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A PROSA MODERNISTA DE 22  A FASE DE RUPTURA
A PROSA MODERNISTA DE 22 ,[object Object]
A produção romanesca foi resumida, destacando-se Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Antônio Alcântara Machado.
Mário de Andrade produziu dois romances exemplares: Macunaíma e Amar, verbo intransitivo, além da narrativa curta: Contos novos e Contos de Belazarte.
Oswald de Andrade destacou-se com os romances Memórias sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande.
Antônio Alcântara Machado produziu um livros de contos com o título de Brás, Bexiga e Barra funda. ,[object Object]
Narrada em terceira pessoa, a obra procura sintetizar os elementos da cultura brasileira, apoiando-se, portanto, no índio, negro, mestiço e no branco.
Perpassa por toda a narrativa um tom de paródia, principalmente, no tocante ao índio, à cultura acadêmica e à visão idealizada da formação cultural e racial brasileira.
É uma narrativa mágica, sobrenatural, em que o narrador enfatiza o caráter primitivo e mítico da cultura indígena e negra.
O protagonista, Macunaíma, sintetiza o homem latino-americano ou brasileiro, já que seu caráter é multifacetado, e, por isso, é chamado de herói sem nenhum caráter.  ,[object Object]
Percebe-se que a intenção de Mário foi refletir sarcasticamente sobre a cultura brasileira europeizada e sobre os valores culturais e sociais burgueses.
A trama gira em torno de uma relação afetivo-amorosa entre um rapaz de classe burguesa e uma governanta ariana, chamada Elza, denominada de Fraulein.
O romance coloca em choque elementos da cultura nacional e da cultura europeia, desmistificando o conceito de superioridade que se tem da cultura estrangeira.
Através da ironia e do humor, Mário reafirma, como já fez em Macunaíma, os valores da cultura e da sociabilidade brasileira.
Do ponto de vista estrutural, o romance apresenta um estilo moderno, sem enredo tradicional, e com constantes intromissões do narrador através de comentários e explicações.  ,[object Object]
A obra foge completamente ao padrão tradicional de narrativa, não tendo propriamente um enredo, sendo formado de uma mistura de gêneros.
O enredo é centrado nas digressões do protagonista, João Miramar, um intelectual burguês que morou em Paris e no retorno ao Brasil procurar refletir sobre vários aspectos da cultura brasileira e europeia.
As digressões aparecem em formas diversas de linguagem não configurando, portanto, uma narrativa tradicional.
A obra é permeada de um tom irônico, humorístico, satírico e parodístico, em que o alvo é a cultura burguesa e acadêmica.
O romance ou antirromance vale muito mais pelo caráter de invenção, de paródia e de experimentação de linguagem do que pela história, pelo enredo.,[object Object]
Os contos que compõem a obra tematizam a vida do imigrante italiano na cidade de São Paulo.
São narrativas que destacam as relações sociais e culturais nos bairros Brás, Bexiga e Barra funda, envolvendo normalmente personagens italianos e brasileiros.
Os contos revelam como os italianos vão se adaptando à cultura brasileira e as influências da cultura italiana no Brasil.
Antônio Alcântara Machado é considerado autor de um “português macarrônico” porque em suas narrativas tematiza a mistura linguística entre italiano e português em função do encontro das culturas europeia e brasileira.
As narrativas também revelam a formação da consciência proletária brasileira proporcionada pelos operários italianos e a penetração dos chamados “carcomanos” no universo aristocrático brasileiro, sempre com uma boa dose de ironia. ,[object Object]
O NEORREALISMO DE TRINTA ,[object Object]
De feição neorrealista, o romance de trinta aborda as questões sociais , econômicas e políticas que fazem do Brasil um país subdesenvolvido.
O manifesto regionalista do Recife, elaborado por intelectuais nordestinos, como Gilberto Freire e José Lins do Rego, foi o responsável pela solidificação uma literatura nordestina.
