O documento discute a importância da arborização nos centros urbanos. A falta de planejamento urbano e a impermeabilização do solo causam problemas como ilhas de calor, enchentes e poluição. Árvores em áreas urbanas melhoram a qualidade do ar, reduzem temperatura e poluição sonora, e aumentam a absorção da água da chuva, melhorando a qualidade de vida na cidade.
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Benefícios da arborização nos centros urbanos
1. A IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO NOS CENTROS URBANOS
HOZANI THAIS BUZELATTO GUIMARÃES*
PROFESSOR ORIENTADOR: JORGE AUGUSTO CALLADO AFONSO
Resumo: Os locais arborizados contribuem para o equilíbrio físico-ambiental das
cidades. GROSTEIN (2001) decorre que os problemas ambientais urbanos estão relacionados
a falta de planejamento das cidade e às diferentes opções políticas e econômicas que optam
por irracionalidades no uso e ocupação do solo como a transformação dos fundos de vale em
avenidas, áreas protegidas em loteamentos e a pavimentação exagerada do solo que causam
diversos problemas como as enchentes e as ilhas de calor.
Segundo KAPLAN (1995) e MCPHERSON et al. (1997) as árvores em ambiente urbano
exercem função ecológica, como a redução da poluição do ar, interceptação da água de chuva,
sombreamento e estabilização da temperatura, redução do ruído e promoção de melhorias no
bem-estar psicológico e físico.
PALAVRAS-CHAVES: Arborização urbana; áreas verdes; aquecimento global; centros
urbanos; qualidade de vida.
Abstract: The wooded sites contribute to the physical and environmental cities. Grostein (2001)
follows that urban environmental problems are related to lack of planning of the city and the
different policy options and economic irrationalities opt for the use and occupation of land as the
transformation of the avenues in valley bottoms, protected areas and allotments paving
exaggerated soil that cause various problems such as floods and heat islands.
According to Kaplan (1995) and MCPHERSON et al. (1997) the trees in the urban environment
exert ecological function, such as reduced air pollution, stormwater interception, shading and
temperature stabilization, noise reduction and promoting improvements in psychological well-being
and physical.
KEYWORDS: Street arborization; green areas; global warming; urban centers;
quality of life.
Nos últimos anos a concentração de
pessoas nos centros urbanos tem aumentado
significativamente. Esse crescimento é feito
de forma acelerada e desordenada,
impactando de maneira negativa o ambiente
pela substituição do ecossistema natural por
edificações e pavimentações propiciando a
formação de problemas que afetam a
qualidade de vida da população.
O aumento da cobertura florestal
modifica os fluxos de energia e de água, e
causa mudanças na temperatura do ar, no
regime de ventos e na concentração de
poluentes do ar. Quando se mantém a
temperatura mais baixa, há maior
possibilidade da umidade relativa do ar
permanecer em níveis adequados para a
saúde.
De acordo com HEISLER (1974), nas
superfícies pavimentadas descobertas, não
há proteção da luz solar incidente. O calor
absorvido pelo pavimento é armazenado no
chão e aquece o ar emitindo grande
quantidade de radiação de onda longa. À
noite, a radiação armazenada nos prédios e
no pavimento continua a ser emitida na forma
de radiação de ondas longas e contribui para
tornar as cidades mais aquecidas do que
áreas rurais no entorno (SERPA et al., 2009).
A menor troca de ar causada pela
restrição dos ventos contribui para manter o
calor.
Aluna Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Biologia da FACULDADES INTEGRADAS
“ESPÍRITA” – UNIBEM
Rua Tobias de Macedo Júnior 333, Bairro Santo Inácio. Curitiba - PR - CEP 82010-340
2. NOWAK, (1994) afirma que a poluição
do ar afeta a saúde dos moradores dos
centros urbanos e aflige mais gravemente
crianças, idosos e enfermos, podendo causar
tosse, dor de cabeça, irritação nos olhos, na
garganta e nos pulmões, e em alguns casos,
câncer.
Áreas sem arborização são
superaquecidas durante o dia e geram
térmicas intensas, que lançam as impurezas
para o alto. Segundo DANIELS et al. (1995) e
PRIMAVESI et al. (2007) essas impurezas
caem sobre as áreas verdes com térmicas
mais fracas e por isso atuam como vácuo. De
acordo com HEISLER (1974) e MCPHERSON
et al. (1997) as árvores aumentam a área de
sombreamento, o que, aliado à
evapotranspiração, reduz a quantidade de
calor na atmosfera portanto, a alocação
estratégica de árvores pode contribuir
também para reduzir os gastos de energia
com resfriamento ou com aquecimento e com
umidificação do ar(SERPA et al., 2009).
COOK e HAVERBEKE (1977) afirmam
que o problema dos ruídos urbanos pode ser
minimizado com a utilização de árvores e
arbustos. Associações de plantas podem ser
usadas para permitir a formação de uma
barreira desde o solo. As árvores e os
arbustos devem ser plantados densamente,
em faixas largas (SERPA et al., 2009).
