tipos de clientes (segmentação do mercado e agrupamento dos clientes), conforme abordado no tópico sobre segmentação, e que estes sejam divulgados para se tornarem conhecidos e facilitar a efe- tiva utilização pelos clientes. A figura 5 apresenta os canais de relacionamento da Suspensys com seus respectivos públicos. FORMAS DE UTILIZAÇÃO DOS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO Veículo Público Utilização Clientes, comunidade, Reclamar, sugerir, solicitar Telefone fornecedores, acionistas informações e adquirir produtos Clientes, comunidade, Reclamar, sugerir, solicitar Correio Eletrônico fornecedores, acionistas informações e adquirir produtos Extranet Clientes Solicitar informações e adquirir produto Clientes, comunidade, Reclamar, sugerir e Internet fornecedores, acionistas solicitar informações Integrar, reclamar, sugerir, Feiras e eventos Clientes e fornecedores solicitar informações Integrar, reclamar, sugerir, Encontro de frotistas Clientes solicitar informações Integrar, reclamar, sugerir, Encontro Rede Suspensys Clientes solicitar informações EDI – Sistema de comunicação Solicitar informações e Clientes direta com as montadoras adquirir produtos Assistentes técnicos Clientes Reclamar, sugerir e solicitar informações Assistentes de vendas Clientes Reclamar, sugerir e solicitar informações Gerentes e Grupo de Gestão Clientes Reclamar, sugerir e solicitar informações Engenharia experimental e Clientes Reclamar, sugerir e solicitar informações Engenharia do produto Integrar, reclamar, sugerir, Encontros de confraternização Clientes e comunidade solicitar informações Clientes, comunidade, Reclamar, sugerir, Sistema de comunicação interna e externa fornecedores, acionistas solicitar informações Figura 5 – Veículos de comunicação da Suspensys Sistemas Automotivos Fonte: Relatório da Gestão, Suspensys Sistemas Automotivos, 2006 12 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
  • 13. TRATAMENTO DAS RECLAMAÇÕES OU SUGESTÕES De nada adianta que uma organização tenha diversos canais de relacionamento com os clien- tes se não existe um processo estruturado para tratar e responder de forma rápida e eficaz a essas manifestações. Esse processo deve incluir a definição de padrões de atendimento e tempo para resposta formal aos clientes. A gestão das reclamações e sugestões inclui a análise das causas e a determinação de prio- ridades com base no impacto das demandas nos custos, nas possibilidades de retenção do cliente e na imagem da organização. Todo o processo pode ser apoiado pela atuação de grupos multifuncionais para a solução de problemas e, também, por sistemas informatizados que permitem o registro e acompanhamento das reclamações e sugestões. É importante que sejam consideradas todas as reclamações e sugestões incluindo aquelas recebidas por meio de contatos informais. É comum o uso, pelas organizações, de procedimentos de tratamento de reclamações e su- gestões pertencentes aos sistemas de gestão como os que atendem aos requisitos das normas ISO 9001 e 14001. O Quadro 3 apresenta o processo de tratamento de reclamações da Idéia Digital o qual está inserido no sistema de gestão ISO 9001. Quadro 3 – Processo de Tratamento das Reclamações da Idéia Digital Na Idéia Digital, no caso de reclama - ções, o procedimento interno consiste na abertura de um indício de não con - formidade, o qual orientará para a identificação dos fatos geradores da reclamação, conforme fluxo básico a seguir. Caso a reclamação seja resul - tante de deficiências na condução ou orientação dos processos internos da empresa, é imediatamente gerado um registro de não conformidade, em seguida é aberto um plano de ação para - corrigir os efeitos gerados pelo proble ma e para evitar que os mesmos voltem a ocorrer, conforme os padrões descri - tos na instrução Registro e Tratamento de Não Conformidades. No caso de sugestão dada pelo cliente, o tratamen - to é dado conforme procedimento de Ação Preventiva, o qual encaminhará as providências para avaliação da mesma, incorporação nos processos sugestão e, no caso de aceitação da normais da empresa. Fonte: Relatório da Gestão, Idéia Digital, 2006 ACOMPANHAMENTO DAS TRANSAÇÕES – NOVOS CLIENTES/NOVOS PRODUTOS As transações recentes são caracterizadas por negociações ou vendas de novos produtos ou serviços aos novos clientes. O acompanhamento das transações é uma forma de realimentação processada na organiza- ção para evitar problemas de relacionamento, em que se procura verificar o desempenho dos produtos e, até mesmo, o atendimento durante todo o processo de fornecimento. As práticas de acompanhamento das transações demonstram a consideração com o cliente, sendo um forte mecanismo de aumento da sua satisfação e fidelização. Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 13