A literatura de trinta não foi somente do Nordeste, pois apareceram escritores no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. ,[object Object]
No Rio de Janeiro, Marques Rebelo é o destaque, principalmente, com o seu A estrela sobe, em que traça um painel crítico das questões sociais e culturais de um Rio de Janeiro que está se tornando uma metrópole capitalista. ,[object Object]
Avultam, Nordeste, entretanto, os escritores mais importantes deste período: do Ceará à Bahia aparecem obras que deixarão para sempre uma visão de mundo marcada pela reflexão crítica sobre o subdesenvolvimento da região.
O grande destaque de trinta, indubitavelmente, está relacionado com Raquel de Queiroz, no Ceará; José Américo de Almeida e José Lins do Rego na Paraíba. ,[object Object]
Em Alagoas, o destaque fica por conta de Graciliano Ramos, escritor clássico, universal, mas dono de uma obra humanista sem precedentes, principalmente, pela abordagem que faz da relação entre o homem e o meio opressor.
Vidas secas, São Bernardo, Angústia e o autobiográfico Memórias do cárcere estão entre as melhores obras do período.  ,[object Object]
Jorge Amado será o responsável pela obra mais extensa e mais comprometida politicamente produzida no país a partir deste período.
Basicamente sua produção literária possui duas fases: a primeira, de 30 a 56, apresenta uma coloração política ideológica bem nítida, o que levou seus críticos a chamarem de panfletária.
A segunda, a partir de Gabriela, cravo e canela se volta para questões de ordem social e cultural em que aborda questões como preconceito, racismo e liberdade.  ,[object Object]
MODERNISMO DE TRINTA ,[object Object]
O romance de José Américo de Almeida aborda questões econômicas, sociais, culturais e políticas do Nordeste brasileiro, denunciando o subdesenvolvimento da região.
Basicamente a temática de A Bagaceira gira em torno das transformações que ocorrem no interior do mundo do engenho de cana de açúcar.
Avultam também questões relativas aos códigos morais, culturais e éticos do mundo patriarcal nordestino.
Observa-se o fenômeno do cangaço que aparece como elemento de resistência à exploração e à opressão do senhor de engenho.,[object Object]
O ENGENHO DE JOSÉ LINS DO REGO
O CICLO DA CANA DE AÇÚCAR ,[object Object]
Nos romances inseridos no ciclo da cana de açúcar ocorre um resgate das relações sociais, econômicas e políticas através de um tom saudosista do autor.
A maior parte dos romances de José Lins do Rego possui um cunho memorialista e com fortes traços autobiográficos, já que o autor é oriundo da região.
Dos romances do ciclo, Menino de engenho é o que apresenta uma visão mais lírica do mundo do engenho, enquanto que Fogo Morto é o seu romance mais crítico em relação ao processo de decadência do engenho.,[object Object]
O Senhor de engenho aparece com elemento opressor, explorador das classes marginalizadas, no romance, simbolizadas pelo mestre José Amaro.
Surge então como elemento de resistência o cangaceiro que representa os pobres e oprimidos, respondendo com violência a opressão dos senhores de engenho.
Em Fogo Morto, a figura do personagem quixotesco, capitão Vitorino, simbolicamente representa a justiça num mundo em que a lei é a do mais forte. ,[object Object]
O romance, entretanto, não é apenas saudosista, porque à medida que o menino Carlos Melo vai relembrando o auge do engenho e seu declínio emana uma visão crítica de um mundo em derrocada.
De Menino de Engenho a Usina, José Lins do Rego nos dá painel das relações sociais, políticas e econômicas no interior do engenho, desde seu apogeu à sua decadência, na primeira metade do século XX, com a chegada da Usina e consequentemente do Capitalismo.   ,[object Object]
A LITERATURA HUMANISTA ,[object Object]
Vidas Secas, por exemplo, não aborda apenas a seca e o latifúndio como elementos de opressão ao sertanejo no Nordeste brasileiro, mas a relação direta do homem com uma sociedade ditatorial, adversa, que coisifica e reifica o ser humano.