Chuvas intensas representam um
desafio para a drenagem urbana. Na tentativa
de conter os alagamentos e enchentes, são
constantemente investidos recursos em obras
paliativas.
A impermeabilização do solo causa
grandes impactos sobre a capacidade de
recarga do lençol freático e sobre as
enchentes e enxurradas que atingem as
cidades. As áreas verdes aumentam a
capacidade de absorção de água pelo solo
(CUFR, 2002). Segundo PINTO (2007) os
parques lineares são uma tentativa de
recuperar fundos de vale e cursos d’água,
permitindo a drenagem natural e melhorando
a permeabilidade do solo, minimizando as
enchentes, além de proteger os cursos d’água
ainda não canalizados.
O principal problema da má qualidade
da arborização urbana (Figs. 01 e 02) é
devido tanto à escolha inadequada das
espécies vegetais como do espaço físico para
as mesmas, ocasionando vários problemas.
Fig. 01: Galhos de árvores ameaçando a fiação.
Fonte: Redação Ambiente Brasil
Fig. 02: Calçada danificada pelo crescimento das
raízes. Fonte: Redação Ambiente Brasil
Não se pode julgar a arborização de
uma cidade apenas pelo número de árvores
que ela possui, pois a qualidade de uma
arborização é o fator fundamental para avaliar
a eficiência do manejo aplicado à arborização.
A escolha da espécie e do local também se
fazem necessários. Muitas vezes a pratica da
poda se faz indispensável na manutenção de
árvores urbanas pelo mau planejamento na
hora do plantio. A poda dos ramos que
interferem nas linhas dos serviços de utilidade
pública deve ser realizada por equipes
treinadas da companhia responsável.
Algumas árvores plantadas
erroneamente necessitam de poda para evitar
danos. Faz-se necessário, também, a
remoção de árvores que estejam interferindo
(física ou visualmente) na passagem de
3. pessoas ou de veículos. Portanto deve-se
observar e planejar o plantio de acordo com a
disponibilidade das áreas, além de levar em
conta as vias para os pedestres e os padrões
variados de pavimentação (BONAMETTI,
2008).
Conclusão: Segundo KAPLAN
(1995), ruas arborizadas favorecem o maior
bem-estar da população, minimizam o
estresse, provocam sentimentos positivos
duradouros e estimulam a manutenção de
hábitos que promovem essa interação.
A presença da vegetação dentro dos
centros urbanos quebra a artificialidade do
meio, além de ser fundamental à qualidade do
ambiente, reduzindo a poluição e melhorando
a qualidade do ar, reduzindo a poluição
sonora, estabilizando as áreas de calor
excessivo além protegendo o solo e garantir a
permeabilidade (Quadro 01).
Devido à grande devastação que vem
ocorrendo nos ecossistemas brasileiros, o
plantio de espécies nativas do Brasil pode se
tornar uma medida de conservação e
valorização.
Uma cidade que investe em áreas
verdes além de contribuir para a qualidade de
vida de seus habitantes, também contribui
para o equilíbrio do planeta e aumenta seu
potencial turístico.
Organograma dos Principais Benefícios das Áreas Verdes Urbanas
Fatores Urbanos Principais Formas de Degradação Principais Benefícios das
Áreas Verdes Urbanas
Físico
Clima/ar. Alterações micro climáticas:
Deterioração da qualidade
do ar;
Poluição Sonora.
Conforto micro climático;
Controle da poluição
atmosférica;
Controle da poluição sonora.
Água. Alterações da quantidade de água. Deterioração da qualidade
hídrica.
Regularização hídrica
Controle da poluição edáfica
Solo/subsolo. Alterações físicas do solo. Alterações químicas e
biológicas do solo.
Estabilidade do solo;
Controle da poluição edáfica.
Biológicos
Flora. Redução da cobertura vegetal. Redução da biodiversidade. Controle da redução da
biodiversidade.
Fauna. Proliferação de vetores. Destruição de habitats
naturais. Controle de vetores.
Territorial
Uso/ocupação do solo.
Desconforto ambiental das
edificações;
Poluição visual.
Alterações micro climáticas.
Conforto ambienta nas
edificações;
Controle da poluição visual.
Infra-estrutura/serviços.
Dificuldade no deslocamento;
Aumento da necessidade de
saneamento;
Redução da sociabilidade.
Desperdício de energia.
Racionalização do transporte;
Saneamento ambiental;
Conservação de energia.
Sociais
Demografia;
Equipamentos e serviço
social.
Concentração populacional. Crescimento das
necessidades sociais.
Conscientização ambiental;
Atendimento das necessidades
sociais.
Econômicos Setores produtivos;
Renda/Ocupação.
Valor e desvalorização da
atividade/propriedade;
Concentração de pobreza e
desemprego.
