Este documento descreve o Caderno de Excelência da FNQ sobre o Critério Sociedade. O caderno aborda:
1) A responsabilidade socioambiental das organizações, incluindo a identificação e minimização de impactos sociais e ambientais ao longo do ciclo de vida dos produtos.
2) A ética e o desenvolvimento social, com foco em comportamento ético, projetos sociais e não discriminação.
3) Exemplos de como empresas implementaram ações para tratar efluentes e emissões, alinhar metas socioambientais e considerar todo o
3. APRESENTAÇÃO
Este Caderno compõe a série Cadernos de Excelência, que tem por finalidade divulgar o Modelo de Excelência da
Gestão®
(MEG) da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade. Destina-se a esclarecer as dúvidas de seus usuários sobre
o Modelo e a satisfazer aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma valiosa
ferramenta para quem pretende aperfeiçoar-se como membro da Banca Examinadora, aprimorar a gestão de sua
organização ou preparar uma candidatura ao Prêmio Nacional da Qualidade®
(PNQ).
O Modelo de Excelência da Gestão®
(MEG) está apresentado na publicação Critérios de Excelência, editada, anualmen-
te, pela FNQ. Para uma leitura mais eficaz dos Cadernos desta série, recomenda-se que seja efetuada em conjunto
com os Critérios de Excelência.
Os Cadernos de Excelência são publicados na forma de “fascículos”, de modo a tornar a leitura mais agradável e a
facilitar seu manuseio. A série está organizada em dez volumes:
• Introdução ao Modelo de Excelência da Gestão®
(MEG) • Informações e Conhecimento
• Liderança • Pessoas
• Estratégias e Planos • Processos
• Clientes • Resultados
• Sociedade • Auto-avaliação e Gestão de Melhorias
Escritos em linguagem acessível, os Cadernos de Excelência descrevem como os requisitos dos Critérios de Excelência
podem ser implementados a partir de soluções práticas, sem caráter prescritivo. Como ilustração, são apresentados
exemplos de empresas finalistas ou vencedoras do PNQ, revelando o quanto podem ser proativas, refinadas ou
inovadoras as abordagens adotadas. No caso da sua utilização por organizações públicas, alguns conceitos como
cliente, mercado e concorrência precisam ser adaptados.
Espera-se que o leitor seja estimulado a consultar os Cadernos sempre que necessário e que se beneficie com os
exemplos apresentados. A série está disponível também em meio eletrônico - www.fnq.org.br.
Equipe de Redação
Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 3
4. 4 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 3
INTRODUÇÃO.............................................................................................. 5
O CRITÉRIOSOCIEDADE ........................................................................... 6
Responsabilidade socioambiental ...................................................... 6
Ética e desenvolvimento social........................................................ 14
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 22
SOCIEDADE
5. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 5
Há indicações de que as organizações têm evo-
luído muito nos processos internos de produção e
de apoio, a partir do uso de novas tecnologias.
Esses processos trazem resultados financeiros.
Também há evolução significativa no Critério
Pessoas. Entretanto, muitas ações ainda são ne-
cessárias para que as empresas brasileiras atinjam
um grau de excelência compatível com os requi-
sitos do mundo moderno, a exemplo da
responsabilidade socioambiental.
JoséManueldeAguiarMartins-Diretor-geraldoSenai.
Fonte: FNQ: Classe Mundial 2005
INTRODUÇÃO
Toda organização deve orientar sua atuação com base
em seu relacionamento ético e transparente com todas
as partes interessadas, visando ao desenvolvimento sus-
tentável. Nesse sentido, deve preservar os recursos
ambientais e culturais para gerações futuras, respeitan-
do a diversidade e promovendo a redução das
desigualdades sociais. O exercício da cidadania pressu-
põe o apoio a ações de interesse social, podendo incluir
a educação e a assistência comunitária, a promoção da
cultura, do esporte e do lazer, e a participação no desen-
volvimento nacional, regional ou setorial. A liderança
na cidadania implica influenciar outras organizações, pú-
blicas ou privadas, a se tornarem parceiras nestes
propósitos e, também, estimular as pessoas de sua pró-
pria força de trabalho a se engajarem em atividades
sociais.
A organização que pretende implementar uma cultura
da excelência deve estar preparada para atuar
proativamente no que se refere ao atendimento das ne-
cessidades da sociedade. Para essa organização, não é
suficiente atender aos requisitos legais e regulamenta-
res; é necessário procurar superá-los, com a convicção
de que ao longo do tempo os requisitos serão cada vez
mais exigentes, em função dos níveis crescentes de
conscientização da sociedade.
6. 6 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
O CRITÉRIO SOCIEDADE
A estruturação do Critério Sociedade está baseada princi-
palmente no fundamento Responsabilidade Social, que
pressupõe o reconhecimento da comunidade e da socie-
dade como partes interessadas da organização. O valor
da organização depende de sua credibilidade perante
a sociedade e de seu reconhecimento público. Por
esta razão, o zelo com a imagem perante a sociedade
é elemento fundamental para o sucesso e a perenida-
de da organização. Outro fundamento relacionado com
o Critério Sociedade é o Pensamento Sistêmico, pela impor-
tância do entendimento das relações de interdependência
existentes entre a organização e o ambiente externo.