Em São Bernardo, Graciliano reflete como o processo capitalista reduz o homem a um mero joguete das forças produtivas, tornando-o desumano, bruto, alienado ao sistema.  ,[object Object]
VIDAS SECAS ,[object Object]
O narrador em discurso indireto e indireto livre perscruta a  vida interior do vaqueiro Fabiano  e de sua família num verdadeiro estudo da alma humana.
O romance, entretanto, não se resume à interrogação psicológica, mas a uma reflexão profunda sobre o embrutecimento do homem em sua relação com o meio social e o ambiente hostil.
O tema do romance gira em torno do processo de coisificação a que são submetidos os personagens em sua relação com a estrutura social e o embrutecimento a que são reduzidos em contato com a natureza adversa. ,[object Object]
A cachorra baleia e um papagaio fazem parte da estrutura familiar em sua luta pela sobrevivência.
Aparecem ainda no romance Seu Tomaz da Bolandeira, o guarda livros da fazenda, e Sinhá Terta, a costureira.
O personagem protagonista Fabiano é explorado brutalmente pelos três personagens da classe dominante, representando a estrutura social, política e fundiária do Nordeste brasileiro.   ,[object Object]
VIDAS SECAS ,[object Object]
O romance possui uma estrutura cíclica, ou seja, inicia-se com os personagens fugindo de uma seca e termina com outra fuga, revelando, pois, uma situação que não apresenta saída.

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  • 2.
  • 3. A produção romanesca foi resumida, destacando-se Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Antônio Alcântara Machado.
  • 4. Mário de Andrade produziu dois romances exemplares: Macunaíma e Amar, verbo intransitivo, além da narrativa curta: Contos novos e Contos de Belazarte.
  • 5. Oswald de Andrade destacou-se com os romances Memórias sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande.
  • 6.
  • 7. Narrada em terceira pessoa, a obra procura sintetizar os elementos da cultura brasileira, apoiando-se, portanto, no índio, negro, mestiço e no branco.
  • 8. Perpassa por toda a narrativa um tom de paródia, principalmente, no tocante ao índio, à cultura acadêmica e à visão idealizada da formação cultural e racial brasileira.
  • 9. É uma narrativa mágica, sobrenatural, em que o narrador enfatiza o caráter primitivo e mítico da cultura indígena e negra.
  • 10.
  • 11. Percebe-se que a intenção de Mário foi refletir sarcasticamente sobre a cultura brasileira europeizada e sobre os valores culturais e sociais burgueses.
  • 12. A trama gira em torno de uma relação afetivo-amorosa entre um rapaz de classe burguesa e uma governanta ariana, chamada Elza, denominada de Fraulein.
  • 13. O romance coloca em choque elementos da cultura nacional e da cultura europeia, desmistificando o conceito de superioridade que se tem da cultura estrangeira.
  • 14. Através da ironia e do humor, Mário reafirma, como já fez em Macunaíma, os valores da cultura e da sociabilidade brasileira.
  • 15.
  • 16. A obra foge completamente ao padrão tradicional de narrativa, não tendo propriamente um enredo, sendo formado de uma mistura de gêneros.
  • 17. O enredo é centrado nas digressões do protagonista, João Miramar, um intelectual burguês que morou em Paris e no retorno ao Brasil procurar refletir sobre vários aspectos da cultura brasileira e europeia.
  • 18. As digressões aparecem em formas diversas de linguagem não configurando, portanto, uma narrativa tradicional.
  • 19. A obra é permeada de um tom irônico, humorístico, satírico e parodístico, em que o alvo é a cultura burguesa e acadêmica.
  • 20.
  • 21. Os contos que compõem a obra tematizam a vida do imigrante italiano na cidade de São Paulo.
