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Arte-educadora formada na Universidade Federal do Maranhão, especialista em gestão e docência, professora de
Arte da rede particular de ensino – SL – MA.
ZENEIDE PEREIRA CORDEIRO¹
ARTE BARROCA
Barroco tem diversas características ao longo de sua história, o seu surgimento está
intimamente ligado à Contra-Reforma. A arte barroca procura comover intensamente o
espectador. Nesse sentido, a Igreja converte-se numa espécie de espaço cénico, num teatro
sacrum onde são encenados os dramas.
O Barroco é o estilo da Reforma católica também denominada de Contra-Reforma. A
arquitetura, escultura, pintura, todas as belas artes, serviam de expressão ao Barroco nos
territórios onde ele floresceu: a Espanha, a Itália, Portugal, os países católicos do centro da
Europa e a América Latina. O catolicismo barroco também impregnou a literatura, e uma das
suas manifestações mais importantes e impressionantes foram os "autos sacramentais", peças
teatrais de argumento teológico, reflexo do espírito espanhol do século XVII, e que eram
muito apreciados pelo grande público, o que denota o elevado grau de instrução religiosa do
povo. No Barroco há uma exaltação dos sentimentos, a religiosidade é expressa de forma
dramática, intensa, procurando envolver emocionalmente as pessoas. Além da temática
religiosa, os temas mitológicos e a pintura que exaltava o direito divino dos reis; teoria
defendida pela Igreja e pelo Estado Nacional Absolutista, que, se consolidava, também era
frequente. De certa maneira, assistimos a uma retomada do espírito religioso e místico da
Idade Média, numa espécie de ressurgimento da visão teocêntrica do mundo. E não é por
acaso que a arte barroca nasce em Roma, a capital do catolicismo. A escola literária barroca é
marcada pela presença constante da dualidade. Antropocentrismo versus teocentrismo, céu
versus inferno, entre outras constantes. Contudo, não há como colocar o Barroco
simplesmente como uma retomada do fervor cristão. O Barroco caracteriza-se, portanto, num
período de dualidades; num eterno jogo de poderes entre divino e humano, no qual não há
mais certezas. A dúvida é que rege a arte deste período. E nas emoções o artista vê uma ponte
entre os dois mundos, assim, tenta desvenda-las nas suas representações.
O Barroco e a Religião
O Concílio de Trento, o 19º concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para
assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica, realizou-se de 1545 a 1563, no contexto
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da reação da Igreja Católica à cisão vivida na Europa do século XVI, diante da Reforma
Protestante. É conhecido como o Concílio da Contra-Reforma e foi o mais longo da história
da Igreja. O Concílio emitiu numerosos decretos disciplinares, em oposição aos protestantes e
estandardizou a missa, abolindo largamente as variações locais. Regulou também as
obrigações dos bispos e confirmou a presença de Cristo na eucaristia. Definiu, de forma
explícita, que a arte deve estar a serviço dos ritos da Igreja, através de imagens tidas como
elementos mediadores entre a humanidade e Deus. Os protestantes iconoclastas criticam
precisamente esse amplo uso de imagens sagradas. Para os teóricos da Contra-Reforma, no
entanto, tais imagens constituem um meio privilegiado de doutrina cristã e da história sagrada.
Pintura
Composição assimétrica, em diagonal que se revela num estilo grandioso,
monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
Acentuado contraste de claro-escuro, expressão dos sentimentos, era um recurso que
visava a intensificar a sensação de profundidade.
Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
A luz não aparece por um meio natural, mas sim projetada para guiar o olhar do
observador até o acontecimento principal da obra, como acontece na obra "Vocação de São
Mateus", de Caravaggio.
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As esculturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas emoções,
principalmente o sofrimento. Os traços se contorcem, demonstrando um movimento
exagerado. Predominam nas esculturas as curvas, os relevos e a utilização da cor dourada.
Na arquitetura as fachadas são ondulantes e decoradas com esculturas. Há grande uso
de pilastras e o interior é repleto de madeira entalhada recoberta de dourado. Linhas diagonais
e escadas dão movimento e altura às construções. O exagero de formas e a mistura de texturas
transmitem a ideia de dramaticidade e representam a opulência da sociedade da época.
Barroco no Brasil
A arte barroca chegou ao Brasil por meio da Companhia de Jesus (Minas Gerais).