  • 14. Esse acompanhamento pode ser feito por meio de: • Acompanhamento sistemático de um vendedor e de um funcionário da área técnica, am- bos com pleno conhecimento do produto ou serviço adquirido pelo cliente. Este acom- panhamento visa assessorar o cliente no uso do produto ou do serviço adquirido, além de disponibilizar o treinamento necessário e adequado para esta utilização. • Prévia orientação e treinamento do cliente com relação à utilização dos produtos e serviços adquiridos. A minimização de problemas de relacionamento em transações recentes requer também ações proativas quando do desenvolvimento de novos produtos e serviços (Critério 7 - Pro- cessos) tais como: • Verificação e validação de projeto de novos produtos e serviços antes da disponibilização aos clientes; • Construção e análise crítica de protótipos de novos produtos, incluindo a validação pelo cliente; • Série piloto e análise crítica do processo para novos serviços; • Treinamento dos funcionários diretamente envolvidos com os novos produtos e serviços antes da disponibilização aos clientes; • Elaboração de manuais (do Proprietário, de Operação ou de Serviço), orientando clara- mente os clientes a respeito da utilização do novo produto ou serviço, definindo suas capacidades e limitações; • As organizações que dispõem de serviço de atendimento ao cliente devem garantir que os funcionários que se relacionam diretamente com os clientes estão treinados em relação aos novos produtos e serviços. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO E DA INSATISFAÇÃO O termo “satisfação do cliente” está relacionado à percepção que o cliente tem ao comparar o desempenho do produto/serviço com suas expectativas. A satisfação do cliente pode ser então considerada, de forma simplificada, uma questão de análise da expectativa versus desempenho efetivo. O conhecimento das percepções e reações dos clientes pode aumentar significativamente as possi- bilidades de melhores decisões empresariais. Assim, para captar adequadamente essas percepções e reações, os instrumentos de avaliação da satisfação devem ser bem definidos, caso contrário, as decisões tomadas a partir dessas informações podem ser prejudiciais ao sucesso da organização. A avaliação da satisfação e da insatisfação do cliente pode incluir tanto métodos quantitati- vos quanto qualitativos, conforme já mencionado no tópico sobre identificação e tratamento das necessidades e expectativas dos clientes. Uma avaliação eficaz deve fornecer informa- ções confiáveis sobre os atributos do produto e dos serviços, segundo a visão do cliente, bem como sobre a relação entre essa visão e a probabilidade de suas ações futuras relacionadas à nova compra e ao fornecimento de referências positivas para a organização. Um modelo geral para o processo de avaliação da satisfação por meio de questionário inclui as seguintes etapas. 1. Determinar as necessidades dos clientes (ver tópico sobre Identificação e tratamento das necessidades e expectativas) 2. Elaborar e avaliar o questionário 3. Aplicar o questionário 4. Tabular os dados 5. Analisar 6. Tomar decisões, programar a execução das ações e promover melhorias O Quadro 4 apresenta o processo de avaliação da satisfação e identificação das necessidades dos clientes na Suspensys. 14 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
  • 15. Quadro 4 – Medição da satisfação e levantamento das necessidades dos clientes da Suspensys. A avaliação da satisfação e identificação das necessi- em reuniões específicas com o Grupo de Gestão, dades dos clientes na Suspensys é realizada através além de ficarem disponíveis para consulta sempre de Pesquisa, realizada a cada dois anos abordando que necessário. Já com relação aos clientes, os re- questões como: avaliação do preço, produtos, qua- sultados da pesquisa são divulgados por meio de lidade, processo logístico, imagem da organização, contato direto através dos profissionais da empresa, dentre outros. Os resultados da pesquisa, depois de que pode ser pela Gestão, área Comercial ou Téc- analisados, são apresentados na Reunião Mensal e nica. A pesquisa segue o fluxo a seguir. INÍCIO 3 3 Necessidade da realização da Elabora o questionário Informa/entrega os resultados Pesquisa de Satisfação do Cliente. da pesquisa. da pesquisa a Suspensys. 