  • 22. São narrativas que destacam as relações sociais e culturais nos bairros Brás, Bexiga e Barra funda, envolvendo normalmente personagens italianos e brasileiros.
  • 23. Os contos revelam como os italianos vão se adaptando à cultura brasileira e as influências da cultura italiana no Brasil.
  • 24. Antônio Alcântara Machado é considerado autor de um “português macarrônico” porque em suas narrativas tematiza a mistura linguística entre italiano e português em função do encontro das culturas europeia e brasileira.
  • 25.
  • 26.
  • 27. De feição neorrealista, o romance de trinta aborda as questões sociais , econômicas e políticas que fazem do Brasil um país subdesenvolvido.
  • 28. O manifesto regionalista do Recife, elaborado por intelectuais nordestinos, como Gilberto Freire e José Lins do Rego, foi o responsável pela solidificação uma literatura nordestina.
  • 29.
  • 30.
  • 31. Avultam, Nordeste, entretanto, os escritores mais importantes deste período: do Ceará à Bahia aparecem obras que deixarão para sempre uma visão de mundo marcada pela reflexão crítica sobre o subdesenvolvimento da região.
  • 32.
  • 33. Em Alagoas, o destaque fica por conta de Graciliano Ramos, escritor clássico, universal, mas dono de uma obra humanista sem precedentes, principalmente, pela abordagem que faz da relação entre o homem e o meio opressor.
  • 34.
  • 35. Jorge Amado será o responsável pela obra mais extensa e mais comprometida politicamente produzida no país a partir deste período.
  • 36. Basicamente sua produção literária possui duas fases: a primeira, de 30 a 56, apresenta uma coloração política ideológica bem nítida, o que levou seus críticos a chamarem de panfletária.
  • 37.
  • 38.
  • 39. O romance de José Américo de Almeida aborda questões econômicas, sociais, culturais e políticas do Nordeste brasileiro, denunciando o subdesenvolvimento da região.
  • 40. Basicamente a temática de A Bagaceira gira em torno das transformações que ocorrem no interior do mundo do engenho de cana de açúcar.
  • 41. Avultam também questões relativas aos códigos morais, culturais e éticos do mundo patriarcal nordestino.
  • 42.
  • 43. O ENGENHO DE JOSÉ LINS DO REGO
  • 44.
  • 45. Nos romances inseridos no ciclo da cana de açúcar ocorre um resgate das relações sociais, econômicas e políticas através de um tom saudosista do autor.
  • 46. A maior parte dos romances de José Lins do Rego possui um cunho memorialista e com fortes traços autobiográficos, já que o autor é oriundo da região.
  • 47.
  • 48. O Senhor de engenho aparece com elemento opressor, explorador das classes marginalizadas, no romance, simbolizadas pelo mestre José Amaro.
  • 49. Surge então como elemento de resistência o cangaceiro que representa os pobres e oprimidos, respondendo com violência a opressão dos senhores de engenho.
  • 50.
  • 51. O romance, entretanto, não é apenas saudosista, porque à medida que o menino Carlos Melo vai relembrando o auge do engenho e seu declínio emana uma visão crítica de um mundo em derrocada.
  • 52.
  • 53.
  • 54. Vidas Secas, por exemplo, não aborda apenas a seca e o latifúndio como elementos de opressão ao sertanejo no Nordeste brasileiro, mas a relação direta do homem com uma sociedade ditatorial, adversa, que coisifica e reifica o ser humano.
  • 55.
  • 56.
  • 57. O narrador em discurso indireto e indireto livre perscruta a vida interior do vaqueiro Fabiano e de sua família num verdadeiro estudo da alma humana.
  • 58. O romance, entretanto, não se resume à interrogação psicológica, mas a uma reflexão profunda sobre o embrutecimento do homem em sua relação com o meio social e o ambiente hostil.
