O documento descreve a arte gótica nos séculos XII a XIV, abordando sua arquitetura, escultura, pintura, vitrais, abóbadas, rostos e fachadas. Detalha elementos como rosáceas, vitrais representando a vida de Cristo, esculturas que buscavam naturalismo, e como as catedrais refletiam valores medievais através de sua arquitetura.
1. “ Valores, Vivências e Quotidiano na Idade Média” Séculos XII a XIV Gótico A revolução das emoções
2. Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa Professor: António Catarino História Trabalho realizado por: Ana Saraiva – nº /10ºH Graça Reis – nº13/10ºH Iúri Alves – nº15/10ºH Joana Moreira – nº16/10ºH “Valores, Vivências e Quotidiano na Idade Média” Séculos XII a XIV GÓTICO
4. Introdução As cidades, locais de troca de mercadorias, eram lugar de uma maior circulação de ideias. Aí se desenvolveu um modo de vida especificamente urbano, orientado por novos valores, afirmando-se novas formas de sociabilidade enovos modos de expressão da religiosidade e de cultura. A expansão da sociedade urbana reflectiu-se igualmente numa nova sensibilidade artística, mais tarde designada como... Arte Gótica
5. Arquitectura A periodização oitocentista envelheceu por se restringir á decoração de rosáceas, janelas, bandeiras, etc. A definição técnica (utilização de abóbada de ogivas, do arco quebrado e do arcobante), também é limitada; há-de atender-se a um sistema de diferentes e numerosos elementos e á sua transformação: concepções do espaço interior (sistema basical, igreja, salão, etc), sistema de iluminação, combinações de volumes, articulação estrutural, novas formas de ornamentação arquitectónica. Genericamente, poderá dizer-se que á uma crescente complexidade decorativa corresponde uma progressiva simplificação das estruturas.
6. Imagem 1 Catedral de Notre-Dame de Paris, uma das catedrais góticas mais famosas do mundo.
7. Escultura A escultura decorativa acompanha a crescente complexidade ornamental dos edifícios e surge em CAPITEIS, MISULAS, PINÁCULOS, etc, libertando-se das características do Românico, a caminho do naturalismo. A escultura monumental amplia também o seu campo (portais, arcobantes, etc.), mas emancipa-se progressivamente do contexto arquitectónico até conquistar plena autonomia nos meados do século XIII. A baixa Idade Média assiste a uma progressiva escultura. A escultura floresce igualmente na Alemanha (certa dureza, mímica como as catedrais de Naurburgo, Estrasburgo, etc), na Flandres (acentuado realismo, e na Espanha (Compostela, Burgos, Pamplona e Toledo, etc).
8. Imagem 2 Escola de Veit Stoß: Altar Rosenkranz, Liebfrauenmünster, Wolframs-Eschenbach. Madeira policroma, c. 1510
9. Pintura Em simultâneo com o registo minucioso dos pormenores á pesquisa espacial, etc, a pintura também amplia os “episódios de paixão” e de acordo com o geral clima pessimista, populariza as danças macabras e os triunfos da morte. No Norte da Europa a frequente substituição dos muros por grandes aberturas diminui a importância da pintura monumental, que acusa acentuadamente a influencia do vitral na composição na paleta de cores vivas (azuis, púrpuras, ouro), e na escola reduzindo-se gradualmente a fragmentos isolados.
11. Vitrais No interior da catedral, a janela repete ensinamento dado no pórtico. Rapidamente foi realizada, mas em oficinas múltiplas, nem todas do mesmo valor. Muitas vezes a composição perde rigor e o desenho firmeza: é o caso de Sainte-Chapelle. No entanto, estas fraquezas são absorvidas no seio da mágica deslumbrante onde se dissipam as faculdades de atenção e que retém cativa a emoção. Cores escolhidas não para traduzir fielmente as aparências, mas em virtude das relações necessárias que mantém entre si no corpo irradiado que as reúne. Nas catedrais do séc.XII, a iconografia evangélica apresenta-se nos vitrais com mais profusão do que no teatro dos pórticos Fala pouco da vida pública de Cristo e nunca dos seus milagres. Vai buscar quase todos os motivos ás narrativas da infância e da paixão, ás leituras litúrgicas do tempo de natal e do tempo da Páscoa.