1/2 2/3 2/4 Contrata empresa Contata comempresa Contrata os clientes Avalia e divulga os resultados. especializada. a serem pesquisados. especializada. 2/3 2 2 Formulação do Plano Geral Aprova o questionário Contrata empresa Coordena cronograma de ações. e Escopo da Pesquisa. a ser utilizado na pesquisa. especializada. 4 3 5 Definição dos Clientes/Áreas Desenvolve estratégias de Realiza as entrevistas. Planos de Ação, baseado no e pessoala ser entrevistado. Planejamento Estratégico. 2/4 3 2/4/5 Divulga internamente Computa os dados. Elabora o Avalia o processo de o Processo da Pesquisa. relatório final da pesquisa. Implementação e Progresso. Responsabilidades: 1- Diretor Comercial. 2- Supervisor de Vendas Mercado Doméstico e Exportação. FIM 3- Empresa Contratada. 4- Alta Administração. 5- Gerência e/ou Supervisão e Funcionário das Áreas Envolvidas. Fonte: Relatório da Gestão, Suspensys Sistemas Automotivos, 2006 Um cliente altamente satisfeito permanece fiel por re, usualmente, da ocorrência de eventos adversos, mais tempo, compra mais, fala bem da empresa e de que podem ser monitorados diretamente pela orga- seus produtos. Ele também dá sugestões para produtos nização, tais como número e gravidade das reclama- e serviços e custa menos para ser atendido do que no- ções, atrasos na entrega, erros de quantidades ou es- vos clientes, uma vez que as transações são rotineiras. pecificações, falhas nos documentos, atendimentos Assim, a organização deve avaliar a satisfação de seus em garantia apontados pelos clientes e outros. clientes regularmente e tentar superar as expectativas deles, em vez de apenas atendê-las. A avaliação da satisfação e da insatisfação dos clientes subsidia as análises estratégicas (Critério Estratégias A satisfação e a insatisfação dos clientes são fatores e Planos) assim como a identificação de ativos intan- diferentes e não complementares. Se a organização gíveis geradores de diferenciais competitivos tratados mede percentualmente a satisfação dos seus clientes no Critério Informações e conhecimento. alcançando um índice de 95% de satisfação não signi- fica que 5% é o índice de insatisfação. Os processos principais do negócio e os processos de apoio (Critério Processos) podem ser melhorados com Enquanto a satisfação só pode ser avaliada por meio base nas informações decorrentes da avaliação e com- de manifestações dos clientes, a insatisfação decor- paração da satisfação e da insatisfação dos clientes. Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 15
  • 16. BIBLIOGRAFIA 1. ASSOCIAÇÃO BAIANA PARA GESTÃO COM- PETITIVA. Relatório da Gestão da Coelba. Salva- dor: Associação Baiana para Gestão Competitiva, 2006. Disponível em: www.fieb.org.br/abgc. 2. ___. Relatório da Gestão da Idéia Digital. Salva- dor: Associação Baiana para Gestão Competitiva, 2006. Disponível em: www.fieb.org.br/abgc. 3. ASSOCIAÇÃO GAÚCHA DA QUALIDADE. Re- latório da Gestão da Suspensys. Porto Alegre: Asso- ciação Gaúcha da Qualidade, 2006. 4. COLLIS, Jill. Pesquisa em Administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. Porto Alegre: Bookman, 2005. p.144-184. 5. CQH. Relatório da Gestão do Laboratório Na- buco Lopes. Maceió: CQH, 2005. 6. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Critérios Rumo à Excelência. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2007. 7. ___. Cadernos de Excelência: Clientes. São Pau- lo: Fundação Nacional da Qualidade, 2007. Disponí- vel em: www.fnq.org.br. 8. GOOGLE ocupa o topo do ranking de marcas. Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 24 abr 2007. Caderno Economia, p.19. 9. HAYES, Bob E. Medindo a satisfação do cliente. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995. 10. INSTITUTO MINEIRO DA QUALIDADE. Relatório da Gestão da Belgo – Caso para Estu- do. Belo Horizonte: Instituto Mineiro da Qualidade, 2005. 11. ___. Relatório da Gestão da Cemig. Belo Hori- zonte: Instituto Mineiro da Qualidade, 2005. 12. KELLER, Kevin Lane. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 16 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Clientes
  • 17. ANOTAÇÕES ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ Clientes | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 17
  • 18. Realização Av. das Nações Unidas, 11.857, 6º andar, Conj. 62 Brooklin Novo, 04578-000, São Paulo, SP Brasil , Tel.: 55 11 5509-7700 Fax: 55 11 5509-7730 www.fnq.org.br Patrocínio FNQ 173/08 - Rev.0 - mai.08 Apoio Institucional