  • 59.
  • 60. A cachorra baleia e um papagaio fazem parte da estrutura familiar em sua luta pela sobrevivência.
  • 61. Aparecem ainda no romance Seu Tomaz da Bolandeira, o guarda livros da fazenda, e Sinhá Terta, a costureira.
  • 62.
  • 63.
  • 64. O romance possui uma estrutura cíclica, ou seja, inicia-se com os personagens fugindo de uma seca e termina com outra fuga, revelando, pois, uma situação que não apresenta saída.
  • 65. A modernidade de Vidas Secas reside não só na estrutura cíclica, mas também na quebra da linearidade, já que os capítulos formam blocos, como se fossem pequenos contos.
  • 66.
  • 67. Uma linguagem sem adjetivação abundante, eivada de frases curtas, objetivas, através de um vocabulário seco e frases sintéticas, tudo devidamente adequado ao tema abordado.
  • 68. Do ponto de vista sintático, Graciliano foi um escritor clássico, pautando sua escrita com uma linguagem correta, sem o coloquialismo que aparece exageradamente em escritores de sua época.
  • 69.
  • 70.
  • 71. O personagem é um ex-guia de cego obcecado por possuir a fazenda São Bernardo de seu ex-patrão e para tanto se acerca do herdeiro, um liberal chamado Padilha, emprestando-lhe dinheiro para depois arrematar a propriedade.
  • 72.
  • 73. Depois da morte de sua mulher, a professora Madalena, o personagem sente-se desanimado e solitário e, por isso, resolver escrever sobre sua vida.
  • 74. A narrativa torna-se, portanto, um balanço de sua trajetória existencial e social em que, as poucos, ele vai revelando o processo de reificação e coisificação por que passou.
  • 75.
  • 76.
  • 77. O romance, contudo, extrapola a mera narrativa dos episódios autobiográficos, para se tornar uma reflexão sobre a relação homem X sociedade ditatorial.
  • 78. O narrador, o próprio Graciliano Ramos, reflete também sobre o papel do intelectual, do escritor e da imprensa numa sociedade ditatorial.
  • 79.
  • 80.
  • 81. O Quinze é indiscutivelmente seu principal romance, ambientado no interior do Ceará, com temática centrada no impacto da seca de 1915 nos sertanejos nordestinos.
  • 82.
  • 83. Assim é o que acontece com Conceição, em O Quinze; Noemi, em Caminho de Pedra; Maria Moura, no Memorial; Maria Beata, em Maria Beata do Egito; Josefa, Marta e Cremilde, em As três Marias.
  • 84.
  • 85.
  • 86. Em Rua do Siriri, a temática da prostituição em Aracaju é vista pelo ângulo da opressão e exploração de classe.
  • 87. Em Os Corumbas, o tema gira em torno:
  • 88. Da formação do proletariado em Aracaju em que se colocam em posição antagônica os trabalhadores da indústria têxtil e a classe dominante.
  • 89. Do drama da prostituição vista pelos aspectos sociais e econômicos, num nítido painel das relações sociais na Aracaju dos anos vinte.
  • 90.
  • 91.
  • 92. O Tempo e o vento é a sua obra principal, trilogia formada pelo O Continente, O Arquipélago e O Retrato.
  • 93. Nesses três romances narra em tom épico a história do Rio Grande do Sul, desde o século XVIII até meados do século XX.
  • 94. A narrativa privilegia momentos importantes do ponto de vista político, econômico e cultural da formação do estado a partir dos cruzamentos raciais e culturais.
  • 95.
  • 96. As tramas dos romances giram em torno dos conflitos psicológicos vividos pela classe média burguesa porto-alegrense numa sociedade que estava se tornando efetivamente capitalista.
  • 97. Os romances se concentram na luta pela ascensão social, nas relações afetivas por interesse, enfim traçam um painel das relações sociais urbanas.
  • 98.