O fundamento Liderança e Constância de Propósitos tam-
bémorientaaestruturaçãodesteCritério,pelaimportância
do papel da Direção na incorporação da cultura necessá-
ria ao desenvolvimento sustentável.
“Desenvolvimento sustentável: desenvolvimen-
to que satisfaz as necessidades presentes sem
comprometer a capacidade das futuras gerações
de satisfazerem suas próprias necessidades.”
Gro Harlem Brundtland, 1987, presidente da Co-
missão Mundial de Meio Ambiente
O Critério Sociedade contempla dois itens: 4.1 Res-
ponsabilidade socioambiental e 4.2 Ética e
desenvolvimento social.
O item 4.1 Responsabilidade socioambiental contém
requisitos cuja finalidade é orientar a organização para a
importância de minimizar quaisquer impactos negati-
vos que seus processos, produtos e instalações possam
representar para a sociedade, bem como para a conser-
vação dos recursos e a preservação dos ecossistemas. É
importante destacar que esses conceitos devem ser con-
siderados durante todo o ciclo de vida do produto, ou
seja, desde o projeto até a disposição final.
O item 4.2 Ética e desenvolvimento social reúne os
requisitos necessários para que uma organização desen-
volva um comportamento ético e direcione sua força de
trabalho e parceiros para o fortalecimento da sociedade,
por meio de projetos sociais alinhados às necessidades
das comunidades. Também fazem parte deste item
requisitos voltados à adoção de políticas não-
discriminatórias na força de trabalho.
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
Este item enfoca como a organização contribui para o
desenvolvimento sustentável, por meio da minimização
dos impactos negativos potenciais de seus produtos, pro-
cessos e instalações na sociedade, e pela forma como
envolve as partes interessadas nas questões relativas à
responsabilidade socioambiental. É importante desta-
car que o item trata dos impactos tanto sociais como
ambientais desde o projeto até a disposição final.
O quadro 1 apresenta as principais inter-relações do item
4.1 com os demais itens dos Critérios de Excelência.
7. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 7
Quadro 1: Principais inter-relacionamentos do item 4.1
Fonte: FNQ, 2007
8. 8 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
A) ELIMINAÇÃO OU MINIMIZAÇÃO DOS
IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS
Paraqueconsigaminimizaroumesmoeliminarosimpactos
negativos(sociaiseambientais)decorrentesdesuasativida-
des, a organização deve, inicialmente identificar quais são
os impactos potenciais. Note-se que as práticas utilizadas
para essa identificação devem abranger todo o ciclo de vida
do produto, desde o projeto, passando pela aquisição das
matérias-primas,produção,transporteeuso,atéadisposição
final. É importante que entre os impactos ambientais a se-
rem considerados, sejam incluídos o uso de recursos,
agressões ao meio ambiente, ruído etc. Com relação a im-
pactossociais,estespodemserrelacionadosàsaúdehumana,
qualidade de vida e atividade econômica das populações
impactadas pelas atividades da organização e outros.
O tratamento dos impactos identificados, visando a sua
eliminação ou minimização, requer a avaliação da rele-
vância dos impactos identificados e dos riscos envolvidos,
considerando, sempre que pertinente, implicações legais,
compromissos assumidos com partes interessadas e
anseios explícitos e implícitos de partes interessadas e da
sociedade como um todo. Metodologias como FMEA,
Hazop e outras, voltadas à avaliação de riscos, podem ser
de grande valia para essa finalidade. Essas avaliações de-
vem orientar a organização no estabelecimento de metas
e métodos para tratamento dos impactos identificados.
O requisito deste marcador explicita que metas devem
ser estabelecidas para orientar os métodos a utilizar para
tratamento dos impactos sociais e ambientais. O quadro 2
apresenta as metas de emissões atmosféricas da Bahia Sul
Celulose, descritas no seu relatório da gestão de 2001.
Tendo estabelecido as metas voltadas à eliminação ou
minimização dos impactos, a organização deve
implementar práticas de gestão compatíveis com a rele-
vância dos impactos identificados e das metas
estabelecidas.
Para os impactos ambientais, a Dana Albarus - Divisão de Cardans utiliza a Planilha de Identifica-
ção de Aspectos e Impactos Ambientais. Estas planilhas visam identificar aspectos como resíduos
sólidos, líquidos e emissões gasosas, avaliando os impactos potenciais associados a cada um destes
quanto à sua severidade, abrangência, freqüência com que o aspecto ambiental é gerado e avalia-
ção dos controles operacionais existentes. A magnitude do impacto é avaliada por meio da pontuação
dos critérios acima descritos (severidade escala, freqüência e controle). De acordo com a magnitu-
de, os aspectos são tratados e ações são priorizadas por meio da definição de objetivos e metas
ambientais junto à Alta Administração. Todos os aspectos significativos recebem tratamento espe-
cial por meio de um processo de treinamento e conscientização ambiental específico para todas as
pessoas que realizam tais tarefas e do estabelecimento de controles operacionais, como instruções
de trabalhos, pisos impermeáveis, tratamento dos resíduos gerados (incluindo reciclagem, trata-
mento de efluentes, co-processamento) e sistemas de exaustão com filtro. Dentro da tática de
integração de sistemas, realiza-se uma avaliação dos perigos e riscos relacionados à saúde e segu-
rança por meio da elaboração de FMEAs de segurança. Da mesma forma, todas as atividades são
avaliadas por meio de planilhas de perigos e riscos, estabelecendo-se controles operacionais e
melhorando os processos para minimizar riscos.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Dana Albarus - Divisão de Cardans, 2003
9. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 9
A WEG - Unidade Motores implementou as se-
guintes ações para tratar seus efluentes gasosos:
- substituição de máquinas convencionais de
esmaltação de fios por máquinas com queima
catalítica dos solventes;
- sistemas de controle dos efluentes gasosos,
como coletores de pó nos departamentos
metalúrgicos;
- sistema de lavagem de gases para o processo
de fusão de alumínio; e
- monitoramento das emissões de gases.
