Eugênio de Castro foi um poeta português do Simbolismo no século XIX. Ele introduziu o movimento Simbolista em Portugal e publicou seu trabalho mais reconhecido, Constança, em 1900. Sua obra pode ser dividida em duas fases, a Simbolista e a Neoclássica. Camilo Pessanha foi o maior poeta Simbolista português, fortemente influenciado por Paul Verlaine. Ele viveu exilado em Macau, onde faleceu em 1926, tendo publicado seu único livro de poemas, Clepsidra
2. Introdução
Eugênio de Castro e Almeida é considerado o introdutor do
Simbolismo em Portugal. Licenciou-se em Letras na
Universidade de Coimbra e após o término do curso
ocupou alguns cargos diplomáticos, como professor na
mesma universidade. Em Coimbra foi co-fundador da
revista internacional A Arte, onde foi diretor entre 1895 e
1896, e foi também colaborador do jornal O Dia.
Ele publicou os seus primeiros trabalhos de poesia, em
1884, aos 15 anos de idade, atingindo o momento mais alto
da sua obra em 1900 com o livro Constança.
3. Murmúrio de água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...
Homem, que fazes tu? Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...
4. Sua obra pode ser dividida em duas fases: na primeira fase
ou fase Simbolista, que corresponde a sua produção poética
até o final do século XIX, Eugênio de Castro definiu
algumas características da Escola Simbolista, como por
exemplo o uso de rimas novas e raras, novas métricas,
sinestesias, aliterações e vocabulário mais rico e musical.
Na segunda fase ou neoclássica, que corresponde aos
poemas escritos já no século XX, vemos um poeta voltado à
Antiguidade Clássica e ao passado português, revelando
um certo saudosismo, característico das primeiras décadas
do século XX em Portugal.
5. Coimbra, 7 de Setembro de 1867 — Macau, 1 de
Março de 1926
6. Camilo de Almeida Pessanha nasceu no dia 7 de
setembro de 1867 na cidade de Coimbra em Portugal.
Após formar-se em Direito foi para Macau, na China,
onde exerceu a função de Professor.
Acometido de Tuberculose e viciado em ópio, retornou
várias vezes para a Portugal para tratar da sua saúde.
Essas viagens de pouco valeram, uma vez que o poeta
faleceu em 1º de março de 1926 em Macau.
7. Ele utiliza uma linguagem moderna, que passa ao largo dos simbolistas
convencionais, para discutir questões existenciais. A obra de Pessanha
apresenta um simbolismo arrebatado, considerado o verdadeiro sentimento
simbolista para muitos críticos.
Camilo Pessanha que é, sem sombra de dúvidas, o maior e mais autêntico
poeta Simbolista português foi fortemente influenciado pela poesia de do
poeta francês Verlaine.
Sua poesia, que influenciou vários poetas modernistas, como por exemplo
Fernando Pessoa, mostra o mundo sob a ótica da ilusão, da dor e do
pessimismo.
O exílio do mundo e a desilusão em relação à Pátria também estão presentes
em sua obra e passam a impressão de desintegração do seu ser.
8. Em 1920, é publicado ‘Clepsidra’, único livro de poesia de
Pessanha, que estava ainda na China. Foi lá onde o poeta
passou seus últimos dias de vida,
Os versos com que Camilo Pessanha abre ‘Clepsidra’ são
uma ilustração perfeita para a realidade que ele vivia: “Eu vi
a luz de um país perdido.
/A minha alma é lânguida e inerme. /
/ Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído! /
/ No chão sumir-se, como faz um verme…/ ”.
Nesse poema, “Inscrição”, vêem-se perdidos, um
país(Portugal) e o poeta (Camilo Pessanha) que canta a
decaída pátria’.