2. 1 – Antes de preparar o biberão deve proceder-se a uma correta lavagem das mãos;
2 - Certificar-se de que o biberão e a tetina estão esterilizados.;
3 - Preparar o leite respeitando as proporções de água e de leite em pó referidas nas embalagens:
◦ Inicialmente ferve-se a água durante 3 a 5 minutos, não sendo necessário mais tempo, pois, caso
contrário, a água vai-se evaporando e fica concentrada em sais, estando já no leite em pó as
quantidades corretas e necessárias de sais minerais para um adequado crescimento.
◦ Posteriormente, deixa-se arrefecer até 37 ºC e verte-se a água para dentro do biberão juntando-se
de seguida o leite em pó. Para que a concentração de leite seja adequada, nunca se deverá preparar
as doses sem as corretas medições (evitar medidas "a olho"), e estas devem ser feitas ao nível dos
nossos olhos, pois se virmos de cima ou de baixo, podem fazer-se medições erradas. Para além disto,
o doseador que acompanha a lata deve ser enchido e posteriormente retirado o excesso, de modo
que fique raso, sem comprimir o leite. Habitualmente, utiliza-se um doseador de leite em pó por
cada 30ml de água. Uma vez obtida a quantidade certa, fecha-se o biberão com a tetina e agita-se
bem a mistura para evitar a formação de grumos, obtendo-se assim um leite bem dissolvido.
4 – Certificar-se de que a temperatura é a correta (deixando cair algumas gotas sobre o dorso da mão);
5 - Verificar se o furo da tetina permite que o conteúdo do biberão caia gota a gota, sem ter de ser agitado, e
não em fio, de forma a evitar engasgamentos e regurgitações;
6 - Tomadas todas estas precauções, pode proceder-se à alimentação do bebé.
3. Desde o nascimento e porque o bebé é muito susceptível a
infeções, é importante esterilizar todos os acessórios do
biberão antes da sua utilização. Este procedimento deve ser
inteiramente respeitado, essencialmente até aos 6 meses,
altura em que a resistência dos bebés já se encontra
desenvolvida podendo ser esterilizados apenas
ocasionalmente. Se o bebé estiver doente, deve esterilizar-se
as peças todos os dias.
Existem essencialmente quatro tipos de esterilização:
Esterilização por fervura;
Esterilização química;
Esterilização por micro-ondas;
Esterilização pelo vapor.
4. Esterilização por fervura:
As tetinas não devem ser fervidas por mais de três minutos, para impedir um aumento da
porosidade e evitar que fiquem pegajosas, de modo que o envelhecimento prematuro não
aconteça.
Os biberões necessitam de 10 minutos de fervura.
Para que o processo de esterilização seja eficaz é importante confirmar que os acessórios
foram colocados quando a água já se encontrava a ferver, que ficaram submersos aquando do
processo de esterilização
Esterilização química:
Neste tipo de esterilização há necessidade de recorrer a soluções químicas que requerem
cuidado no seu manuseamento. Aquando da esterilização, verificar se os objectos a esterilizar
se encontram livres de resíduos (se não removidos, a acção da solução química é incapaz de
penetrar através do resíduo, criando um meio propício à colonização por bactérias) e se estão
totalmente submersos.
Esterilização por micro-ondas:
Os aparelhos de micro-ondas podem ser utilizados para a esterilização de biberões e seus
acessórios.
Tendo em conta o modo de funcionamento do aparelho (excitação das moléculas de água que
promove a fricção entre elas, libertando calor), o aquecimento dos objetos pode não ser
homogéneo e como tal a esterilização não ser totalmente eficaz, daí ser fundamental respeitar.
Esterilização pelo vapor:
Após a lavagem adequada do biberão e dos seus acessórios, devem ser introduzidos no interior
do aparelho de modo a respeitar a colocação que o fabricante sugere, bem como o nível de
água recomendado, para que a quantidade de vapor de água produzido penetre nos acessórios
e os esterilize.
5. Diversificação Alimentar
Após cerca de 4 meses de alimentação apenas com leite materno e/ou
substituto comercial, chega a altura, tão esperada pelos pais e pela
família, de o bebe começar a comer outros alimentos que não o leite.