Com relação aos efluentes líquidos, os mesmos
são tratados pelos seguintes sistemas:
- estações de tratamento de efluentes;
- estação de tratamento das águas de lavagem
das áreas de fundição.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, WEG - Unidade Mo-
tores, 1997
É importante notar que o requisito explicita que a organi-
zação deve tratar os impactos de seus produtos, desde o
projeto até a disposição final, ou seja, durante todo o ciclo
de vida do produto. Isto significa que a empresa deve
considerar em sua gestão, além dos impactos do uso e
descarte de seus produtos, também os aspectos relativos
ao impacto provocado pelo descarte das embalagens deQuadro 2: Metas de emissões atmosféricas da Bahia Sul Celulose
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Bahia Sul Celulose, 2001
A Gerdau Aços Finos Piratini foi a primeira unida-
dedogrupoaavaliartodasasatividadesrelacionadas
com os aspectos ambientais de seus produtos, pro-
cessoseinstalaçõesquantoaoseuimpactopotencial
nos meios físico, biológico e antrópico. Esta avalia-
ção é conduzida pela Comissão Interna de Meio
Ambiente(CIMA)epelasáreas,queidentificamas
atividades das células operacionais que possuam
aspectos ambientais e avaliam seus possíveis im-
pactos. Os aspectos ambientais são identificados
levando-se em consideração as entradas e saídas
associadas às atividades, processos e operações da
usina.Consideram-se,também,assituaçõesnormais
de operação, as de parada e partida e as potenciais
emergências. A magnitude do impacto que um as-
pecto pode acarretar é dimensionada por meio de
pontuação, segundo critérios de escala, severidade,
probabilidade de ocorrência e duração. De acordo
com a pontuação, os impactos são tratados em pla-
nos de ação ambientais específicos para todas as
áreas da usina.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Gerdau Aços Finos
Piratini, 2002
10. 10 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
seus produtos. Uma prática proativa nesse sentido, usada
por organizações Classe Mundial, consiste no estabeleci-
mento de “listas negras” com a indicação de materiais
que não poderão ser usados em seus projetos.
B) COMUNICAÇÃO DOS IMPACTOS
SOCIAIS E AMBIENTAIS À SOCIEDADE
A organização deve manter práticas voltadas para a comuni-
cação com a sociedade a respeito dos impactos sociais e
ambientais de seus produtos, processos e instalações, bem
como de outras informações relevantes relativas à responsa-
bilidade socioambiental. Isso deve ser feito de forma a
demonstrar transparência e a conquistar credibilidade. Vale a
pena destacar que essa comunicação pode ser de dois tipos:
a) situações anormais - ocorrem quando algum desvio é
constatado, seja em característica de produto, seja em
desempenho de algum dos processos da organiza-
ção, com conseqüências negativas para a sociedade.
Essa comunicação visa informar a necessidade de algu-
ma ação específica para minimizar os efeitos do desvio.
b) Situaçõesnormais-ocorremquandotantoosprocessoscomo
os produtos estão dentro da normalidade. Normalmente,
este tipo comunicação é utilizado para manter a sociedade
informada a respeito de indicadores e de ações da organiza-
ção. É feito tipicamente pelos “Relatórios Sociais” emitidos
sistematicamente, por meio da elaboração e distribuição
de folhetos explicativos e práticas do tipo “Fábrica Aber-
ta”, nas quais representantes de entidades, escolas e até
mesmo pessoas físicas da comunidade têm acesso às insta-
lações para conhecer as ações da organização e a situação
real relativa a impactos eventualmente negativos.
No caso dos “Relatórios Sociais”, existem alguns padrões
consagrados no mercado que podem ser utilizados como
instrumento para a comunicação com a sociedade, tais como:
• Modelo GRI¹;
• Ibase (ver quadro 3);
• Instituto Ethos.
C) TRATAMENTO DE PENDÊNCIAS E
SANÇÕES LEGAIS, REGULAMENTARES
E CONTRATUAIS
Conforme assinala a descrição do fundamento Responsabi-
lidade Social, o sucesso de uma organização no longo prazo
depende, entre outros aspectos, do atendimento e, mes-
mo, da superação dos requisitos legais e regulamentares
associados a seus produtos, processos e instalações. Uma
primeiraconseqüênciadessaafirmaçãoéanecessidadede
que a organização mantenha uma prática adequada para
assegurar conhecimento atualizado dos requisitos legais e
regulamentares relacionados à sua área de atividade. Isso
pode ser feito pela atuação de especialistas internos ou
externos à empresa, que devem manter-se permanente-
mente informados a respeito das legislações pertinentes.