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No Brasil o barroco possuiu características singulares, nasceu mestiço como seus
criadores, com influências culturais, históricas e sociais de Portugal e do Brasil. Muitas vezes
seu esplendor se esconde no interior das pequenas igrejas de paredes de taipa, quadradas e
brancas, revelando-se com impacto quando se abrem as portas.
Com a ocupação do território brasileiro, houve também a instalação das ordens
religiosas e o surgimento das vilas e cidades litorâneas. Os primeiros templos seguiam
diretamente o modelo cultural europeu. Neles utilizavam-se modelos arquitetônicos e peças
construtivas e decorativas trazidas diretamente de Portugal. No entanto, não configura,
absolutamente, falta de originalidade nas expressões artísticas dessa nova sociedade. Os
Estados da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro,
São Paulo e Rio Grande do Sul receberam a influência do barroco, mas foi em Minas
que o estilo teve seu apogeu. A descoberta de ouro e diamante em Minas Gerais, em fins do
século XVII e início do XVIII, provocou uma corrente migratória sem precedentes na história
da colonização brasileira, deslocando, para o interior, a atenção dos colonizadores
portugueses, até então concentrada no litoral. A fim de fiscalizar a saída do ouro e controlar as
populações locais, a Coroa proibiu a entrada de ordens religiosas no território mineiro, o que
gerou uma cultura sem grandes raízes às tradições religiosas. Sendo assim, a arquitetura
barroca em Minas Gerais adotou uma estética peculiar, uma vez que não havia os conventos e
colégios das grandes ordens religiosas. Além disso, a distância do litoral e as dificuldades de
importação de materiais vão dar ao Barroco Mineiro uma expressão particular marcada pelo
regionalismo. Nesse contexto, a sociedade se torna mais flexível, menos rígida com os artistas
mulatos e caboclos, o que, consequentemente, faz surgir artistas leigos, incluindo mestiços
nascidos na própria colônia, mais independentes que seus antecessores. É nesse sentido que o
Barroco desenvolvido em Minas Gerais ganhou expressão particular no contexto brasileiro,
firmando-se como um estilo diferenciado. As primeiras aglomerações que se formaram para a
exploração do ouro geravam capelas menores, pautadas pela simplicidade das formas
arquitetônicas. Todavia, os interiores apresentavam grande riqueza decorativa. Entre essas, o
mais sugestivo exemplar é a Capela de Nossa Senhora do Ó, em Sabará. Em contraponto à
chanfrada muito simples, o interior deslumbra com o conjunto de talhas, painéis pintados e
decorações em “chinesices” a ouro sobre fundo de cores quentes, decorrentes da vinda de
jesuítas portugueses provenientes de Macau, colônia portuguesa na China. Em Ouro Preto,
encontra-se outra construção com características similares. Trata-se da Capela de Nossa
Senhora do Rosário, conhecida popularmente como Capela do Padre Faria, na qual se nota um
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exterior bastante simples. Porém, seus altares - o altar-mor e dois laterais - encontram-se
entalhados e decorados em belíssima policromia dourada.
A partir das décadas de 1730-40, um novo estilo surge na talha mineira, direcionado
ao gosto de D. João V. É a vez dos retábulos estruturados por colunas torso arrematado por
dosséis e com presença sólida de anjos, meninos e elementos escultóricos; revestimento em
talha dourada e policromia em azul, vermelho e branco. Nesse grupo, inserem-se as matrizes
de Nossa Senhora do Pilar e Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, ambas em Ouro
Preto. Na segunda metade dos setecentos, há uma caracterização da modificação dos
retábulos, isto é, o desaparecimento dos dosséis e maior harmonia dos ornatos. Nesse
momento, entra em cena Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), como
arquiteto, entalhador e santeiro, deixando um importante legado de arte rococó. Os retábulos
não tiveram padrão único, diversificando-se às preferências dos artistas e ao gosto das
irmandades que encomendavam as obras. Uma característica marcante das igrejas do Rococó
Mineiro são as amplas pinturas ilusionistas dos tetos, que, juntamente com o retábulo
principal, funcionam como focos prioritários de atenção, atraindo o olhar ao se deslocar no
recinto da nave. Destaca-se, nesse período, a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto,
a qual, além dos trabalhos de Aleijadinho, possui trabalhos de pintura e douramentos de
