No estado do Rio, a chamada economia criativa gera 2,2% dos empregos, mas movimenta 10% da massa salarial, com alta concentração na capital. Estes dados fazem parte do estudo apresentado pelo professor da Puc-Rio e da ESPM João Figueiredo durante reunião do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado nesta quarta-feira (29/05). O material fará parte do Caderno de Cultura, que está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Programa de Municipalização - audiência pública da Comissão de Educação da Alerj
Economia da cultura
1. Rio de Janeiro, 29 de maio de 2013
A economia da cultura
João Luiz de Figueiredo
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os estudos econômicos sobre arte, cultura e entretenimento são recentes, sendo essa
clássica “negação econômica” derivada de uma crença aristocrática que associa
atividades culturais a prestígio e desinteresse.
Pensar economicamente arte, cultura e o entretenimento não implica em nivelar a
criação humana com os bens produzidos em série.
≠
4. CLÁSSICOS DA ECONOMIA
Adam Smith (1723-1790):
Os gastos com a arte inserem-se nas atividades de lazer e
não contribuem para a riqueza da nação.
A cultura é o domínio do trabalho não-produtivo.
A remuneração do artista deve ser elevada em função dos
investimentos elevados na educação e na formação.
O Estado deveria encorajar a produção do entretenimento,
pois acabaria com o humor sombrio das pessoas efeitos
externos.
Ao mencionar valor de uso, de troca e intangível contribui para a economia do
entretenimento.
5. CLÁSSICOS DA ECONOMIA
Alfred Marshall (1842-1924):
“É impossível avaliar objetos como os quadros dos mestres
ou as moedas raras; eles são únicos em seu gênero, não
têm iguais nem concorrentes.”
“O preço do equilíbrio depende muitas vezes do acaso; no
entanto um espírito curioso poderia sentir algum prazer em
empreender um estudo minucioso do fenômeno.”
“Quanto mais um indivíduo ouve música mais aumenta seu gosto por ela.” Exceção
a teoria da utilidade marginal decrescente
6. PRIMEIROS ESTUDOS DE ECONOMIA DA CULTURA
William Bowen e William Baumol:
Estudo sobre o espetáculo ao vivo a economia cultural é dependente da subvenção
pública.
Gary Becker:
Estudo sobre o consumo de bens cuja apreciação aumenta com o passar de tempo
os comportamentos culturais continuam racionais e maximizadores.
Alan Peacock:
Discussão sobre política cultural
7. A CONSOLIDAÇÃO DA ECONOMIA DA CULTURA
Françoise Benhamou (2007):
Fator 1: geração de emprego e renda
Fator 2: necessidade de avaliação das
decisões culturais
Fator 3: abertura dos estudos da
economia política
8. DEFINIÇÃO DE UMA ATIVIDADE CULTURAL
David Throsby (2001):
Condição 1: criatividade
Condição 2: valor simbólico
Condição 3: propriedade intelectual
10. ECONOMIA DA CULTURA
Octavio Getino (1935-2012):
Conjunto de atividades diretamente relacionadas com a
criação, fabricação, distribuição e comercialização de bens
e serviços culturais.
Setores culturais
Valor simbólico
em uma matriz
original
Valor econômico
através dos
processos que
se seguem à criação
11. ECONOMIA DA CULTURA
Pierre Bourdieu (1930-2002):
O homem procura se diferenciar daquilo é rotineiro.
John Kenneth Galbraith (1908-2006):
A produção e o consumo de bens da economia da cultura
ditarão as regras em um futuro bem próximo
12. CULTURA, ENTRETENIMENTO E CRIATIVIDADE
A partir da economia da cultura, outros campos da atividade econômica puderam ser
definidos, como a economia do entretenimento e a economia criativa.
Economia
criativa
Economia do
entretenimento
Economia da
cultura
• Atividades da cultura
e do entretenimento
• Atividades criativas
funcionais
• Atividades da cultura
• Atividades do tempo
livre
• Atividades repletas
de valor simbólico
13. OS SETORES DA CULTURA
CULTURA
TV, rádio e
internet
Cinema
Música
Games e apps
Publicações
Esporte
Eventos
Entretenimento
noturno
Jogos e
brinquedos
Museus
Artes
performáticas
Expressão
popular
Patrimônio
Artes plásticas
Turismo
14. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Peso econômico da economia criativa
Mundo (2008):
- U$ 2 Trilhões
- U$ 600 Bilhões em exportações
- 14,4% a.a. de crescimento do comércio mundial (2003-08)
Brasil (2010):
- 1,7% do emprego no Núcleo da Economia Criativa
- 2,5% do PIB no Núcleo da Economia Criativa
- 18,2% do PIB relacionado a Economia Criativa
15. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Peso econômico da economia criativa
Rio de Janeiro (2010):
- 2,2% do emprego no Núcleo
- 3,5% do PIB no Núcleo
Cidade do Rio (2010):
- 3,1% do emprego no Núcleo
- 10% da massa salarial
16. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Variação do número de empregos formais do núcleo da economia criativa no
Estado do Rio de Janeiro (2006-2010)
17. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Variação do número de empregos formais das atividade relacionadas ao núcleo
da economia criativa no Estado do Rio de Janeiro (2006-2010)
18. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Estabelecimentos do Núcleo da economia criativa no Rio de Janeiro
19. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Estabelecimentos diretamente relacionados ao Núcleo da economia criativa no
Rio de Janeiro
20. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Análise de um setor cultural
55%30%
4%
11%
Participação das UF na produção de filmes brasileiros de acordo com a sede
da produtora (1995-2011)
RJ
SP
RS
Others
21. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Análise de um setor cultural
83%
15%
1% 1%
Fatia de mercado do cinema brasileiro por sede da produtora (1995-2011),
classificados por público
RJ
SP
RS
Others
22. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Análise de um setor cultural
0
5
10
15
20
25
1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
Fatiademercado(%)
Ano
23. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Novas perspectivas de desenvolvimento
Charles Landry
“Os recursos culturais são a matéria-prima da cidade e sua
base de valor; seus ativos em substituição ao carvão, ferro
ou ouro”
24. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Novas perspectivas de desenvolvimento
Não existe lugar no mundo que não possua alguma característica
histórica, social e cultural que não possa ser mobilizada
produtivamente em prol do seu desenvolvimento
socioeconômico.
Cidades desindustrializadas
Cidades de todos os tamanhos
Cidades que nunca se industrializaram
25. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Novas perspectivas de desenvolvimento
Celso Furtado (1920-2004):
A questão central é a interação da cultura como
sistema de valores com o processo de
desenvolvimento das forças produtivas.
A CULTURA COMO UM FIM
A ECONOMIA COMO UM MEIO
26. A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Novas perspectivas de desenvolvimento
Cultura como atividade
produtiva e definidora
de um ambiente criativo
Fontes de criatividade
Especificidade
territorial
Cultura
Territórios mais livres da
competição de custos!!!