A Dana Albarus - Divisão de Cardans considera as
preocupações públicas com os seus produtos, proces-
sos e operações de maneira proativa por meio do
Software de Atualização Legislativa. Com a utilização
deste software, é possível tanto monitorar o atendi-
mento aos requisitos legais e regulamentares
ambientais quanto verificar como está em relação aos
preceitos atuais e visualizar, de maneira proativa, as
proposições em tramitação. Este software é atualiza-
do quadrimestralmente. A coordenação do Sistema
de Gestão Ambiental também recebe a cada quinze
dias, por intermédio de uma empresa de consultoria
especializada em legislação ambiental, uma listagem
com leis e normas ambientais que ainda estão trami-
tando ou sendo analisadas pelos órgãos competentes,
de forma a antecipar-se aos requisitos legais que en-
trarão em vigor posteriormente. Além disso, por
intermédio do Conselho Municipal de Meio Ambi-
ente, a coordenação de Sistema de Gestão Ambiental
recebe os projetos de leis que estão sendo elaborados
no município, antecipando-se às exigências legais,
mesmo antes de sua promulgação.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Dana Albarus - Divisão de
Cardans, 2003
1.GRI - GlobalReportinginitiative
11. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 11
Além dos requisitos legais, regulamentares e contratuais, as organizações
que buscam a excelência podem ainda aderir voluntariamente a convenções
setoriais ou outras (por exemplo a OIT), o que implica requisitos adicionais a
serem considerados. Entre as convenções freqüentemente assinadas volun-
tariamente pelas empresas brasileiras, podem-se citar:
• Global Compact;
• Forest Stewardship Council (FSC) (para florestas);
• Responsible Care (Atuação Responsável da ABIQUIM); e
• CartadaInternationalChamberofCommerce(ICC)(desenvolvimentosustentável).
Quadro 3: Padrão IBASE de Relatório Social (parte)
Fonte: Site do IBASE: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (www.ibase.org.br)
A organização deve manter práticas
para tratar de forma adequada e ágil
as eventuais sanções decorrentes do
não atendimento aos requisitos esta-
belecidos para sua atividade. O
tratamento, usualmente, deve consi-
derar, além da resposta ao órgão
fiscalizador, a análise das causas do
não atendimento e implementação
de ações voltadas a evitar a repetição
da ocorrência.
12. 12 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
Na Politeno, toda e qualquer pendência ou san-
ção ambiental é tratada como requisito legal não
cumprido, sendo uma não-conformidade do Sis-
tema de Gestão Ambiental. É aberta uma
ocorrência no sistema GIRO (sistema de gestão
integrada de anomalias), que é tratada com prio-
ridade absoluta como reclamação de parte
interessada. Ou seja, a pendência recebe o mes-
mo tratamento que uma reclamação de cliente.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Politeno, 2002
D) PRESERVAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS
E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
NATURAIS
Comvistasaodesenvolvimentosustentável,espera-seque
uma organização que busque a excelência contribua de
formaproativaparaapreservaçãodosecossistemaseacon-
servação dos recursos. Conseqüentemente, deve,
inicialmente, identificar as ações em que sua contribuição
poderiasermaisrelevante.Essaidentificaçãodeveserfei-
ta com base em aspectos como área de influência, tipo de
atividade e características de seus processos e de seu capi-
talintelectual,entreoutros.Apartirdessediagnóstico,deve
implementar práticas voltadas para maximizar sua contri-
buiçãonostemasidentificados.Considerando-sequeessas
ações normalmente mobilizam recursos da organização, é
fundamental que a Direção esteja comprometida com o
tema. Por essa razão, a seleção e promoção das ações im-
plicamnecessariamentequeasmesmasestejamalinhadas
com a estratégia e com os valores organizacionais.
É importante fazer uma distinção entre os requisitos dos
marcadores "a" e "d" no que se refere ao meio ambiente.
O marcador "a" explicita que (entre outros pontos) a or-
ganização deve minimizar ou eliminar os impactos
ambientais decorrentes de suas atividades. Por exem-
plo, no que se refere a processos industriais, isso implica
assegurar o monitoramento dos impactos ao meio ambi-
ente e implementar modificações nos processos para
tratar esses impactos. Exemplos típicos são o tratamen-
to de efluentes e a filtração de gases. Por outro lado, o
marcador "d" requer práticas adicionais que não estejam
necessariamente ligadas aos processos produtivos.
Exemplos típicos, neste caso, são os projetos de preser-
vação ambiental que algumas empresas fazem,
envolvendo inclusive a comunidade. Naturalmente, a
abrangência dessas atividades está diretamente relacio-
nada ao porte e ao perfil da organização (ver exemplos
da Copesul e da Santa Casa de Porto Alegre, abaixo).