Valorização das atividades e
propriedades;
Amenizações dos bolsões da
pobreza.
Instituição Setor Público;
Instrumentos Normativos.
Redução da capacidade de gestão
urbana;
Instrumental insuficiente.
Apoio à capacidade de gestão
urbana;
Instrumento de
regulamentação específica.
Quadro 01: Organograma dos Principais Benefícios das Áreas Verdes Urbanas. Fonte: Redação Ambiente
Brasil
Referências:
AMBIENTE BRASIL. Disponível em:
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/urba
no/arborizacao_urbana/a_paisagem_urbana
.html acessado em: 14/04/2013
BONAMETTI, JH. ARBORIZAÇÃO
URBANA. TERRA E CULTURA, ANO XIX,
Nº 36, 2008
COOK, DI.; HAVERBEKE, DF. van.
SUBURBAN NOISE CONTROL WITH
PLANT MATERIALS AND SOLID
BARRIERS. In: CONFERENCE ON
4. METROPOLITAN PHYSICAL
ENVIRONMENT, 1975, Syracuse, New
York. Use of vegetation, space and
structures to improve amenities for
people: proceedings... Upper Darby, PA:
USDA, 1977. p. 234- 241. (USDA Forest
Service. General Technical Report, 25).
CUFR – CENTER FOR URBAN FOREST
RESEARCH. FACT SHEET 4: CONTROL
STORMWATER RUNOFF WITH TREES.
[2002]. Disponível em:
<http://www.fs.fed.us/psw/programs/cufr/pro
ducts> Acesso em: 10/04/2013.
DANIELS, P.; FALLOW, A.; KINNEY, K.
(Ed.). TEMPO E CLIMA. Rio de Janeiro:
Abril Livros, Time Life, 1995. 150 p.
(Coleção Ciência e Natureza).
GROSTEIN, MD. METRÓPOLE E
EXPANSÃO URBANA: A PERSISTÊNCIA
DE PROCESSOS “INSUSTENTÁVEIS”.
SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 15(1)
2001
HEISLER, GM. TREES AND HUMAN
COMFORT IN URBAN AREAS. Journal of
Forestry, v. 72, n. 8, p. 466- 469, 1974.
KAPLAN, S. THE RESTORATIVE
BENEFITS OF NATURE: TOWARD AN
INTEGRATIVE FRAMEWORK. Journal of
Environmental Psychology, v. 15, p. 169-
182, 1995.
MARQUES, LEMM. O PAPEL DA
MADEIRA NA SUSTENTABILIDADE DA
CONSTRUÇÃO. Tese de mestrado
integrado. Engenharia Civil (especialização
em Construções Civis). Faculdade de
Engenharia. Universidade do Porto. 2008
disponível em:
http://hdl.handle.net/10216/58999 acesso
em: 16/04/2013.
MCPHERSON, G et al. Quantifying urban
forest structure, function, and value: the
Chicago Urban Forest Climate Project.
Urban Ecosystems, v. 1, p. 49-61, 1997.
NOWAK, DJ. AIR POLLUTION REMOVAL
BY CHICAGO’S URBAN FOREST. In:
MCPHERSON, EG.; NOWAK, DJ.;
ROWNTREE, RA. (Ed.). CHICAGO’S
URBAN FOREST ECOSYSTEM:
RESULTS OF THE CHICAGO URBAN
FOREST CLIMATE PROJECT. Radnor,
PA: U.S. Department of Agriculture, Forest
Service, Northeastern Forest Experiment
Station, 1994. p. 63-81. (General Technical
Report.NE-186).
PINTO, M. PARQUES LINEARES EM SP
PRETENDEM COMBATER ILHAS DE
CALOR CAUSADAS PELA ‘SELVA DE
PEDRA’. Ag Solve, 15 out. 2007. Disponível
em: <http://www.agsolve.com.br/
noticia.php?cod=296>. Acesso em:
15/04/2013.
PRIMAVESI, O.; ARZABE, C.; PEDREIRA,
M. S. AQUECIMENTO GLOBAL E
MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UMA VISÃO
INTEGRADA TROPICAL. São Carlos:
Embrapa Pecuária Sudeste, 2007. 213 p.
SERPA, DS.; MORAIS, NA.; MOURA, TM.
ARBORIZAÇÃO URBANA EM TRÊS
MUNICÍPIOS DO SUL DO ESTADO DE
GOIÁS: MORRINHOS, GOIATUBA E
CALDAS NOVAS. REVSBAU, Piracicaba –
SP, v.4, n.3, p.98-112, 2009
TARNOWSKI, LC. PRESERVAÇÃO DO
MEIO AMBIENTE E A ARBORIZAÇÃO
URBANA. In: NEMA, 3º ENCONTRO
NACIONAL DE ESTUDOS SOBRE O
MEIO AMBIENTE. Anais. Londrina:
Universidade Estadual de Londrina – UEL,
1991.