Manuel da Costa Ataíde - Mestre Ataíde (1762-1837). Os templos mineiros estão povoados
por imagens sacras de Barroco-Rococó, ora vindas diretamente de Portugal, ora executadas na
colônia por santeiros anônimos ou por mestres identificados como Aleijadinho, Francisco
Xavier de Brito, entre outros. As escolas de pintura mineira, quase sempre compostas por
pintores mulatos, criaram mais de cem abóbadas de foros policromados, que vão da
perspectiva barroca ao rococó, contando com nomes como Manoel da Costa Ataíde, João
Nepomuceno Correia e Castro, entre outros. Muitos foram os artistas que contribuíram para o
engrandecimento do Barroco no Brasil. Quando o estilo já estava concatenado ao contexto
nacional apareceram em Minas Gerais, duas figuras célebres que o levaram ao auge e que
iluminaram também o seu fim como corrente estética dominante: Aleijadinho, na arquitetura e
na escultura, e, na pintura, Mestre Ataíde. O amarelo, o ouro e o sol simbolizam a união da
alma de Deus, a luz revelada aos profanos, sendo o amarelo, o ouro e o sol, os três graus dessa
revelação. Mesmo sendo o ouro um metal, consolida-se na prática da iconografia. Se as cores
se expressam como a luz refletida, traria o simbolismo de ser a própria luz; pura e genuína. As
cores têm um papel fundamental na iconografia; sua função não fica apenas no âmbito
estilístico, mas deve levar um simbolismo atrelado à imagem a qual retrata. Ataíde faz
viverem cores e imagens. As cores com que são pintados os altares, as figuras e imagens
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representam uma importância fundamental para a compreensão dos símbolos e para que se
possa entender o tema da composição. Dessa forma, podemos assinalar o significado que
trazem consigo as duas cores mais utilizadas por Ataíde: o vermelho e o azul. O vermelho é,
na iconografia barroca, o amor, a caridade, a adoração a Deus, temor, proteção e êxtase diante
do infinito desconhecido. É, ainda, martírio, sofrimento, realeza, poder absoluto.

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Arte barroca

  • 1. Arte-educadora formada na Universidade Federal do Maranhão, especialista em gestão e docência, professora de Arte da rede particular de ensino – SL – MA. ZENEIDE PEREIRA CORDEIRO¹ ARTE BARROCA Barroco tem diversas características ao longo de sua história, o seu surgimento está intimamente ligado à Contra-Reforma. A arte barroca procura comover intensamente o espectador. Nesse sentido, a Igreja converte-se numa espécie de espaço cénico, num teatro sacrum onde são encenados os dramas. O Barroco é o estilo da Reforma católica também denominada de Contra-Reforma. A arquitetura, escultura, pintura, todas as belas artes, serviam de expressão ao Barroco nos territórios onde ele floresceu: a Espanha, a Itália, Portugal, os países católicos do centro da Europa e a América Latina. O catolicismo barroco também impregnou a literatura, e uma das suas manifestações mais importantes e impressionantes foram os "autos sacramentais", peças teatrais de argumento teológico, reflexo do espírito espanhol do século XVII, e que eram muito apreciados pelo grande público, o que denota o elevado grau de instrução religiosa do povo. No Barroco há uma exaltação dos sentimentos, a religiosidade é expressa de forma dramática, intensa, procurando envolver emocionalmente as pessoas. Além da temática religiosa, os temas mitológicos e a pintura que exaltava o direito divino dos reis; teoria defendida pela Igreja e pelo Estado Nacional Absolutista, que, se consolidava, também era frequente. De certa maneira, assistimos a uma retomada do espírito religioso e místico da Idade Média, numa espécie de ressurgimento da visão teocêntrica do mundo. E não é por acaso que a arte barroca nasce em Roma, a capital do catolicismo. A escola literária barroca é marcada pela presença constante da dualidade. Antropocentrismo versus teocentrismo, céu versus inferno, entre outras constantes. Contudo, não há como colocar o Barroco simplesmente como uma retomada do fervor cristão. O Barroco caracteriza-se, portanto, num período de dualidades; num eterno jogo de poderes entre divino e humano, no qual não há mais certezas. A dúvida é que rege a arte deste período. E nas emoções o artista vê uma ponte entre os dois mundos, assim, tenta desvenda-las nas suas representações. O Barroco e a Religião O Concílio de Trento, o 19º concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica, realizou-se de 1545 a 1563, no contexto
