2. Aztecas
A palavra "Azteca" não é indígena, mas proposta pelo explorador e
naturalista Alexander Von Humboldt, popularizada por William H.
Prescott em 1843 na obra "Historia da Conquista do México“,
apesar de estar baseada na cultura mesoamericana.
Azteca é derivado de Aztlán, que significa "Lugar da Garça
Blanca", uma terra lendária, de sete tribos do deserto conhecidos
como Chichimecas, que surgiram milagrosamente de una caverna no
coração de una montanha sagrada ao norte do Vale do México.
Viviam pacificamente caçando e pescando até que tiveram uma
inspiração divina de seus deuses pastores Mixcoatl e Huitzilopochtli
para cumprirem um destino de conquista.
Huitzilopchtli (Códice Telleriano-Remensis) Mixcoatl
3. Com a destruição de Tula e a desarticulação do Estado Tolteca
provocada pela invasão dos Nahuas Chichimecas, começou na
Mesoamérica um período de instabilidade que durou
aproximadamente 250 anos, só terminando com a supremacia dos
Mexicas.
Os Mexicas, apesar de serem o último povo Chichimecas a chegar ao
Vale do México (Anahuac) oriundo de Aztlán, sudoeste do atual
Estado Unidos, tornaram-se sedentários e mesclaram-se com os
Toltecas já influenciados pelo legado cultural dos Teotihuacans e
antigo Olmecas. Eram fortes, de pele escura, cabelos curtos e grossos
e rostos redondos. Controlaram um grande império que incluía quase
todo o centro e sul do México, através de uma organização militar
muito desenvolvida e onde quase todos falavam a língua Náuatle.
Graças a herança cultural de civilizações preexistentes, a
confederação Azteca tornou-se uma das mais civilizadas e poderosas
da América pré-colombiana.
4. Ao estudar-se a cultura asteca, deve-se prestar especial atenção a
três aspectos:
1- A religião, que demandava sacrifícios humanos em larga escala,
particularmente ao deus da guerra, Huitzilopochtli;
2: A tecnologia avançada, como a utilização eficiente das chinampas
ou ilhas artificiais de aproximadamente 6,09 m de largura por 91,44
m de comprimento com canais e diques onde a lama fértil dragada
do lago era usada para fertilizar suas colheitas além de aquedutos.
3: Uma vasta rede de comércio e sistema de administração
tributária.
5. Na ourivesaria eram mestres. Os sacerdotes, astrônomos e astrólogos
Aztecas tinham com um de seus deveres a contemplação do céu e o
estudo do movimento dos astros. Tinham conhecimento preciso sobre a
duração do ano, dos solstícios, das fases e eclipses da Lua, a revolução
do planeta Vênus e constelações, como as Plêiades e a Ursa Maior.
Atribuíam uma atenção especial à mensuração do tempo, numa
aritmética com base no número 20 e ao fim de cada período de 52 anos,
acendia-se o "Fogo Novo" no alto da montanha de Uixachtecatl. Esta
era a data denominada “atadura dos anos“, comemorada em uma
cerimônia com sacrifícios, danças e renovação de utensílios domésticos
etc.
Os livros eram importantíssimos, os colégios dos nobres e os palácios
possuíam volumosas bibliotecas. A escrita era uma mistura de
ideogramas com escrita fonética, pois alguns caracteres denotavam
idéias e objetos, e outros, designavam sons.
6. Dos vários códices, o chamado Borbônico mostra os deuses
Tezcatlipoca e Quetzalcoatl, este em sua forma de serpente verde
devorando um homem. A ilustração mostra a importância do
sacrifício humano na religião Azteca e da a lenda de que
Quetzalcoatl, o deus desterrado por Tezcatlipoca, voltaria a
comandar os Aztecas.
Cada uma das cidades-estados da confederação Azteca possuía o
seu rei, mas tinham um comando militar na época da ocupação
espanhola, em 1519, e o imenso império só reconhecia um chefe:
Montezuma II, o Imperador Azteca que governava de
Tenochtitlán, fundada em 1334 dC, pelo povo Tenochca, em uma
ilha do lago Texcoco após uma aliança feita entre as cidades de
Texcoco e Tlacopan, que instaurou o "Império Azteca“.
Tenochtitlán ficava onde hoje é o centro da cidade do México.
7. A antiga capital contava com seguramente mais de quinhentos mil
e menos de um milhão de habitantes. Em 1519, maior do que
qualquer outra cidade americana, e apenas menor do que Roma,
Paris, Veneza e Constantinopla. Organizada e estruturada
causando admiração dos conquistadores. A maior parte da cidade
foi severamente destruída na década de 1520 e a Cidade do México
foi erguida sobre as suas ruínas. Por se encontrar numa ilha, o
crescimento da Cidade do México até os dias de hoje foi conseguido
através da sustentação da superfície com estacas de madeira -
técnica semelhante àquela utilizada para erguer os prédios de
Veneza. Ainda hoje há locais na cidade onde se podem observar
essas estacas; um desses locais é o Museu Nacional de Antropologia,
considerado um dos mais completos da América Latina. A água
chegava à cidade por dois aquedutos que se construíram abaixo da
estrada real. A população de Tenochtitlán vivia a custa de impostos
extraídos das tribos conquistadas. Depois da queda Azteca,
nenhuma dinastia mexicana digna do nome deixou de reivindicar a
sua descendência. 650 = DCL
9. Apêndice
O México vai organizar, em 2009 e 2010, exposições sobre o seu
passado pré-hispânico, com destaque para Montezuma,
Teotihuacán e os Olmecas, em recintos internacionais, informou o
Instituto Nacional de Antropologia e História. As exposições vão
estar patentes em vários espaços europeus, como o Museu Britânico,
em Londres, o Quai Branly, em Paris, o Rietberg, na Suíça, e o
Gropius Bau, na Alemanha. "Montezuma: o Homem, o Mito e o
Império", sobre o último imperador dos astecas, apresenta-se no
Museu Britânico como parte do ciclo: “Grandes Imperadores do
Mundo", durante o último trimestre de 2009 e seguirá depois para o
Museu Nacional de Antropologia mexicano. Por sua vez, a mostra
"Arte e Esplendor de Teotihuacán, primeira cidade do México
Antigo", que retrata a história de um dos principais centros do
México pré-hispânico, será exibida em França, na Suíça e na
Alemanha. A cultura dos Olmecas, a mais antiga da Mesoamérica,
terá a sua própria exposição em 2010 e 2011 em Los Angeles e São
Francisco (EUA) e no Japão. FONTE:
http://www.pnetliteratura.pt/noticia.asp?id=3216
10. A Borboleta
O que o pássaro vermelho dos deuses diz?
Com um tinir de sons;
Sorvendo mel?
Que deleite!
Lá vem, lá vem a borboleta:
Vem, vem voando;
Vem abrindo suas asas;
Sobre as flores, sorvendo mel.
Que deleite!
Seu coração se abre;
Ès uma flor!
Anônimo - Antigo verso Tenochtitlán