Chama-se isso a diversificação alimentar. Os objetivos da
diversificação colocam-se a vários níveis:
- Nutricionais – para proporcionar ao bebé os nutrientes e energia que
precisa;
- Educativos – para que aprenda regras e aceite esperas, aprenda a ter
calma e a respeitar os outros;
- De desenvolvimento – para a aquisição de diversas competências
motoras, de coordenação e atenção;
- Sensoriais – através dos diversos estímulos gustativos, olfativos e
visuais que chegam dos diversos alimentos.
6. Principais erros alimentares no 1º
ano de vida
Abandono do aleitamento materno e introdução de substitutos
comercias sem razões que justifiquem;
Introdução muito precoce do leite de vaca;
Administração de chás, sumos de frutos e refrigerantes nos primeiros
meses, nomeadamente no primeiro tremeste;
Diluição errada do leite comercial (que salvo excepções indicadas pelo
medico assistente, deve ser de uma medida para 30ml de água);
Diversificação alimentar antes dos 4 meses de vida;
Baixa ingestão de leite derivados ( que deve ser de, pelo menos, o
equivalente a 500 ml) após a diversificação;
Falta de flexibilidade nos horários das refeições quer quanto à
quantidade de alimentos em cada refeição, quer quanto à ordem de
introdução dos alimentos;
Refeições demasiado prolongadas.
7. Alguns problemas com os
primeiros alimentos
O reflexo de extrusão
Chama-se assim ao acto reflexo do bebé que consiste em expulsar
para fora da boca os alimentos que sejam colocados na parte anterior
da língua. Este reflexo mantém-se até aos 4-6 meses, o que explica
porque é que algumas crianças têm mais dificuldade em começar a
comer à colher. Este reflexo é muito importante na prevenção de
acidentes (o bebé pequeno rejeita os pequenos objetos que a sua
própria mão possa pegar e colocar na boca).
Engasgamento
Embora o bebé consiga engolir líquidos desde o nascimento a maioria
das vezes, antes dos 4 meses, engasga-se com alimentos mais
consistentes.
8. Digestão
Antes dos 4-6 meses há alguma dificuldade do estômago e
do intestino em digerir muitos dos alimentos sólidos.
Quando se introduzem cedo demais podem aparecer
vómitos ou diarreia.
Controlo da Cabeça
Para um bebé começar a comer à colher tem que ter um bom
controlo dos músculos da cabeça o que geralmente surge
cerca dos 3-4 meses de idade.
Mastigar
A mastigação só começa a ser controlada por voltas dos 6-8
meses, e a coordenação mão-boca-mastigar, só a partir dos 9
meses.
9. Qual o papel da Água ?
Só existe um alimento líquido na natureza: a água, e não é
possível viver sem ela.
Os bebés precisam de água mas, em condições normais, ou
seja, sem calor em demasia e saudáveis, a quantidade de
líquidos que ingerem na alimentação normal chega para
equilibrar o que perdem. Se estas perdas estiverem
aumentadas – calor, tempo muito seco, febre, diarreia,
vómitos, é necessário aumentar a quantidade de líquidos que
se oferece à criança.
10. Quando o bebé se recusa a
comer…
Se houver muita dificuldade em dar as primeiras papas ao
bebé, não se deverá insistir muito, para não tornar a refeição
num verdadeiro campo de batalha e o bebé começar a
rejeitar tudo o que lhe der, inclusivamente o leite.
Não quer ? Não se dá e volta-se a dar mais tarde . É preciso
não esquecer que o bebé tem de se adaptar aos novos
sabores e consistências dos alimentos. É preciso manter a
calma e não nos zangarmos com as crianças pois muitos
problemas com a alimentação das crianças começam assim.
11. Alimentação dos 4 meses
Leite materno
Leite artificial 1
Iniciar papa sem glúten
Fazer uma refeição de papa ao dia, à colher e as outras
refeições de leite
Papas lácteas (preparadas com água)
Papas não lácteas (preparadas com o leite que o bebé está a
beber)
12. Papa
A papa permite a introdução de cereais. Basicamente , a
papa deve ser uma adaptada à idade do bebé, e há que ver se
se faz com leite ou com água. A quantidade dependerá da
idade e do peso da criança.
13. Comer com colher
É bom que as papas e purés de legumes sejam dados à
colher, e nos primeiros dias o bebé vai habituar-se a esta,
pelo que há que ter paciência e compreender que os
mecanismos de engolir ainda não estão treinados.
