3. RELATO DE PROFESSOR DE ENSINO
MÉDIO EM ESCOLA TÉCNICA FEDERAL
“Eu vim de uma formação onde a linguística era
priorizada. Porém, na época não era claro pra mim
(embora se falasse sobre os diferentes registros)
que aquilo que o professor falava naquele
momento, defendesse as variações linguísticas.
Mais tarde, lendo outros autores, continuando a
minha formação entrei em contato com outros
textos e autores que defendiam “outros falares”.
4. “(...) Em sala de aula eu tive alunos que eram
usuários de outros registros, diferentes da
norma padrão, e os próprios colegas gozavam
da forma como o colega falava, ainda que
brincando.”
“(...) Nas minhas aulas de língua portuguesa
quando tenho contato com o primeiro ano, eu
sempre falo sobre os registros, os diferentes
falares, então eu discuto o preconceito
linguístico, como algo que é pontual, como algo
que acontece.”
5. “Neste ano, por exemplo, o primeiro livro
que eu dei foi o de Marcos Bagno, O
Preconceito Linguístico...
E mesmo assim, orientando e discutindo com
eles a respeito do que foi lido, ás vezes, eles
não se afastam dessa ideia de juízo de
valor: Se tu falar, „pobrema‟, tu é diferente.
O que eu tento passar em sala de aula é que
não é a forma como a pessoa fala que
determina no comportamento ou no sucesso
de alguém.”
6. Mas em sala de aula nem sempre é fácil
desfazer esses pré-conceitos com relação a
variação ... Principalmente quando lidamos com
adolescentes...”
“Em aula, temos que ter em mente que colocar a
norma padrão não é impor, os alunos aqui tem
contato com diversos registros, chegam em casa
têm pais falando outros registros.”
“O que eu busco não é apagar, mas trabalhar
essa variação pra que eles possam fazer a
transição e saber o que usar, como usar, onde
usar.”
7. “Particularmente eu acho que nós aqui no
sul, principalmente aqui na fronteira, não
temos tanto esse problema de
transposição, porquê usamos uma
linguagem muito próxima entre o padrão e
o informal.”
8. RELATO DE PROFESSORA DE ENSINO
FUNDAMENTAL EM ESCOLA MUNICIPAL
“Em sala de aula o meu objetivo é ensinar, eu sou
pedagoga, portanto tenho que ensinar a eles a
forma “correta” de se expressar, não é que eu
cobre uma expressão formal, mas “correta”.
“Não admito meu aluno falando, “nós fumos”,
“pobrema”, “almário”. Se tiver que corrigir a fala
deles eu corrijo mesmo. Quando percebo que o
aluno tem dificuldades então encaminho para a
orientadora pedagógica.”
“Se não for pra ensinar eles a falar “correto”
então não tenho porque estar aqui.”
9. “O aluno vem pra sala de aula já trazendo
conhecimento de que existem outras variedades na
linguagem, eu não tenho, então, porque ficar
batendo nessa tecla, se eles sabem que existe
outras formas de falar e escrever.
Trabalho com textos orientados, incentivo eles a
lerem, usamos os livros orientados, como Ana
Maria Machado, Monteiro Lobato, algumas obras
adaptadas para a idade deles.
Eu costumo trabalhar com eles textos como
cartas, bilhetes, eles praticam redação.
Acho que a escrita da internet é a pior coisa que
existe.”
10. “Os alunos escrevem tudo faltando letras. Eu
sempre reviso os cadernos e encontro muito
isso.
Eles têm que aprender que não é a linguagem do
Orkut ou do MSN que vai levar eles pra uma
faculdade. Mas sim as regras da gramatica, uma
boa leitura e uma boa redação.”
11. O QUE ORIENTAM OS PCN’S
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram
elaborados procurando, de um lado, respeitar
diversidades regionais, culturais, politicas
existentes no país e, de outro, considerar a
necessidade de construir referencias
nacionais comuns ao processo educativo em
todas as regiões brasileiras.
12. “No ensino-aprendizagem de diferentes
padrões de fala e escrita, o que se almeja não
é levar os alunos a “falar certo”, mas permitir-
lhes a escolha da forma de fala a utilizar,
considerando as características e condições do
contexto de produção, ou seja, é saber adequar
os recursos expressivos, a variedade de língua
e o estilo às diferentes situações
comunicativas:
13. saber coordenar satisfatoriamente o que fala
ou escreve e como fazê-lo;
saber que modo de expressão é pertinente em
função de sua intenção enunciativa – dado o
contexto e os interlocutores a quem o texto se
dirige.
A questão não é de erro, mas de adequação às
circunstâncias de uso, ou seja, de utilização
adequada da linguagem.” PCNs
14. Trabalhando a Variação Linguística
em Sala de Aula
Proposta para turmas de 8º ano - 7ª
série
Ensino Fundamental
15. “Apresentar diferentes tipologias textuais e
incitar os alunos, como estratégia de
conhecimento, a opinarem e confrontarem
opiniões, através de debates em sala de aula
sobre cada um dos textos inseridos.
• Orientar os alunos sobre o contexto de cada
produção.
• Incentivar a escrita de textos com o uso dos
diferentes registros, formais e informais.
• Solicitar que os alunos produzam seus
próprios textos, usando o registro adequado a
situações simuladas.
16. REGISTROS FORMAIS E INFORMAIS.
O que se pode dizer sobre os textos a
serem apresentados?
17.
18.
19.
20. “Apresentar diferentes formas de discurso com
variantes regionais, fonológicas e sintáticas,
como proposta para desconstruir os possíveis
preconceitos e julgamentos precipitados de
caráter.”
• Incentivar os alunos na pesquisa de vídeos,
musicas e textos (causos, poesias etc...) em
linguagem onde se apresentem marcas
regionais...
• Incentivar os alunos a elaborarem a releitura
do material apresentado através de peças
teatrais ou interpretações orais.
21.
22. REFERÊNCIAS
Clipe de filme Morro do Céu - Teaser. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=eepzqZg54tY> Acesso em: 20
dezembro 2011
Imagem 1 – Disponível em: <http://www.esportes.opovo.com.br>
Acesso em: 23 dezembro 2011
Imagem 2 – Disponível em: <http://papelnoel.blogspot.com> Acesso
em: 18 dezembro 2011
Imagem 3 – Oito bilhetes para fim de relacionamento. Disponível
em: <http://lucasmiranda.blogspot.com> Acesso em: 18 dezembro
2011
Imagem 4 – Carta Aberta à Presidente Dilma Rousseff. Disponível
em: <http://oberrodaformiga.blogspot.com> Acesso em: 18 dezembro
2011
Imagem 5 - Disponível em: <http://blog.educacional.com.br> Acesso
em: 18 dezembro 2011