  • 2. Arte-educadora formada na Universidade Federal do Maranhão, especialista em gestão e docência, professora de Arte da rede particular de ensino – SL – MA. da reação da Igreja Católica à cisão vivida na Europa do século XVI, diante da Reforma Protestante. É conhecido como o Concílio da Contra-Reforma e foi o mais longo da história da Igreja. O Concílio emitiu numerosos decretos disciplinares, em oposição aos protestantes e estandardizou a missa, abolindo largamente as variações locais. Regulou também as obrigações dos bispos e confirmou a presença de Cristo na eucaristia. Definiu, de forma explícita, que a arte deve estar a serviço dos ritos da Igreja, através de imagens tidas como elementos mediadores entre a humanidade e Deus. Os protestantes iconoclastas criticam precisamente esse amplo uso de imagens sagradas. Para os teóricos da Contra-Reforma, no entanto, tais imagens constituem um meio privilegiado de doutrina cristã e da história sagrada. Pintura Composição assimétrica, em diagonal que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista. Acentuado contraste de claro-escuro, expressão dos sentimentos, era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade. Realista, abrangendo todas as camadas sociais. Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática. A luz não aparece por um meio natural, mas sim projetada para guiar o olhar do observador até o acontecimento principal da obra, como acontece na obra "Vocação de São Mateus", de Caravaggio.
  • 3. Arte-educadora formada na Universidade Federal do Maranhão, especialista em gestão e docência, professora de Arte da rede particular de ensino – SL – MA. As esculturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente o sofrimento. Os traços se contorcem, demonstrando um movimento exagerado. Predominam nas esculturas as curvas, os relevos e a utilização da cor dourada. Na arquitetura as fachadas são ondulantes e decoradas com esculturas. Há grande uso de pilastras e o interior é repleto de madeira entalhada recoberta de dourado. Linhas diagonais e escadas dão movimento e altura às construções. O exagero de formas e a mistura de texturas transmitem a ideia de dramaticidade e representam a opulência da sociedade da época. Barroco no Brasil A arte barroca chegou ao Brasil por meio da Companhia de Jesus (Minas Gerais).
  • 4. Arte-educadora formada na Universidade Federal do Maranhão, especialista em gestão e docência, professora de Arte da rede particular de ensino – SL – MA. No Brasil o barroco possuiu características singulares, nasceu mestiço como seus criadores, com influências culturais, históricas e sociais de Portugal e do Brasil. Muitas vezes seu esplendor se esconde no interior das pequenas igrejas de paredes de taipa, quadradas e brancas, revelando-se com impacto quando se abrem as portas. Com a ocupação do território brasileiro, houve também a instalação das ordens religiosas e o surgimento das vilas e cidades litorâneas. Os primeiros templos seguiam diretamente o modelo cultural europeu. Neles utilizavam-se modelos arquitetônicos e peças construtivas e decorativas trazidas diretamente de Portugal. No entanto, não configura, absolutamente, falta de originalidade nas expressões artísticas dessa nova sociedade. Os Estados da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul receberam a influência do barroco, mas foi em Minas que o estilo teve seu apogeu. A descoberta de ouro e diamante em Minas Gerais, em fins do século XVII e início do XVIII, provocou uma corrente migratória sem precedentes na história da colonização brasileira, deslocando, para o interior, a atenção dos colonizadores portugueses, até então concentrada no litoral. A fim de fiscalizar a saída do ouro e controlar as populações locais, a Coroa proibiu a entrada de ordens religiosas no território mineiro, o que gerou uma cultura sem grandes raízes às tradições religiosas. Sendo assim, a arquitetura barroca em Minas Gerais adotou uma estética peculiar, uma vez que não havia os conventos e colégios das grandes ordens religiosas. Além disso, a distância do litoral e as dificuldades de importação de materiais vão dar ao Barroco Mineiro uma expressão particular marcada pelo regionalismo. Nesse contexto, a sociedade se torna mais flexível, menos rígida com os artistas mulatos e caboclos, o que, consequentemente, faz surgir artistas leigos, incluindo mestiços nascidos na própria colônia, mais independentes que seus antecessores. É nesse sentido que o Barroco desenvolvido em Minas Gerais ganhou expressão particular no contexto brasileiro, firmando-se como um estilo