  • 99.
  • 100. Freyre discute a formação da sociedade brasileira a partir das contribuições das raças branca, índia e negra, imbricado aos conceitos de raça e cultura.
  • 101.
  • 102.
  • 103. A linguagem regionalista do Modernismo pde Guimarães Rosa é transfigurada por um processo de reinvenção.
  • 104. São rupturas sintáticas, inversões violentas, neologismos, arcaísmos, hibridismos e expressões do falar sertanejo misturadas com a oralidade urbana.
  • 105. Semanticamente opera uma simbiose de provérbios e ditos populares com cantigas, literatura de cordel e manifestações do folclore.
  • 106.
  • 107.
  • 109. Sertão. O senhor sabe: sertão 'onde manda quem é forte, com as astúcias.
  • 110. ...sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar .
  • 111. ...toda saudade é uma espécie de velhice.
  • 112. Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.
  • 113.
  • 114. O culto da cultura primitiva em que se observa valores assentados em códigos morais e éticos.
  • 115. O choque entre o racional e o primitivo no interior do Brasil, proveniente da chegada de valores capitalistas.
  • 116. A violência e a Jagunçagem no interior do Sertão Mineiro, como resultantes do mundo primitivo em que vivem os personagens.
  • 117. O questionamento do sentido de Sertão como um espaço social.
  • 118. A loucura e os fenômenos paranormais.
  • 119.
  • 120.
  • 121. Suas narrativas em sua maior parte são de primeira pessoa.
  • 122. Normalmente, o narrador de Clarice é uma mulher, que reflete sobre uma situação existencial.
  • 123. O universo ficcional de Clarice gira em torno da mulher pequeno-burguesa ou burguesa.
  • 124. Clarice flagra seus personagens no momento da “descoberta”, da autodescoberta, da “Epifania”.
  • 125.
  • 126. A linguagem de Clarice é densamente simbólica, alegórica, metafórica.
  • 127. A linguagem é intensamente introspectiva, visto que o que interessa em Clarice é a sondagem interior do Personagem.
  • 128. Os personagens de primeira pessoa desnudam-se e os de terceira desnudam os protagonistas.
  • 129.
  • 130.
  • 131. Misturou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais, resgatando alguns pressupostos do Modernismo de 22.
  • 132. Tinha objetivos comportamentais radicais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar que impunha severa censura.
  • 133.
  • 134. Em Rubem a “violência urbana” assume uma conotação sócio-política, em que os assuntos são abordados sociologicamente.
  • 135. Há nele uma nítida preferência por personagens “marginalizados” e de nomes exóticos, esquisitos, quase todos denominados por uma falha física no corpo.
  • 136.
  • 137. Rubem Fonseca ficou conhecido por causa de Agosto, obra em que tematiza em tom policialesco os episódios que culminaram com a morte de Getúlio Vargas. Esta obra foi adaptada para uma série da televisão.
  • 138.
  • 139. Seus personagens vivem em torno dos desastres do amor, numa sucessão de desejos alucinados, taras, compulsões, traições cruéis, crimes do coração, paixões proibidas e infelizes.
  • 140.
  • 141.
  • 142.
  • 143.
  • 144.
  • 145.
  • 146. No meio do caminho, em virtude de uma mudança no panorama político, o sargento recebe a ordem para soltar o prisioneiro, mas devido a seu temperamento avesso às mudanças, ele decide terminar a missão que lhe foi confiada, mesmo que tenha de matar para completá-la.
  • 147.
  • 148. A metafísica, feita de reflexões filosóficas, na tradição de Machado e Drummond e também seguida por Paulo Mendes Campos.
  • 149. A poema-em-prosa, de conteúdo lírico, mostrando o êxtase da alma humana diante de algo carregado de significado para o autor. Seus autores mais representativos são Rubem Braga, Lourenço Diaféria, Carlos Eduardo Novaes.
  • 150.