Segundo sua política de respeito à natureza, a
Copesul mantém o Parque Copesul de Proteção
Ambiental,comáreade68hectares.Contratadapela
Copesul, em março de 1987, a Fundação
Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul ini-
ciou o estudo de criação do referido parque com
base no Everglades National Park, localizado na
Flórida, EUA. O objetivo maior era preservar e es-
tudarosrecursosnaturaisdaregião.Plantaseanimais
foram classificados, seus hábitats estudados e seus
quantitativos avaliados. Hoje, estão catalogadas
1.200 espécies de flora e fauna. O parque é o refú-
giode119espéciesdepássarosecentenasdeoutros
animais.Apartirde1992,olocalfoiabertoàvisitação
pública, com mais de 1.200 metros de trilhas calça-
das, mirantes e museu, constituindo-se em vivo
instrumento educacional para a preservação
ambiental e testemunho de convivência harmôni-
ca entre o desenvolvimento econômico-industrial
e o meio ambiente. Regularmente, a Fundação
Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul faz
avaliações quanto às mudanças na fauna e na flora
doparque,comprovandoqueaqualidadeambiental
da região não tem sofrido alteração.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Copesul Companhia
Petroquímica do Sul, 1997
13. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 13
Um exemplo de preocupação
comapreservaçãodoambiente,
no caso da Santa Casa de Porto
Alegre foi a realização de trans-
plantes de árvores (palmeiras e
coqueiros)delocaisafetadospe-
las obras de ampliação do
Hospital Santa Rita para outros
locaisdoterrenodainstituição.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão,
Irmandade Santa Casa de Misericór-
dia de Porto Alegre, 2002
Adicionalmente,omarcador"d"trazain-
da requisitos voltados para a
conservaçãoderecursosnão-renováveis
e a minimização do uso de recursos
renováveis.Conformedefiniçãodoglos-
sário dos Critérios de Excelência,
entende-se por “recurso renovável” o
recursoquepodeserreproduzidooufa-
bricado,comoamadeira,epor“recurso
não-renovável” orecursoqueohomem
A Gerdau Aços Finos Piratini promove regularmente um curso em educação ambiental, obrigatório,
para todos os seus colaboradores e para os terceiros que realizem atividades que possam afetar o meio
ambiente, no qual são abordados temas relativos aos problemas ambientais globais, impactos potenci-
ais da usina e o compromisso de cada cidadão com o meio ambiente. Foram realizadas, desde 2000,
aproximadamente 3.500h de treinamento em educação ambiental. A empresa participa regularmente
de eventos que promovem a conscientização ambiental (coleta seletiva, educação ambiental) na comu-
nidade. Como exemplos dessa atividade, incluem-se palestras em Educação Ambiental, ministradas
por profissionais da Gerdau Aços Finos Piratini no Hospital de São Jerônimo, Escola Assis Chateaubriant,
CNEC - Escola Técnica Cenecista de Charqueadas, Prefeitura Municipal de Charqueadas, Escola
CREARE, Câmara Municipal de Vereadores de Charqueadas, Ulbra - Universidade Luterana do Brasil,
palestra de reciclagem de resíduos no curso de Mestrado em Meio Ambiente da UFRGS e palestra
proferida no Fórum de Meio Ambiente de Charqueadas.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Gerdau Aços Finos Piratini, 2002
nãopodereproduziroufabricar,comoo
petróleo e a água. Exemplos típicos de
ações nesse sentido são os programas e
campanhas de economia de energia,
reciclagem de materiais (papel, plásti-
cos, metais etc.) e uso racional de água.
E) CONSCIENTIZAÇÃO
QUANTO À
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
À medida que uma organização evo-
lui na incorporação dos aspectos
relativos à responsabilidade socio-
ambiental, é esperado que ela passe
a atuar como elemento de multipli-
cação perante as partes interessadas
com as quais se relaciona. A força de
trabalho e os fornecedores são par-
tes interessadas que devem ser
visadas nessas atividades, de modo
a aumentar a eficácia das ações
identificadas e selecionadas pela
organização. Eventualmente, outras
partes interessadas poderão ser en-
volvidas, dependendo do tipo de
ação selecionada.
Exemplos de práticas adotadas para
conscientizar e envolver fornecedores
nas questões relativas à responsabili-
dade socioambiental são:
• cláusulas em contratos requeren-
do a adesão a compromissos
sociais e ambientais;
• introdução nos instrumentos de
avaliação de desempenho de re-
quisitos ligados a aspectos sociais
e ambientais;
• programas de incentivo à
certificação de sistemas de ges-
tão ambiental com base na ISO
14.001;
• programas de incentivo à
certificação de sistemas de ges-
tão da responsabilidade social
com base na SA8000®
.
14. 14 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
2. Instituto Ethos - www.ethos.org.br
ÉTICA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Este item reúne os requisitos relativos a:
• promoção do relacionamento ético com as partes interessadas e com a
concorrência;
• fortalecimento da sociedade, por meio de projetos alinhados às suas neces-
sidades;
• implementação de políticas não discriminatórias e voltadas para a
inserção das minorias na força de trabalho;
• imagem da organização perante a sociedade.
O quadro 4 apresenta as principais inter-relações do item 4.2 com os demais
itens dos Critérios de Excelência.
A) RELACIONAMENTO ÉTICO
“A ética é a base da responsabilidade social, expressa nos princípios e valores
adotados pela organização. Não há responsabilidade social sem ética nos negóci-
os”.² Portanto, as organizações que buscam a incorporação do fundamento
ResponsabilidadeSocialdevemmanterpráticasqueasseguremumrelacionamento
ético com todas as partes interessadas e com os concorrentes. Uma prática usual-
menteadotadaéaformalizaçãodeumcódigodeética,queexplicitaosprincípios
adotados pela organização e as regras de comportamento a serem mantidas pelos
seus representantes (Direção, força de trabalho). Normalmente, esse código de
éticaédivulgadotantointernacomoexternamente.Paratratareventuaisproble-
mas ligados à não-observância do código de ética, há organizações que
implementam um comitê específico ou definem dentre seus executivos os res-
ponsáveis para cuidar desses casos.