diferenciado. As primeiras aglomerações que se formaram para a exploração do ouro geravam capelas menores, pautadas pela simplicidade das formas arquitetônicas. Todavia, os interiores apresentavam grande riqueza decorativa. Entre essas, o mais sugestivo exemplar é a Capela de Nossa Senhora do Ó, em Sabará. Em contraponto à chanfrada muito simples, o interior deslumbra com o conjunto de talhas, painéis pintados e decorações em “chinesices” a ouro sobre fundo de cores quentes, decorrentes da vinda de jesuítas portugueses provenientes de Macau, colônia portuguesa na China. Em Ouro Preto, encontra-se outra construção com características similares. Trata-se da Capela de Nossa Senhora do Rosário, conhecida popularmente como Capela do Padre Faria, na qual se nota um
  • 5. Arte-educadora formada na Universidade Federal do Maranhão, especialista em gestão e docência, professora de Arte da rede particular de ensino – SL – MA. exterior bastante simples. Porém, seus altares - o altar-mor e dois laterais - encontram-se entalhados e decorados em belíssima policromia dourada. A partir das décadas de 1730-40, um novo estilo surge na talha mineira, direcionado ao gosto de D. João V. É a vez dos retábulos estruturados por colunas torso arrematado por dosséis e com presença sólida de anjos, meninos e elementos escultóricos; revestimento em talha dourada e policromia em azul, vermelho e branco. Nesse grupo, inserem-se as matrizes de Nossa Senhora do Pilar e Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, ambas em Ouro Preto. Na segunda metade dos setecentos, há uma caracterização da modificação dos retábulos, isto é, o desaparecimento dos dosséis e maior harmonia dos ornatos. Nesse momento, entra em cena Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), como arquiteto, entalhador e santeiro, deixando um importante legado de arte rococó. Os retábulos não tiveram padrão único, diversificando-se às preferências dos artistas e ao gosto das irmandades que encomendavam as obras. Uma característica marcante das igrejas do Rococó Mineiro são as amplas pinturas ilusionistas dos tetos, que, juntamente com o retábulo principal, funcionam como focos prioritários de atenção, atraindo o olhar ao se deslocar no recinto da nave. Destaca-se, nesse período, a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto, a qual, além dos trabalhos de Aleijadinho, possui trabalhos de pintura e douramentos de Manuel da Costa Ataíde - Mestre Ataíde (1762-1837). Os templos mineiros estão povoados por imagens sacras de Barroco-Rococó, ora vindas diretamente de Portugal, ora executadas na colônia por santeiros anônimos ou por mestres identificados como Aleijadinho, Francisco Xavier de Brito, entre outros. As escolas de pintura mineira, quase sempre compostas por pintores mulatos, criaram mais de cem abóbadas de foros policromados, que vão da perspectiva barroca ao rococó, contando com nomes como Manoel da Costa Ataíde, João Nepomuceno Correia e Castro, entre outros. Muitos foram os artistas que contribuíram para o engrandecimento do Barroco no Brasil. Quando o estilo já estava concatenado ao contexto nacional apareceram em Minas Gerais, duas figuras célebres que o levaram ao auge e que iluminaram também o seu fim como corrente estética dominante: Aleijadinho, na arquitetura e na escultura, e, na pintura, Mestre Ataíde. O amarelo, o ouro e o sol simbolizam a união da alma de Deus, a luz revelada aos profanos, sendo o amarelo, o ouro e o sol, os três graus dessa revelação. Mesmo sendo o ouro um metal, consolida-se na prática da iconografia. Se as cores se expressam como a luz refletida, traria o simbolismo de ser a própria luz; pura e genuína. As cores têm um papel fundamental na iconografia; sua função não fica apenas no âmbito estilístico, mas deve levar um simbolismo atrelado à imagem a qual retrata. Ataíde faz viverem cores e imagens. As cores com que são pintados os altares, as figuras e imagens
  • 6. Arte-educadora formada na Universidade Federal do Maranhão, especialista em gestão e docência, professora de Arte da rede particular de ensino – SL – MA. representam uma importância fundamental para a compreensão dos símbolos e para que se possa entender o tema da composição. Dessa forma, podemos assinalar o significado que trazem consigo as duas cores mais utilizadas por Ataíde: o vermelho e o azul. O vermelho é, na iconografia barroca, o amor, a caridade, a adoração a Deus, temor, proteção e êxtase diante do infinito desconhecido. É, ainda, martírio, sofrimento, realeza, poder absoluto.