2.
Um dos principais pensadores da pós-modernidade foi o
filósofo francês Michel Foucault. Seu foco era na
investigação em temas como instituições sociais, a
sexualidade e o poder. De acordo com o filósofo as
sociedades modernas apresentam uma nova organização
de poder. Nesse meio o poder não se concentra apenas no
setor politico e em suas formas de repressão, mas está
disseminado pelos vários âmbitos da vida social.
3.
Foucault inspirado em nietzsche desenvolveu a
genealogia. Entende o poder não como um objeto natural,
mas uma prática social expressa por um conjunto de
relações. Temos que pensar o poder não como uma "coisa"
que uns tem e outros não, mas como uma relação que se
exerce. Poder não se restringe ao governo, mas espalha-se
pela sociedade em um conjunto de práticas, a maioria
delas essencial à manutenção do Estado.
Genealogia do poder
4.
Era comum, e ainda é nos dias atuais, encontrarmos pátios
escolares em que se formam filas com crianças para entrar
nas salas de aula. Este é um exemplo da domesticação de
corpos de que fala o filósofo. Na Igreja, no Exército e nas
fábricas, esse indivíduo viveria a mesma rotina de
adestramento corporal. Segundo Foucault, maximizar a
utilidade econômica de nossos corpos, para o trabalho, e
diminuir a força política e criativa, de contestação, que
temos também, criaturas cheias de desejos que somos.
5.
O ponto em que a teoria de poder de Foucault converge
com o pós-modernismo é que, da mesma maneira que
lidamos com o fim das visões totalizantes de mundo, o
poder também se pulveriza em micro poderes. E,
consequentemente, a resistência aos poderes passa a ser
local, em ações cada vez mais regionalizadas. Não adianta
investir contra o Estado, achando que ele é a causa de
todos os males. Ele é apenas uma das representações
desse poder que se exerce em uma série de mecanismos,
que reproduzimos todos os dias sem ao menos nos
darmos conta disso.
6.
Outro ponto interessante da Genealogia do Poder é a relação
inclusão/exclusão. Para ilustrar a questão, Foucault usa os
exemplos da peste e da lepra. Nas cidades, onde se achava um
leproso, este era imediatamente colocado para fora dos portões
da cidade, sendo assim ”excluídos” daquela comunidade. No
caso da Peste Negra, todos os cidadãos de determinada cidade
eram cadastrados e passavam por uma espécie de “chamada”
todos os dias, onde cada indivíduo chamado deveria comparecer
a sua janela, aquele que não aparecesse era suposto portador da
peste, e assim a casa e a cidade eram colocadas em isolamento,
sendo então “incluídos" naquela “comunidade de peste”.