13. Rosáceas Nas estruturas da catedral gótica, o círculo tem menor lugar do que na igreja românica. Ali torna-se soberana a linha recta, vector da história, projecção rectilínea do raio luminoso que figura acto criador e a graça divina, impulso da dinâmica racional. Só as rosáceas, símbolos da criação na sua plenitude, onde a circulação da luz, irrompida do seu foco inefável e tornando a convergir para ele, se reduz á unidade do seu princípio, acompanham a curva fechada que os astros percorrem no firmamento. A arte vitral remata nestas rosáceas. Significam os ciclos dos cosmos, do tempo resumindo-se no eterno e do mistério de deus. As rosáceas figuram ainda a virgem, isto é, a igreja. A rosácea é, enfim, a imagem do amor divino. Mas também podemos ver as rosáceas como o símbolo dos caminhos da alma que prosseguem nos círculos secretos da devoção, já formados á margem da disciplina em prova. Conduz o amor profano ao seu objectivo.
15. Abóbadas A principal inovação da arquitectura gótica, prende-se com o uso das abóbadas. A intenção de decorar os santuários com este tipo de elementos partiu dos mosteiros da Catalunha, numa altura em que era necessário enriquecer as construções da época. As abóbadas nasceram numa sociedade que era influenciada pelas cristandades moçárabes, e por isso a riqueza e o ouro tinham uma elevada importância. Na verdade, as abóbadas estão directamente relacionadas com a religião, uma vez que eram frequentemente associadas à visão natural e sobrenatural do mundo da época. Era sobre a imagem das abóbadas que, muitas vezes, se desenvolviam rituais dos funerais, anunciadores da ressurreição. Por outro lado, e acessoriamente, a abóbada melhorava as condições acústicas de um espaço onde eram frequentes os cantos de coral. A abóbada, finalmente, e sobretudo, introduzia aos ritmos arquitecturais o círculo, isto é, uma imagem de tempo circular, uma linha perfeita e infinita. Logo, o mais claro símbolo da eternidade e do céu.
16. Imagem 8 – Abóbada da catedral Moncorvo Imagem 9 – Abóbada da Sé do Porto Imagem 11 – Abóbada do Mosteiro da Batalha Imagem 10 – Exemplo Abóbada
17. Rostos Durante a Idade Média, o gosto e interesse pela cultura eram cada vez maiores junto das populações. O teatro e as representações de figuras humanas e não só, faziam cada vez mais parte do quotidiano da época. Desde o momento em que as personagens do drama litúrgico passaram a ser representadas nos pórticos das catedrais, surgiu a necessidade de singularizar cada uma delas. Estas personagens eram dotadas de atributos e de rostos pessoais, capazes de exprimir uma psicologia individual. Muitas destas figuras retratavam a animação dos combates e o brilho das cortes. O desenho e pintura destes rostos, implicava uma grande exploração da alma, capacidades e virtudes do elemento a ser esculpido. E como o sistema de pensamento da época afirmava a coesão entre três aspectos - espírito, alma e corpo – considerava-se, naturalmente, que as feições de uma fisionomia mostravam na perfeição a psicologia de cada um. Assim, estas figuras foram construídas como forma de transmitir a naturalidade e os sentimentos de cada ser.
19. Fachadas A fachada de SäintDenis é um dos exemplos de catedrais que demonstra o poder eterno. A sua silhueta é portanto a de um castelo, dessas torres de pedra que os barões tinham edificado no fim do séc. XI nas terras do Loire e do Sena. Maciça quadrada como elas, vigorosamente implantada, a fronte da igreja coloca-se em posição dominante. Na Nêustria, as tradições arquitectónicas muito antigas propunham os elementos desta simbólica do poder. Este para construir o antecorpo inspirou-se provavelmente nas torres sineiras - pórticos da Ilha-de-França e ainda na fachada das abadias normandas. Na Normandia, duas torres enquadravam a entrada dos santuários que os duques favoreciam, aonde estes iam buscar os bons padres capazes de reformar a Igreja Inglesa e de a manter segura. As estruturas da ante-igreja que concebera, a ordenação dos três portais, o andar da capela alta, rosácea que ilumina, traziam o monumento a horizontal. Sobre a relação entre duas dimensões da fachada, uma levantada pela ascensão dos contrafortes e das pilastras, a outra sublinhada pelas galerias e pelos frisos. A fachada contudo nunca perdeu o seu aspecto inicial: continuou a ser visão de força e de vitória.
20. Imagem 13 – fachada de SäintDenis (1) Imagem 14 – fachada de SäintDenis (2)
21. Conclusão Neste trabalho o nosso grupo pretendeu que ficassem a conhecer algumas das características deste estilo artístico... o Gótico.
22. “O tempo das catedrais” – GeorgesDuby Enciclopédia Verbo - Gótico Bibliografia