Fundamentado em seu modelo de gestão, a Bahia Sul Celulose estabeleceu
o seu código em um processo que contou com a participação de 20% de seu
quadro organizacional e o suporte do Centro de Estudos de Ética da FGV
(CENE). Este instrumento está esquematizado em 12 diretrizes, consideran-
do todas as partes interessadas e a concorrência (quadro 5).
15. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 15
Fonte: FNQ, 2007
Quadro 4: Principais inter-relacionamentos do item 4.2
16. 16 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
B) ESTÍMULO AO COMPORTAMENTO ÉTICO
Tendo a organização definido seus compromissos éticos, o que pode ser feito
por meio de um código de ética, como sugerido anteriormente, é necessário
implementar práticas para assegurar que estes compromissos sejam divulga-
dos e compreendidos pela força de trabalho.
É importante que a divulgação dos compromissos éticos seja feita com a
participação ativa dos membros da Direção, para que estes demonstrem seu
comprometimento pessoal com os mesmos.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão,
Bahia Sul Celulose, 2001
Quadro 5: Código de Ética da Bahia Sul Celulose
17. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 17
C) IDENTIFICAÇÃO DAS
NECESSIDADES DAS COMUNIDADES
Para que os esforços da organização com relação aos proje-
tos sociais (objeto dos requisitos do marcador "d") estejam
alinhadoscomasnecessidadeseexpectativasdacomunida-
de, é fundamental que estas sejam adequadamente
identificadas. Caso contrário, corre-se o risco de despender
recursosemáreasoutemasmenosprioritários.Estaidentifi-
cação implica que a organização deve manter um
relacionamentosuficientementeestreitocomascomunida-
desemsuaáreadeatuação,demodoaassegurarumnívelde
conhecimento suficiente a respeito de suas necessidades.
Para que se possa fazer a identificação das necessidades
e expectativas das comunidades, é importante que a or-
ganização, inicialmente, identifique quais segmentos da
A Belgo Juiz de Fora tem nos resultados de pesquisa de opinião pública feita pelo Centro de Pesquisas Sociais
da UFJF um forte elemento para a formulação de sua ação estratégica na comunidade. Os resultados são
utilizados no planejamento das ações estratégicas e na definição de indicadores que permitem a verificação da
efetividade dessas intervenções. Esta pesquisa é realizada anualmente a fim de possibilitar o acompanhamen-
to do processo e as transformações sociais correspondentes, e dela surgem os principais planos de ação,
desdobrados em projetos sociais voltados para atender as demandas da sociedade. Em função das necessidades
identificadas, a empresa estabelece planos de ação de melhoria, alinhados ao planejamento estratégico, visan-
do à manutenção e ao zelo de sua imagem institucional na sua região de influência.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Belgo Juiz de Fora, 2004
comunidade se relacionam com a organização. Tipica-
mente, segmentos da comunidade que se relacionam
com a organização incluem:
• população vizinha às instalações da organização (re-
presentada por associações de bairros, escolas, órgãos
públicos etc.); e
• empresas vizinhas às instalações da organização e
que têm interesses comuns, tais como planos em
conjunto para controle de emergências (por exem-
plo: Plano de Ajuda Mútua (PAM)), ou necessidades
de qualificação de mão de obra.
A partir da identificação desses segmentos da comuni-
dade, a organização deve manter práticas para a
identificação de suas necessidades e expectativas, que
podem incluir pesquisas, consultas ou sistemáticas de
diálogo com representantes da mesma.
O Grupo Belgo entrega um exemplar de seu código de ética aos empregados, clientes e fornecedores, e o
disponibiliza na intranet e na internet. Campanhas internas incentivam a leitura do código por meio de
premiações associadas ao entendimento do mesmo.
Existe um Comitê de Ética, que zela por:
• constante atualização e adequação do Código;
• deliberar em questões de dúvida sobre a interpretação do texto;
• julgar casos de violação.
Adicionalmente, em 2004 foram criadas comissões de ética nas diversas unidades, compostas por elementos
da liderança e do chão de fábrica, para apoiar essas atividades.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Belgo Juiz de Fora, 2004
18. 18 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
Desde1999,aáreadeAssistên-
cia Social da Dana Albarus -
Divisão de Cardans tem reali-
zado entrevistas sistemáticas
com as entidades assistidas
para o levantamento de suas
necessidades.Adicionalmente,
desde 2001, a Dana instituiu
uma reunião anual com auto-
ridades do município de
Gravataí, que foi selecionado
como comunidade-chave para
atuação da empresa.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Dana
Albarus - Divisão de Cardans, 2003
D) PROJETOS SOCIAIS
A partir do conhecimento das neces-
sidades e expectativas das
comunidades, conforme explicitado
no marcador "c" e das necessidades
das demais comunidades com as
quais a organização se relaciona (por
exemplo: comunidade científica, en-
tidades técnicas, órgãos de classe do
setor etc.) a organização deve seleci-
onar quais projetos deve implementar
ou apoiar.
Para maximizar o grau de sucesso na
execução dos projetos em que a or-
ganização vai concentrar seus
A Gerdau Aços Finos Piratini definiu suas Diretrizes de Apoio à Comunidade, representadas pelos cinco
pontos abaixo:
1) Objetivo: Desenvolver junto com a comunidade trabalhos que visem ao crescimento e à troca de experiên-
cias, buscando a interação empresa-indivíduo-comunidade.