14. Alimentação a partir dos 5 meses
Leite materno
Leite artificial 1
Introduçã0 da sopa de legumes:
Base : batata + cenoura ou abóbora + 1 fio de azeite no final
da cozedura e sem sal.
Ir introduzindo um legume novo (alface, feijão verde, agrião,
Alho francês alterando com cebola, brócolos espinafres) a
cada 3/5 dias. Os espinafres são introduzidos a partir dos 6
meses.
• Introduzir fruta uma semana depois da sopa.
15. Puré
• O puré de legumes é, como o nome indica, um puré e não
uma sopa, ou seja, a consistência é mais espessa. O puré
deve ser feito com dois ou três legumes de cor verde e dois
ou três dos outros, sem sal e com um pouco de azeite no final
da cozedura.
16. Alimentação a partir dos 6
meses
Leite artificial 1 passa a leite artificial 2
1 refeição de papa com glúten
Introduzir carne (30 gramas ou 1 colher de sopa)
Duas refeições de sopa de legumes com carne
Outros frutos: papaia, manga
Introduzir iogurte com fruta
17. Fruta
A partir dos 6 meses, podem introduzir-se novos frutos (na
prática TODOS), se a criança não for alérgica , claro. A fruta
deverá ser dada nas refeições de puré de legumes.
Convém apenas esperar pelos 9 meses relativamente a
citrinos, kiwis, ananás e morangos. Pode comer manga,
papaia, meloa, melão, pêssego, ameixa, uva…
18. Glúten
Devo restringir o glúten ?
A questão do glúten é polémica. O glúten é uma proteína de
alguns cereais, que tem uma parte, a gliadina, que é o que
permite fazer o pão.
Algumas crianças têm uma intolerância a esta proteína e
desencadeiam o que se designa por « doença celíaca ».
19. Iogurte
Que tipo de iogurte ?
Deve começar-se por iogurte natural. Depois do bebé estar
habituado a comer iogurte natural, - que geralmente se pode
dar a partir do 6 meses, substituindo a papa de cereais, e
juntando-lhe bolacha esfarelada e um pouco de fruta – pode
começar-se, pelos 9 meses, a dar iogurtes de fruta.
E o iogurte na diarreia ?
O iogurte é, uma boa arma contra as diarreias, porque
povoam o intestino de bactérias «boas», deixando menos
espaço para as bactérias e vírus patológicos.
20. Alimentação a partir dos 9 meses
Introduzir peixe (1 colher de sopa/ dia) na alimentação. Pode
ser peixe congelado – Ex : pescada, solha, robalo, linguado
1 refeição de sopa com carne alternadamente com peixe ao
almoço e ao jantar
1 refeição de papa com glúten alternando com iogurte ao
lanche .
21. Alergia ao peixe
O peixe pode causar alergia – por essa razão, evita-se
a sua administração antes dos nove meses, em
crianças alérgicas ou com elevado risco de potencial
alérgico ( um ou ambos os pais com alergias
marcadas).
22. Alimentação a partir dos 9/10
meses
Introduzir o ovo
¼ de gema cozida De 3 em 3 dias se não
½ gema cozida houver alergias.
1 ovo inteiro a partir
¾ gemas cozidas dos 12 meses.
Introduzir leguminosas (feijão, grão)
Introduzir fruta da época
23. Alimentação a partir de 1 ano
Pode introduzir o leite de vaca gordo para substituir o
leite artificial
Adaptação progressiva ao regime alimentar da família
Pode introduzir :
Evitar :
- Citrinos- a partir dos 12
Refogados
meses
Picantes
-Clara de ovo a partir dos
Salgados
12 meses
Doces
- Morangos, kiwi, cerejas
e nêsperas a partir dos 18
meses
24. Comida de casa
Habituação a comida de casa ?
A passagem das refeições trituradas e «passadas» para uma
com bocados mais sólidos depende de muitas coisas, desde a
dentição e a capacidade de mastigar (duas coisas nem
sempre relacionadas) até ao comportamento da criança face
à comida. É por isso difícil estabelecer idades fixas. O ideal é
que o bebé, ao ano, «coma com a família» ou seja, possa
comer os alimentos confeccionados para os outros
familiares, embora com bom senso, e partido à medida das
suas capacidades.