3. MOMENTO HISTÓRICO
Primeira fase da história de
Portugal: séculos XII a XIV
1095: O rei Afonso VI, de Leão e
Castela, concede o condado
Portucalense a seu genro Henrique
de Borgonha
5. • 1139: D. Afonso Henriques, filho e sucessor de
Henrique de Borgonha, após vencer os
mouros em batalha, declara a independência
do condado Portucalense e proclama-se rei. É
o início da 1ª dinastia.
7. Fim da Revolução
de Avis; D. João I é
aclamado rei de
Portugal; início da
dinastia de Avis.
8. CRONOLOGIA DO TROVADORISMO
• INÍCIO: 1189 (ou 1198?) – Cantiga da
Ribeirinha, Paio Soares Tavares.
• FIM – 1385 – Fim da dinastia de Borgonha.
9. A POESIA TROVADORESCA
• A poesia não era escrita para ser lida por um
leitor solitário;
• Era cantada (daí o nome de cantiga);
• Devemos considerar as cantigas como poesia
intimamente ligada à música, própria para
apresentações públicas.
10. Chamamos de poesia trovadoresca à produção
poética, em galego-português, do final do século
XII ao século XIV. Seu apogeu ocorre no reinado
de Afonso III, pelos meados do século XII.
14. CARACTERÍSTICAS DAS CANTIGAS
Língua: galego-português;
Tradição oral e coletiva;
Poesia cantada e acompanhada por
instrumentos musicais, colecionadas em
cancioneiros;
Autores: trovadores
Intérpretes: jograis, segréis e menestréis;
Gêneros: lírico e satírico.
16. Características das cantigas de amor
• Voz lírica masculina.
• Tratamento dado a mulher mia senhor.
• Expressão da vida da corte.
17. • Convenções do amor cortês:
a. idealização da mulher
b. vassalagem amorosa.
c. expressão da coita.
• Origem provençal.
18.
19. Características da cantiga de amigo
• Voz lírica feminina.
• Tratamento dado ao namorado amigo.
• Expressão da vida campesina e urbana.
• Realismo fatos comuns da vida cotidiana.
20. • Amor realizado ou possível – sofrimento
amoroso.
• Simplicidade – pequenos quadros sentimentais.
• Paralelismo e refrão.
• Origem popular e autóctone (isto é, na própria
Península Ibérica.)
23. De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade[...]
(Pero Larouco)
24. Tradução:
Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo
tanto na feiúra quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.
25. Cantigas de maldizer
• Diretas, sem equívocos.
• Intenção difamatória
• Palavrões e xingamentos.
26. Maria Mateu, daqui vou desertar.
De cona não achar o mal me vem.
Aquela que a tem não ma quer dar
e alguém que ma daria não a tem.
Maria Mateu, Maria Mateu,
tão desejosa sois de cona como eu!
Quantas conas foi Deus desperdiçar
quando aqui abundou quem as não quer!
E a outros, fê-las muito desejar:
a mim e a ti, ainda que mulher.
Maria Mateu, Maria Mateu
tão desejosa sois de cona como eu!
27. • Conheceis uma donzela
por quem trovei e a que um dia
chamei de Dona Beringela?
nunca tamanha porfia
vi nem mais disparatada.
Agora que está casada
chamam-lhe Dona Maria.
Algo me traz enjoado,
assim o céu me defenda:
um que está a bom recato
(negra morte o surpreenda
e o Demônio cedo o tome!)
quis chamá-la pelo nome
e chamou-lhe Dona Ousenda.
Pois que se tem por formosa
quanto mais achar-se pode,
pela Virgem gloriosa!
um homem que cheira a bode
e cedo morra na forca
quando lhe cerrava a boca
chamou-lhe Dona Gondrode.
Dom Afonso Sanches