2) Meta: Manter o apoio financeiro de, no mínimo, a média dos últimos dois anos na manutenção, criação e/ou
desenvolvimento de projetos vinculados à comunidade. Desenvolver ou manter projetos que visem ao
apoio na área da educação, criando, dessa forma, vínculo entre escola e comunidade.
3) Áreas de atuação: educação, saúde, órgãos públicos, entidades não-governamentais.
4) Critérios: Análise crítica e avaliação sobre fatores, tais como:
a) Abrangência - Número de empregados/dependentes que serão beneficiados pelo sistema implantado;
b) População comunitária atingida;
c) Seriedade e idoneidade da entidade;
d) Grau de envolvimento na busca de resultados no curto, médio e longo prazos; e
e) Desenvolvimento do espírito de cidadania, motivando e criando em seus empregados estruturas
que valorizem e reconheçam trabalhos que apóiem o meio onde estamos inseridos.
5) Verba: Anualmente, será definida pelo comitê a verba que será destinada aos projetos de apoio à comunidade.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Gerdau Aços Finos Piratini, 2002
recursos, algumas condições devem
ser consideradas:
• os projetos selecionados devem
estar alinhados com a estratégia;
• recursos necessários (humanos,
financeiros) devem ser compatí-
veis com as disponibilidades; e
• conhecimentos necessários para
a realização dos projetos devem
ser coerentes com as competên-
cias disponíveis.
Para isso, a organização deve esta-
belecer critérios claros que apóiem
a seleção e priorização dos projetos.
19. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 19
Tendo sido selecionados os projetos, a força de trabalho deve ser incentivada
a participar dos mesmos. Dessa forma, além da própria realização dos proje-
tos, a organização contribuirá para aumentar o nível de conscientização das
pessoas, quanto a assuntos ligados à responsabilidade social. Para tanto, a
organização pode manter planos de treinamento de voluntários e de acompa-
nhamento das ações empreendidas pelos mesmos.
A Serasa decidiu potencializar a vocação para o voluntariado por meio
da sistematização de um processo, em decorrência de seus princípios e
da percepção da prática individual do voluntariado pelo “Ser Serasa”
(expressão usada para caracterizar o empregado da Serasa). Foram rea-
lizados um levantamento e um mapeamento com o “Ser Serasa” para
conhecimento das ações de voluntariado individual existente e do
interesse por esse tipo de atuação. Com base no mapeamento e no
espírito voluntário característico do “Ser Serasa”, foi definido como
foco o voluntariado em assistência social (alimentação, vestuário, hi-
giene, remédios, teto e conforto) para crianças, idosos ou famílias
carentes. Atualmente são mantidos 80 Times de Voluntários, com au-
tonomia para definir suas ações. A empresa mantém diversas práticas
para estimular as atividades dos voluntários, tais como o Encontro Anual
dos Voluntários, o Dia do Voluntário Serasa, o Prêmio Serasa em Re-
conhecimento à Curiosidade Social, e outras.
Fonte: FNQ: Classe Mundial, 2005
Ao desenvolver projetos sociais, a organização deve também estimular seus
parceiros (fornecedores, clientes, distribuidores) a participar desses esfor-
ços. Dessa forma, a eficácia das ações será aumentada e será obtida maior
massa crítica de organizações conscientizadas a respeito de suas responsa-
bilidades sociais.
“Tentamos mostrar a nossos parceiros que a conduta responsável contribui
para a diminuição dos riscos e para a perpetuação do negócio.”
Leonardo Gloor - Gerente da Fundação Belgo
Pode-se ainda considerar a possibilidade de estabelecer sinergia com órgãos
governamentais ou não-governamentais, públicos ou privados. Como exem-
plo, as áreas de cultura, educação e esporte oferecem um potencial importante
para projetos com esse tipo de sinergia: apoio a bibliotecas, competições
esportivas, incentivos a eventos musicais etc.
20. 20 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
E) AVALIAÇÃO DO GRAU DE SATISFAÇÃO DA SOCIEDADE
Devem ser estabelecidas formas de avaliar o grau de satisfação das comunidades
em relação à organização que considerem pelo menos os seguintes aspectos:
• grau de satisfação com relação aos impactos dos processos e operações; e
• graudesatisfaçãocomrelaçãoaosesforçosparaofortalecimentodasociedade.
O primeiro aspecto tem a ver com o grau de eficácia do atendimento aos
requisitos do item 4.1, e o segundo está relacionado com a eficácia dos proje-
tos sociais (Itens 4.2, marcadores “c” e “d”).
Podem-se buscar bons fundamentos nos processos de Stakeholder Engagement,
Planning a Accounting da AA1000S ³, bem como no módulo 4 desta norma sobre
Measuring and Communicating the Quality of Stakeholder Engagement.
O grau de satisfação da sociedade pode ser avaliado por meio da aplicação de
pesquisas dirigidas a representantes da comunidade.
