2. A Filosofia medieval abrange o período que vai do século VIII
ao século XIV. Apesar de ter as mesmas preocupações que
a Filosofia patrística, filosofia cristã dos primeiros séculos, os
pensadores do medievo acrescentaram um assunto
importante em sua filosofia: o Problema dos Universais, que
diz respeito à ideia e sua relação com a realidade.
Maimônides, Nahmanides, Yeudah ben Levi (judeus),
Avicena, Averróis, Alfarabi e Algazáli (árabes), Abelardo,
Duns Scoto, Escoto Erígena, Santo Anselmo, Santo Tomás
de Aquino, Santo Alberto Magno, Guilherme de Ockham,
Roger Bacon e São Boaventura são considerados os
principais nomes da Filosofia medieval.
3. Escolástica
A Escolástica tem tanto um significado mais limitado, ao se
referir às disciplinas ministradas nas escolas medievais – o
trivio: gramática, retórica e dialética; e o quadrívio: aritmética,
geometria, astronomia e música -, quanto uma conotação mais
ampla, ao se reportar à linha filosófica adotada pela Igreja na
Idade Média. Mesmo depois , quando Aristóteles , discípulo de
Platão, é contemplado no pensamento cristão através de Tomás
de Aquino, o neoplatonismo adotado pela Igreja é preservado. A
Escolástica foi profundamente influenciada pela Bíblia Sagrada,
pelos filósofos da Antiguidade e também pelos Padres da Igreja,
escritores do primeiro período do Cristianismo oficial, que
detinham o domínio da fé e da santidade.
4. Patrística
É o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos,
elaborada pelos Padres da Igreja, que são os primeiros
estudiosos da Escritura e os mais antigos testemunhos da fé
da Igreja e da vida cristã, a ponte que une a Tradição
Apostólica às gerações cristãs posteriores. Foram eles, os
Pais da Igreja, responsáveis por confirmar e defender a fé, a
liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da
Igreja, ao longo dos sete primeiros séculos do Cristianismo.
Foi durante essa época que não apenas a Igreja, mas
também seus ensinamentos e doutrinas se desenvolveram e
foram melhor explicados e aceitos por toda a Cristandade .
5. Santo Agostinho
Santo Agostinho, conhecido também como Aurélio Agostinho,
Agostinho de Hipona ou São Agostinho, foi importante bispo, teólogo e
filósofo, reconhecido pelos católicos como Doutor da Igreja. O santo
tem lugar de destaque na história da Igreja Católica, reconhecido por
sua profunda percepção e pelo seu temperamento compreensivo, bem
como por sua junção da natureza teórica da patrística - ciência que se
ocupa da doutrina dos Santos Padres e da história dessa doutrina –
grega com o teor prático da patrística latina. Parte de sua obra se
dedica às especulações filosóficas, com destaque para os diálogos,
tais como Contra os acadêmicos, Da vida beata, Os solilóquios, Sobre
a imortalidade da alma, Sobre a quantidade da alma, Sobre o mestre,
Sobre a música; a outra é devotada à teologia, que complementa sua
filosofia, especialmente Da Verdadeira Religião, As Confissões – sua
obra mais conhecida -, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira.
6. São Tomás de Aquino
São Tomás de Aquino nasceu na Itália, próximo a Roccasecca, mais
precisamente perto de Aquino (comuna italiana da região do Lácio), e
ficou conhecido como um dos mais importantes pensadores cristãos e
cultos existentes até os dias atuais. São Tomás era filho do Conde de
Aquino, realizou seus estudos no mosteiro da ordem de São Bento de
Cassino e em seguida seguiu para a Universidade de Nápoles, quando
tomou conhecimento do conjunto de produções literárias de um filósofo
grego de nome Aristóteles. Entre os anos de 1259 e 1268 São Tomás
instruiu-se na Universidade da Cúria Papal, na Itália; após o término de
seus estudos decidiu publicar suas explanações a respeito da Física,
da Metafísica (parte da Filosofia que estuda a essência dos seres ), da
Ética (esfera da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios
ideais da conduta humana) e da Política defendida por Aristóteles; na
sequência dedicou-se a sua obra capital, “A Suma Teológica”,
finalizada no ano de 1242.
7. Razão e fé no pensamento medieval
A teologia (estudo de Deus) é a tentativa de conciliar fé
religiosa e pensamento racional .Algumas são verdades
referentes a Deus e que excedem toda capacidade da razão
humana, como, por exemplo, Deus ser trino e uno. Outras
são aquelas as quais a razão pode admitir, como, por
exemplo, Deus, ser Deus, Deus ser uno, e outras
semelhantes, Estas os filósofos, conduzidos pela luz da
razão natural, provaram, por via demonstrativa, poderem ser
realmente atribuídas a Deus. Na perspectiva agostiniana, ao
homem basta ter fé, pois todo o conhecimento necessário ao
homem é por Deus revelado na interação entre a alma
humana e a natureza.