A Politeno aplica questionários para avaliar a satisfação das comunida-
des com relação a seus projetos, visando medir se as expectativas da
população envolvida foram atendidas.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Politeno, 2002
F) POLÍTICAS NÃO-DISCRIMINATÓRIAS E TRABALHO
INFANTIL
A organização deve assegurar-se de que a diversidade seja respeitada em
suas práticas e relações de trabalho, abrangendo raça, gênero, classe social,
nacionalidade, religião, orientação sexual, idade, filiação político-partidária
e sindicalização. Deve ainda implementar práticas que garantam que o traba-
lho seja permitido apenas para maiores de idade, exceto em casos de trabalho
para menores aprendizes e para jovens, realizados estritamente de acordo
com as regulamentações aplicáveis. Existem empresas que incluem nos cri-
térios para seleção de fornecedores cláusulas contra a exploração de
mão-de-obra infantil e a utlização de trabalho forçado.
3.InstituteofSocialandEthicalAccountability
21. Sociedade | Cadernos de Excelência . FNQ | 21
A Dana Albarus - Divisão de Cardans mantém
procedimentos descrevendo os processos de re-
crutamento interno e externo, bem como o
processo sucessório, prescrevendo que não haja
discriminação étnica, sexual e social na força de
trabalho, e cabe à área de Recursos Humanos
assegurar sua aplicação. Com relação ao traba-
lho infantil, está estabelecido que somente
maiores de 18 anos podem ser contratados, res-
trição esta aplicada também aos serviços de
terceiros.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Dana Albarus - Divisão
de Cardans, 2003
G) IMAGEM PERANTE A SOCIEDADE
O valor de uma organização depende de sua
credibilidade perante a sociedade e do reconhecimen-
to público que recebe. Por esta razão, ela deve manter
práticas que lhe permitam conhecer sua imagem pe-
rante a sociedade. É importante ter clara a diferença
entre a avaliação do grau de satisfação da comunida-
de (requisito do marcador "e") e a avaliação da imagem
perante a sociedade (requisito do marcador "g"). Ain-
da que as duas avaliações possam ser feitas a partir
dos mesmos instrumentos, há diferenças importantes
entre elas. A avaliação do grau de satisfação, normal-
mente, está associada à percepção por parte das
comunidades de ações mais específicas realizadas pela
organização, e normalmente têm horizonte de menor
prazo. Por outro lado, a avaliação da imagem está mais
relacionada à visão global que a sociedade tem da
organização, com base no conjunto de atuações que a
mesma tem feito ao longo de sua história. Natural-
mente, a avaliação da imagem fica condicionada ao
resultado das ações mais recentes, e por essa razão é
importante que o instrumento para sua avaliação con-
siga, na medida do possível, captar a percepção global,
pois esta tem mais relação com a credibilidade da or-
ganização e o reconhecimento público.
Esse marcador inclui também um requisito sobre
como a organização zela pela sua imagem perante a
sociedade. Zelar pela imagem implica:
• identificar requisitos legais e outros compromissos
ou acordos, impostos ou voluntariamente assumidos,
que sejam aplicáveis aos aspectos éticos e aos im-
pactos sociais de suas atividades, produtos e serviços,
mesmo aqueles do ambiente de trabalho e da segu-
rança e saúde ocupacional, do meio ambiente, do
patrimônio e do capital social, da economia e das
relações com o mercado;
• definir responsabilidades e práticas para assegurar o
atendimento pleno a tais requisitos;
• analisar os resultados das avaliações da imagem e
atuar nas lacunas observadas; e
• manter um sistema de comunicação adequado com a
sociedade.
A Belgo Juiz de Fora, em função tanto das pes-
quisas de satisfação como da pesquisa de imagem
que realiza, formula novas estratégias de atuação
comunitária.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Belgo Juiz de Fora, 2004
AJoalTeitelbaumdivulgaosprêmiosconquistados
nas áreas de Meio Ambiente e Responsabilidade
Social como forma de transmitir uma imagem de
organização responsável e conciente.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, Joal Teitelbaum, 2003
22. BIBLIOGRAFIA
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18. THE INSTITUTE OF SOCIAL AND ETHICAL
ACCOUNTABILITY. AA 1000: Stakeholder
engagement standard. Londres: AccountAbility ,2005.
22 | Cadernos de Excelência . FNQ | Sociedade
23. SÉRIE CADERNOS DE EXCELÊNCIA
INTRODUÇÃO AO
MODELO DE
EXCELÊNCIA DA
GESTÃO®
OBJETIVO
Proporcionar uma
visão global do
Modelo, seus
fundamentos e sua
aplicação
PÚBLICO-ALVO
Todos que tenham
interesse em utilizar
o Modelo, tanto para
implementação na
sua organização
quanto para uma
avaliação
CADERNOS LIDERANÇA; ESTRATÉGIAS E PLANOS;
CLIENTES; SOCIEDADE; INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO;
PESSOAS; PROCESSOS; E RESULTADOS
CADERNO
AUTO-AVALIAÇÃO E
GESTÃO DE
MELHORIAS
OBJETIVO
Explicar detalhadamente o Modelo, seus
requisitos e suas inter-relações
PÚBLICO-ALVO
Todos que estão implementando o Modelo,
utilizando-o para avaliação de uma organização
OBJETIVO
Estabelecer um processo
de auto-avaliação da
gestão, contemplando as
diferentes metodologias e
práticas de planejamento,
controle e gerenciamento
das melhorias
PÚBLICO-ALVO
Todas as organizações
que pretendam realizar
uma auto-avaliação
visando melhorar a
sua gestão
24. FNQ164/07-Rev.0-jan.07
Av. das Nações Unidas, 11.857, 6º andar, conj. 62
Brooklin Novo 04578-000 São Paulo SP Brasil
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